terça-feira 30 2013

Pesquisa usa 'hormônio do amor' para atacar sintomas da depressão

veja.com

Testes clínicos estão sendo feitos para confirmar o poder curativo da ocitocina

Depressão: acredita-se que a genética é responsável por até 40% dos riscos de desenvolvimento da doença
Testes clínicos: Gotas de hormônio no nariz podem combater os sintomas de depressão (Thinkstock)
O hormônio ocitocina, produzido no cérebro em situações de intimidade, como abraços e proximidade da mãe com o bebê, pode reverter sintomas típicos de depressão, como medo e ansiedade. Cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, estão fazendo um teste clínico com pacientes doentes e ficaram confiantes com os resultados preliminares.

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OCITOCINA
É um hormônio predominantemente feminino que é produzido pelo hipotálamo, parte do cérebro que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino. Além de ser liberada em momentos de intimidade física, ajuda a induzir as contrações musculares no útero durante o parto e a liberação de leite para amamentação. Está relacionada ao afeto pelo parceiro e pela prole. Induz sentimentos positivos.
 
A liberação do hormônio está relacionada com sentimentos positivos, como o contato entre casais. As mulheres produzem mais ocitocina do que os homens, pois ela está ligada à sensação de amor materno, mas os homens também se beneficiam. "Em humanos, a ocitocina é liberada em abraços, com a experiência de toques agradáveis, o contato olho no olho. Ela também desempenha um papel no ciclo de resposta sexual", explica Kai MacDonald, um dos cientistas que participam do experimento.

MacDonald afirmou que estudos anteriores já haviam mostrado que doses de ocitocina reduzem a atividade de circuitos cerebrais ligados ao medo, insegurança e ansiedade. "Quem recebe as doses não percebe nenhuma alteração, mas age diferente", afirma.

É possível aplicar ocitocina artificial no corpo, com gotas no nariz. O hormônio já se mostrou eficiente no combate à esquizofrenia, segundo David Feifel, que também trabalha na pesquisa. "A ocitocina aumentou a eficiência dos remédios normalmente utilizados para combater a doença", disse ele, em entrevista ao site de VEJA.

Pessoas diagnosticadas com depressão já contam com níveis maiores de ocitocina no cérebro, em comparação com indivíduos saudáveis. "Isso foi percebido em uma pesquisa de 2010 e nos chamou a atenção. Pode ser que o corpo já esteja tentando combater a depressão com a liberação do hormônio, então podemos nos inspirar nessa iniciativa biológica", explicou Feifel.

Os testes clínicos estão sendo realizados na Califórnia e os resultados preliminares são positivos, segundo os cientistas, mas ainda não podem ser divulgados. Esse tipo de experimento, com seres humanos, representa a última etapa no processo de desenvolvimento de remédios e tratamentos médicos.

‘Hormônio do amor’ pode aumentar o medo e a ansiedade

Pesquisa

Pesquisa americana descobre que a oxitocina reforça memórias sociais negativas, podendo aumentar a ansiedade, o medo e o stress

Oxitocina: conhecido pelo seu papel positivo na empatia social, o hormônio também está relacionado com sensações de ansiedade e stress
Oxitocina: conhecido pelo seu papel positivo na empatia social, o hormônio também está relacionado com sensações de ansiedade e stress (Thinkstock)
A oxitocina é conhecida como o “hormônio do amor”. Descoberta no início do século 20, essa molécula está diretamente relacionada à empatia, à moral e ao laço afetivo entre uma mãe e seu bebê. Nos últimos anos, descobriu-se ainda que a oxitocina é liberada durante o sexo e que ela tem um papel preponderante na confiança e cooperação entre animais. Seu viés positivo levou a diversos testes clínicos para o uso farmacológico desse hormônio, como o tratamento da ansiedade exacerbada. Mas agora, uma nova pesquisa vem engrossar o ainda pequeno número de evidências que apontam para um lado obscuro da oxitocina. De acordo com um estudo da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, esse hormônio pode causar sofrimento, como uma sensação aumentada de medo e de stress. O estudo foi publicado no periódico Nature Neuroscience.

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OXITOCINA
É um hormônio predominantemente feminino que é produzido pelo hipotálamo, parte do cérebro que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino. Além de ser liberado em momentos de intimidade física, ajuda a induzir as contrações musculares no útero durante o parto e a liberação de leite para amamentação. Está relacionado ao afeto pelo parceiro e pela prole. Ainda é predominantemente relacionado à indução de sentimentos positivos.
Segundo o estudo americano, a oxitocina aparenta ser o motivo pelo qual situações estressantes, como sofrer bullying na escola ou mesmo ser atormentado pelo chefe, podem desencadear sentimentos ruins depois de um tempo do evento. Para isso, o hormônio age fortalecendo a experiência social em uma área específica do cérebro. Em outras palavras, isso significa que se um acontecimento social é negativo ou estressante, o hormônio acaba por intensificar essa memória.
Pesquisa — Como o stress social crônico é uma das principais causas de ansiedade e depressão, conhecer esse lado “negro” do hormônio se torna fundamental. Ainda mais por causa do grande número de estudos clínicos sobre seu uso terapêutico no controle da ansiedade. “Ao compreender o sistema duplo da oxitocina em desencadear e reduzir a ansiedade, dependendo do contexto social, podemos melhorar os tratamentos com esse hormônio”, diz Jelena Radulovic, autora sênior do estudo e professora na Escola de Medicina Feinberg, da Universidade Northwestern.
Os pesquisadores descobriram que a oxitocina fortalece memórias sociais negativas e ansiedades futuras ao desencadear uma importante molécula de sinalização, conhecida como ERK. Essa molécula se torna ativa por seis horas depois de ocorrida uma experiência social negativa. Já a sensação de medo acontece porque a ERK estimula uma região cerebral envolvida em respostas emocionais e com o stress.


