domingo 22 2013

Leandro Karnal - Temor e Tremor - CPFL Cultura

"Queremos histórias autênticas de pessoas comuns", diz executiva do Instagram

Entrevista: Bailey Richardson

Rede amplia esforços para estimular usuários a compartilhar melhores fotos

Claudia Tozetto
Divulgação
Bailey Richardson, do Instagram: serviço faz sucesso no país, porque brasileiros têm prática em conhecer novas pessoas. (Divulgação)
O Instagram, serviço de compartilhamento de fotos e vídeos, promoveu na semana passada o primeiro encontro oficial de usuários no Brasil. O Instameet, como é chamado o evento, reuniu cerca de trinta cadastrados em um piquenique na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, onde os usuários tiveram a oportunidade de fotografar o pôr do sol e trocar experiências sobre as imagens compartilhadas com seus seguidores. O encontro faz parte da estratégia da rede social para manter a relevância do conteúdo compartilhado a despeito do crescimento exponencial no número de usuários — em setembro, o número bateu em 150 milhões de pessoas. Por isso, o pequeno grupo de brasileiros foi acompanhado de perto por Bailey Richardson, gerente de comunidade do Instagram nos Estados Unidos, responsável justamente por escolher quem, em solo nacional, terá a função de liderar o trabalho da rede social junto aos usuários. Em entrevista exclusiva ao site de VEJA, Bailey falou sobre os planos para expandir a rede social no Brasil, que está entre os cinco países com maior número de usuários no serviço. Para ela, a estratégia é simples: é preciso estimular cadastrados a contar histórias originais com suas imagens. Isso atrairá mais gente e, assim, o vigoroso crescimento do serviço se manterá. "Sabemos, por exemplo, que Neymar será destaque da Copa do Mundo, uma estrela para o qual todos os olhos estarão voltados. Mas e as imagens das milhares de crianças jogando futebol nas ruas? O Instagram quer essas histórias autênticas de pessoas comuns." Confira a seguir a entrevista:
Como foi o primeiro encontro oficial do Instagram no Brasil? Foi o primeiro, no sentido de ter sido organizado pela equipe do Instagram, mas os brasileiros já haviam realizado eventos para tirar fotos juntos. Esse encontro foi organizado com a ajuda de uma usuária que mora no Rio e já reunia pessoas para fotografar. Encontramos cerca de trinta pessoas e tivemos a oportunidade de conhecê-las e falar sobre o Instagram.
Por que a rede quer se relacionar mais com a comunidade fora dos Estados Unidos?Algum tempo depois da criação do Instagram,algumas pessoas bateram na porta do nosso escritório, em São Francisco. Elas se conheceram por meio do serviço e queriam dizer olá para os fundadores. Kevin [Systrom] e Mike [Krieger, um brasileiro] deixaram o escritório para fotografar junto com eles. Então, esses encontros fazem parte da cultura do Instagram desde o início. O produto é só um pedaço de software, mas o que torna o Instagram tão legal é o que as pessoas fazem com ele.
Quais benefícios o Instagram oferece para quem participava desses encontros? O que nós queremos é enviar um tuíte ou publicar uma postagem no blog avisando as pessoas. Vamos destacar os Instameets que vão acontecer para que as pessoas possam tirar fotos em grupo, compartilhá-las e depois falar sobre elas. Os encontros estão crescendo tão rapidamente e não temos como dar suporte a todos eles. À medida que avançarmos com o trabalho, queremos entregar kits com camisetas e adesivos para as pessoas que estão organizando os Instameets. É como se fosse um reconhecimento, algo para mostrar que estamos vendo o que elas estão fazendo em todo o mundo. É difícil fazer isso de uma forma justa com todos. O fato de tantas pessoas usarem a plataforma é um problema maravilhoso para lidar. 
O Instagram promoverá outros encontros na América Latina? Nesta semana, vou conhecer dois usuários em São Paulo. É um encontro menor do que no Rio, mas eu acho que o Instameet pode ser algo com centenas de pessoas ou apenas algumas pessoas por vez. Basta ter o sentido de encontrar pessoas que você ainda não conhece. É uma oportunidade de conhecer pessoas que têm uma vida que você acredita que combina visualmente com a sua. Além do Brasil, que é um dos países mais importantes para nós, estarei em Buenos Aires por dois dias. Honestamente, acho que estamos menos desenvolvidos nos países de língua espanhola, então vamos divulgar o Instagram lá também.
