quinta-feira 20 2012

Dirceu pode ser condenado ou absolvido na semana da eleição



Saí para tomar um suco, no fim da tarde, e, na volta, Joaquim Barbosa estava fatiando o Capítulo VI da denúncia. Eu havia entendido que ele deixaria para esta quinta o grupo de réus da corrupção ativa, no qual se incluem José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Mas não! Já corrigi o post em que havia feito essa afirmação. Barbosa conclui amanhã a votação dos réus por corrupção passiva e passa a palavra para o revisor, Ricardo Lewandowski, que deve começar a ler seu voto depois do intervalo. Se os ministros fossem mais rápidos, eu teria menos sede, hehe… Adiante. Lewandowski teria dito ao presidente, Ayres Britto, que pode esgotar essa parte do seu voto amanhã mesmo, coisa de que duvido. Na sequência, votam os demais ministros.
Vamos ver. Se Lewandowski levar as mesmas duas sessões e meia (eles tem empregado sempre o mesmo tempo de Barbosa), vai até quarta da semana que vem. Só na quinta, dia 27, os demais ministros votariam. Na segunda, dia 1º, Barbosa se encarregaria, então, de Dirceu e dos demais acusados de corrupção ativa. Nesse caso, as coisas são mais simples. Quanto tempo? Em tese ao menos, na pior das hipóteses (Lewandowski também consumir duas sessões e meia para os réus de corrupção passiva), será possível saber no dia 4 de outubro a situação de Dirceu, Genoino e Delúbio. O tesoureiro do PT não tem saída — é condenação certa. Nos outros dois casos, existe espaço para firulas retóricas. Dirceu teria, assim, selado seu destino na quinta. No domingo, dia 7, os brasileiros vão às urnas.
Não é um despropósito lógico o fatiamento do fatiamento, mas é uma desnecessidade. E não deveria ter sido feito, especialmente num dia em que o Supremo foi alvo de um ataque bucéfalo, antidemocrático, fascistoide mesmo!, do PT. De todo modo, reitero, há tempo hábil para julgar Dirceu — que, ao lado de Lula, comanda uma verdadeira campanha contra o Supremo — antes que qualquer manobra seja tentada.
De todo modo, teremos emoções interessantes. Se os ministros condenarem a turma da corrupção passiva, isso faz supor que houve alguém praticando a ativa… “Ah, foi tudo coisa do Delúbio”, dirão alguns. Pois é. Vamos ver quantos ministros do Supremo vão aderir à interessante tese de que o tesoureiro é que era o chefe do partido.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

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