A nova pesquisa é semelhante a três estudos recentes com o hormônio — todos começam a apresentar interpretações complexas do papel do hormônio nas emoções. Esses experimentos foram realizados em uma região cerebral na qual é encontrado o mais alto índice de oxitocina, além de ter uma quantia alta de receptores do hormônio.

Medicamento em estudo atua em duas fases do ciclo do HIV

Aids

Ainda em fase inicial de testes, substância poderá ser usada no tratamento preventivo do HIV e do vírus causador da herpes

HIV
HIV: em pessoas infectadas pelo HIV e pelo HSV, a multiplicação de um vírus pode intensificar os sintomas do outro(Thinkstock)
Uma equipe de pesquisadores de diversos países está estudando um novo candidato a medicamento contra os vírus HIV, causador da aids, e HSV, causador da herpes. A substância, denominada PMEO-DAPym, não só afeta os dois vírus, como interfere na infecção pelo HIV por meio de dois mecanismos diferentes. Apesar de bastante promissor, esse novo medicamento ainda está em fase inicial dos estudos, e não há previsão de testes em humanos.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: A Multi-targeted Drug Candidate with Dual Anti-HIV and Anti-HSV Activity

Onde foi divulgada: periódico Plos Pathogens

Quem fez: Jan Balzarini, Graciela Andrei, Emanuela Balestra, Dana Huskens, Christophe Vanpouille, Andrea Introini, Sonia Zicari, Sandra Liekens, Robert Snoeck, Antonın Holy, Carlo-Federico Perno, Leonid Margolis e Dominique Schols

Instituição: Rega Instituto de Pesquisa Médica, na Bélgica, e outras

Resultado: O PMEO-DAPym, candidato a medicamento contra os vírus HIV, causador da aids, e HSV, que origina a herpes, age contra a infecção pelo HIV por meio de dois mecanismos distintos.
Pela prática clínica, sabe-se que é comum que pacientes infectados com HIV estejam também infectados pelo HSV. Os dois vírus têm a mesma forma de transmissão, sendo a principal via a relação sexual. Por isso, uma pessoa exposta a um dos vírus está, frequentemente, vulnerável também ao outro. Para complicar, a multiplicação do vírus da herpes estimula o HIV, piorando seus sintomas.
O novo candidato a medicamento, o PMEO-DAPym, é da mesma família do tenofovir, um remédio já muito utilizado para o tratamento do HIV. Um dos seus mecanismos de ação é o mesmo do tenofovir: inibir a produção da enzima que o vírus utiliza para infectar a célula. Mas há ainda outra estratégia de ação em que o novo medicamento aposta: deixar as células menos propensas à infecção pelo vírus. Agindo contra o HSV, o PMEO-DAPym também inibe a produção de uma enzima utilizada pelo vírus para se multiplicar.
“Além de inibir as enzimas do HIV (transcriptase reversa) e do HSV (DNA polimerase), o medicamento estimula a célula a produzir substâncias que se ligam ao receptor que o HIV usa para entrar na célula, o CCR5. Assim, esse receptor fica ‘ocupado’ e não permite a entrada do HIV na célula”, explica Ricardo Diaz, professor de infectologia da Unifesp.
Com dois mecanismos de ação distintos, este é o primeiro medicamento em potencial que atua em duas fases do ciclo do HIV. Segundo os autores do estudo, publicado nesta quinta-feira no periódico Plos Pathogens, essa ação múltipla pode resultar em uma supressão mais eficiente da replicação do vírus.
“O medicamento parece promissor, principalmente em virtude de sua ação dupla, mas ainda está em fase pré-clínica, então é cedo para dizer se ele vai funcionar da maneira esperada”, afirma Diaz.
Resistência — O PMEO-DAPym foi testado em amostras de vírus resistentes aos medicamentos comumente utilizados, tanto para HIV quando HSV, e se mostrou efetivo também nesses casos. Os pesquisadores ressaltam, porém, que mais testes serão necessários para determinar se os vírus não podem acabar desenvolvendo resistência também ao novo medicamento.
Por agir em dois estágios do ciclo de vida do vírus, uma delas anterior à infecção da célula, essa substância tem potencial para ser utilizada de forma preventiva.  Antes de ser aprovada para eventuais testes clínicos, feitos com pacientes, a nova droga será testada em animais.

Pesquisa sugere que primeiros grupos humanos não se dedicavam a guerras

Antropologia

Cientistas finlandeses mostraram que povos caçadores-coletores não costumam guerrear entre si — 85% das mortes foram causadas por disputas dentro dos próprios grupos

Povo !Kung fazendo fogo no Deserto do Kalahari
O povo !Kung habita o deserto do Kalahari, no sul da África. Dos quatro assassinatos registrados entre eles, nenhum foi cometido por mais de uma pessoa, sugerindo que não haviam ocorrido em meio a uma guerra (Ian Sewell)
Uma nova pesquisa sugere que a guerra não faz parte da natureza humana. Ao contrário, quando os homens estão reunidos em pequenos bandos de caçadores-coletores — considerado o modelo mais antigo de comportamento humano —, esses grupos dificilmente se envolvem em grandes conflitos. Segundo os dados apresentados nesta quinta-feira na revistaScience, os ancestrais dos humanos modernos matavam uns aos outros, principalmente, por motivos pessoais. A guerra e as grandes disputas violentas por recursos só se tornariam comuns mais tarde, com o desenvolvimento de sociedades mais complexas.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Lethal Aggression in Mobile Forager Bands and Implications for the Origins of War

Onde foi divulgada: periódico Science

Quem fez: Douglas P. Fry e Patrik Söderberg

Instituição: Åbo Akademi University, em Vasa, Finlândia; entre outras

Dados de amostragem: 148 assassinatos registrados entre 21 povos caçadores-coletores

