domingo 18 2012

Parada gay lota a orla da praia de Copacabana


Rio de Janeiro

Com o lema 'Coração não tem preconceitos. Tem amor', evento atraiu cerca de um milhão de pessoas para a Avenida Atlântica, segundo a organização

Parada Gay: participantes fantasiados tomam conta da orla de Copacabana
Parada Gay: participantes fantasiados tomam conta da orla de Copacabana (Bia Alves/Fotoarena)
Depois de um feriado de dias nublados e com chuvas, o domingo ensolarado no Rio de Janeiro levou milhares de pessoas para a orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, para conferir a 17ª Parada do Orgulho LGBT. Com o lema Coração não tem preconceitos. Tem amor, o evento organizado pelo Grupo Arco Íris e Instituto Arco Íris colocou 13 trios elétricos para agitar a Avenida Atlântica e conscientizar a população sobre a violência e discriminação contra os homossexuais. Segundo os organizadores, um milhão de pessoas acompanharam o desfile.
"Só pode haver política pública efetiva se for para todos, e o público LGBT estava, há décadas, sem apoio", disse o coordenador do programa do governo estadual Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, que citou estatísticas recentes do IBGE mostrando que menos de 10% dos municípios brasileiros têm políticas públicas nessa área. A abertura oficial do evento foi feita pelo secretário de estado do Ambiente, Carlos Minc, que ficou durante todo o trajeto aproveitando a festa e dançando no primeiro carro de som.
Participaram também do evento as Mães da Igualdade, organização de mulheres que perderam seus filhos em decorrência da violência homofóbica. Em abril deste ano, um estudo feito pelo Grupo Gay da Bahia identificou que 266 pessoas foram assassinadas em 2011 em virtude de sua orientação sexual.

Renan Calheiros e as 'circunstâncias políticas'


Congresso

NOJO!!!

Cinco anos depois de renunciar à presidência do Senado fustigado por um escândalo político, senador alagoano se prepara para reassumir o cargo

