sábado 13 2014
Oposição cobra imediata demissão de Graça Foster
Lava Jato
Líderes oposicionistas também defendem a substituição de toda a diretoria da Petrobras. Ex-gerente da estatal alega ter alertado presidente da petroleira
A presidente da Petrobras Graça Foster (Evaristo/AFP/VEJA)
Em meio à revelação de que a presidente da Petrobras, Graça Foster, foi alertada sobre os desvios na estatal, a oposição intensifica a pressão pelo imediato afastamento da executiva à frente da companhia. Os líderes oposicionistas também defendem a substituição de toda a diretoria da Petrobras – medida também sugerida nesta semana pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“É inadmissível que não se promova uma mudança radical na Petrobras", afirmou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Se não há participação direta (no esquema), há o crime de omissão, de conivência e de cumplicidade. Não há como tolerar essa passividade do governo com relação aos gestores da Petrobras”, continuou.
Reportagem do Valor Econômico publicada nesta sexta-feira revela que uma gerente da estatal alertou Graça e seu antecessor, José Sérgio Gabrielli, sobre as irregularidades em contratos firmados pela estatal com prestadoras de serviço. Em email a Graça, Venina Velosa da Fonseca relata que chegou a ser ameaçada com uma arma e que suas filhas também corriam perigo. Ela foi expatriada para a Ásia e, mais recentemente, afastada do cargo juntamente com os funcionários suspeitos de envolvimento na Operação Lava Jato.
“As denúncias são gravíssimas e provam, com os e-mails, que a Graça foi alertada sobre as irregularidades. Há muito tempo ela deixou de ter condições mínimas de dirigir a empresa", avaliou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE). "A oposição tem insistido que a presidente da República renove a diretoria da Petrobras, para que a empresa possa ter um comando sem histórico de relação com as denúncias", continuou.
O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), endossou o coro. "É um enredo estarrecedor. Não há mais qualquer desculpa para a permanência de Graça Foster na Presidência da Petrobras. Se tiver o mínimo de juízo, a presidente Dilma tem a obrigação de demitir sua protegida e toda a diretoria da empresa. Se não o fizer, vai sinalizar que também faz parte da quadrilha que saqueou a Petrobras", afirmou em nota. "Estamos vivendo um dos momentos mais trágicos que eu me lembro de ter conhecido. Como é que a diretoria da Petrobras não foi demitida, ou pelo menos afastada?”, questionou o senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Nesta semana, o governo fez uma força-tarefa para blindar Graça Foster. Após Rodrigo Janot ter feito um pedido público pela demissão da cúpula da Petrobras, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se apressou para sair em defesa da atual diretoria da estatal e disse que nem a presidente da companhia nem os atuais diretores da empresa deixarão seus cargos. De acordo com Cardozo, não há suspeitas nem indícios de qualquer envolvimento de Foster com o escândalo do petrolão. Agora, após a nova revelação, não houve manifestações do ministro.
Nesta semana, o governo fez uma força-tarefa para blindar Graça Foster. Após Rodrigo Janot ter feito um pedido público pela demissão da cúpula da Petrobras, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se apressou para sair em defesa da atual diretoria da estatal e disse que nem a presidente da companhia nem os atuais diretores da empresa deixarão seus cargos. De acordo com Cardozo, não há suspeitas nem indícios de qualquer envolvimento de Foster com o escândalo do petrolão. Agora, após a nova revelação, não houve manifestações do ministro.
Lobista e Cerveró devem ser os próximos denunciados
Lava Jato
Negociatas na Diretoria Internacional da Petrobras, comandada à época por Nestor Cerveró, será o próximo alvo dos investigadores da Lava Jato
Daniel Haidar, de Curitiba
O procurador Delton Martinazzo Dallagnol durante entrevista coletiva no hotel Mabu, no centro em Curitiba para falar sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato - Juca Varella/Folhapress
O lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró devem ser os próximos suspeitos denunciados pelo Ministério Público Federal por participação no petrolão, o bilionário esquema de corrupção montado por empreiteiras, políticos e funcionários públicos da Petrobras.