Resultado: Os pesquisadores descobriram que 85% das mortes foram causadas por disputas dentro dos próprios grupos. Apenas 15% poderiam ser creditadas a disputas externas ou a guerras
A discussão sobre a violência entre os caçadores-coletores é antiga entre os cientistas e pensadores. Como esse foi o primeiro modo de organização dos seres humanos — e o modo em que eles sobreviveram pela maior parte de sua história —, sua possível tendência à guerra diz muito sobre os modos de organização da sociedade e sobre a própria natureza do homem.
Em 2011, o psicólogo canadense Steven Pinker publicou o livro Os Anjos Bons de Nossa Natureza, no qual defende que os antepassados humanos viviam envoltos em conflitos sanguinários, que só começaram a diminuir com o aumento da razão e do conhecimento, principalmente a partir do iluminismo. Os dias de hoje seriam os mais pacíficos de toda a história. Suas ideias foram rebatidas em um artigo publicado pelo primatologista holandês Frans de Waal, que mostrava não existir nenhuma predisposição genética à guerra, e que mesmo os outros grandes primatas eram capazes de conter a violência, sem necessidade de recorrer ao racionalismo. O homem seria naturalmente pacífico.
Na contribuição mais recente à discussão, publicada nesta quinta-feira, os pesquisadores finlandeses resolveram sair do plano teórico e analisar os tipos de assassinatos que eram cometidos entre os caçadores-coletores. Como não podiam estudar grupos que viveram há milhares de anos, eles se debruçaram sobre um banco de dados que reúne informações sobre 186 sociedades caçadoras-coletoras que sobreviveram até o século 20, como os !Kung, no sul da África, e os Semang, na Malásia. Ao escolher de modo aleatório 21 dessas sociedades, eles se depararam com 148 mortes violentas. Apenas uma pequena parte delas, no entanto, teria sido causada pela guerra.
Guerra e paz — Segundo os pesquisadores, a maioria dessas mortes poderia ser creditada a homicídios comuns, causados por disputas pessoais em vez de grupais. Pelo menos 55% dos assassinatos haviam sido cometidos de forma isolada — com apenas um assassino e uma vítima. Mais de dois terços de todas as mortes podem ser atribuídas a brigas familiares, competições por parceiros sexuais, acidentes ou execuções decididas pelo grupo, como punições a um roubo, por exemplo.
Cerca de um terço de todas as mortes aconteceram por causa de disputas entre membros de grupos diferentes — o que poderia ser chamado de guerra. No entanto, três quartos dessas mortes foram causadas por membros do povo Tiwi, um grupo particularmente violento da Austrália. Se eles forem retirados da estatística, as mortes causadas por disputas externas representam apenas 15% do total registrado nos outros vinte grupos estudados.
Ainda existe uma discussão entre os cientistas se o estudo de grupos caçadores-coletores modernos é o ideal para compreender o comportamento dos primeiros seres humanos. Os pesquisadores do estudo atual, no entanto, dizem que eles são o melhor modelo encontrado até hoje para estudar essas sociedades. O resultado sugere que a guerra não está enraizada no comportamento mais antigo do homem — não está registrada em seu sangue ou DNA —, mas foi adotada mais recentemente, possivelmente após o advento da agricultura.

Aéreas devem ganhar espaço em Congonhas

Setor aéreo

De acordo com o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, o governo pretende anunciar as mudanças nas regras para o uso do espaço nos próximos 15 dias

Moreira Franco, secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
De acordo com Moreira Franco, a decisão sobre slots está sendo analisada pela Anac, que está ouvindo a Infraero e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) para ter uma posição sobre o tema”. (Valter Campanato/ABr)
O governo estuda a ampliação da capacidade do aeroporto de Congonhas e pretende anunciar as mudanças nas regras para o uso do espaço nos próximos 15 dias, disse na quinta-feira, o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco. O aeroporto funciona atualmente com capacidade de 34 slots por hora (movimentos de pouso ou decolagem) - trinta para companhias aéreas e quatro para aviação executiva.
A decisão sobre slots está sendo analisada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que pretende ouvir a Infraero e o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) para ter uma posição sobre o tema”, disse Moreira Franco. O governo discute desde o início do ano novas regras para viabilizar a entrada de novas companhias aéreas em Congonhas, principalmente a Azul. A ampliação da capacidade do aeroporto foi um pedido da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear).
Um dos temas que chegou a ser discutido foi a transferência dos slots da aviação executiva às companhias aéreas. O presidente da Anac, Marcelo Guaranys, disse, no entanto, que a aviação executiva manterá seu espaço no local. “As duas operações podem conviver.” A Anac estuda uma solução para aumentar os voos das companhias aéreas em Congonhas sem remover a aviação executiva ou ampliar a capacidade do aeroporto. A fórmula seria “oficializar” o movimento extra de pousos e decolagens, que já existe na prática.
Apesar de ter sua capacidade limitada a 34 movimentos por hora, Congonhas opera com mais de quarenta. “Além dos 34 slots por hora, existem ‘slots de oportunidade’ que são aproveitados pela aviação executiva. Estamos avaliando formas de transformá-los em movimentos planejados para atender as companhias aéreas”, disse.
Redistribuição — A SAC colocou em consulta pública uma proposta que prevê uma redistribuição total dos espaços em Congonhas entre as companhias aéreas, considerando critérios como participação de mercado e oferta de voos regionais. A mudança implicaria a transferência de slots de Gol e TAM para a Azul. Ao distribuir espaços, a Anac pode aplicar normas mais rígidas de regularidade e pontualidade, que retiraria slots das empresas menos eficientes. Moreira Franco e Guaranys disseram que a decisão ainda não foi tomada. 
(com Estadão Conteúdo)

