quarta-feira 09 2014

Consumo de feijão pode reduzir colesterol 'ruim', diz estudo

Coração

Segundo pesquisa, porção diária de leguminosas diminui a taxa de LDL em 5%

Feijão
O benefício foi propiciado não apenas pelo feijão, mas também por leguminosas como lentilha e grão-de-bico (Thinkstock)
Comer uma porção diária de leguminosas, como feijão, lentilha e grão-de-bico, pode diminuir o colesterol "ruim" (LDL) e o risco de doença cardíaca, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira no periódico Canadian Medical Association Journal.

Manuais de nutrição costumam recomendar o consumo de leguminosas — assim como outros vegetais — como parte de uma dieta saudável, sem, entretanto, especificar os benefícios desses alimentos na diminuição da gordura corporal.

No novo estudo, pesquisadores de centros canadenses e americanos revisaram dados de 26 pesquisas com 1 037 pessoas. Eles descobriram que pessoas que ingeriam uma porção (3/4 de xícara) diária de leguminosas tinham uma redução de 5% na taxa do colesterol ruim, comparadas às que não comiam.

"A diminuição de 5% do LDL sugere uma potencial queda de 5% no risco dos principais eventos cardiovasculares", disse John Sievenpiper, do Hospital St. Michael’s, em Toronto, no Canadá, um dos autores do estudo. "Como a ingestão de leguminosas pode beneficiar outros fatores de risco, incluindo peso corporal, pressão arterial e nível de glicose, futuras revisões devem avaliar os efeitos do consumo desse alimento nesses indicadores para a redução das doenças cardiovasculares."

Passar muito tempo no computador pode comprometer saúde óssea de adolescentes

Osteoporose

Pesquisa constatou que, quanto mais tempo meninos gastam diante do computador ou da TV, menor sua densidade mineral óssea, condição que fragiliza os ossos e favorece osteoporose no futuro

Resultado das garotas foi diferente, o que intrigou os pesquisadores
Resultado das garotas foi diferente, o que intrigou os pesquisadores (Thinkstock)
Quanto mais tempo meninos dedicam à TV ou ao computador no fim de semana, menor o seu desenvolvimento ósseo. Segundo um estudo apresentado na última sexta-feira no Congresso Mundial de Osteoporose, Osteoartrite e Doenças Musculoesqueléticas, que terminou na Espanha no último sábado, o período que os jovens passam em frente à tela pode estar ligado a altos índices de massa corpórea (IMC) e à diminuição da densidade mineral óssea (DMO), o que fragiliza os ossos e predispõe à osteoporose no futuro.
Cientistas da Universidade Ártica da Noruega recrutaram para a pesquisa 436 meninas e 484 meninos noruegueses com idades entre 15 e 18 anos, em 2010 e 2011. Eles mediram a DMO do quadril, do colo do fêmur e do resto do corpo dos voluntários por meio de uma técnica chamada absorciometria de dupla energia de raios-X, um exame que avalia a composição corporal.

Em questionários e entrevistas, avaliaram o estilo de vida dos participantes, como o tempo que passavam no fim de semana em frente à TV ou ao computador e a quantidade de atividade física que realizavam nesse período. Foi registrado também idade, maturação sexual, IMC e consumo de cigarro, álcool, óleo de fígado de bacalhau (rico em vitamina D, associada à saúde óssea) e bebidas gasosas. 
Os adolescentes foram separados em quatro categorias: os que passavam de zero a duas horas em frente à TV ou ao computador, de duas a quatro, de quatro a seis e mais que seis horas. Os pesquisadores constaram que os meninos passavam mais tempo diante das telas do que as meninas. E, quanto mais tempo eles dedicavam à TV e ao computador, menor o DMO e maior o IMC. "Vimos uma relação linear inversa entre as quatro categorias e a densidade mineral óssea dos meninos", diz a líder do estudo, Anne Winther, da Universidade Ártica da Noruega.
Já o resultado das garotas intrigou os pesquisadores. Aquelas que ficavam de quatro a seis horas por dia em frente ao computador nos fins de semana tinham maiores índices de DMO comparadas àquelas que ficavam menos de uma hora e meia. "Esse dado definitivamente merece uma maior exploração em futuros estudos", afirma Anne.
"A densidade mineral óssea é uma forte prerrogativa para o aumento do risco de futuras fraturas. Nossa descoberta com os meninos mostra que o sedentarismo pode ter um impacto sobre o DMO e comprometer a massa óssea. Isso pode predispor à osteoporose na velhice", diz Anne. Segundo a Fundação Internacional da Osteoporose (IOF, na sigla em inglês), aproximadamente um em cada cinco homens no mundo com mais de 50 anos sofrerá uma fratura decorrente da doença.