Já existe uma agenda de encontros para 2014? Ainda não. Quando contratarmos o gerente de comunidade para a América Latina, a primeira coisa que vamos fazer é conhecer os usuários que já organizam reuniões no Brasil. Não queremos tomar os encontros, colocar nossa marca neles. A ideia é dar suporte para que essas pessoas continuem organizando as reuniões. Vamos continuar organizando os Instameets globais. Em geral, determinamos que faremos um encontro simultâneo em uma data e as pessoas tentam organizar seus encontros nesse dia, usando a mesma hashtag.
Você está no Brasil para recrutar uma pessoa para cuidar da comunidade local. É o primeiro funcionário do Instagram fora dos Estados Unidos? A primeira pessoa contratada para trabalhar em tempo integral para o Instagram fora dos Estados Unidos está em Londres. É mais fácil contratar alguém que fala a mesma língua e um dos maiores escritórios do Facebook [proprietário do Instagram] fica lá. Então, foi mais rápido. Mas a pessoa que será contratada no Brasil será a segunda funcionária fora dos Estados Unidos a trabalhar em tempo integral para o Instagram.
Como o trabalho com a comunidade pode impactar o Instagram no futuro? O Instagram está passando por um crescimento fenomenal, mas existe uma porcentagem pequena dos usuários que estão realmente organizados e são realmente apaixonados pela ferramenta. O mais importante é que as pessoas entendam que, não importa a escala, elas são capazes de promover encontros. Quase todo mundo que usa o Instagram segue uma pessoa que não conhece ainda. As pessoas que organizam os Instameets são nossos principais apoiadores e, se eles estão se encontrando, queremos apoiá-los para que isso continue a acontecer.
Qual o maior desafio para aumentar a comunidade do Instagram no Brasil? Nós queremos que mais pessoas no Brasil usem o Instagram. Mas essas pessoas que organizam encontros são como a fundação de uma casa para nós. Se você traz milhares de usuários que não entendem o valor que o Instagram pode trazer para a vida delas, essa fundação pode ficar fraca e o produto perde impacto. No caso do Brasil, o desafio é atrair pessoas que possam trazer valor e significado para outras. Grandes eventos vão acontecer no Brasil e o número de usuários vai aumentar, mas o que quero garantir é que teremos histórias autênticas. Eu acho que estimular isso será algo empolgante e ao mesmo tempo desafiador.
Os brasileiros são diferentes de usuários do Instagram de outras partes do mundo? Ao contrário de outros países, como os Estados Unidos, existe um apreço raro pela comunidade no Brasil. Na Europa Ocidental, por exemplo, as pessoas são menos dispostas a encontrar quem não conhecem. A disposição dos brasileiros em confiar uns nos outros é algo único e excepcional. Ao vir ao Brasil, percebi que o Instagram faz tanto sucesso porque dá suporte para esse comportamento. Os brasileiros têm o costume de conhecer mais e mais pessoas.
Embora permita esse contato entre estranhos, o Instagram continuará a ter a vocação de uma rede social mais fechada que o Facebook? Acho que isso vai depender de como o produto vai se desenvolver. De maneira geral, as pessoas pensam muito em quem elas vão seguir. Existe algo particular no Instagram que faz as pessoas se sentirem confortáveis em parar de seguir outros usuários. Esse relacionamento é muito mais leve, ele pode mudar facilmente no Instagram. As pessoas vão, eventualmente, encontrar outras coisas pelas quais se interessam, mas ao mesmo tempo é sempre muito fácil fazer a curadoria daquela lista.
Como o Instagram Direct se encaixa nessa estratégia? Eu acho que o Instagram Direct é um recurso que as pessoas podem usar para se conectar a outras com quem já mantêm um relacionamento. Sempre ouvimos que quando duas pessoas queriam organizar alguma coisa precisavam sair do Instagram. Agora, elas podem fazer isso usando a mesma ferramenta.
Os usuários receberam bem o Instagram Direct? As pessoas que ajudaram a organizar o encontro no Rio agradeceram e estão empolgadas com o novo recurso. Elas tinham vontade de compartilhar com outras pessoas momentas que tinham significado real para ambas. Mas é um novo comportamento e acho que muitas pessoas terão que descobrir que podem fazer isso também por meio do Instagram.

