sábado 03 2014

Fornecedores da Petrobras sob suspeita doaram R$ 856 milhões a campanhas de 2006 a 2012

Lava-Jato

PT recebeu 266,4 milhões de reais da rede de empresas investigadas. Polícia Federal mapeia atuação do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, como operadores de doações para políticos e partidos

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
 Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras
 Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras (Folhapress)
Ao mapear o caminho percorrido pelos mais de 10 bilhões de reais lavados pelo grupo comandado pelo doleiro Alberto Youssef, a operação Lava-Jato, da Polícia Federal, encontrou um duto que abastecia diretamente políticos, partidos e campanhas eleitorais. Policiais e procuradores de Justiça já sabem que, para manter a influência e garantir contratos para “amigos”, o doleiro e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, destinavam grandes somas de dinheiro a autoridades. Um levantamento feito pelo site de VEJA, a partir dos registros oficiais de doações de campanha, revela que, de 2006 a 2012, as empresas e seus diretores agora investigados por participação no esquema destinaram pelo menos 856 milhões de reais para financiar candidaturas.
O PT lidera com ampla vantagem o ranking de doações do grupo, com 266,4 milhões de reais recebidos. Em seguida, estão PSDB (158,1 milhões), PMDB (149,8 milhões), PSB (70,7 milhões), DEM (43,9 milhões) e PP (34,2 milhões).  
A investigação começou a cruzar empresas, siglas, candidatos beneficiados e contratos com a estatal. Um dos negócios esmiuçados pela investigação é a construção da refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, Pernambuco. Costa e Youssef já viraram réus em processo por desvio de verbas da refinaria. Dados bancários e fiscais obtidos pela polícia revelaram que o Consórcio Nacional Camargo Corrêa (CNCC), responsável pela construção do empreendimento, pagou comissões para a subcontratada Sanko Sider. Parte do dinheiro, no entanto, foi parar na MO Consultoria – uma das empresas de fachada do doleiro. Pelo menos 26 milhões de reais foram desviados entre 2009 e 2013 para a firma de Youssef. A Sanko Sider, que forneceria tubos para a obra, fez doações para o PT pelo menos em 2006 – ano em que doou 6.000 reais para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Esta foi a única doação oficial registrada pela empresa desde então.
Já se sabe também que outros doadores de campanhas, como OAS, Galvão Engenharia, Jaraguá Equipamentos e Arcoenge depositaram recursos diretamente em contas da MO Consultoria. Só a OAS repassou 1,6 milhão de reais para a empresa de fachada, bem menos, no entanto, do que efetivamente registrou em doações legais a campanhas políticas desde 2006 (131,3 milhão de reais). 
Entre as empresas que Costa anotou como alvo de cobranças de doações, a Andrade Gutierrez foi a que mais fez contribuições oficiais. De 2006 a 2012, o conglomerado distribuiu 189,5 milhões de reais a políticos e partidos. Nesse período, PT, PMDB e PP ficaram com 53% do total doado. Na gestão dele, um único contrato rendeu 958 milhões de reais para a construtora Andrade Gutierrez, depois de prorrogações e aumentos de gastos com 45 aditivos.
O segundo maior doador oficial foi a Camargo Corrêa, que já tem conexão identificada com o esquema de Youssef. O conglomerado doou 176,9 milhões de reais para campanhas desde 2006. Só em 2010 foram distribuídos 56 milhões de reais - dos quais metade ficou com PT, PMDB e PP. No total, em 2010, o grupo financiou oficialmente 83 candidatos a deputado estadual, 70 candidaturas a deputado federal, 16 campanhas a governador e 25 candidatos a senador. O deputado federal Eduardo Cunha, líder do PMDB e comandante dos rebeldes na base do governo, levou sozinho 500.000 reais para sua candidatura naquele ano.
A Polícia Federal suspeita que o ex-diretor da Petrobras agia para abastecer o caixa de políticos mesmo após deixar o cargo na estatal, que ocupou de 2004 a 2012. Em um caderno, ele tinha anotado nomes de sócios e executivos de fornecedores da estatal e a situação de cada cobrança. Aparecem nessa lista empresas como a Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, UTC Engenharia, Engevix, Iesa, Hope e Toyo Setal. Em 2010, Paulo Roberto Costa fez, como pessoa física, uma doação de 10.000 reais ao Comitê Financeiro Único do PT no Rio de Janeiro.  
