O dono da UTC, 16º colaborador da Lava Jato, é próximo de Léo Pinheiro, o executivo da OAS que conhece os segredos do ex-presidente
A delação feita pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, encorajou o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro a oferecer-se para negociar um acordo semelhante com o Ministério Público. Pinheiro e Pessoa são amigos. Estudaram juntos e trabalharam no mesmo período na construtrora Odebrecht. Em maio, Pessoa tornou-se o 16º delator da Lava Jato.
Apontado pelos investigadores como o chefe do grupo que durante a última década operou o maior esquema de desvio de dinheiro público da história do país, o dono da UTC revelou, entre outras coisas, ter sido pressionado por Edinho Silva a dar 7,5 milhões de reais à campanha de reeleição de Dilma Rousseff. Ele entregou à Justiça dezenas de planilhas com movimentações financeiras, manuscritos de reuniões e agendas que fazem do seu acordo de delação um dos mais contundentes e importantes da Operação Lava Jato.
Agora, seu amigo Léo Pinheiro decidiu fazer o mesmo. Como revelou reportagem de VEJA desta semana, o executivo da OAS, atualmente em prisão domiciliar, está disposto a fornecer à Justiça provas de que o ex-presidente Lula sabia do esquema de corrupção na Petrobras e se beneficiou dele. As tratativas para o acordo de delação estão sendo feitas na Procuradoria Geral da República em Brasília porque as revelações do executivo incluem, além do ex-presidente, políticos detentores de foro privilegiado.
Na novela, a personagem Regina, vivida pela atriz Camila Pitanga é uma mulher humilde, moradora de um morro da Zona Sul do Rio. Regina não suporta "playba" (playboy), tem horror à desonestidade e procura ser transparente em tudo o que faz.
Já a Camila Pitanga da vida real pode ser bem diferente de sua personagem da novela. Os valores recebidos pela atriz para protagonizar comerciais da Caixa Econômica Federal são mantidos em sigilo até hoje. Os valores pagos à musa dos juros baixos recebem o status de informação "estratégica".
A Polícia Federal (PF) afirmou que a 11ª fase da Operação Lava Jato investiga indícios de irregularidades em contratos publicitários da Caixa Econômica Federal (CEF).
Onde não há transparência, sobra desconfiança. Os gastos em publicidade feitos pela Caixa aumentaram em até 6.000% nos últimos anos em alguns casos. Fatos revelados nesta manhã pela Polícia Federal na 11ª fase da Operação Lava Jato levantam suspeitas de que a agência de publicidade Borghi Lowe tenha pago propina ex-deputado do PT, André Vargas, para obter vantagens em contratos da Caixa e outros órgãos públicos. Os repasses teriam sido feitos a duas empresas controladas por Vargas e seu irmão, a LSI e a Limiar.
Na deflagração desta nova fase da operação Lava Jato, batizada de "Origem", Ex-deputado do PT, André Vargas foi preso hoje pela PF em condomínio em um condomínio de alto padrão na zona sul de Londrina, no norte do Paraná.
A madrasta de Camila Pitanga sob suspeita. Semana passada, pedido de quebra do sigilo bancário e fiscal, além do bloqueio dos bens da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), até que seja ressarcido o valor de R$ 32.094.569,03, referente ao dano causado ao patrimônio público pegou muita gente de surpresa.
Segundo a denúncia do MPRJ, as irregularidades foram detectadas na execução dos projetos sociais Mulheres da Paz, Protejo e Peus – Espaços Urbanos Seguros, realizados entre 2008 e 2011. Para esses projetos foram destinados R$ 32.094.569,03 para instrução e profissionalização de mulheres e jovens, além de melhorias urbanísticas em comunidades carentes.
No ano de 2003, Benedita da Silva (PT), havia recomendado a contratação de uma ONG Amebras (Associação de Mulheres Empresárias do Brasil no Estado do Rio de Janeiro), que tinha como padrinhos Antônio Pitanga (marido de Benedita) e sua filha, Camila Pitanga (enteada de Benedita). Foram feitos repasses milionários na época, todos indicados pelo Ministério da Assistência Social, comandado na época por Benedita da Silva (PT).