De que forma a experiência de trabalhar no Instagram mudou na sua vida? Meu trabalho tem muito a ver com tirar fotos, sair e ver o mundo. Uma das razões que me levaram ao Instagram é a possibilidade de ver pelos olhos de outras pessoas. Quando eu acordo pela manhã e vejo as fotos dos usuários que sigo, posso ver o mundo pelos olhos de alguém que está em Hong Kong ou na África do Sul. Tem algo realmente poderoso nisso e me faz ver o mundo de uma maneira diferente.

Governadores na mira da Justiça Eleitoral

Rio de Janeiro - Sergio Cabral (PMDB)


O peemedebista Sergio Cabral é acusado de abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação durante sua campanha à reeleição, em 2010. O pedido de cassação foi proposto por Fernando Peregrino, candidato derrotado na disputa pelo governo do Estado. De acordo com o processo, entre outros pontos, Cabral teria autorizado, de forma irregular, a celebração de contratos no período eleitoral e a terceirização de serviços essenciais, sem a realização de concurso público. Ele nega as acusações. 

Maranhão - Roseana Sarney (PMDB)

Roseana Sarney é velha conhecida da Justiça Eleitoral em relação a pedidos de cassação de mandato. Ela chegou ao poder em 2009, justamente após a cassação do rival Jackson Lago. Em um dos processos a que responde é acusada de compra de votos e de uso irregular de convênios firmados pelo Estado durante as eleições de 2010. As suspeitas foram levantadas pelo candidato derrotado ao Senado José Reinaldo Tavares.O processo tramitou no TSE, mas foi remetido ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão. A governadora nega ter praticado crimes.

Acre - Tião Viana (PT)

O Ministério Público Eleitoral acusa o governador do Acre, Tião Viana (PT), de abuso de poder econômico, abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A cassação do petista seria justificada, segundo o MPE, por ter havido o deslocamento de servidores públicos em atos de campanha, além de o grupo político de Viana ter conduzido a linha editorial de jornais, canais de televisão e rádios locais durante a campanha de 2010. Para o MPE, foram usados “bens, servidores e serviços da administração pública estadual e municipal para a realização da campanha eleitoral, ampliando, dessa forma, poder de captação dos votos, apropriando-se, ainda que de forma indireta, dos parcos recursos financeiros da administração pública”. O governador nega irregularidades.

Alagoas - Teotônio Vilela (PSDB)

O governador Teotônio Vilela (PSDB) é suspeito de abuso de poder econômico, abuso de poder político e compra de votos durante a campanha para as eleições de 2010. De acordo com a acusação, o tucano teria utilizado recursos públicos para distribuir cestas básicas à população em período eleitoral e sem que houvesse qualquer registro de programa social. Vilela já foi multado mais de uma vez pelo TSE por irregularidades como distribuir animais a eleitores e veicular inserções nos meios de comunicação relatando ações do governo durante sua campanha à reeleição. O processo foi devolvido ao TRE-AL em dezembro. Ele nega as acusações.

Roraima - José Anchieta Júnior (PSDB)

O governador José Anchieta Júnior (PSDB) é acusado pelo adversário Neudo Campos, segundo colocado na disputa pelo governo em 2010, de ter utilizado veículos de comunicação para promover sua candidatura. O tucano também é suspeito de abuso de poder econômico e político e chegou a ser cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Roraima. Uma liminar do ministro Arnaldo Versiani, do TSE, suspendeu a decisão. Anchieta nega irregularidade na disputa eleitoral. Recentemente, VEJA revelou que o tucano é acusado de grilagem de terras. De acordo com o Ministério Público, ele teria distribuído títulos fraudulentos de terras a políticos, juízes de tribunais e a sua própria mulher, Shéridan de Anchieta, em cujo nome está um terreno de 1 milhão de metros quadrados. Ele nega as acusações.

Minas Gerais - Antonio Anastasia (PSDB)

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), é alvo de pedido de cassação por abuso de poder econômico nas eleições de 2010. O autor do recurso é o candidato derrotado Hélio Costa (PMDB). De acordo com a acusação, o tucano teria anunciado um conjunto de convênios, incluindo a transferência de recursos para obras, durante o período eleitoral, com o objetivo de angariar apoio de prefeitos à sua candidatura. Também entre as suspeitas contra o governador estão o aumento salarial de professores e a redução de impostos do álcool combustível e de produtos calçadistas com fins exclusivamente eleitorais. Ele nega as acusações.

