quarta-feira 03 2013

Médicos protestam na avenida Paulista contra a vinda de profissionais estrangeiros

Saúde pública

Cerca de 5.000 médicos e estudantes de medicina estão reunidos no trecho entre o Masp e a rua Augusta


Médicos do SUS realizam protesto na Avenida Paulista, contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública, em São Paulo

Médicos do SUS realizam protesto na Avenida Paulista, contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública, em São Paulo - J. Duran Machfee/Futura Press

Esta quarta-feira está sendo marcada pela realização de protestos da classe médica em todo o país. Em São Paulo, a concentração dos manifestantes começou às 16 horas na sede da Associação Médica Brasileira (AMB). Cerca de 5.000 médicos e estudantes de medicina (de acordo com a Polícia Militar), vestindo jalecos, caminharam até o gabinete de representação da presidência da República, que fica na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta. A passeata interrompeu o trânsito em uma das vias.
Os profissionais se posicionam contra o baixo investimento do governo na saúde pública e, principalmente, contra a importação de médicos estrangeiros ao Brasil para atuarem em áreas carentes sem a revalidação de seus diplomas.
Outros estados — Na manhã desta quarta-feira, médicos de Fortaleza, no Ceará, ocuparam as galerias da Assembleia Legislativa do Estado e depois seguiram para o Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado. A expectativa do Sindicato dos Médicos do Ceará, que organizou a passeata, era de reunir mais de 500 manifestantes. "O médico brasileiro que quiser trabalhar em outro país deve ser aprovado em rigorosos exames. Por que os médicos formados em Cuba devem ser dispensados do Revalida, em desrespeito às nossas normas?", questiona José Maria Pontes, presidente do sindicato.
No Rio de Janeiro, cerca de 200 médicos se concentraram na Cinelândia por volta das 10 horas da manhã. Depois, seguiram em passeata até o prédio da representação do Ministério da Saúde na capital fluminense, na Rua México, e caminharam até a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Também foram realizadas manifestações dos médicos em outros estados, incluindo Alagoas, Amapá, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
No Acre e em Mato Grosso, houve o cancelamento das consultas do Sistema Público de Saúde (SUS), mas a suspensão não comprometeu os atendimentos de urgência e emergência.
Histórico — A estratégia de recrutar médicos formados no exterior para trabalhar no país vem sendo estudada pelo Ministério da Saúde desde o ano passado. A proposta, de acordo com Padilha, seria uma alternativa para resolver, a curto prazo, o problema de falta de médicos. Outras medidas incluem a criação de vagas para cursos de medicina e de especialização, mas com resultados esperados para médio prazo.
Para as entidades médicas, porém, as medidas anunciadas pelo governo são paliativas, e não oferecem soluções de longo prazo. A categoria alega que o principal problema da saúde pública no Brasil é o baixo investimento estatal e não a falta de profissionais.
Médicos do SUS realizam protesto na Avenida Paulista, contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública, em São Paulo
Médicos do SUS realizam protesto na Avenida Paulista, contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública, em São Paulo - J. Duran Machfee/Futura Press
Manifestação nacional de médicos. O protesto, segundo a entidade, é feito por conta da decisão do governo federal de trazer médicos do exterior para que trabalhem no SUS (Sistema Único de Saúde)
Manifestação de médicos no Rio de Janeiro: Profissionais de todo o país protestam nesta quarta-feira contra a 'importação' de médicos estrangeiros - Vanderlei Almeida/AFP
Manifestação nacional de médicos. O protesto, segundo a entidade, é feito por conta da decisão do governo federal de trazer médicos do exterior para que trabalhem no SUS (Sistema Único de Saúde)
Manifestação nacional de médicos: Profissionais de todo o país protestam nesta quarta-feira contra a 'importação' de médicos estrangeiros - Vanderlei Almeida/AFP
Servidores da saúde protestam na manhã desta quarta-feira (3), em Florianópolis (SC), contra a proposta do governo federal de trazer médicos estrangeiros para atuar no país
Servidores da saúde protestam na manhã desta quarta-feira (3), em Florianópolis (SC), contra a proposta do governo federal de trazer médicos estrangeiros para atuar no país - Felipe Carneiro/FuturaPress
Manifestação nacional de médicos. O protesto, segundo a entidade, é feito por conta da decisão do governo federal de trazer médicos do exterior para que trabalhem no SUS (Sistema Único de Saúde)
Manifestação nacional de médicos: Profissionais de todo o país protestam nesta quarta-feira contra a 'importação' de médicos estrangeiros - Vanderlei Almeida/AFP
Médicos realizam protesto na Avenida Hermes da Fonseca, em Natal (RN), nesta quarta-feira (3)
Médicos realizam protesto na Avenida Hermes da Fonseca, em Natal (RN), nesta quarta-feira (3) - Canindé Soares/Futura Press
Médicos protestam no Largo do Campo Grande em Salvador
Médicos protestam no Largo do Campo Grande em Salvador - Biel Fagundes/Ag. BAPress/Folhapress
Manifestação nacional de médicos. O protesto, segundo a entidade, é feito por conta da decisão do governo federal de trazer médicos do exterior para que trabalhem no SUS (Sistema Único de Saúde)
Manifestação nacional de médicos: Profissionais de todo o país protestam nesta quarta-feira contra a 'importação' de médicos estrangeiros - Celso Pupo / Fotoarena
Manifestação nacional de médicos. O protesto, segundo a entidade, é feito por conta da decisão do governo federal de trazer médicos do exterior para que trabalhem no SUS (Sistema Único de Saúde)
Manifestação nacional de médicos: Profissionais de todo o país protestam nesta quarta-feira contra a 'importação' de médicos estrangeiros - Celso Pupo / Fotoarena