O juiz federal Sérgio Moro parece ter dado um basta em algo comum, mas que sempre deixou a população indignada: os gastos com a ida de convocados para a CPI, apesar da certeza de que eles permanecerão calados durante o interrogatório.
Diante deste absurdo que vem se repetindo ano após ano, Sérgio Moro condicionou o atendimento de um pedido da CPI da Petrobras para autorizar a ida de Renato Duque e João Vaccari à certeza de que eles não ficarão calados.
A CPI quer colocá-los no dia 4 de agosto e colocá-los frente à frente com o empreiteiro Augusto Ribeiro Mendonça Neto, que afirmou ter pago propina ao PT em forma de doação eleitoral. O juiz lembrou que os dois já foram levados à capital e não houve a acareação com Pedro Barusco. Para Moro, isso significa desperdício de dinheiro público.
Acompanhe o despacho logo abaixo:
"Recentemente ambos (Vaccari e Duque) foram levados à Brasília, com custos de escolta e transporte, e apenas retornaram diante do cancelamento do ato já que manifestaram a sua intenção de permanecer em silêncio... Faço esses apontamentos não como censura do exercício do direito, mas a título de constatação. A de fim de evitar novos deslocamentos custosos para os cofres públicos para diligências possivelmente comprometidas, intimem-se com urgência, inclusive por telefone ou outro meio, os defensores constituídos de Renato Duque e João Vaccari acerca da requisição da CPI e para que informem se no ato designado pela CPI seus clientes persistiriam no exercício do direito ao silêncio, sem responder qualquer pergunta", informou o juiz Sérgio Moro no seu respeitoso despacho à CPI.
Moro acabou com a mamata de dar um rolê em Brasilia por conta do contribuinte
"Consigno que não se trata, de forma alguma, de tentativa de obstaculizar os trabalhos desenvolvidos pela CPI, mas sim de, se for o caso, evitar dispêndio de dinheiro público".
Moro salientou que os dois ficaram em silêncio em recente interrogatório judicial e deu três dias para a defesa de Duque e Vaccari se pronunciarem sobre as condições do depoimento. Se for para ficarem calados, que fiquem no presídio onde estão.
O PSIQUIATRA FLÁVIO GIKOVATE FALA SOBRE AS ANGÚSTIAS DA ELITE QUE FREQUENTA SEU CONSULTÓRIO E O ESTRESSE DO MUNDO MODERNO
Flávio Gikovate não tem um divã. Quando um paciente chega ao consultório dele, num dos endereços mais caros de São Paulo (a Rua Estados Unidos, nos Jardins), encontra primeiro uma fachada de cimento queimado com portas altas de correr. Depois, pode tomar café na recepção térrea, entre um jardim interno envidraçado e telas coloridas de Claudio Tozzi. Na hora da consulta, sobe por uma escada sem paredes laterais até a sala do psiquiatra e se senta: ou num sofá, ou numa poltrona bem confortável de couro preto. Mas divã, como no nome de seu programa semanal na rádio CBN (No Divã do Gikovate), não tem. “Sempre trabalhei assim, prefiro olho no olho”, diz. Talvez seja o olho no olho, talvez seja o método da “psicoterapia breve” e a promessa de alta em seis meses – que faz com que ele atenda 200 pacientes por ano. Fato é que Gikovate se tornou o confidente de alguns dos empresários e executivos mais bem-sucedidos do país. Nesta conversa, ele fala sobre a gastança dos brasileiros ricos, a cabeça do bom líder e outros temas atuais, mas de um ponto de vista diferente. Ou você já tinha ouvido que a culpa do consumismo é da pílula anticoncepcional?