Caixa dois - Investigadores desconfiam que os recursos angariados pelo doleiro e pelo ex-diretor da Petrobras tenham sido destinados ao caixa dois de partidos. Pelo endereço de email paulogoia@hotmail.com, Youssef indicou em 17 de agosto de 2010 uma conta bancária para que Othon Zanoide de Moraes Filho, diretor da construtora Queiroz Galvão, depositasse uma série de valores para políticos e diretórios. Uma parte da lista bate com os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Youssef cobrou 500.000 reais para o PP da Bahia; 250.000 reais para o deputado federal Roberto Teixeira (PP); 500.000 reais para o deputado federal Nelson Meurer (PP); 100.000 reais para o deputado federal Roberto Britto (PP); e 100.000 para o ex-deputado federal Pedro Henry (PP), um dos condenados no escândalo do mensalão. Na Justiça Eleitoral, estes são exatamente os valores doados pelo grupo Queiroz Galvão.
Há outras cobranças, no entanto, com valores divergentes entre o que foi proposto pelo doleiro e efetivamente registrado – o que reforça a tese de que havia também um esquema de caixa dois operado por Youssef. No caso do diretório Nacional do PP, a cobrança era de 2.540.000 reais, mas foram registrados 2.740.000. Há outros valores que, nos registros do TSE, são superiores aos do email enviado pelo doleiro, como o pedido de 250.000 reais para a deputada federal Aline Corrêa (PP), que recebeu oficialmente da empresa 350.000. Já para o PP de Pernambuco, a cobrança era de 100.000, mas foram doados formalmente 1.640.000.
Youssef também fez contato com Cristian Silva da Jaraguá Equipamentos para cobrar dados e emitir recibos de doações. De acordo com os registros do TSE, a Jaraguá doou 250.000 reais para o deputado federal Roberto Teixeira (PP), 250.000 reais para a deputada federal Aline Corrêa (PP), 100.000 reais para o deputado federal Pedro Henry (PP) e 50.000 reais para o deputado federal Roberto Britto (PP). Mas a operação Lava-Jato constatou, com base em dados bancários e fiscais oficiais, que a Jaraguá fez depósitos em contas da MO Consultoria, de Youssef. A empresa pagou 1,94 milhão de reais. A polícia desconfia que esse valor foi distribuído como propina para o esquema de Youssef e Costa.
Até o momento, apenas o deputado federal André Vargas (ex-PT), amigo de Youssef, foi diretamente atingido pelas revelações da operação Lava-Jato. A Polícia Federal suspeita que o doleiro e o deputado eram sócios em operações, mas o retorno financeiro auferido pelo parlamentar ainda é desconhecido. O Comitê Financeiro Único do PT no Paraná recebeu, na campanha de 2010, pelo menos 1,6 milhão de reais de fornecedores da estatal que aparecem entre os contatos do esquema. Essas empresas garantiram mais da metade da arrecadação do comitê paranaense petista e esse órgão partidário injetou cerca de 20 mil reais na campanha de Vargas. O deputado teve de renunciar à vice-presidência da Câmara e se desfiliar ao PT para minimizar os danos ao partido. Pode também ter o mandato cassado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, porque há indícios de que ele ajudou a Labogen, um laboratório de fachada de Youssef, na assinatura de um contrato milionário com o governo federal. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se o envolvimento de Vargas com o doleiro deve ser investigado no âmbito criminal.
A atuação de Vargas para favorecer o doleiro no Ministério da Saúde respingou no ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato petista ao governo de São Paulo. Subordinados de Padilha assinaram o convênio que permitiria ao laboratório de Youssef faturar até 31 milhões de reais. A operação Lava-Jato revelou também que Vargas recebeu a indicação de um ex-assessor de Padilha para ser contratado como lobista da Labogen em Brasília. Em conversa com o doleiro, o deputado federal diz que a indicação para o posto partiu do ex-ministro da Saúde. E Youssef falava a interlocutores como se tivesse capacidade de influenciar a nomeação de cargos em eventual governo de Padilha, como revelou o site de VEJA.
Nos palanques de candidaturas a governos estaduais, os estragos da Lava-Jato trazem mais riscos ao PT. Também no Paraná os nervos dos petistas estão à flor da pele. Vargas era cotado para chefiar a campanha da senadora Gleisi Hoffman ao governo paranaense. Ela também faz parte da bancada que recebeu recursos de fornecedores suspeitos de contribuir em doações intermediadas por Costa e Youssef. Oficialmente, Gleisi foi a candidata ao Senado que mais recebeu recursos da Camargo Corrêa, com 1 milhão de reais embolsados na última eleição. Conseguiu ainda doações de outras empreiteiras na lista de Costa. A UTC Engenharia deu 250.000 reais para a campanha da senadora e a OAS repassou 780.000 reais. Angariou ainda 100.000 reais da Contax, uma coligada da Andrade Gutierrez, para sua candidatura.