Protestos de 03/07 (MÉDICOS)

 Por Redação

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País


Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

Médicos cariocas paralisaram suas atividades eletivas para participar do protesto 'Vem para a saúde, vem'

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

A manifestação começou às 10h desta quarta na Cinelândia, em frente à Camara dos Vereadores

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

Grupo, que ocupou as faixas de rolamento da Avenida Presidente Antônio Carlos, aproveitou o ato para pedir mais investimento na pasta de Saúde

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

Problemas de trânsito decorrentes do protesto atingiram a Avenida Beira Mar e a Avenida Rio Branco, que apresentaram lentidão para o horário

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

Servidores da saúde protestaram na manhã desta quarta-feira, 3, em Brasília (DF), contra a proposta do governo federal de trazer médicos estrangeiros para atuar no País

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

No centro de Teresina (PI), outra manifestação de servidores contra intenção do governo de trazer profissionais estrangeiros para a área da saúde

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

O centro do Rio também reuniu centenas de manifestantes contrários à proposta do governo. 'Não faltam médicos, faltam condições de trabalho digno', dizia um dos cartazes

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

Caminhoneiros continuam protesto que pede melhores condições de trabalho. NA BR-356, em BH, categoria bloqueia tráfego após Justiça dar à polícia direito de impedir manifestações que fechem rodovias

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

Moradores do bairro Campo Formoso, situado às margens da BR-415 (Rodovia Itabuna/Ibicaraí), na Bahia, interditaram pista para reivindicar a instalação de quebra-molas

Médicos e caminhoneiros fazem manifestações nesta quarta, 03, em diversos pontos do País - 1 (© Fábio Motta AE)

Cerca de 300 manifestantes ocuparam a Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332). Grupo ateou fogo nas cabines do pedágio, entre Paulínia e Cosmópolis, reivindicando redução do preço da tarifa para R$ 3

Dilma se recupera em 4 meses da crise, prevê marqueteiro

Por estadao.com.br
João Santana, em e-mails a ministros, afirma que abalo na imagem da presidente não é irreversível e assegura que oposição não representa insatisfações populares



Brasília - A equipe de comunicação da presidente Dilma Rousseff avalia que ela levará quatro meses para reconquistar a popularidade perdida, mas não vê abalo irreversível em sua imagem. Em troca de e-mails com ministros e dirigentes do PT, o marqueteiro João Santana garantiu que Dilma tem todas as condições de se recuperar do "terremoto neopolítico" instalado no País com a onda de protestos e o clima de "tensão pré-eleitoral".
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A estratégia de reação consiste agora no lançamento de projetos em várias frentes, principalmente em saúde e educação. O assunto foi tratado na reunião ministerial de segunda-feira, na Granja do Torto, quando Dilma encomendou uma "força-tarefa" para tirar projetos da gaveta. "Eu quero resultados, coisas concretas. Não adianta só publicidade", afirmou ela, de acordo com relato de ministros presentes à reunião.
O prazo de quatro meses para curar as feridas tem como base o tempo que projetos levam para ganhar visibilidade nas ruas e também o cenário previsto para a melhora de indicadores econômicos, apesar das dificuldades enfrentadas. O Planalto aposta no avanço de concessões e leilões neste segundo semestre.
A avaliação no núcleo político do governo é que a presidente reverterá o desgaste porque encarna o papel de líder forte, que abraça causas coletivas e acena para uma solução negociada. No diagnóstico do Planalto, a proposta do plebiscito sobre reforma política não teria aprovação tão alta nas pesquisas se ela tivesse uma imagem de descrédito. Os últimos levantamentos mostraram que a sugestão da consulta popular tem a simpatia da maioria da população.
Santana disse a Dilma e a um grupo seleto de petistas, nos últimos dias, que um "terremoto neopolítico" pode aparecer de repente, em qualquer governo, não se tratando de um movimento específico contra a presidente. Por esse raciocínio, os chefes do Executivo dos principais Estados e capitais foram questionados, sem levar em conta os partidos, como se as manifestações tivessem "efeito dominó" contra autoridades em geral.
Na análise enviada aos ministros, Santana também chamou a atenção para um dado importante: para ele, o caráter difuso das manifestações mostra que o poder central não foi abalado. O marqueteiro escreveu, ainda, que não há líder de oposição capaz de representar as insatisfações populares.
Apesar da tentativa de Santana de tranquilizar o PT, o governo admite que a campanha veiculada por partidos de oposição, escancarando na TV a alta de preços e a escalada inflacionária, foi bem sucedida.
Faxina. Em conversas reservadas, auxiliares de Dilma também dizem que ela fará tudo para recuperar a imagem do combate à corrupção. Em 2011, Dilma demitiu seis ministros envolvidos em suspeitas de desvio de dinheiro público. Recentemente, porém, representantes de partidos "varridos" pela "faxina ética" reconquistaram espaço na Esplanada, em troca da garantia de apoio a Dilma na campanha da reeleição, no ano que vem.
O estrago provocado na imagem da presidente pela onda de protestos também pode ser revertido, na avaliação dos petistas, com maior atenção ao Congresso e aos movimentos sociais. A presidente escanteou a política do governo, mas agora a ordem é pôr a simpatia na vitrine.
Acostumada a decidir sozinha as principais diretrizes de sua administração, Dilma adotou, a contragosto, o estilo de "ouvidora" da República. Para o Planalto, com essa fórmula, não há efeito bumerangue à vista. / COLABOROU TÂNIA MONTEIRO