Ceará - Cid Gomes (PROS)

Aliado da presidente Dilma Rousseff, Cid Gomes (Pros), governador do Ceará, é acusado de ter utilizado indevidamente a propaganda institucional do governo do Estado para promover sua candidatura. Ele também responde a sususpeitas de abuso de poder econômico e político. O TRE do Ceará já arquivou recurso semelhante que questionava supostas irregularidades no uso de publicidade do governo. Ele nega as acusações.

Tocantins - Siqueira Campos (PSDB)

O governador do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), é acusado pelo ex-governador Carlos Gaguim (PMDB) de compra de votos e de uso irregular dos meios de comunicação para ganhar as eleições estaduais de 2010. Para o adversário, parte da programação da TV Girassol foi direcionada para promover o candidato e desequilibrar a disputa eleitoral. Siqueira Campos também é suspeito de abuso de poder político e econômico. Por decisão da ministra Luciana Lóssio, o processo foi remetido do TSE de volta para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tocantinense. Ele nega as acusações.

Rio Grande do Norte - Rosalba Ciarlini (DEM)

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Norte determinou o afastamento da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) por abuso de poder político e econômico e sua inelegibilidade. Ela é acusada de beneficiar a prefeita eleita de Mossoró, Cláudia Regina (DEM), durante a campanha municipal de 2012, utilizando o avião oficial do estado para viajar até a cidade da aliada e participar da campanha. Uma liminar da ministra Laurita Vaz, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), suspendeu a decisão do TRE e mantém provisoriamente a democrata no cargo. Ela nega as acusações.

Piauí - Wilson Martins (PSB)

O governador do Piauí, Wilson Martins (PSB), já respondeu a processos de cassação e é suspeito de compra de votos, propaganda irregular e abuso de poder político e econômico. Foi absolvido em julgamentos no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas o PSDB apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) outro recurso contra expedição do diploma do governador socialista. Em uma das acusações, servidores públicos estariam sendo obrigados a expedir carteiras de identidade a um determinado nicho de eleitores, que não pagariam taxa para solicitar o documento. Ele nega as acusações.

Mato Grosso do Sul - André Puccinelli (PMDB)

Vencedor das eleições de 2010, o governador reeleito de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), é acusado de abuso de poder político e uso indevido de veículos de comunicação social durante a campanha. O Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-MS) chegou a analisar o caso e entendeu que, apesar de ter havido abusos no pleito daquele ano, as irregularidades não teriam sido capazes de influenciar o resultado das eleições. Entre as suspeitas contra o peemedebista estão a divulgação de publicidade institucional com fins eleitoreiros e exposição massiva do governador. Ele nega as acusações.

Amazonas - Omar Aziz (PSD)

O Ministério Público Eleitoral questiona a legalidade da reeleição do governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), e o acusa de abuso de poder econômico e político por violar a Lei das Eleições e utilizar indevidamente meios de comunicação social durante a campanha. De acordo com o processo, rádios e televisões do Amazonas veicularam trinta peças de propagandas institucionais do governo estadual que, na realidade, seriam publicidade subliminar em favor de Aziz. O custo das peças publicitárias, conforme a Agência de Comunicação Social do Amazonas, foi de 4,08 milhões de reais. Depois de tramitar no TSE, o caso foi remetido em 16 de dezembro para o tribunal amazonense. Ele nega as acusações.

Justiça Eleitoral: Brasil tem 12 governadores por um fio

Eleições 2014

Nova interpretação do TSE devolve aos Estados a análise de processos de cassação de mandato, o que retarda ainda mais a conclusão dos casos