Dilma Rousseff é vaiada ao discursar em Minas Gerais

Política

Presidente foi à abertura da Expozebu, com empresários da agropecuária

Dilma Rousseff foi vaiada três vezes na Expozebu, no Triângulo Mineiro
Dilma Rousseff foi vaiada três vezes na Expozebu, no Triângulo Mineiro (Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
A presidente Dilma Rousseff foi vaiada em três momentos na abertura oficial da Expozebu, que reúne empresários da agropecuária no Triângulo Mineiro. No evento, ela prometeu que o plano agrícola pecuário 2014-2015 terá mais recursos e mais facilidades na obtenção de crédito. Na versão anterior, a verba para financiamento foi de 136 bilhões de reais. O anúncio não foi suficiente para conter a plateia.
As vaias começaram assim que a presidente recebeu a medalha alusiva aos 80 anos da Expozebu. Voltaram no início e no fim de seu discurso. Visivelmente tensa, Dilma não fez nenhum comentário sobre as manifestações. O evento contava com grande número de simpatizantes do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). O parlamentar, também homenageado com a medalha do evento, foi aplaudido pela plateia.
Dilma anunciou que na segunda-feira o Diário Oficial da União publicará um decreto do Ministério do Meio Ambiente formalizando a entrada em vigor do Cadastro Ambiental Rural, o CAR, ferramenta de dados para controle de desmatamentos com base em informações das propriedades rurais. O CAR foi criado com o Código Florestal. Ele é um dos requisitos para a obtenção de financiamento público.
A presidente afirmou ainda que o governo está aberto a sugestões para a elaboração do plano agrícola que deverá ser anunciado ainda este mês. Ela observou que a meta é manter as diretrizes dos planos anteriores, ampliar recursos e simplificar procedimentos. "Dos 136 bilhões de reais para o crédito em 2013 e 2014, foram contratados 116 bilhões até março. Desse montante, 42,5 bilhões foram destinados ao financiamento da pecuária."
(Com Estadão Conteúdo)

Gorillaz - Clint Eastwood





Governo do Paraná alega 'risco de atentado' para tirar ex-diretor da Petrobras de presídio

Lava-Jato

Paulo Roberto Costa reclamou de sujeira e da comida do Presídio Estadual de Piraquara. Ele deve voltar nesta sexta-feira para a carceragem da PF

