Você já deve ter ouvido essa história: um maluco ataca pessoas com seringas infectadas em uma cidade qualquer brasileira. Até a semana passada, tudo não passava de uma bizarra lenda urbana. Mas a situação acaba de se tornar realidade.
Uma médica foi atacada com uma agulha na tarde de quarta-feira (22) na Avenida Paulista, um dos pontos com maior movimentação de pessoas na região central de São Paulo. A vítima, que não teve o nome e idade divulgados, afirmou que caminhava pelo local quando sentiu um homem se aproximando e uma pressão nas costas.
A mulher afirmou que, ao se virar, pensou se tratar de um esbarrão ou até mesmo uma brincadeira de algum conhecido. O homem, entretanto, seguiu em frente e a vítima só se deu conta do que havia acontecido quando viu o mesmo rapaz espetando uma agulha nas costas de outra mulher, que estava logo a frente, também na Paulista.
Segundo ela, o suspeito é alto, moreno, magro e aparenta ter por volta dos 40 anos. Ela afirmou ainda que o rapaz vestia uma blusa verde com listras brancas.
Logo depois do ataque com agulha a médica procurou atendimento em um pronto-socorro próximo, sendo encaminhada depois para o Hospital Emílio Ribas, onde tomou um coquetel de remédios antirretrovirais. Temia-se que a agulha pudesse estar contaminada com qualquer tipo de doença contagiosa.
Segundo a equipe que a atendeu, a vítima deve tomar a medicação pelos próximos 28 dias. Logo depois do caso, a mulher realizou testes de HIV e sífilis, que deram negativo.
Entretanto, somente com exames periódicos, pelos próximos 12 meses, é que será possível ter a certeza de que a médica não foi contaminada pela agulha. Isso porque esses tipos de doenças demoram para se manifestar no organismo.
Por outro lado, especialistas afirmaram que as chances de uma contaminação nesse tipo de caso são mínimas.
Caso alguém esteja preocupado com o que fazer em uma situação semelhante, o hospital indica lavar o ferimento com água e sabão e procurar a rede pública de saúde para realizar a Profilaxia Pós-Exposição, um tratamento que previne a transmissão de HIV caso tomado em até 72 horas após a exposição ao vírus – a mesma medicação é utilizada para evitar a propagação do vírus em vítimas de violência sexual.