Infraero tem plano de contingência para greve em aeroportos

Infraestrutura

Funcionários de aeroportos reivindicam aumento salarial de 9,5%; sindicato diz que 30% do efetivo trabalhará normalmente

caos aéreo no aeroporto de Guarulhos
Aeroporto de Guarulhos (SP), em 2011: Infraero pretende montar plano de contingência nesta quarta para evitar caos(Hélvio Romero/Agência Estado)
A Infraero anunciou um plano de contingência e informou que remanejou empregados para reforçar as equipes de atendimento nos horários de maior movimento de passageiros e aeronaves nesta quarta-feira para enfrentar a greve agendada por funcionários do setor.
O Sindicato Nacional dos Empregados em Empresas Administradoras de Aeroportos (SINA) confirmou que funcionários de 63 aeroportos sob responsabilidade da Infraero vão parar suas atividades nesta quarta. A paralisação foi decidida no último dia 17 e comunicada ao governo federal dois dias depois.
A categoria reivindica aumento salarial real de 9,5% e melhorias em benefícios, como o auxílio-creche. Apesar da greve, o sindicato informa que 30% do efetivo trabalhará normalmente, como exige a lei.
Assembleias em todo o país foram convocadas para esta quarta-feira para analisar as propostas apresentadas pela Infraero e decidir se a greve deve ou não se estender por mais de 24 horas.
Em nota, a Infraero negou que haja salários atrasados e redução de benefícios aos trabalhadores e afirmou que “qualquer afirmação nesse sentido tem o objetivo de confundir a sociedade”.

Pesquisadores sugerem mudanças na definição de câncer

Câncer

Com a criação de novas nomenclaturas para os diferentes tipos de tumor, o número de tratamentos excessivos e desnecessários poderá ser reduzido

Guilherme Rosa
Célula cancerígena
Com as melhorias nas técnicas de exame, os médicos têm descoberto cada vez mais casos de câncer em seus estágios iniciais. O problema é que algumas das lesões descobertas poderiam nunca atacar outros tecidos do corpo (Thinkstock)
Durante os últimos trinta anos, novas técnicas para a detecção do câncer levaram a um aumento substancial do número de diagnósticos precoces. Ao identificar tumores antes que cresçam e se espalhem pelo corpo, os médicos aumentam as chances de cura do paciente. O grande número de exames realizados e o diagnóstico dos tumores em estágios cada vez mais iniciais também favorece a detecção de lesões pré-malignas — que ainda não são cânceres, mas podem vir a ser. Essas lesões frequentemente são enfrentadas como se fossem tumores malignos, mesmo aquelas de crescimento lento e baixo risco. Como resultado, muitos pacientes passam por tratamentos pesados para uma doença que podem nunca desenvolver.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Overdiagnosis and Overtreatment in Cancer: An Opportunity for Improvement

Onde foi divulgada: periódico Journal of the American Medical Association 

Quem fez: Laura J. Esserman, Ian M. Thompson e Brian Reid

Instituição: Universidade da Califórnia, EUA; entre outras

Resultado: O Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, órgão que coordena o programa nacional de tratamento da doença, reuniu um grupo de três especialistas com o objetivo de elaborar um plano para melhorar os diagnósticos de câncer. O principal problema detectado pelos pesquisadores é o grande número de tratamentos desnecessários, voltados a lesões que ainda não tinham se tornado malignas
Por causa disso, um grupo de pesquisadores americanos publicou nesta segunda-feira um artigo na revista Journal of the American Medical Association em que propõem uma atualização da própria definição do que é — e o que não é — câncer. Segundo os cientistas, nos últimos anos houve um grande avanço no conhecimento da biologia e do desenvolvimento dos vários tipos de câncer. Isso possibilitaria uma mudança no modo como os diversos casos são encarados pelos médicos. “Hoje, reconhecemos que o câncer não é uma doença, mas um grande número de doenças diferentes. Temos que individualizar o tratamento baseados na biologia do tumor, evitando o tratamento desnecessário”, diz Laura J. Esserman, pesquisadora da Universidade da Califórnia e uma das autoras do artigo.
Os autores argumentam que a palavra câncer invoca a ideia de um processo comum a todos os tipos da doença e que leva inevitavelmente à morte. “Apesar de o entendimento da biologia do câncer ter mudado dramaticamente, a percepção por parte do público e entre muitos médicos ainda não mudou: ele ainda é percebido como um diagnóstico com consequências fatais, caso não seja tratado”, diz Esserman. Na verdade, há muitos tipos de câncer, e alguns tumores podem ficar inertes durante toda a vida do paciente. Os pesquisadores sugerem que esse tipo de tumor tenha outro nome: lesão indolente de origem epitelial (IDLE, na sigla em inglês).
Reunião de especialistas — As recomendações foram elaboradas por um grupo de três especialistas formado após reuniões do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos, com o objetivo de traçar uma estratégia para melhorar as abordagens atuais de diagnóstico. Segundo os pesquisadores, os tratamentos desnecessários costumam acontecer, principalmente, nos casos de cânceres de mama, pulmão, próstata, tireoide e melanoma.
Entre as sugestões elaboradas pelos cientistas está a de reconhecer que os exames realizados hoje em dia vão detectar tanto cânceres graves quanto os indolentes e elaborar, de modo interdisciplinar, um critério para reclassificar as condições da doença. A chave seria melhorar as técnicas de diagnóstico existentes, identificando apenas os tumores que mereçam atenção médica. “Devemos individualizar os exames, focando os casos que podem levar a doenças agressivas e à morte”, diz Esserman.
As soluções elaboradas pelos especialistas ainda estão longe de chegar aos consultórios. Atualmente, na maioria das vezes, os médicos não têm como saber se um câncer vai se desenvolver ou não, e, com a vida do paciente ameaçada, acabam adotando a estratégia mais segura: combater os tumores que surgirem. “Nenhum médico quer fazer diagnósticos e tratamentos excessivos, mas, no atual estágio do conhecimento, a decisão de não tratar um paciente tem que ser muito bem pesada”, diz Maria do Socorro Maciel, diretora do núcleo de Mastologia do Hospital A. C. Camargo. O documento serve, no entanto, como um indicador do que deve acontecer com as pesquisas e os tratamentos do câncer nos próximos anos, cada vez mais voltados ao combate de tipos específicos de tumores.