Laryssa Borges, de Brasília
Renan Calheiros, senador (PMDB-AL)
Renan Calheiros, senador (PMDB-AL) (Minervino Junior/Agência BG Press)
"Presidir esta Casa é consequência das circunstâncias políticas”. Era 4 de dezembro de 2007, quando o alagoano Renan Calheiros, um dos principais líderes do PMDB, cedeu e, para usar suas próprias palavras, decidiu “arredar o pé” e renunciar à presidência do Senado Federal. A decisão, lida às 16h no plenário, marcou o desfecho de uma crise que se arrastou por 194 dias e evitou que ele, enxovalhado por denúncias, mais do que a cadeira de presidente, perdesse também o mandato.
Aos 57 anos, 18 deles no Senado, Renan Calheiros se considera um sobrevivente. Aprendeu desde cedo que, nos corredores do Legislativo estadual ou nos carpetes de Brasília, deveria manter sempre o pé em duas canoas. Apontado como um dos mais hábeis políticos em atividade, tem como lema negociar antes de enfrentar, mas também é conhecido pela personalidade vingativa e pelo apetite voraz pelo poder. Depois de passar cinco anos atuando nos bastidores, remendando alianças estremecidas e contemplando aliados, Renan se prepara para sair das sombras e voltar à presidência do Senado em fevereiro - com o aval do Palácio do Planalto.
Diplomático, o peemedebista não bate de frente com candidatos alternativos à sucessão de José Sarney. Para aliados, é propositadamente “dissimulado”. Em campanha velada, distribui afagos – e, como de praxe, promete cargos – para aplacar potenciais opositores. No Senado, amansou peemedebistas: Roberto Requião ficou com a presidência do braço brasileiro do Parlamento do Mercosul; Eduardo Braga virou líder do governo; Romero Jucá foi nomeado relator do Orçamento para 2013; e Vital do Rêgo ganhou notoriedade como presidente da CPI do Cachoeira.
"Ele nasceu para fazer política, tem o dom da articulação. Participa, influencia, decide, ajuda. Renan é um articulador nato, ele sabe fazer", diz o líder do PTB no Senado, Gim Argello.
Atualmente, voltou a cair nas graças do Palácio do Planalto por ter atuado diretamente no controle do ritmo – e da abrangência (restritíssima) - das investigações da comissão de inquérito que apuraria as relações do contraventor goiano Carlinhos Cachoeira com empresas e políticos. Também é relator da prioritária medida provisória que propõe mudanças no setor elétrico, considerada a menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff. Reservadamente, diz não acreditar que a relatoria da MP possa sacramentá-lo na presidência do Senado. Mas sabe que qualquer deslize na condução do texto sobre os novos contratos do setor elétrico invariavelmente provocará uma ofensiva direta do Palácio do Planalto contra suas aspirações.
Renan atribui as lições políticas a José Sarney e ao apoio pessoal que recebeu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no auge da crise de 2007. Hoje, depois de ver o próprio Sarney se safar do escândalo dos atos secretos no Congresso, em 2009, o alagoano afirma nos bastidores que não precisava necessariamente ter renunciado à presidência do Senado. E insiste no discurso de que foi a imprensa quem tentou lhe tomar o mandato.
Entre altos e baixos, aliados e desafetos são unânimes em afirmar que o instinto de sobrevivência de Renan é a sua principal característica. E lembram que, em momentos de tensão na base governista, era Renan quem insuflava as rebeliões e, em seguida, assumia o papel de interlocutor com o Palácio do Planalto para dissipar a crise. Em troca, nunca saiu de mãos vazias.
Em embates pessoais, atribuiu ao usineiro João Lyra parte do escândalo envolvendo a jornalista Mônica Veloso, em 2007. Conforme revelou VEJA, o senador tinha despesas pessoais pagas por Cláudio Gontijo, lobista da construtora Mendes Júnior. Entre os préstimos do empresário estavam a pensão e o aluguel da jornalista, com quem o senador teve uma filha fora do casamento.
Dos cinco processos aos quais respondeu no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar no auge da crise – as denúncias envolviam lobby em favor da Schincariol, cobrança de propina em ministérios controlados pelo PMDB e espionagem de adversários políticos – o que considera ter enfrentado com maior desgaste foi a revelação de sua relação extraconjugal. Acreditava que estava passando por “duas guerras”, uma política, na qual os senadores Arthur Virgílio (PSDB), Demóstenes Torres (DEM) e Pedro Simon (PMDB) pediam sua cabeça em plenário, e outra mais acirrada: em casa. Sua esposa Verônica e os três filhos, incluindo o deputado Renan Filho (PMDB), lhe viraram as costas.
"Tenho muito respeito pelo Renan. Ele tem qualidades. Ajudou a transformar o Collor em presidente da República, e isso apesar de o Collor ter brigado com Renan antes. Mas, taticamente, para ele não é interessante entrar nessa jogada de sucessão no Senado. Em 2007 ele renunciou à presidência antes da votação da cassação dele e agora volta? Não fica bem", diz o rival de outrora Pedro Simon.
As relações dúbias de Renan com aliados e desafetos já envolveram, por exemplo, uma sociedade oculta com João Lyra, que viria a romper com o senador depois, para a compra de veículos de comunicação. Nas eleições municipais de outubro deste ano, no entanto, Renan Calheiros não viu problema em se aliar ao próprio Lyra para apoiar a candidatura do pedetista Ronaldo Lessa à prefeitura de Maceió. Os tentáculos do provável futuro presidente do Senado vão desde sua assinatura na ata de fundação do PSDB, em junho de 1988, até as alianças oscilantes com o senador Fernando Collor e com o atual governador de Alagoas, Teotônio Vilela.
Na relação direta com o Palácio do Planalto, agora revitalizada depois de o PMDB ter emitido sinais de que não aceitaria o nome do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, como candidato à sucessão de Sarney, Renan capitaneou rebeliões para barrar em março no Congresso a recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A grita do PMDB é histórica: sempre está insatisfeito com o ritmo de liberação de emendas parlamentares, com a morosidade na nomeação de apadrinhados, com a falta de autonomia dos ministros não petistas.
Sem Lobão e agora com caminho livre para ser ungido presidente do Senado, Renan Calheiros revelou a interlocutores ter a convicção de que pode sair vitorioso facilmente. Acredita que já não tem de enfrentar as três principais pedras nos seus sapatos dos idos de 2007: a força de oratória do senador Pedro Simon e as línguas afiadas do ex-senador tucano Arthur Virgílio, ex-amigo pessoal, e do senador Demóstenes Torres, cassado após revelações de parceria espúria com Carlinhos Cachoeira. Para o político alagoano,o passado não é capaz de impedir seu retorno à presidência do Senado. Presidir o Senado, diz ele, é mesmo  “consequência das circunstâncias políticas”.