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Em bilhete, ex-diretor da Petrobras reclama de sujeira e comida de presídio de Piraquara
Em bilhete, ex-diretor da Petrobras reclama de sujeira e comida de presídio de Piraquara (Reprodução)
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa voltou por volta de 14h desta sexta-feira para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi transferido do Presídio Estadual de Piraquara II, na região metropolitana de Curitiba, onde estava desde segunda-feira (28), porque a secretária de Justiça do Estado do Paraná, Maria Tereza Uille Gomes, alegou que Costa poderia ser alvo de um atentado praticado por outros detentos
A secretária relatou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-diretor da estatal não estava "seguro" no convívio com outros presidiários de Piraquara. Por isso, o juiz determinou o retorno para a carceragem da PF em Curitiba. Ele ainda poderá ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, de segurança máxima.
De acordo com o governo paranaense, a penitenciária possui atualmente 940 presos. Maria Tereza sugeriu na quarta-feira (30) que Costa fosse transferido para o Presídio Federal de Catanduvas, o que está sob análise da Justiça. 
O advogado Fernando Fernandes, que defende Costa, solicitou à Justiça que Costa fosse transferido com urgência, ainda na quinta-feira. Mas o pedido foi recusado. Fernandes argumentou que Costa corria risco "iminente" de sofrer um atentado e destacou que houve "onze rebeliões nos últimos três meses no local". 
"Após vistoria na PEP II na data de hoje, os subscritores notaram que o risco relatado pela Ilma. Secretária de Estado está ainda majorado, e o clima de instabilidade dentro da Penitenciária tem crescido em razão da presença de Paulo Roberto Costa, o que constitui fato novo, urgente e de ordem pública a permitir a análise por este MM. Juízo do Plantão", argumentaram os advogados em petição protocolada na Justiça. 
Em bilhete anexado pelos advogados no processo, Costa reclama da cela "muito suja" e da ausência de vaso sanitário. Ele relata que passou "frio à noite pois foi entregue apenas uma manta". Também se queixou da comida: "não tenho condição de comer pois é de muita baixa qualidade".
Antes de ser transferido para Piraquara, o ex-diretor ficou detido na carceragem da PF em Curitiba. Mas alegou que foi ameaçado por um agente e a Justiça decidiu pela transferência dele para um presídio estadual. 
Costa foi preso no dia 20 de março porque familiares destruíram provas que seriam apreendidas na operação Lava-Jato da Polícia Federal. Ele é acusado de lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa e obstrução de investigação. De acordo com denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, o ex-diretor da Petrobras comandou, com o doleiro Alberto Youssef, um esquema de desvio de verbas da construção da refinaria Abreu e Lima. A polícia suspeita que a dupla se apropriou de pelo menos 7,9 milhões de reais desviados de contratos da estatal. Duas filhas de Costa (Shanni e Arianna Bachmann) e os genros (Márcio Lewkowicz e Humberto Mesquita) também respondem na Justiça pelo crime de obstrução de investigação, porque ocultaram os documentos que a polícia buscava. 

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Beber mais café ajuda a evitar diabetes tipo 2, diz estudo

Diabetes

Pesquisadores de Harvard concluíram que passar a consumir uma xícara a mais da bebida todos os dias é suficiente para ajudar a prevenir a doença

