quinta-feira 25 2013

Uso excessivo de cocaína causou a crise financeira, diz ex-czar da droga


Análise

Em entrevista ao Sunday Times, o professor David Nutt, ex-conselheiro do governo britânico sobre o narcotráfico, culpou a droga pela quebra ocorrida no setor financeiro em 2008

Brasil: a principal rota da cocaína para a Europa
Uso de droga por banqueiros teria causado a crise, diz professor (Germano Luders)
O uso excessivo de cocaína por analistas e banqueiros foi a principal causa da crise financeira mundial, que teve início em 2008, com a quebra do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos. David Nutt, que é professor de neuropsicofarmacologia da Imperial College, na Grã-Bretanha, afirmou, em entrevista ao jornal britânico 'Sunday Times', que a cocaína era a droga perfeita para ser usada na dinâmica de excitação vivenciada pelo mercado financeiro - sobretudo nos Estados Unidos.
"O uso de cocaína pelos banqueiros nos colocou nessa bagunça terrível", disse o professor, que também foi o principal conselheiro do governo britânico sobre assuntos ligados ao narcotráfico até 2009. "A droga os deixava superconfiantes e os levou a tomar mais risco", disse. Segundo Nutt, a cultura da "excitação e do mais, mais e mais" era estimulada pelo uso de cocaína. "Ela (a cocaína) é a droga do 'mais'", disse.
 O professor foi dispensado de seu trabalho no governo quando publicou um artigo dizendo que, para o corpo humano, não havia muita diferença entre o mal causado pelo ecstasy e o ato de montar a cavalo. Ele também chegou a afirmar que o LSD e o ecstasy eram drogas menos prejudiciais que o álcool.

Brasileiros apresentam fóssil de jabuti gigante de oito milhões de anos


Paleontologia

Fragmentos do animal, que media 1,65 metro de comprimento, serão guardados na Universidade Federal do Acre

Fóssil do Jabuti Gigante de 8 milhões de anos
Segundo os pesquisadores, jabuti gigante pode ser o ancestral de animais que hoje habitam as Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico (Allen Ferraz/Assessoria Ufac)
Pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) apresentaram nesta terça-feira um novo fóssil de sua coleção: um jabuti gigante, medindo aproximadamente 1,65 metro de comprimento, 90 centímetros de largura de carapaça e um metro de altura. O gigantesco animal, pertencente ao gênero Chelonoidis, viveu na região da Amazônia há cerca de oito milhões de anos.
Seus fragmentos fósseis foram coletados em 1995, no Alto Rio Acre, no município de Assis Brasil, e montados durante os últimos anos. "Possivelmente, esses jabutis gigantes, cujo habitat foi a América do Sul, tenham sido os ancestrais diretos dos animais também de grandes dimensões, mas não tanto, que hoje são encontrados apenas nas Ilhas Galápagos", disse Edson Guilherme, doutor em Zoologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e membro da equipe que remontou o jabuti.
O fóssil, apresentado durante as comemorações dos 30 anos de atividade do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP) da Ufac, não foi encontrado completo, e teve de ser montado com a ajuda de elementos artificiais que representam as patas e a cabeça do jabuti. "Esta descoberta é muito importante, porque nos ajuda a entender como era a vida na região amazônica no passado e mostra, de certa forma, que foram da América do Sul que saíram os primeiros jabutis gigantes que colonizaram as ilhas remotas do Oceano Pacífico".
(Com Estadão Conteúdo)

Pesquisa mostra que informações distorcidas podem levar a previsões corretas


Memória

Voluntários que receberam dados falsos foram capazes de prever o resultado de disputas esportivas de modo mais acertado do que aqueles que receberam informações reais

memória
Pesquisadores demonstraram que memória humana é limitada e, por isso, não é capaz de fazer previsões estatisticamente corretas (Thinkstock)
O cérebro humano não é muito confiável na hora de fazer previsões. Quando o homem tenta antecipar o resultado de determinado evento, seja o vencedor de um jogo ou a probabilidade de chover, ele se baseia em uma série de memórias que servem como indicadores dos resultados possíveis. O problema é que a memória humana é limitada, e os eventos relembrados costumam ser aleatórios e a amostragem baixa — levando a previsões equivocadas. Em um estudo publicado nesta segunda-feira na revista PNAS, pesquisadores descrevem um modo mais efetivo para treinar o cérebro humano a prever o resultado de eventos esportivos: com informações falsas, mas estatisticamente acertadas.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Limits in decision making arise from limits in memory retrieval