Opinião da especialista

Maria do Socorro MacielDiretora do Núcleo de Mastologia do Hospital A. C. Camargo.

“A pesquisa aponta um problema comum: os médicos detectam os cânceres de forma cada vez mais precoce, mas acabam descobrindo também lesões que não terão impacto na sobrevida do paciente. Com as melhorias na mamografia, por exemplo, temos uma detecção cada vez mais precoce dos tumores, mas descobrimos lesões que ainda não sabemos completamente como vão se desenvolver. Ninguém quer tratar desnecessariamente um paciente, mas, a partir do momento em que não sabemos como o câncer vai evoluir, a decisão de não tratar alguém é muito delicada.
“Nesse sentido, uma mudança na nomenclatura poderia até ser bem vinda, pois o paciente pode estranhar o fato de um médico decidir não tratar, mas apenas acompanhar um caso de câncer. O problema é que essa mudança na nomenclatura não pode vir antes de entendermos melhor como funcionam essas lesões. Os pesquisadores precisam estudar mais as heterogeneidades do câncer e dos pacientes, para decidir o que deve ser tratado ou não. Quando pudermos entender a evolução dessas lesões, aí sim veremos uma reviravolta nos tratamentos.
“Em seu artigo, os pesquisadores citaram o carcinoma ductal da mama in cito como um exemplo de câncer que deveria passar a ser chamado de IDLE. Ele é uma lesão formada por células que cresceram dentro do canal do leite. Só uma parcela deles vai realmente se transformar em um tumor invasor, mas ainda estamos apenas começando a entender sua biologia e não temos condição de saber quais podem acarretar metástase. Ele pode nunca se desenvolver e causar danos ao paciente, mas, ao fazer o diagnóstico, qual deve ser a decisão do médico? Hoje em dia, o tratamento mais utilizado tem sido retirar a lesão por meio de cirurgia. Enquanto os conhecimentos sobre a biologia desse tipo de tumor não aumentarem — e houver marcadores celulares que ajudem a saber quais têm maiores de condições de evoluir — o tratamento é a decisão que submete o paciente a menos risco.”

Cabral: o parceiro agora é persona non grata

 Por Leonencio Nossa, enviado especial, estadao.com.br
Derrocada do peemedebista faz Planalto reavaliar ligação com governador do Rio, o mais mal avaliado do País




Cabral: o parceiro agora é persona non grata
"Protestos e episódios ruins derrubaram popularidade de Cabral"
Rio - Visto como principal parceiro do Planalto na realização dos grandes eventos - a Copa do Mundo e a Olimpíada -, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), tornou-se rapidamente um aliado incômodo do governo. A continuidade dos protestos de rua no Rio e a divulgação de episódios pessoais desabonadores derrubaram sua popularidade e levaram a presidente Dilma Rousseff a discutir com auxiliares uma forma de, sem constrangimentos, distanciar-se do peemedebista.
Mas a estratégia exige cuidados. Como lembra um auxiliar direto da presidente, o Planalto não pode escancarar esse isolamento de Cabral - afinal, os dois estarão lado a lado, como dita a agenda oficial, em muitas cerimônias relativas à organização dos dois grandes eventos esportivos. No mês passado, no Rio, a presidente disse a Cabral, em discurso: "Estamos juntos". Se o distanciamento vier de forma brusca e rápida, há um alto risco de o efeito político, para Dilma, ser exatamente o oposto.
Alguns auxiliares e ministros próximos da presidente não veem razão para prosseguir com os encontros marcados por gentilezas e afetos. O governador, admitem, entra nos dois anos finais de mandato em uma situação "dramática". A pesquisa CNI/Ibope da semana passada, ao mostrar que só 12% dos entrevistados avaliam Cabral como ótimo ou bom, indicou também que é justamente no Rio que Dilma tem a sua pior avaliação no País - 19% de aprovação.
Em conversas mantidas antes da pesquisa, a presidente definiu o discurso com seus ministros - a ideia era não se pronunciar sobre a repressão policial aos protestos do Rio. O Planalto avaliou que essa era a melhor forma de não "pular do barco" pilotado por Cabral e, ao mesmo tempo, de evidenciar que a violência nas ruas, criticada por muitos, era problema estadual.
Um ministro próximo de Dilma chegou a avaliar, em um encontro com ela, que a má condução de Cabral na crise - com o uso abusivo da polícia - ao menos diminuiria a pressão do governador de tentar ser o vice na chapa do PT na eleição presidencial do próximo ano.
Outro cuidado, nas tarefas diárias do Planalto, era evitar um racha com Cabral após a decisão do diretório do PT fluminense de lançar candidato à sucessão estadual - o senador Lindbergh Farias. Há tempos Cabral havia acertado com o Planalto o apoio, em 2014, ao seu vice, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Apoio em baixa. O apoio à aliança com o governador não tinha sido abalado, na avaliação do Planalto, pelos episódios que o aproximavam do empresário Fernando Cavendish, então dono da Delta Construções, que mantinha contratos com o governo do Estado. Cabral e Cavendish foram fotografados em cenas deselegantes, com guardanapos na cabeça, em um restaurante em Paris, e viajaram juntos com suas famílias para Porto Seguro.
Essa avaliação começou a mudar no mês passado, com a violência na rua, os protestos diante de sua casa e as denúncias de que usava um luxuoso helicóptero oficial para viagens de fim de semana. Numa coletiva para se explicar sobre a compra do aparelho - parte da "agenda positiva" do Planalto - o governador não gostou das perguntas e foi embora, deixando sozinhos os ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades).
O constrangimento foi relatado a Dilma, que no momento prepara um evento para formalizar a anunciada ajuda de R$ 50 bilhões para Estados e municípios. O lugar de Cabral no evento está garantido - mas numa cadeira afastada do palco.