Laryssa Borges, de Brasília
Sessão do Tribunal Superior Eleitoral, semana passada, em Brasília
Sessão do Tribunal Superior Eleitoral (Nelson Jr./ASICS/TSE)
A menos de um ano das eleições, pelo menos doze Estados do país são comandados por governadores cujos destinos estão nas mãos da Justiça Eleitoral. Há casos de pedidos de cassação paralisados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e processos que, após meses nos escaninhos em Brasília, retornaram agora aos tribunais de origem nos Estados. As idas e vindas desses processos, como nos casos em que um candidato derrotado nas urnas recorre à instância superior sem ter passado pela anterior, ampliam a morosidade da Justiça Eleitoral e causam instabilidade — pois mantêm no ar a ameaça de que governantes possam ser obrigados a deixar o posto.
Na última semana, o TSE recebeu mais um caso envolvendo pedidos de afastamento de governadores: Rosalba Ciarlini (DEM), do Rio Grande do Norte, recorreu e conseguiu uma liminar para permanecer no cargo apesar de ter sido condenada por abuso de poder econômico e político em seu Estado. O caso foi definido provisoriamente pela ministra Laurita Vaz e amplia a lista composta por outros 11 governadores com mandatos questionados na Justiça.
Uma decisão dos juízes do TSE ampliou a lentidão na tramitação de diversos processos — já emperrados pelas manobras perpetradas por advogados. Em setembro, os ministos da Corte concluíram que é inconstitucional utilizar o Recurso contra Expedição de Diploma (RCED), que podia ser apresentado diretamente na instância superior – no caso, o próprio TSE –, para tentar cassar mandatos de políticos. Esse tipo de estratégia era usada justamente para tentar encurtar o tempo de tramitação das ações. Porém, segundo os ministros, as impugnações agora devem ser feitas por meio de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), o que acaba remetendo processos de cassação de governadores, por exemplo, para análise dos TREs – e, somente depois desta etapa, a um eventual recurso ao TSE. 
Desde a decisão do TSE, retornaram aos tribunais regionais eleitorais, por exemplo, pedidos de cassação dos governadores do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB), do Piauí, Wilson Martins (PSB), e de Alagoas, Teotônio Vilela (PSB). Decisão semelhante foi aplicada em um dos pedidos de cassação da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), mas houve recurso dentro do próprio TSE. Em todos esses processos, as acusações relatam supostas irregularidades ocorridas há mais de três anos, nas eleições de 2010, como compra de votos, distribuição de benefícios e celebração ilegal de convênios. Não é exagero afirmar que, em 2014, alguns governantes terminarão seus mandatos ou tentarão a reeleição sem que seus processos jamais tenham sido concluídos pela Justiça Eleitoral.

A criança em seu mundo Mário Sérgio Cortella Café Filosófico



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Programa Sempre Um Papo com Mário Cortella e Janete Ferraz 2013



Marco Aurélio entrevista Mário Sérgio Cortella



Governador mais bem avaliado em pesquisa tem gasto alto com propaganda

LUCAS REIS
DE MANAUS

Uma gestão de poucos conflitos e gastos altos em publicidade rendeu a Omar Aziz (PSD-AM) o posto de governador mais popular do país.
Pesquisa CNI/Ibope divulgada neste mês mostrou que 74% dos amazonenses consideram o seu governo ótimo ou bom. Aziz também lidera em confiança do público: 75%.
Ficou à frente de colegas como o presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), segundo mais bem avaliado com 58% de ótimo/bom, e o tucano Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que, com 31%, é o 14º.
Se nos bastidores o resultado foi uma surpresa para o próprio governo –que classificou o levantamento como um "presente de Natal"–, analistas e políticos locais acreditam ter a receita dessa popularidade.
Para o antropólogo Ademir Ramos, que integra o núcleo de cultura política da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Aziz colhe os frutos dos investimentos que fez em publicidade.
Alan Marques-16.out.2012/ Folhapress
Governador Omar Aziz (PSD), o mais bem avaliado em pesquisa
Governador Omar Aziz (PSD), o mais bem avaliado em recente pesquisa
PUBLICIDADE
A gestão gastou, por exemplo, R$ 82 milhões em propaganda em 2012 (valor inclui pessoal da pasta e é quase o dobro gasto no vizinho Pará, de economia de porte semelhante). Supera os investimentos em apoio à pesquisa (R$ 70,5 milhões) ou em órgão ambiental (R$ 22,2 milhões).
As inserções, produções de alta qualidade, costumam ocupar horário nobre. "O Estado é muito grande, e rádio e TV são os principais canais com a população", justifica a secretária de Comunicação de Aziz, Lúcia Gama. Entre os temas da publicidade, há áreas em que o governo ainda patina, como segurança (homicídios dolosos avançaram 10% desde 2010), e obras por fazer, como a cidade universitária.
"O governo tem usado propaganda como meio de campanha antecipada: o que tem feito e o que ainda será", avalia Tiago Jacaúna, professor de ciências sociais na Ufam. Quem também trabalha pela imagem do governo é a primeira-dama Nejmi Aziz, presidente do PSD local. Presença constante em ações assistenciais e em colunas sociais, ela mantém uma equipe só para redes sociais.
PERFIL
O perfil mais conciliador rende dividendos políticos ao governador, que era vice, assumiu em 2010 após a renúncia do hoje senador Eduardo Braga (PMDB) e foi reeleito em primeiro turno. "Ele tem carisma. É um homem de poucos atritos", reconhece o deputado estadual Marcelo Ramos (PSB), opositor ferrenho de Aziz.
A boa costura política se reflete no cenário da sucessão –o governador é próximo dos três pré-candidatos mais fortes: o antecessor Braga, o atual vice, José Melo (Pros), e a deputada federal Rebecca Garcia (PP).
"Aziz não tem escândalo na gestão e deverá ser o fiel da balança na eleição", diz o líder do governo no Legislativo, Sinésio Campos (PT). Filho de pai palestino e mãe brasileira, Aziz, 55, nasceu em Garça (SP). Morou no Peru na infância e mudou-se, ainda adolescente, com a família para Manaus, em 1971.
Formou-se engenheiro civil e entrou na política em 1987 pelas mãos do ex-governador Amazonino Mendes (PDT), que o indicou para uma fundação. A sua carreira incluiu cargos como vereador, deputado estadual, vice-prefeito de Manaus e secretário de Segurança do Amazonas. Para Ramos, da Ufam, o governador ainda busca uma identidade para a sua gestão. Outro desafio é deixar para trás a sombra de Eduardo Braga, hoje líder do governo no Senado, e polêmicas do passado.
Em 2004, já como vice-governador, Aziz foi investigado em CPI no Congresso por suspeita de ter feito programa com uma menina de 15 anos no ano anterior. Teve o nome retirado do relatório final em votação apertada: 8 a 7. Aziz nega as suspeitas. Eleito pelo PMN, o governador se filiou ao PSD em abril de 2011, convencido pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, e ganhou a presidência da legenda no Amazonas.