Onde foi divulgada: periódico PNAS

Quem fez: Gyslain Giguère e Bradley C. Loveb,

Instituição: University College London, Inglaterra

Dados de amostragem: 84 voluntários, que foram treinados para prever os resultados de partidas de baseball. Metade deles recebeu informações corretas sobre os jogos anteriores. A outra metade recebeu informações distorcidas, nas quais os times com maiores pontuações sempre ganhavam os jogos

Resultado: Os voluntários do segundo grupo conseguiram acertar mais previsões do que aqueles do primeiro, mostrando que a memória humana não é confiável para esse tipo de atividade
Segundo os pesquisadores, os computadores são capazes de fazer previsões mais corretas que os humanos, pois são capazes de usar todas as estatísticas disponíveis para tomar sua decisão. Ao usar todos os dados de campeonatos anteriores, por exemplo, suas previsões costumam refletir os resultados mais prováveis dos jogos. “Ao contrário das máquinas, as decisões das pessoas são confusas porque elas se baseiam em quaisquer memórias que são relembradas ao acaso”, diz Bradley Love, pesquisador do University College London, na Inglaterra, que conduziu o estudo.
Para descobrir como melhorar as previsões humanas, os cientistas selecionaram 84 voluntários, que deveriam tentar antecipar os resultados de determinados jogos de baseball disputados nos Estados Unidos. Os pesquisadores se basearam nas rodadas finais de campeonatos disputados entre 1920 e 1960, mas os nomes dos times foram trocados, para que ninguém fosse capaz de conhecer os resultados de antemão. Antes de os participantes fazerem suas previsões, os times foram organizados em um ranking, de acordo com seu número de vitórias.
Os voluntários foram separados em dois grupos. A um deles, os pesquisadores apresentaram os resultados dos jogos anteriores de forma correta. Ao outro grupo, os resultados foram alterados, de modo que os times melhor colocados na lista sempre vencessem a partida, não importando o resultado real. Assim, eles foram apresentados a resultados fictícios, no qual o melhor time sempre vencia — o que nem sempre acontece.
Segundo o estudo, o segundo grupo, mesmo recebendo informações falsas, fez previsões significantemente mais acertadas. “Fornecer às pessoas situações idealizadas, ao contrário dos resultados reais, limpou sua memória e forneceu um estoque de evidências de boa qualidade para seu cérebro usar”, diz Love. Por ser capaz de recordar apenas um número limitado de eventos, a memória humana se mostrou mais eficaz quando foi apresentada com eventos falsos, mas estatisticamente corretos.
Como conclusão, os pesquisadores sugerem que situações idealizadas sejam usadas para treinar profissionais que dependam de sua habilidade de analisar e classificar informações, como médicos que tomam decisões a partir de raios X, analistas financeiros e mesmo homens do tempo. 

Bactérias geneticamente modificadas produzem diesel


Combustível

Produto é quase idêntico ao diesel convencional e seu uso prescinde de ajustes nos motores. Falta descobrir um modo viável de produzi-lo em larga escala

Diesel
Cientistas adicionaram genes de outras espécies de bactérias no DNA da E. coli, tornando-a capaz de produzir hidrocarbonetos presentes no diesel comercial (Marian Littlejohn)
Um time de pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra, desenvolveu um método para fazer bactérias produzirem diesel. A partir de modificações genéticas, os cientistas conseguiram fazer com que a espécie Escherichia coli transformasse moléculas de carbono em cadeias de hidrocarbonetos — réplicas exatas daquelas encontradas no petróleo. O combustível produzido pelas bactérias é quase idêntico ao diesel convencional e, ao contrário do que acontece com o biodiesel retirado das plantas, não precisa ser misturado com outros derivados do petróleo. O estudo foi publicado nesta segunda-feira na revista PNAS.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Synthesis of customized petroleum-replica fuel molecules by targeted modification of free fatty acid pools in Escherichia coli