Manifestantes remarcam para esta terça-feira protesto contra declarações de Cabral

 Por Heloisa Aruth Sturm/RIO, estadao.com.br
Governador do Rio pediu ao grupo que pare de protestar nas imediações de sua residência; 'Ato de urgência' foi criado pelo coletivo  Fiscalização Popular do Governo do Rio de Janeiro



Depois do apelo feito pelo governador Sérgio Cabral na tarde de segunda-feira, 29, aos manifestantes, para que deixem de protestar nas imediações de sua residência no Leblon, os coletivos que puxam os atos no Rio anteciparam o protesto que estava marcado para a quinta-feira, 1, e realizarão nova manifestação na tarde desta terça-feira, 30. O "ato de urgência" foi criado pelo coletivo Fiscalização Popular do Governo do Rio de Janeiro, em resposta ao pronunciamento de Cabral.
As declarações de Cabral deverão ser o foco das discussões na plenária desta terça à noite convocada pelo Fórum de Lutas, um dos coletivos mais atuantes no Rio. "É lamentável que ele não tenha o mínimo de decência de assumir as responsabilidades das ações que ele mesmo tomou enquanto governador. A reivindicação das ruas é só uma indignação contra as ações do próprio governador", disse o universitário Júlio Anselmo, integrante do Fórum e da Anel (Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre). "Além da repressão policial, provou-se nesses anos de governo que ele governa para poucos. Não é à toa que a galera ficou com mais raiva e resolveu antecipar o ato. Hoje no Fórum esse deve ser o centro da discussão: preparar uma jornada de lutas pelo Fora Cabral".
Também está prevista para quarta-feira, 31, às 16 horas, com presença confirmada do Black Bloc, uma manifestação na Cinelândia, no centro, de onde os manifestantes devem seguir em direção ao prédio do Ministério Público e à Assembleia do Rio para pressionar pela revogação do decreto 44.302/2013, que criou a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas - CEIV. Outro protesto na quinta-feira também está agendado no Leblon.

O cabeleireiro pode salvar a sua vida


Thinkstock
Por mais dramático que o título possa parecer, ele é verdadeiro. Enquanto acerta o tom da tintura, lava, capricha no corte e filosofa com você sobre a vida, seu cabeleireiro não arreda o olhar do seu couro cabeludo. Pode então acontecer uma feliz coincidência: aquela pinta no alto de sua cabeça ou na sua nuca chama a atenção dele. Porque não estava lá quando ele cuidou dos seus cabelos da última vez. Ou estava lá, mas era bem menor. Daí, entre uma dica dele e a consequente visita ao dermatologista vai um pequeno passo. Que pode fazer toda a diferença no futuro.
De acordo com a  Sociedade Americana de Câncer, o câncer de pele responde por quase metade de todos os tipos de câncer nos Estados Unidos. E mais: cerca de 10% das mortes por melanoma têm sua origem no couro cabeludo e na nuca.
Uma pesquisa publicada na revista americana Archives of Dermatology indicou que metade dos cabeleireiros consultados tem interesse em participar de um programa de detecção de câncer de pele. Os autores dessa pesquisa decidiram iniciar um programa  para barbeiros e cabeleireiros, com a finalidade  de capacitá-los a detectar suspeitas de câncer de pele em cabeça e nuca, lugares de difícil auto-observação.
Não é uma boa trazer essa ideia para o Brasil?
Por Lucia Mandel
http://veja.abril.com.br/blog/estetica-saude/corpo/o-cabeleireiro-pode-salvar-a-sua-vida/

Médicos de 22 Estados protestam hoje e amanhã

Por GABRIELA VIEIRA, estadao.com.br
Categoria é contra o programa Mais Médicos; serviços de urgência e emergência serão mantidos, segundo federação



Médicos de ao menos 22 Estados participam de uma mobilização da categoria contra o programa Mais Médicos nesta terça, 30, e quarta-feira, 31. De acordo com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), haverá suspensão do atendimento ao público em alguns Estados nestes dois dias, mas os serviços de urgência e emergência serão mantidos.
Os profissionais protestam principalmente contra dois pontos do programa: o acréscimo de dois anos de serviço no Sistema Único de Saúde (SUS) aos estudantes de medicina e o incentivo para atuação de médicos estrangeiros no País, sem a revalidação dos diplomas. Além do Mais Médicos, a categoria também é contra os vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico. A Fenam argumenta que a classe médica não foi ouvida nas negociações com o governo, o que exigiu ações "mais fortes" por parte dos profissionais.
Em São Paulo, médicos, residentes e estudantes programaram uma passeata para esta quarta-feira, às 16h. A concentração da manifestação será em frente à sede da Associação Paulista de Medicina, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Eles seguirão pela Avenida Paulista e pela Rua da Consolação até a sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
Ainda segundo a Fenam, a mobilização desta semana é um preparativo para a grande marcha a Brasília, no dia 8 de agosto, quando está prevista uma audiência pública sobre o Mais Médicos no Congresso Nacional.