Café: Passar a beber uma xícara a mais por dia é suficiente para diminuir em 11% o risco do diabetes tipo 2
Café: Passar a beber uma xícara a mais por dia é suficiente para diminuir em 11% o risco do diabetes tipo 2 (Thinkstock)
Uma pesquisa feita na Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, sugere que aumentar a ingestão diária de café ajuda a reduzir o risco de diabetes tipo 2. Por outro lado, reduzir esse consumo parece elevar essa chance.
O diabetes tipo 2 acontece quando o organismo de uma pessoa se torna resistente à ação da insulina, hormônio responsável por controlar a quantidade de glicose no sangue. A doença pode surgir devido a fatores genéticos ou ambientais – incluindo obesidade, sedentarismo e má alimentação. Um levantamento divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde mostrou que o número de brasileiros com diabetes aumentou nos últimos cinco anos – de 5,5% da população em 2006 para 6,9% em 2013. 
A nova pesquisa, publicada na última edição do periódico Diabetologia, examinou dados coletados ao longo de vinte anos de cerca de 100 000 pessoas. Os autores do estudo analisaram a relação entre consumo de café e o risco de diabetes.
A equipe concluiu que as pessoas que, durante esse tempo, passaram a beber no mínimo uma xícara de café a mais todos os dias tiveram um risco 11% menor de ter diabetes tipo 2 do que aquelas que não alteraram o consumo da bebida. Por outro lado, a chance da doença foi 17% maior entre os indivíduos que passaram a ingerir uma xícara de café a menos no dia.
O estudo não levou em consideração, porém, quantas xícaras de café as pessoas bebiam antes de alterar o consumo — apenas observou os efeitos do aumento ou redução da quantidade ingerida, independentemente do total de café que passaram a beber diariamente.
A pesquisa também indicou que, entre as pessoas que não mudaram o consumo da bebida, aquelas que bebiam mais café — ou seja, três xícaras ou mais ao dia — tiveram um risco 37% de apresentar a doença do que as que ingeriam menos – ou seja, uma xícara ou menos por dia, em média.
Segundo os autores, evidências sugerem que esse efeito do café não se deve à cafeína, mas sim a outros compostos presentes na bebida. “O café tem muitos antioxidantes e outros componentes importantes no metabolismo da glicose. E esse mesmo efeito foi observado em café descafeinado por estudos anteriores”, diz Shilpa Bhupathiraju, pesquisadora da Universidade Harvard e coordenadora da pesquisa.

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TCU notifica Ministério da Saúde sobre irregularidades nas UPAs


3 de maio de 2014 
Marina Dutra
Atrasos injustificados em obras, falta de controle quanto à qualidade dos projetos e acompanhamento deficiente da execução das obras estão entre os problemas encontrados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em obras de Unidades de Pronto Atendimento (UPA) já entregues.
A auditoria foi realizada entre 29 de abril e 27 de setembro do ano passado com o intuito de apurar a qualidade das obras relativas às UPAs nos últimos cinco anos. Foram visitadas duas UPAs no Distrito Federal, uma em Goiás, seis em Pernambuco, três no Pará, duas em Rondônia, oito em São Paulo, duas no Rio Grande do Sul e duas no Piauí.
Das 26 obras visitadas, 25 apresentaram execução de serviços com má qualidade, além de projetos deficientes. Quinze UPAs desrespeitavam requisitos de acessibilidade, 14 não possuíam termos de recebimento das obras e nove estavam em funcionamento sem ter “habite-se” (autorização dada por órgão municipal permitindo que determinado imóvel seja ocupado).
O relatório de fiscalização ainda concluiu que o gerenciamento da execução das obras das UPAs realizado pelo Ministério da Saúde não era o ideal, pois não prevenia falhas de projeto, nem acompanhava de forma adequada o desenvolvimento das obras. Esses fatos ficaram evidentes ao verificar-se o grande número de projetos com baixa qualidade, obras com qualidade ruim e empreendimentos atrasados.
Segundo a equipe de auditoria, as transferências realizadas pelo Ministério aos entes participantes do programa possuem caráter convenial, sendo necessário, por força da Portaria Interministerial 507/2011, que a aplicação dos recursos fosse monitorada pelo referido órgão.
Por fim, o Tribunal propôs oitiva da Coordenação Geral de Urgência e Emergência, do Ministério da Saúde para que apresentasse esclarecimentos quanto aos indícios de irregularidades relatados, em especial quanto à falta de controle sobre a qualidade dos projetos e à fiscalização deficiente das obras do programa.
O Ministro-Relator, Benjamin Zymler, determinou, ainda, a realização da oitiva da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que se manifestasse acerca das irregularidades relativas à deficiência dos projetos avaliados.
As Unidades de Pronto Atendimento integram a Política Nacional de Atenção às Urgências (Saúde Toda Hora) e são estabelecimentos de complexidade intermediária que contam com previsão de investimentos da ordem de R$ 2 bilhões.
O programa teve início em 2008, com recursos do orçamento do Ministério da Saúde. A partir de 2011, a fonte de recursos passou a ser o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Segundo o Ministério da Saúde, a época dos trabalhos de campo 1.027 Unidades de Pronto Atendimento 24 hs estavam em execução ou já haviam sido concluídas.
Obras paradas
Como o Contas Abertas apontou em levantamento sobre o andamento das obras do PAC 2, a um ano do final da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), apenas 10,6% das iniciativas da Saúde foram entregues pelo governo federal. Entre os dados alarmantes está a conclusão de apenas 14, das 503 Unidades de Pronto Atendimento (U
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Acordo com Labogen teve Padilha como testemunha