Dinheiro anda comprando mais felicidade ou infelicidade? Esses dias uma moça me perguntou se era possível ser feliz sendo pobre. Estudos de Harvard mostram que se faltar dinheiro para o básico – saúde, comida – provavelmente o indivíduo não consegue ser feliz. Algum para o supérfluo também é importante. Agora, de um ponto para cima, ele pode atrapalhar bastante. O consumismo é muito mais fonte de infelicidade do que de felicidade. O prazer trazido é efêmero, uma bolha de sabão – e em seguida vem outro desejo. Ele gera vaidade, inveja, uma série de emoções que estão longe de qualquer tipo de felicidade. E tudo vira comparação. Outro estudo diz que um indivíduo que ganha US$ 40 mil numa comunidade em que a média é de US$ 30 mil é mais feliz do que se ganhar US$ 100 mil e a média for de US$ 120 mil.
A elite brasileira é consumista demais? Comecei a trabalhar em 1967, vi a chegada da pílula [anticoncepcional] e a emancipação sexual dos anos 60. Na época, achava-se que essa liberdade iria ‘adoçar’ as pessoas. ‘Faça amor, não faça guerra.’ Mas sexo e amor são coisas diferentes. É triste ver que os ideólogos daquela revolução estavam totalmente errados, porque a emancipação sexual aumentou a rivalidade entre os homens e entre as mulheres, foi criado um clima de competição, atiçou tudo que tinha de ruim no ser humano. Foi um agravador terrível do consumismo. Em países de Terceiro Mundo – e, intelectualmente, aqui é quase Quarto Mundo –, a elite só piorou nesse tempo. É uma elite medíocre, ignorante, esnobe. Na Europa e nos EUA, o exibicionismo da riqueza é muito menor. Na Europa, as pessoas consomem qualidade, não quantidade. Elas têm uma bolsa cara, mas não mil bolsas, para fazer disputa. Aqui há um comportamento subdesenvolvido e medíocre. E totalmente competitivo. As festas de casamento e de 15 anos são patéticas. A próxima festa tem de ser maior. Isso é sem fim. É sofrimento, é infelicidade. A quantidade e o volume com que as pessoas correm atrás dessas coisas é desespero.
Então o sexo é culpado pelo consumismo? Desde o início, o erótico está acoplado ao consumismo. Nos anos 20, foi preciso introduzir novos produtos que não tinham a ver com necessidades, como o xampu. A ideia que tiveram foi acoplar um desejo natural a um desejo que se queria criar. Então botavam uma mulher gostosa para vender xampu. O consumismo sempre esteve relacionado ao erótico, não ao romântico. O romântico é o anticonsumismo. As boas relações amorosas levam as pessoas a uma tendência brutal ao menor consumismo. A verdadeira revolução, se vier, vai estar mais ligada ao amor do que ao sexo.
PAPO CABEÇA Ele elogiou o livro O Amor nos Tempos do Capitalismo, de Eva Illouz, e os filmes Rush, sobre Niki Lauda, e Blue Jasmine, de Woody Allen
Quais são outras fontes de angústia dessa elite que você atende? Só para explicar: sempre fui bem [na carreira], faz pelo menos 30 anos que atendo algumas das pessoas mais bem-postas do país. Outro trabalho que sempre fiz foi por meio da mídia, em jornais, revistas e, há seis anos e meio, na CBN. É outra forma de ajudar as pessoas. Então tem dois mundos que eu atendo, o dos ricos e o do povo. E as diferenças são pequenas. São conflitos sentimentais, mais do que sexuais. Problema de família, briga de irmãos. Empresários têm muitos problemas de sucessão. O pai tem dificuldade de soltar a rédea e o filho tem a frustração de estar com 40 anos e não ter assumido os negócios. Outras vezes são problemas de ordem financeira, mesmo. O cara está indo mal, fica angustiado, tem os problemas familiares que derivam disso. Tem as tensões societárias... Empresa é complicado, quando vai bem tem problema, quando vai mal tem problema.
Por que trabalhar, no mundo moderno, é quase sempre tão estressante? Estresse significa uma reação física para enfrentar situações de ameaça, portanto, quando o ser humano vivia na selva também tinha estresse. O estresse vem da ameaça, então numa empresa em que você é cobrado o tempo todo, vive com medo de ser demitido, você cria um clima muito mais grave de ameaça que o necessário. Estresse é ameaça. Sobrecarga cansa, mas não estressa.