A peça de acusação contra Fernando Baiano e Cerveró é aguardada para a próxima semana. Baiano foi o único que não denunciado dos doze presos na sétima etapa da Operação Lava Jato. O lobista é considerado o principal operador do PMDB na estatal, responsável por garantir facilidades e vantagens em contratos feitos pela Diretoria Internacional, comandada por Cerveró.
A influência de Fernando Baiano na estatal ficou evidenciada em depoimentos do empresário Augusto Mendonça Neto e do lobista Júlio Camargo. Os dois delatores, ligados ao grupo Toyo Setal, confessaram pagamentos de suborno, fecharam acordos de delação premiada e passaram a colaborar com as investigações em troca de punições mais brandas. Só eles relataram mais de 40 milhões de dólares em pagamentos ao lobista como recompensa por contratos com a estatal. Foram mencionadas até as contas utilizadas por Baiano para receber dinheiro no exterior.
Não foram as únicas provas. Durante as investigações, foram apreendidos documentos em que pagamentos ao lobista foram igualmente detalhados. Também está em investigação o repasse de uma sala comercial, no centro do Rio de Janeiro, por Fernando Baiano ao ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque. A transação pode ter sido uma operação de lavagem de dinheiro, sem efetivo desembolso de recursos, feita para recompensar Duque, de acordo com uma das hipóteses investigadas.
A denúncia contra os dois fecha uma das pontas do petrolão. Os investigadores sabem que nas diretorias de Abastecimento, Serviços e Internacional as empreiteiras conseguiam benefícios e fraudavam licitações em troca de propina para políticos, operadores e funcionários públicos. Renato Duque, ex-diretor de Serviços, também foi preso, mas obteve o direito de responder em liberdade e deve ser denunciado somente no ano que vem.
As três diretorias foram, pelo menos de 2004 a 2012, território livre para as negociatas de operadores, funcionários e empresários corruptos. Um dos negócios atribuídos a Cerveró em investigação é a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que deixou um prejuízo superior a 1 bilhão de dólares para os cofres da estatal. A transação teve a participação de lobistas e pagamentos de propina no exterior estão em análise.
Também passaram a ser investigadas situações denunciadas por um funcionário de carreira da estatal, que procurou espontaneamente a Polícia Federal em abril para relatar irregularidades no afretamento de embarcações e na negociação de blocos de petróleo na África.
A primeira leva de denúncias, apresentadas nesta quinta-feira, contra 23 executivos de empreiteiras, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e subordinados por corrupção na Diretoria de Abastecimento foi apenas o começo da investigação contra corruptores e corrompidos.
'O primeiro pacote'
ALBERTO YOUSSEF
doleiro e principal operador do petrolão
PAULO ROBERTO COSTA
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
WALDOMIRO DE OLIVEIRA
empregado de Alberto Youssef, dono da MO Consultoria
CARLOS ALBERTO PEREIRA DA COSTA
advogado e gestor das empresas de Youssef, como a GDF Investimentos
JOÃO PROCÓPIO J. P. DE ALMEIDA PRADO
“laranja” de Youssef em contas no exterior
ENIVALDO QUADRADO
empresário dono da Bonus-Banval
ANTÔNIO CARLOS FIORAVANTE B. PIERUCCINI
advogado
MÁRIO LÚCIO DE OLIVEIRA
funcionário de Alberto Youssef
MARCIO ANDRADE BONILHO
executivo da Sanko
ADARICO NEGROMONTE FILHO
irmão do ex-ministro das Cidades