Veja.Com

Pois é… Quanto mais o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esperneia, mais o caso insiste em cair no seu colo. Vejam esta foto e leiam o que informa, na sequência, Cleide Carvalho, no Globo Online:
Padilha (segundo à esquerda), na assinatura do acordo, ao lado de Meirelles (de óculos), laranja de Youssef Reprodução de relatório da PF
Padilha (segundo à esquerda), na assinatura do acordo, ao lado de Meirelles (de óculos), laranja de Youssef. Reprodução de relatório da PF
O termo de compromisso da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) de citrato de sildenafila com o Labogen — empresa usada pelo doleiro Alberto Youssef para remessas ilegais de dinheiro para o exterior — que reunia o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) e a indústria farmacêutica EMS, foi assinado em dezembro passado sem levar em conta alertas de setores técnicos do Ministério da Saúde. O documento foi assinado em 11 de dezembro pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Carlos Gadelha, e pelo capitão Almir Diniz de Paula, do LFM. O então ministro da Saúde Alexandre Padilha assinou o documento como testemunha.
No ato da assinatura, estava presente também Leonardo Meirelles, apontado como testa de ferro de Youssef e sócio da Labogen. Ele chegou a ser preso na Operação Lava-Jato e é um dos réus no processo, acusado de crime financeiro e lavagem de dinheiro.
O GLOBO teve acesso aos documentos do projeto de PDP, desfeito após a Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), revelar que o Labogen era uma empresa de fachada. O projeto era por cinco anos, com valor de R$ 134,4 milhões. Na análise, na qual consta um “de acordo” de Gadelha, os técnicos afirmam que o Labogen não possuía os documentos necessários, como o Certificado de Boas Práticas de Fabricação, embora fosse o responsável pelo desenvolvimento e fabricação do insumo. Dizem ainda que a EMS já fabricava as versões 25mg, 50mg e 100mg e tinha tecnologia para transferir ao LFM, e que a demanda apresentada estava superestimada. Isso porque o projeto previa 4,55 milhões de comprimidos de 20 mg por ano, enquanto as compras, de julho de 2012 a junho de 2013, tinham chegado a apenas a 2,161 milhões.
Dois dias antes da assinatura do compromisso, José Miguel do Nascimento Junior, diretor de Assistência Farmacêutica do ministério, enviou e-mail ao diretor responsável pelos projetos de parceria, Eduardo Jorge Oliveira, alertando que a necessidade maior era para o medicamento na versão 50 mg, e não na de 25 mg ou 20 mg, como previsto no projeto: “Favor atentar para o destaque em vermelho: Neste sentido, não deve haver PDP para a apresentação de 25 mg e sim, somente da sildenafila 50 mg”. Ele repassou junto um e-mail da área técnica, que havia sido consultada.

Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/acordo-com-labogen-teve-padilha-como-testemunha/

Saúde no Brasil


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Em levantamento que mediu a eficiência dos serviços de saúde de 48 países, o Brasil ficou em último lugar. A Bloomberg, portal americano especializado em economia, atribuiu uma nota para cada país.  Para o cálculo, foram usados critérios de expectativa de vida, média do custo do serviço de saúde e quanto esse custo representa comparado ao PIB per capita de cada país.
Fonte: Bloomberg