Fraxel – rejuvenescimento a laser



O efeito rejuvenescedor dos tratamentos a laser é fascinante. Eles renovam a pele, melhoram a textura, suavizam rugas, removem manchas. Apesar dessa tecnologia ser relativamente recente, ela já evoluiu muito e hoje existem vários tipos de laseres disponíveis. A vantagem é poder escolher o mais indicado para o seu caso.
Nessa coluna vou falar sobre o Fraxel, um dos laseres mais modernos, extremamente eficiente no poder de recuperação da pele envelhecida. Para você entender o diferencial desse aparelho, aí vai uma breve explicação sobre laseres rejuvenescedores. Antes do Fraxel, os laseres eram divididos em dois grupos básicos: os que machucam muito a pele e os que machucam pouco. Todos eles com a característica de atingir inteiramente a superfície da pele tratada: toda a pele do rosto, do pescoço ou das mãos (característica diferente do Fraxel, como você vai perceber mais adiante).
Na hora de escolher o tratamento, médico e paciente decidiam entre uma agressão mais profunda ou mais suave.
No tratamento mais agressivo, a vantagem é o resultado extremamente eficiente com apenas uma sessão. Há notável suavização das rugas, até das mais profundas; melhora das rugas ao redor dos olhos e lábios; melhora de manchas; retração da pele, num efeito parecido ao de um lifting suave. Em grande parte, o efeito rejuvenescedor desse tratamento vem do estímulo à proliferação do colágeno. Mas esse tratamento é sofrido, pois as camadas mais superficiais da pele são removidas. A pele fica muito machucada e bem avermelhada por pelo menos duas semanas. O tratamento dói, requer curativos e reclusão por um período que pode chegar a um mês. Na correria da vida moderna, para a maioria das pessoas, isso é impraticável.
No tratamento mais suave, a camada mais externa da pele é poupada. As manchas são removidas e estimula-se o colágeno sem deixar a pele ferida. O tratamento é excelente e provoca muito menos lágrimas. São necessárias algumas sessões para o resultado final, que no entanto não vai ser tão bom quanto o do tratamento agressivo.
E finalmente chegamos ao Fraxel, um intermediário entre os dois tipos de tratamento já citados. Ele surgiu de uma descoberta interessante: fazendo uma agressão potente, mas que atinge pontos microscópicos da pele, espalhados pela área de tratamento, o resultado final é muito bom. Para compreender o que significa atingir a pele em pontos isolados, pense em um cano jorrando água. Isso é o laser "comum". Agora, visualize um chuveiro. Isso é o Fraxel. Ele atinge nossa pele em milhares de pontinhos microscópicos, muito mais finos que um fio de cabelo, mas agressivos. Cada pontinho de agressão penetra profundamente da pele, criando colunas de pele tratada entremeadas a áreas de pele sã. O médico seleciona a profundidade da penetração na pele e a densidade da agressão.
Observou-se que a agressão salteada da pele faz com que o corpo, através de um mecanismo de cicatrização e reparo de feridas, produza colágeno. Com isso, a pele por inteira fica mais firme e rugas são apagadas. A agressão salteada também elimina células envelhecidas. Manchas de idade melhoram e a pele rejuvenesce, fica mais macia, mais uniforme e mais tensa. O tratamento também suaviza cicatrizes de acne. Isso tudo com a vantagem de uma recuperação rápida. O Fraxel pode ser aplicado em qualquer local da nossa pele, como rosto, pescoço, colo, braços ou mãos.
Para um bom resultado são necessárias de três a cinco sessões, com intervalos de duas a quatro semanas. Há sensação de queimação por poucas horas, a pele fica inchada por um dia, e avermelhada por menos de uma semana. Nada parecido com o sofrimento causado pelos laseres mais agressivos. E, comparando com os mais suaves, o resultado em relação à suavização das rugas e firmeza da pele é melhor.
Por Lucia Mandel
http://veja.abril.com.br/blog/estetica-saude/arquivo/fraxel-rejuvenescimento-a-laser/

Frio de rachar…a pele das mãos


ThinkStock
No domingo eu estava jogando tênis com um amigo. No meio do jogo, ele pediu tempo e retirou um rolo de esparadrapo de sua sacola. Enquanto enrolava o polegar e as pontas dos dedos, me disse que, no inverno, a pele de suas mãos fica vermelha, irritada e com rachaduras. Se não usasse o esparadrapo, contou-me, o atrito entre o cabo da raquete e seus dedos faria a pele sangrar.
A causa desse problema costuma ser bem simples: pele ressecada. No inverno, o ar torna-se, além de frio, mais seco, o que resseca ainda mais a pele. A solução também é simples: manter a pele bem hidratada.
Vão aí algumas dicas:
1. Não lave as mãos com água quente, e sim com água fria ou morna.
2. Use sabonetes suaves, como os de glicerina, que conservam a umidade natural de suas mãos.
3. Não esfregue a toalha nas mãos. É melhor dar tapinhas na toalha.
4. Após lavar as mãos use sempre e generosamente um bom hidratante nelas.
5. O hidratante deve ser aplicado com as mãos ainda úmidas.
6. Se suas mãos estão muito ressecadas e a pele rachada, antes de dormir passe creme hidratante nelas. Há diversas boas marcas, mas vaselina também serve. Durma com as mãos assim tratadas envoltas em luvas de algodão, até que a pele volte ao normal.
7. No inverno use luvas quando estiver ao ar livre.
8. Você cozinha, lava pratos, faz limpeza doméstica? Use luvas de borracha forradas de algodão.
9. Finalmente, se a pele das mãos continuar irritada, rachada e sangrando depois de 15 dias de cuidados e hidratação, procure um dermatologista.
Bom jogo.
Por Lucia Mandel
http://veja.abril.com.br/blog/estetica-saude/beleza/frio-de-rachar-a-pele-das-maos/

Gurgel deixa cargo dia 15, e sucessor ainda é incógnita

Justiça

Após quatro anos de mandato, chefe do Ministério Público Federal deixará cargo sem um "herdeiro" para cuidar dos recursos do julgamento do mensalão