Mário Negromonte (PP)
JAYME ALVES DE OLIVEIRA FILHO
agente da PF que transportava dinheiro do bando
SÉRGIO CUNHA MENDES
vice-presidente da Mendes Júnior
ROGÉRIO CUNHA DE OLIVEIRA
diretor de Óleo e Gás da Mendes Júnior
ÂNGELO ALVES MENDES
vice-presidente da Mendes Júnior
ALBERTO ELÍSIO VILAÇA GOMES
executivo da Mendes Júnior
JOSÉ HUMBERTO CRUVINEL RESENDE
executivo da Mendes Júnior
RICARDO RIBEIRO PESSOA
presidente da UTC
JOÃO DE TEIVE E ARGÔLO
executivo da UTC
doleiro e principal operador do petrolão
PAULO ROBERTO COSTA
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
WALDOMIRO DE OLIVEIRA
empregado de Alberto Youssef, dono da MO Consultoria
CARLOS ALBERTO PEREIRA DA COSTA
advogado e gestor das empresas de Youssef, como a GDF Investimentos
JOÃO PROCÓPIO J. P. DE ALMEIDA PRADO
“laranja” de Youssef em contas no exterior
ENIVALDO QUADRADO
empresário dono da Bonus-Banval
ANTÔNIO CARLOS FIORAVANTE B. PIERUCCINI
advogado
MÁRIO LÚCIO DE OLIVEIRA
funcionário de Alberto Youssef
MARCIO ANDRADE BONILHO
executivo da Sanko
ADARICO NEGROMONTE FILHO
irmão do ex-ministro das Cidades
Mário Negromonte (PP)
JAYME ALVES DE OLIVEIRA FILHO
agente da PF que transportava dinheiro do bando
SÉRGIO CUNHA MENDES
vice-presidente da Mendes Júnior
ROGÉRIO CUNHA DE OLIVEIRA
diretor de Óleo e Gás da Mendes Júnior
ÂNGELO ALVES MENDES
vice-presidente da Mendes Júnior
ALBERTO ELÍSIO VILAÇA GOMES
executivo da Mendes Júnior
JOSÉ HUMBERTO CRUVINEL RESENDE
executivo da Mendes Júnior
RICARDO RIBEIRO PESSOA
presidente da UTC
JOÃO DE TEIVE E ARGÔLO
executivo da UTC
SANDRA RAPHAEL GUIMARÃES
executiva da UTC
DALTON DOS SANTOS AVANCINI
presidente da Camargo e Corrêa
executiva da UTC
DALTON DOS SANTOS AVANCINI
presidente da Camargo e Corrêa
JOÃO RICARDO AULER
presidente do Conselho de Administração da Camargo e Corrêa
EDUARDO HERMELINO LEITE, “LEITOSO”
vice-presidente da Camargo e Corrêa
JOSÉ ALDEMÁRIO PINHEIRO FILHO,
vulgo "LÉO PINHEIRO"
presidente da OAS
AGENOR FRANKLIN MAGALHÃES MEDEIROS
diretor-presidente Internacional da OAS
MATEUS COUTINHO DE SÁ OLIVEIRA
diretor-financeiro da OAS Petróleo e Gás
JOSÉ RICARDO NOGUEIRA BREGHIROLLI
executivo da OAS
FERNANDO AUGUSTO STREMEL ANDRADE
executivo da OAS
JOÃO ALBERTO LAZZARI
executivo da OAS
DARIO DE QUEIROZ GALVÃO FILHO
presidente e dono da Galvão Engenharia
EDUARDO DE QUEIROZ GALVÃO
diretor da Galvão Engenharia
JEAN ALBERTO LÜSCHER CASTRO
diretor presidente da Galvão Engenharia
ERTON MEDEIROS FONSECA
diretor presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia
GERSON DE MELLO ALMADA
executivo da Engevix
CARLOS EDUARDO STRAUCH ALBERO
diretor técnico da Engevix em Osasco (SP)
NEWTON PRADO JUNIOR
diretor técnico da Engevix em Santos (SP)
LUIZ ROBERTO PEREIRA
executivo da Engevix
presidente do Conselho de Administração da Camargo e Corrêa
EDUARDO HERMELINO LEITE, “LEITOSO”
vice-presidente da Camargo e Corrêa
JOSÉ ALDEMÁRIO PINHEIRO FILHO,
vulgo "LÉO PINHEIRO"
presidente da OAS
AGENOR FRANKLIN MAGALHÃES MEDEIROS
diretor-presidente Internacional da OAS
MATEUS COUTINHO DE SÁ OLIVEIRA
diretor-financeiro da OAS Petróleo e Gás
JOSÉ RICARDO NOGUEIRA BREGHIROLLI
executivo da OAS
FERNANDO AUGUSTO STREMEL ANDRADE
executivo da OAS
JOÃO ALBERTO LAZZARI
executivo da OAS
DARIO DE QUEIROZ GALVÃO FILHO
presidente e dono da Galvão Engenharia
EDUARDO DE QUEIROZ GALVÃO
diretor da Galvão Engenharia
JEAN ALBERTO LÜSCHER CASTRO
diretor presidente da Galvão Engenharia
ERTON MEDEIROS FONSECA