Você às vezes se sente estressado? Cansado. É diferente. Mas às vezes fico um pouco acelerado no pensamento, o que eu não gosto, porque empobrece a reflexão. Tenho a sensação de que o tempo ficou curto, de estar sempre devendo alguma coisa. Você se sente sempre em falta com um livro que não leu, um filme que não viu. Quando eu era moço, tinha cinco ou seis filmes importantes por ano para ver. Hoje, tem cinco filmes por mês. E bons!
Qual é uma boa válvula de escape desse mundo acelerado? Um pouco mais de folga de horários, mais tempo para algum tipo de relaxamento. As prescrições passam por exercício físico, ioga e meditação – porque esvaziar a cabeça é certamente um grande redutor de ansiedade. Passam também pelo uso de medicação. Mas tudo isso são atenuadores. Se o trabalho fosse um pouco menos competitivo, seria possível abrir mão desses remédios.
Como um bom líder pode ajudar a reduzir as tensões no trabalho? O bom líder é respeitado naturalmente, não por meio do medo. As pessoas reconhecem que ele está apto para o cargo e o exerce da forma mais democrática possível. Ou seja, antes de tomar uma decisão, consulta quem trabalha com ele, o que não significa terceirizar a decisão. O voto final é do líder, mas não sem ouvir todo mundo. A governança não pode se dar por atos irracionais, pelo humor do patrão. Deve se dar por normas que todo mundo conhece. Uma das maiores causas de estresse é ter um patrão cujo humor vai influir na forma como ele gere a empresa. Por isso a governança corporativa é importante, porque é um conjunto de normas que vai valer todo dia.
Você costuma ouvir: “meu chefe não me escuta”? Todo mundo tem esse defeito [de não escutar]. O pai com o filho, o chefe com o subordinado... No caso do chefe, é mais comum porque chefe acha que sabe mais por definição, o que é uma grande bobagem. Um filósofo disse: humildade é a capacidade de aprender com quem sabe menos do que você. Ouvir alguém de verdade é estar disposto a abrir mão da sua ideia em favor da outra, se a outra for melhor que a sua. Boa ideia não tem dono. Toda boa ideia que eu ouço vira minha – e eu jogo fora minha velha ideia.
"Uma grande causa de estresse é ter um patrão cujo humor vai influir na gestão"
Que mudanças devemos ver daqui para a frente, em termos de comportamento? As grandes transformações estão ligadas à mudança no papel da mulher. Na minha turma de faculdade, havia 78 homens e duas mulheres. Hoje, as faculdades têm em média 60% de mulheres. É porque os homens estão mais folgados e as mulheres, mais guerreiras. Mas isso vai dar numa série de desequilíbrios. Não sei se as mulheres vão gostar de sustentar os homens, nem se os homens vão gostar de ser sustentados. No ambiente de trabalho não tem problema nenhum, ao contrário, muitos empresários acham que as mulheres trabalham melhor. Mas em casa vai dar problema. Como faz para ter filho? Quem vai cuidar? Como vai terminar isso, ninguém sabe. A verificar. Mas não pense que é uma variável desprezível. A independência econômica da mulher desequilibra pra caramba o mundo.
Além do consultório, o senhor também foi bem-sucedido para vender livros? Não tenho do que reclamar. Desde 1975, publiquei 32 livros e vendi mais de 1 milhão de cópias.
Qual o melhor? Não sei. Minha mulher diz que é O Mal, o Bem e mais Além. É difícil falar. Gosto sempre dos mais recentes, mas no fundo são a reescritura daquilo que fiz nos anos 70 e 80.
E quando as pessoas muito ricas são felizes, o que costuma levar a isso? Os executivos que se sentem realizados são aqueles que gostam do que fazem. Às vezes, ficam até viciados. Mas a maior felicidade das pessoas ainda é quando conseguem estabelecer vínculos amorosos de qualidade. Tanto faz ser executivo ou não. É o que tem de mais importante. Gostar do que se faz e ter uma boa parceria sentimental talvez sejam as duas principais fontes de felicidade nesse nosso mundo.
“O momento não é para a busca de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo.”