No segundo dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, faz leitura da acusação de cada réu no processo
Gurgel teria evitado influir na escolha de seu sucessor (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
A cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) vive uma crise silenciosa para saber quem será o escolhido para conduzir a análise dos recursos do julgamento do mensalão. Após quatro anos de mandato, o chefe do Ministério Público Federal (MPF), Roberto Gurgel, deixará o cargo no próximo dia 15 sem ter deixado um "herdeiro" para cuidar da apreciação dos embargos de declaração e infringentes apresentados pela defesa dos 25 réus condenados da ação penal.
Após ser protagonista do julgamento, realizado em dezembro passado, Gurgel cumpriu no dia 10 de maio seu último momento importante no processo: enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que pediu a rejeição de todos os recursos dos advogados. "As razões apresentadas pelos embargantes não evidenciaram os pressupostos de admissibilidade dos embargos de declaração. E não o fizeram porque a presente ação penal foi julgada com profundidade e com detalhamento inegáveis", escreveu, na peça de dez páginas.
Desde então, o chefe do MPF não atuou internamente para fazer seu sucessor na condução do caso. Um mostra disso é que, segundo duas pessoas próximas a Gurgel, ele jamais conversou sobre o processo com sua atual vice, a subprocuradora Sandra Cureau. Nomeada no mês passado após o procurador-geral demitir sua ex-vice, Deborah Duprat, por divergir de suas posições, Sandra sairá do posto juntamente com Gurgel.
A presidente Dilma Rousseff não deve indicar o sucessor do atual procurador-geral antes do dia 15, o que deixará o cargo vago. Dilma recebeu em meados de abril uma lista tríplice de nomes numa eleição interna da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). A presidente, contudo, não é obrigada a seguir as indicações da associação, embora, desde o início das gestões petistas, elas tenham sido sempre acatadas.
Conselho – Diante da acefalia nos dois postos mais importantes da instituição, o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), órgão máximo da carreira, vai se reunir excepcionalmente na próxima segunda-feira para tentar escolher seu novo vice-presidente. Caberá a ele, na ausência do chefe e do vice da Procuradoria, tocar interinamente a instituição e possivelmente o início da análise dos recursos do mensalão.
Três pessoas que trabalham na cúpula do MPF afirmaram, reservadamente, que há um clima de guerra interna pelo cargo de vice-presidente do conselho. A disputa decorre do fato de Gurgel ter, na opinião de um dos ouvidos, "lavado as mãos" para fazer seu sucessor e da visibilidade que o cargo confere, no momento do julgamento dos recursos. Apesar de o atual chefe do Ministério Público já ter apresentado seu parecer sobre os recursos, o substituto poderá divergir dele por causa da independência funcional que cada procurador da República tem.
Nos corredores da cúpula da instituição, pelo menos seis nomes são lembrados pelos colegas na bolsa de apostas para o cargo de substituto interino: os subprocuradores da República Alcides Martins, Antonio Augusto Aras, Eitel Santiago, Eugênio Aragão e Raquel Dodge. Caso o conselho não encontre um nome, a categoria será comandada pelo subprocurador Geraldo Brindeiro, que já comandou o Ministério Público nos anos do governo Fernando Henrique Cardoso e início do governo Lula. Mas, mesmo diante da crise entre os pares, essa hipótese é considerada remota de ocorrer para integrantes da carreira. 
(Com Estadão Conteúdo)

ANÁLISE: virar a página ainda exige esforços e impõe desafios

 Por Rubens Glezer, estadao.com.br
Para que a página do mensalão possa ser virada, é preciso que o Supremo Tribunal Federal julgue todos os recursos...



Para que a página do mensalão possa ser virada, é preciso que o Supremo Tribunal Federal julgue todos os recursos cabíveis na Ação Penal 470. Só assim ocorrerá a eventual prisão dos condenados no caso.
Há, contudo, quem olhe com ceticismo para a possibilidade de que os recursos cabíveis possam realmente gerar alterações no resultado do julgamento. Afinal, depois de tantos meses de discussão em plenário, o que pode haver de relevante para que alguma pena seja diminuída ou alguém inocentado? Sob esta perspectiva, tais recursos se prestam apenas à procrastinação da decisão judicial.
Esse ceticismo, contudo, ignora alguns aspectos relevantes. O primeiro, e mais óbvio, diz respeito à mudança na composição do Supremo após o início do julgamento da Ação Penal 470. Com a entrada de dois novos membros na Corte, decisões controversas poderiam ser revertidas. O segundo, mais sutil e relevante, diz respeito à natureza dos argumentos presentes nos recursos judiciais.
Antes do julgamento do mensalão, os advogados dos acusados concentravam seus esforços e argumentos sobre as acusações trazidas pelo Ministério Público Federal, enquanto nos embargos, os advogados se voltam contra os posicionamentos dos ministros e as respectivas fundamentações dos votos.
No caso de embargos de declaração, se for constatada a presença de obscuridade ou contradição em determinada votação, o Supremo é obrigado a avaliar novamente o ponto decidido. No momento recursal é o voto de cada ministro e sua relação com o voto dos demais colegas, em cada um dos pontos, que está sob o exame dos advogados.
Ainda que o uso dos embargos de declaração seja mais vocacionado a sanar ambiguidades do que modificar posicionamentos, uma vez reconhecida a obscuridade ou contradição, será preciso discutir como superá-las e, a depender da questão em pauta, o debate pode ser amplo e, eventualmente, gerar modificações na decisão tomada no ano passado.
A pesada página do mensalão ainda exige esforços e impõe desafios ao Supremo Tribunal Federal.
* RUBENS GLEZER É PESQUISADOR DO NÚCLEO DE JUSTIÇA E CONSTITUIÇÃO