diretor presidente da Divisão de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia
GERSON DE MELLO ALMADA
executivo da Engevix
CARLOS EDUARDO STRAUCH ALBERO
diretor técnico da Engevix em Osasco (SP)
NEWTON PRADO JUNIOR
diretor técnico da Engevix em Santos (SP)
LUIZ ROBERTO PEREIRA
executivo da Engevix
Lei americana é ameaça a empreiteiras suspeitas na Lava Jato
Processo no exterior, além de custar caro, pode restringir a capacidade de financiamento das companhias
As empreiteiras brasileiras acusadas na operação Lava Jato de pagar propinas em negócios com a Petrobras começam a se preparar para a investigação do Departamento de Justiça americano sobre o caso. Os advogados estão alertando seus clientes de que elas podem ser enquadradas na lei anticorrupção americana e sofrer processos de investigação parecidos com o que a própria Petrobras está enfrentando.
A preocupação entre as construtoras existe porque um processo desses, além de custar caro (já que são as empresas que precisam pagar as consultorias que fazem a investigação e depois ainda estão sujeitas a pesadas multas), pode restringir a capacidade de financiamento.
Um dos casos mais famosos de investigação anticorrupção dos americanos de uma empresa fora dos Estados Unidos foi o da alemã Siemens, que teve de desembolsar US$ 2 bilhões para pagar o custo da investigação e ainda fez um acordo para pagar outro US$ 1,6 bilhão para encerrar o processo. Mas também o Brasil tem os seus casos, com o da Embraer, em que a empresa é acusada de pagar propina fora do País.
As empresas também temem a forma célere e implacável de investigação. "A questão do caso Petrobras ficará mais preocupante para as empresas quando os Estados Unidos começarem a investigar, pois é muito mais provável que saia primeiro uma decisão lá fora do que um desfecho dos processos no Brasil", diz o advogado Jorge Nemr, do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados.
Nesta quinta-feira, 11, o Ministério Público Federal denunciou 35 pessoas por ligação com esquemas de desvios e citou em sua denúncia as construtoras OAS, Camargo Corrêa, UTC, Mendes Jr., Engevix e Galvão Engenharia.
Enquadramento
Para ser enquadrada como empresa americana, e portanto estar sujeita à lei anticorrupção do país, não é preciso muito. A advogada Isabel Franco, do escritório KLA, diz que basta ter sido usado um servidor de e-mail no país, ou encontros em algum hotel qualquer, ou pagamentos via alguma conta bancária em Miami, por exemplo, para que as empreiteiras passem a ser consideradas empresas americanas. "Se tiver um escritório de representação, já estará sujeita à lei americana", diz Isabel.
Há ainda casos mais claros de enquadramento, como de empresas como a Odebrecht, que tem obras no país. Em outros, como o da Camargo Corrêa, a ligação é menos direta. Alguns advogados dizem que o fato de o grupo ser acionista controlador da CPFL Energia, que possui ações negociadas na bolsa americana, já seria suficiente para que os Estados Unidos a considerassem sob sua jurisdição e portanto sujeita à lei.
Toda essa discussão, entretanto, teve início por um enquadramento clássico da lei que é o fato de a Petrobras possuir ações negociadas na Bolsa de Nova York. Segundo algumas fontes, a decisão da empresa de contratar consultorias para fazer uma investigação própria, antes mesmo de ter sido citada formalmente, já se deu em razão de conversas com o Departamento de Justiça americano e da SEC, a comissão de valores mobiliários do país.