Deputado bilionário usa verba da Câmara para fazer upgrade em passagem aérea

Política

Newton Cardoso (PMDB) gastou mais de 20.000 reais para viajar de primeira classe para Nova York

O deputado Newton Cardoso (PMDB-MG)
O deputado Newton Cardoso (PMDB-MG) (Gustavo Lima/Agência Câmara )
O deputado mineiro Newton Cardoso (PMDB) usou mais de 20.000 reais em verbas da Câmara para fazer um “upgrade” de uma passagem de classe econômica para uma de primeira classe em um voo para Nova York, no começo de dezembro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
O gasto foi autorizado pelo diretor-geral do Senado, Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida. Na ocasião, outros deputados viajaram para a cidade americana para participar de debates na 68ª reunião da Assembleia Geral. Com exceção de Cardoso, eles foram de classe econômica, com passagens que custaram cerca de 4.000 reais. 
Com a mudança de classe, o bilhete de Newton, conhecido como “Newtão”, alcançou 24.665,41 reais. A diferença, segundo o jornal, foi descontada da Cota para Exercício Parlamentar do deputado. Atualmente o valor mensal do “cotão” varia entre 27.900 reais e 41.600 reais, dependendo do estado do parlamentar. Newtão alegou que fez o upgrade por causa de uma exigência médica decorrente de problemas na coluna.
Em 2009, reportagem de VEJA revelou que, durante um processo de divórcio, sua então mulher afirmou à Justiça que o patrimônio do deputado, que já governou Minas Gerais em duas ocasiões, chegava a 2,5 bilhões de reais. Logo após a publicação, o deputado desmentiu os dados e afirmou que, na verdade, sua fortuna era muito superior.

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Após viagem em avião da FAB para implante capilar, Renan terá de devolver o dinheiro

Política

Assessoria de imprensa do presidente do Senado não confirmou a quantia nem quando será feito o reembolso