CCJ: nem justa nem constitucionalista. Ou: Rosa Weber vai jogar no lixo Paulo Brossard? Vamos ver

Veja.Com

Rosa, a relatora, vai decidir se...
Rosa Weber, a relatora, vai decidir se…
...segue as luzes de Brossard ou se investe na escuridão
...segue as luzes de Brossard ou se investe na escuridão
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado fez o que se esperava que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado fizesse, dada a maioria que há lá: nem seguiu a Constituição nem foi justa.
Não seguiu o texto constitucional porque, a menos que a turma lá tenha um outro, diferente do que tenho aqui, as CPIs estão no Parágrafo 3º do Artigo 58, a saber:§ 3º – As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
A oposição cumpriu todos as exigências e viu seu requerimento ser engolido por outro, da base governista, que viola esse fundamento constitucional, já que não investiga fato determinado.
Se a CCJ não segue a Constituição e, portanto, “de Constituição” não pode ser, tampouco se pode afirmar dela que seja justa. Não o é etimologicamente: a palavra “Justiça” deriva do vocábulo latino “jus”, que quer dizer “equilíbrio”. A decisão da CCJ foi desequilibrada: trata-se de uma maioria esmagando uma minoria, contra o ordenamento legal.
Também não é justa porque despreza a jurisprudência do Supremo sobre CPIs, conforme já demonstrei aqui. As circunstâncias em que uma CPI é criada e pode, eventualmente, ter seu foco ampliado foram estabelecidas no acórdão do habeas corpus 71.039, de que foi relator o ministro Paulo Brossard. Ali se diz com todas as letras que “as CPIs não têm poderes universais de investigação, mas limitados a fatos determinados”.
Como já se evidenciou aqui, no parecer que encaminhou à CCJ, o presidente do Senado, Renan Calheiros, na prática, fraudou não apenas o fundamento constitucional da CPI, mas também o sentido do acórdão relatado por Brossard.
Partidos de oposição e senadores independentes recorreram ao Supremo pelo direito de instalar a CPI exclusiva da Petrobras. A relatora é a ministra Rosa Weber, gaúcha como o constitucionalista Brossard. Obviamente, não acho que estamos diante de uma questão bairrista. Ao contrário: a decisão tem o caráter mais universalista possível. Mas é sempre bom olhar a história, né?
Brossard — que nunca fez questão de esconder as suas origens, que jamais deixou, pelo sotaque, pelos hábitos, pelas metáforas, de ser um homem de sua aldeia — fez-se um jurista com preocupações universalizantes. Rosa, sua conterrânea, terá a chance de demonstrar que só pode ser universal quem respeita a tradição de sua aldeia. Ou pode se apequenar.
Que fique claro: o que está em debate é a sobrevivência ou não da CPI como uma prerrogativa do Congresso. Se a patranha do Planalto prosperar, nunca mais se fará uma comissão de inquérito enquanto o Executivo, em qualquer dos três níveis, tiver maioria no Legislativo. Bastará usar essa maioria para combater um requerimento com outro que investigue tudo, nada e qualquer coisa das respectivas oposições. E, nesse caso, quem estará perdendo é a democracia.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/ccj-nem-justa-nem-constitucionalista-ou-rosa-weber-vai-jogar-no-lixo-paulo-brossard-vamos-ver/

Governo usa maioria na CCJ e muda foco de CPI

Petrobras

Senadores aprovaram ampliação do escopo da CPI para investigar denúncia de cartel no metrô de São Paulo e os contratos do Porto de Suape

Marcela Mattos, de Brasília
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o senador Jorge Viana (PT-AC) travam embate durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça
Aécio Neves (PSDB-MG) e Jorge Viana (PT-AC) travam embate durante sessão da CCJ (FuturaPress)
Com maioria das cadeiras na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a base do governo Dilma Rousseff conseguiu ampliar nesta terça-feira o foco da CPI da Petrobras para investigar contratos do Porto de Suape, em Pernambuco, e denúncias de formação de cartel no sistema metroviário de São Paulo. O objetivo da manobra governista é atingir os adversários políticos de Dilma em ano eleitoral, especificamente Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB).
Sob protesto dos partidos de oposição, os governistas aprovaram um relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) propondo a ampliação do escopo da CPI. O PSDB se recusou a votar e abandonou a sessão. O parecer ainda será submetido ao aval do plenário do Senado, mas a chance de ser revertido é quase nula.

“Essa CPI é chapa-branca, diversionista, para jogar areia nos olhos dos outros. Se quisessem apurar metrô e portos, constituíssem uma CPI autônoma”, criticou o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP). “Essa CPI ampla é para não investigar nada. Porque uma CPI que se propõe a investigar tudo não quer chegar a lugar nenhum”, disse Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

A operação teve o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que submeteu questionamentos feitos pelo PT à criação da CPI da Petrobras ao crivo da CCJ. Como presidente da Casa, Renan poderia ter deliberado sobre o tema, mas optou por remeter o caso à comissão formada majoritariamente por governistas.

A oposição ainda aguarda manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre um requerimento para manter a CPI exclusiva à Petrobras. A relatora é a ministra Rosa Weber. "Essa decisão é inócua, vale a do STF. O que pretendemos é que se instale a CPI proposta pela oposição, que tem a constitucionalidade assegurada, e que a do governo seja arquivada, já que apresenta fatos desconexos”, disse Álvaro Dias (PSDB-PR). Aliados do governo no Senado também anunciaram que vão recorrer ao Supremo contra o pedido da oposição. 
A proposta original da CPI era destinada a apurar a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que causou prejuízo de 1,18 bilhão de dólares à Petrobras, conforme revelou VEJA. Além do caso de Pasadena, a oposição também quer investigar o indício de pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela holandesa SBM Offshore.