Pelas regras americanas, as empresas é que contratam os investigadores. Os funcionários do departamento acompanham passo a passo a investigação e, com base nela, decidem processar ou não a companhia e seus administradores. Na maior parte das vezes é feito um acordo para evitar o processo.
A vantagem é que, diferentemente da lei brasileira, não é necessário assumir culpa. Mas, além de pagar multas, é preciso se comprometer a melhorar as regras anticorrupção e é feito um monitoramento por pelo menos dois anos após o acordo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
“Venina, uma Brasileira”, análise do ITV
O governo petista tem empregado seus maiores esforços em tentar circunscrever os escândalos na Petrobras ao passado – passado em que, nunca é demais lembrar, Dilma Rousseff foi sua principal comandante. Mas as evidências mostram que os desmandos, o descontrole e a roubalheira prosseguem. A empresa continua sob ataque, hoje mesmo, bem debaixo dos nossos narizes.
Segundo o Ministério Público Federal, os 25 executivos denunciados ontemcontinuaram agindo na estatal até serem finalmente presos, em 14 de novembro. Traduzindo: o esquemão não se restringiu às estripulias de Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró, ex-diretores afastados há dois anos. Continua ativo e operante.
O que os competentes procuradores do MP vêm descobrindo, e ontem apresentaram em riqueza de detalhes, mantém-se como prática corrente na Petrobras, tendo como beneficiários o PT e partidos aliados do governo. Nesta primeira leva, eles identificam desvios de R$ 1,2 bilhão e pedem ressarcimento do valor. Deste, 80% teriam ido para Duque, o operador-mor petista na Petrobras.
As investigações também têm se baseado em denúncias feitas por funcionários da Petrobras. São cidadãos brasileiros indignados não apenas com o que acontece na empresa, mas principalmente com seus efeitos sobre a vida política do país. Hoje, o Valor Econômico alça à sua manchete revelações segundo as quais a atual diretoria da estatal foi avisada diversas e reiteradas vezes sobre os problemas que aconteciam por lá.
Os alertas vêm sendo feitos pelo menos desde 2009 pela gerente Venina Velosa da Fonseca. Primeiro ela se reportou a Paulo Roberto Costa, então seu superior imediato na Petrobras. E, em resposta, ouviu dele: “Você quer derrubar todo mundo?” O diretor hoje preso apontava o dedo para o retrato do presidente Lula pendurado na parede.
A partir da mesma época, Graça Foster e José Consenza foram também destinatários das denúncias de Venina. Já na condição de, respectivamente, atuais presidente e diretor da Petrobras voltaram a ser procurados por ela. Jamais tomaram qualquer providência. Aliás, tomaram: mandaram a geóloga para Cingapura. No mês passado, foi afastada da empresa.
Venina cansou de denunciar internamente problemas em pagamentos por serviços de comunicação fajutos, contratações infladas de óleo combustível no exterior e, sobretudo, na construção de Abreu e Lima. Ela apresentou 107 modificações de projetos que gerariam economia de quase R$ 1 bilhão na refinaria de Pernambuco. Nenhum foi aceito.
Em e-mail enviado a Graça Foster em 7 de outubro de 2011, portanto, mais de três anos atrás, Venina expressa seu sentimento diante da situação que vinha vivenciando na Petrobras: “Do imenso orgulho que eu tinha pela minha empresa, passei a sentir vergonha”. Ela não está sozinha. Milhões de brasileiros sentem o mesmo e certamente lhe hipotecam o mais irrestrito apoio.