David Bowie - Starman (1972) HD

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José Rubem Fonseca



José Rubem Fonseca
 
Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora (MG), em 1925, e mora no Rio de Janeiro desde os oito anos. Formado em Direito, exerceu várias profissões antes de se dedicar inteiramente à literatura, como contista, romancista, ensaísta e roteirista. Seus primeiros livros, Os prisioneiros (1963) e A coleira do cão (1965) são de contos. Os dois bastaram para que Rubem Fonseca fosse consagrado como um dos mais originais prosadores brasileiros. O crítico Wilson Martins escreveu, em 1966, no jornal O Estado de São Paulo: “Sr. Rubem Fonseca vence brilhantemente a prova do segundo livro (...) Se figurarmos os nossos autores de hoje em seus lugares respectivos na escada da glória, nada mais fácil do que perceber que, com Sr. Rubem Fonseca, a literatura brasileira ganhou um dos seus escritores mais importantes”. Depois vieram outras obras-primas, entre as quais Lúcia McCartney, A grande arte, Buffo & Spallanzani e Agosto. Rubem Fonseca reinventou entre nós uma literatura noir, ao mesmo tempo clássica e pop, brutalista e sutil. 
 
“É o mais importante livro de ficção brasileira dos últimos anos.” Esta frase de Sérgio Sant’Anna resume o impacto do lançamento de Lúcia McCartney em 1969. Passados mais de quarenta anos, ainda surpreende a inventividade do autor em contos como “Lúcia McCartney”, sobre uma prostituta da Zona Sul. Misturando erudição e modernidade, Rubem produziu um clássico da literatura contemporânea.
 
Seu primeiro romance, O caso Morel, de 1973, é um marco na literatura policial brasileira. Preso por homicídio, o artista plástico Paul Morel escreve um livro para relembrar sua vida e, principalmente, a morte de Joana, uma das mulheres com quem viveu, motivo de sua prisão. Vilela, escritor e ex-policial que Morel chama para ajudá-lo, se envolve na história e tenta provar a inocência do artista. Depois vieram outros livros de contos e, em 1983, Rubem lançou A grande arte, seu segundo romance. O protagonista é o advogado Mandrake, que busca descobrir quem é o assassino de mulheres que marca, com uma faca, a letra P no rosto das vítimas. 
 
Em Agosto (1990), o autor mistura ficção e realidade para dissecar o atentado frustrado contra o jornalista Carlos Lacerda, opositor do presidente Getúlio Vargas, que causou uma das maiores reviravoltas da história do Brasil. O livro foi um sucesso de público e crítica e deu origem à minissérie homônima, da Rede Globo. Várias obras de Rubem Fonseca já foram adaptadas  para o cinema, o teatro e a televisão.
 
Em O seminarista, seu décimo primeiro romance, de 2009, Rubem mais uma vez mostra sua habilidade em levar o leitor para dentro da narrativa. O matador de aluguel José é um ex-seminarista que vive lembrando frases latinas, gosta de poesia e cinema. Ele recebe os “serviços” de um personagem misterioso chamado Despachante. Disposto a iniciar uma vida nova, aposentado e apaixonado, ele começa a receber dicas de que seria alvo de um antigo cliente. Conciso e intenso, o romance tem final surpreendente.
 
Com mais de vinte e cinco grandes livros publicados, entre romances e contos, Rubem Fonseca é um dos escritores mais influentes da atualidade, vencedor do Prêmio Camões (o mais importante da língua portuguesa, pelo conjunto da obra), do Prêmio Juan Rulfo e do Jabuti (cinco vezes), entre vários outros, nacionais e internacionais.
 