O Senador Renan Calheiros (PMDB-AL)
O Senador Renan Calheiros (PMDB-AL) (Beto Barata/Estadão Conteúdo)
Após a revelação de que o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), viajou em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) de Brasília a Recife para submeter-se a uma cirurgia de implante de cabelos, a assessoria de imprensa do peemedebista informou neste sábado que Renan deverá devolver o valor gasto com o deslocamento aos cofres públicos. A viagem ocorreu na última quarta-feira, dia 18. Na ocasião, 10.000 novos fios foram implantados. A revelação de que a viagem teve fins estéticos e não oficiais foi feita neste sábado pelo jornalFolha de S. Paulo. Ainda não foi divulgado, contudo, quando será feito o estorno ao Erário - ou qual quantia será devolvida. 
Na agenda oficial de Renan, publicada no site do Senado, não há nenhum registro de compromisso oficial do presidente da Casa na capital pernambucana. Já nos registros de voos da FAB, o motivo da viagem do presidente do Congresso é justicado como serviço. De acordo com o documento, Renan partiu de Brasília no dia 18 às 22h15 e chegou a Recife às 23h30.
Prejuízo - Um voo entre Brasília e Recife, em avião comercial, agora na alta temporada, custa no mínimo 1.000 reais. A FAB ainda não divulgou se Renan também usou a aeronave da FAB para retornar de Recife a Maceió, onde tem casa.
Esta é a segunda vez neste ano que Renan usa avião da FAB para comparecer a compromissos particulares. Em junho ele voou até Trancoso, na Bahia, para o casamento da filha do colega Eduardo Braga (PMDB-AM). Após o fato ser revelado pela imprensa, Renan devolveu o dinheiro.
Rotina - Ministros do governo Dilma e outras autoridades mantêm o hábito de usar os aviões da FAB para retornar a seus Estados, embora um decreto de 2009, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, autorize o uso de voos comerciais em deslocamentos. Para evitar gastos, a presidente Dilma Rousseff já orientou ministros que moram nos mesmos Estados a compartilharem os voos da FAB em suas viagens de ida e volta para Brasília.
Na última quinta-feira, 19, das dez viagens registradas no site da FAB, seis levaram ministros e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para os Estados onde mantêm residências. O site da FAB diz que essas viagens foram "a serviço".


(Com Estadão Conteúdo)

Oposição quer detalhes de firma de Dirceu no Panamá

Política

Ex-ministro abriu filial de consultoria no mesmo endereço de empresa proprietária do Hotel St. Peter, que ofereceu emprego a ele

José Dirceu se entrega na sede da Polícia Federal, em São Paulo
José Dirceu se entrega na sede da Polícia Federal, em São Paulo (Ivan Pacheco)
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), defendeu, em nota, investigação oficial sobre a consultoria do ex-ministro José Dirceu aberta no Panamá. Conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo neste domingo, o ex-ministro abriu, em 2008, uma filial da JD Assessoria e Consultoria no Panamá no mesmo endereço da Truston International, empresa dona do Hotel St. Peter.
O hotel ofereceu vaga de gerente administrativo para Dirceu, com salário de 20.000 reais, dez dias após ele ter sido preso pela condenação no esquema do mensalão. Dirceu cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.
"As novas informações divulgadas sobre este condenado do mensalão deixam latente que ele operou de todas as formas e que ainda pode estar operando para sustentar aquele que é o maior escândalo desta República", disse Bueno. "Percebe-se que a cada dia surge uma nova descoberta daquilo que seria um grande 'laranjal' arquitetado em torno do mensalão. Isto é gravíssimo, o que exige das instituições, como Ministério Público, Polícia Federal, Receita Federal e Banco Central que se faça ampla investigação."
O hotel e a consultoria foram abertos no endereço onde está instalado o escritório de advocacia panamenho Morgan & Morgan, que oferece testas de ferro para a abertura das empresas no paraíso fiscal. O St. Peter, por exemplo, por um auxiliar administrativo e uma secretária do escritório que têm mais de 30.000 empresas registradas em seus nomes naquele país, conforme levantamento no Registro Público do Panamá.
Após o Jornal Nacional, da TV Globo, revelar a ligação do Morgan & Morgan com o hotel St. Peter, Dirceu desistiu do emprego. Segundo a assessoria do ex-ministro, a consultoria foi aberta, mas não prospectou nenhum negócio no Panamá.
A assessoria de Dirceu confirmou a abertura da filial no Panamá, mas afirmou que, apesar do registro formal, a iniciativa não prosperou, porque a JD Assessoria não teria prospectado negócios naquele país. Assim, nenhum serviço foi prestado por lá. Ainda segundo a assessoria do ex-ministro, a filial panamenha não tem nenhuma relação com esta empresa, sócia majoritária do hotel Saint Peter.
(Com Estadão Conteúdo)