O texto acima é da lavra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e foi publicado no Facebook. Na mosca! É precisamente disto que se trata: qualquer conversa que não seja pública será mesmo conchavo. O governo Dilma não “tem de ser salvo”. O statu quo não “tem de ser salvo”. Nenhum governo “tem de ser salvo”. As instituições, estas sim, têm de ser preservadas, com tudo o que há nelas, inclusive as hipóteses em que o chefe do Executivo pode ser afastado.
Tão logo Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, anunciou seu rompimento com o governo, os petistas, com medo do que possa acontecer no Congresso, passaram a gritar: “Fogo! Fogo na floresta! Crise institucional!”. Cadê? Quem está em crise é o governo Dilma. Sim, o Brasil também está, e sua única saída está nas instituições.
O PT, que sempre se alimentou da luta do “Nós” (eles) contra “Eles” (todos os que não se ajoelham diante do partido), agora decidiu que é hora de fazer um grande acordo nacional. É mesmo? Para salvar quem? Para salvar o quê? Autoridades fazem proselitismo contra o impeachment até quando explicam as pedaladas fiscais, a exemplo do que fez Luís Inácio Adams, numa das falas mais ridículas dos últimos tempos. Ameaçou recorrer ao Supremo caso o TCU recomende a rejeição das contas, como se um tribunal constitucional tivesse o poder de impedir um ministro de tribunal de contas de rejeitar os números oficiais.
Isso, sim, caracteriza um evidente desprezo pelas leis. O que o STF tem a ver com isso? Caso a Câmara decida dar sequência a uma denúncia contra a presidente por crime de responsabilidade, o que poderá fazer a instância máxima do Judiciário além de nada?
Os únicos a acreditar e a sustentar que uma eventual deposição, pela via legal, da presidente é golpe são os petistas e as esquerdas que lhes servem de satélites. Na verdade, até eles próprios sabem que se trata de uma farsa. No dia 14 de julho, numa manifestação de esquerdistas em defesa de Dilma e do PT, Rui Falcão, presidente do partido, deixou escapar: “Não se esqueçam, companheiros e companheiras, que gritamos ‘Fora Collor’ e gritamos ‘Fora FHC’. E o ex-presidente Collor saiu da Presidência num processo legal, dentro da democracia, e é isso que eles pretendem fazer agora: expelir a Dilma dentro de um processo democrático”.
É isso mesmo! Desconhece-se força relevante no país que defenda uma saída que não esteja contemplada pelo “processo democrático”. Aliás, quando ministros de estado, como José Eduardo Cardoso e Pepe Vargas, insistem na tese de que um eventual processo de impeachment é golpe, temos de deixar claro com todas as letras: golpista é querer deslegitimar a Constituição e as leis.
Sem agenda Que curioso!
O governo não tem agenda nem para manter unida a base aliada. Qual é? Se você perguntar a qualquer petista o que pretende Dilma nos próximos três anos e meio, ninguém saberá responder. Ela tampouco sabe. Quem abriu o ano prometendo economizar R$ 66,3 bilhões a título de superávit primário e, sete meses depois, baixa a expectativa para R$ 8,5 bilhões, anunciando um corte adicional no Orçamento de R$ 8,6 bilhões, não sabe, como se diz em Dois Córregos, nem “fazer o ‘O’ com o copo”.
Se Dilma não tem agenda para segurar os seus, quer conversar com a oposição precisamente o quê? A resposta: “Nada!”. Ela só tem a intenção de impedir o avanço de um eventual processo de impeachment, como se a sua deposição trouxesse consigo o risco de uma grave crise institucional. Ou, nas palavras de FHC, ela quer salvar “o que não tem de ser salvo”.
Consta que alguns tucanos se viram tentados a cair na conversa… Quais? Se existe tucano defendendo o diálogo, que diga publicamente, ora essa! E que exponha as suas razões. Se falta coragem para dizer com clareza o que quer, vai ver está tentando salvar “o que não tem de ser salvo”.
É isso aí, FHC! Afaste esse cálice! O melhor serviço que a oposição pode prestar ao Brasil é cobrar o cumprimento das leis e da Constituição.