 
OBRAS
 
Contos & Crônicas
Os Prisioneiros ( 176 págs.) – 1963, 2009, Agir
Lúcia McCartney (240 págs.) – 1957, 2009, Agir
O Buraco na parede – 1995 (nova edição no prelo), Agir 
Histórias de amor – 1997 (nova edição no prelo), Agir
A Confraria dos espadas – 1998, 2002, Cia. das Letras
64 Contos de Rubem Fonseca (org. Tomás Eloy Martinez) -  2004 (nova edição no prelo), Agir
Mandrake, a Bíblia e a Bengala – 2005 (nova edição no prelo), Agir
O Romance Morreu – 2007 (nova edição no prelo), Agir
Secreções, excreções e desatinos (184 págs.) -  2001, 2010, Agir 
O Cobrador (240 págs.) – 1979, 2010, Agir
Feliz Ano Novo (152 págs.) – 1975, 2010, Agir 
A Coleira do cão (256 págs.) – 1965, 2010, Agir 
Ela e outras mulheres (224 págs.)  – 2006, 2010, Agir
Axilas e Outras Histórias Indecorosas (214 págs.) – 2011, Nova Fronteira
Contos de Amor – (no prelo), Nova Fronteira
Romance negro e outras histórias (248 págs.) – 1992, 2011, Nova Fronteira
Pequenas criaturas (344 págs.) - 2002, 2011, Nova Fronteira
2009 - Os prisioneiros2009 - Lúcia McCartney1992 - Romance negro e outras histórias1995 - O buraco na parede2010 - Secreções, excreções e desatinos2010 - O cobrador2010 - Feliz ano novo2010 - A coleira do cão2010 - Ela e outras mulheres2011 - Axilas e outras histórias indecorosas
2011 - Romance Negro e Outras HIstorias2011 - Pequenas criaturas
 
 
Romances
Diário de um fescenino – 2003 (nova edição no prelo), Agir
Agosto (368 págs.) – 1990, 2010, Agir
O caso Morel (192 págs.) – 1973, 2010, Agir
Vastas emoções e pensamentos imperfeitos (318 págs.) – 1988, 2010, Agir
A grande arte  (531 págs.) – 1983, 2010, Agir
José (168 págs.) – 2011, Nova Fronteira
O selvagem da ópera (332 págs.) – 1994, 2011, Nova Fronteira
Bufo & Spallanzani (352 págs.) – 1985, 2011, Nova Fronteira
2003 - Diário de um fescenino2010 - Agosto2010 - O caso Morel2010 - Vastas emoções e pensamentos imperfeitos2010 - A grande arte2011 - José2011 - O Selvagem da óperaBufo Spallanzani
 
 
Novelas
E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto – 1997 (nova edição no prelo), Agir 
O doente Molière – 2000 (nova edição no prelo), Agir
O Seminarista (184 págs.) - 2009, Agir
1997 - E do meio do mundo prostituto só amores guardei ao meu charuto2009 - O seminarista
 
 
Antologias
Romance negro e outras histórias – 1992, 2001, Cia. das Letras
Contos reunidos - 1994, 2000, Cia. das Letras
O homem de fevereiro ou março (395 págs.) – 1973, 2010, Nova Fronteira
2001 - Romande negro e outras histórias2010 - O homem de fevereiro ou março
 
 
Participação em Coletâneas
”O agente”, “O pedido”, “O orgulho” e crônicas inéditas “O 5º suspeito” e “Pipoca”.
In: Literatura em minha casa. Volume 2, Crônica e conto, Companhia das Letras, 2003.
 
“Família é uma merda”.
In: Vinte ficções breves. Unesco, 2002.
 
“O cobrador” e “O exterminador”.
In: Os 100 melhores contos de crime e mistério. Ediouro, 2002.
 
“O caso de F.A.” e “A arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro”.
In: Lapa do desterro e do desvario. Casa da Palavra, 2001.
 
'A força humana', 'Passeio noturno I', 'Passeio noturno II','Feliz ano novo', 'A confraria dos espadas'
In: Os cem melhores contos brasileiros do século. Organização de Ítalo Moriconi. Objetiva, 2000.
 
'O agente'
In: Trabalhadores do Brasil. Geração Editorial, 1998.
 
'Abril no Rio, em 1970'
In: Onze em campo e um banco de primeira. Relume-Dumará, 1998.

The Doors - Touch Me (Live)