Veja algumas precauções para prevenir lesões durante o mergulho:
Concordo e gostaria que as pessoas que AMO prestassem atenção a este post
Veja algumas precauções para prevenir lesões durante o mergulho:
• Antes de mergulhar, verifique a profundidade do local
• Faça o primeiro salto de pé e o mais próximo possível do nível da água
• Não mergulhe em água turva
• Ao mergulhar de cabeça, estenda os braços
• Não consuma bebidas alcoólicas antes de mergulhar. O álcool deixa os reflexos mais lentos
• Evite brincar de empurrar amigos para dentro de rios, lagoas, cachoeiras, mar e piscinas
• Os saltos de pontes, árvores e barrancos estão associados a um risco maior desse tipo de acidente, porque quanto maior for a altura do salto, maior é a força com que seu corpo vai se chocar contra algum obstáculo embaixo d’água
• Faça o primeiro salto de pé e o mais próximo possível do nível da água
• Não mergulhe em água turva
• Ao mergulhar de cabeça, estenda os braços
• Não consuma bebidas alcoólicas antes de mergulhar. O álcool deixa os reflexos mais lentos
• Evite brincar de empurrar amigos para dentro de rios, lagoas, cachoeiras, mar e piscinas
• Os saltos de pontes, árvores e barrancos estão associados a um risco maior desse tipo de acidente, porque quanto maior for a altura do salto, maior é a força com que seu corpo vai se chocar contra algum obstáculo embaixo d’água
Petrolão: políticos recebiam a propina em domicílio
Em VEJA desta semana
Confira as revelações do homem que entregava dinheiro da Petrobras na casa de deputados, senadores, governadores, ministros e na sede nacional do PT
Robson Bonin e Hugo Marques
Money delivery: Acompanhado de seus advogados, Rafael Ângulo Lopez negocia um acordo de delação premiada com a Justiça. Durante anos, ele distribuiu dinheiro desviado da Petrobras a “clientes” famos do esquema de corrupção(Jefferson Coppola/VEJA)
Depois de tantas revelações sobre engenharias corruptas complexas de sobrepreços, aditivos, aceleração de obras e manobras cambiais engenhosas, a Operação Lava-Jato produziu agora uma história simples e de fácil entendimento. Ela se refere ao que ocorre na etapa final do esquema de corrupção, quando dinheiro vivo é entregue em domicílio aos participantes. Durante quase uma década, Rafael Ângulo Lopez, esse senhor de cabelos grisalhos e aparência frágil da fotografia acima, executou esse trabalho. Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de clientes especiais, como deputados, senadores, governadores e ministros. Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da organização, Rafael era “o homem das boas notícias”. Ele passou os últimos anos cruzando o país de Norte a Sul em vôos comerciais com fortunas em cédulas amarradas ao próprio corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou mais destinatários desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.
Os vôos da alegria sempre começavam em São Paulo, onde funcionava o escritório central do grupo. As entregas de dinheiro em domicílio eram feitas em endereços elegantes de figurões de Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió, São Luís. Eventualmente ele levava remessas para destinatários no Peru, na Bolívia e no Panamá. Discreto, falando só o estritamente necessário ao telefone, não deixou pistas de suas atividades em mensagens ou diálogos eletrônicos. Isso o manteve distante dos olhos e ouvidos da Polícia Federal nas primeiras etapas da operação Lava-Jato. Graças à dupla cidadania — espanhola e brasileira —, Rafael usava o passaporte europeu e ar naturalmente formal para transitar pelos aeroportos sem despertar suspeitas. Ele cumpria suas missões mais delicadas com praticamente todo o corpo coberto por camadas de notas fixadas com fita adesiva e filme plástico, daqueles usados para embalar alimentos. A muamba, segundo ele disse à polícia, era mais fácil e confortável de ser acomodada nas pernas. Quando os volumes era muito altos, Rafael contava com a ajuda de dois ou três comparsas.
A rotina do trabalho permitiu que o entregador soubesse mais do que o recomendável sobre a vida paralela e criminosa de seus clientes famosos, o que pode ser prenúncio de um grande pesadelo. É que Rafael tinha uma outra característica que poucos sabiam: a organização. Ele anotava e guardava comprovantes de todas as suas operações clandestinas. É considerado, por isso, uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras. VEJA apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação premiada, a exemplo do seu ex-patrão.
Veja dois dos destinatários da proprina que Rafael Ângulo Lopez transportava.
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...