Onde foi divulgada: periódico PNAS

Quem fez: Thomas P. Howard, Sabine Middelhaufe, Karen Moore, Christoph Edner, Dagmara M. Kolak, George N. Taylor, David A. Parker,, Rob Lee, Nicholas Smirnoff, Stephen J. Aves e John Love

Instituição: Universidade de Exeter, na Inglaterra

Dados de amostragem: Bactérias Escherichia coli geneticamente modificadas

Resultado: Ao receber os genes de outras espécies de bactérias, elas se tornaram capazes de produzir moléculas que são estrutural e quimicamente idênticas a 10 hidrocarbonetos presentes no diesel comercial
A bactéria E. coli é naturalmente capaz de transformar moléculas de açúcar em gordura, para construir suas membranas.  Os pesquisadores aproveitaram essa propriedade para fazer com que elas fabricassem combustível. Para tanto, isolaram genes presentes em diversas outras bactérias, capazes de criar inúmeras cadeias de carbono de tamanho diferente, e os adicionaram ao DNA da E. coli. Alguns desses genes, por exemplo, foram retirados da bactéria luminescente Photorhabdus luminescens e da cianobactéria Nostoc punctiforme.
Quando cultivadas em um caldo contendo uma grande combinação de ácidos graxos, essa novas bactérias geneticamente alteradas se tornaram capazes de produzir moléculas que são estrutural e quimicamente idênticas a dez hidrocarbonetos presentes no diesel comercial.
O diesel produzido pelas bactérias é tão semelhante ao combustível comercial que seu uso prescinde de ajustes nos motores, dutos e reservatórios. “Produzir um biocombustível comercial que possa ser usado sem a necessidade de modificações nos veículos tem sido o objetivo desse projeto desde seu inicio”, diz o pesquisador John Love, da Universidade de Exeter, na Inglaterra.

Saiba mais

ÁCIDO GRAXO 
Os ácidos graxos formam a cadeia estrutural da molécula de gordura e são geralmente derivados de triglicerídeos ou fosfolipídios. São uma importante fonte de energia, porque, quando quebrados, liberam grandes quantidades de ATP — nucleotídeo responsável por armazenar a energia proveniente da respiração celular e da fotossíntese.
O uso em larga escala da E. coli  já é comum na indústria farmacêutica, onde cepas da bactéria são usadas para produzir inúmeras proteínas, como a insulina.  O uso delas para fazer biocombustível, no entanto, ainda está longe de ser aplicado comercialmente — ele só foi produzido em laboratório, em pequenas quantidades. Os pesquisadores pretendem continuar seu trabalho para descobrir um modo viável de produzir o combustível em larga escala.
 

Lewandowski evita opinar sobre proposta que reduz poderes do STF


 Por Agência Brasil, Agência Brasil

 


Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, disse hoje (24) que não tem opinião sobre a proposta legislativa que pretende limitar os poderes da Corte. O texto foi aprovado nesta manhã na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados e agora será analisado por comissão especial.
Ao contrário dos ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, que comentaram o assunto mais cedo, Lewandowski preferiu não opinar sobre o assunto. 'O Supremo só age quando provocado e eu, pessoalmente, como integrante da Casa, não tenho uma opinião', disse, durante intervalo da sessão de hoje, que está sendo presidida por ele.
Segundo o ministro, ainda não há o que comentar porque a proposta passou apenas por uma comissão, o que não significa que será aprovada pelo Legislativo. 'Eu entendo que os poderes são independentes e harmônicos entre si, que o Congresso se pronunciará dentro da soberania que a Constituição lhe garante, e quando for o caso, e se for o caso, o STF analisará a constitucionalidade da decisão'. Lewandowski é o próximo a assumir a presidência da Corte, após Joaquim Barbosa, que fica no cargo até novembro do próximo ano.
Perguntado se a proposta fere a independência entre os poderes, o presidente em exercício disse que a questão será decidida, se necessário, pelo plenário do STF. 'Eu, como juiz da Corte, não posso me pronunciar individualmente'.
O ministro também evitou comentar se a discussão do assunto é uma retaliação a decisões de impacto tomadas pelo Tribunal recentemente, como o julgamento dos réus da Ação Penal 470, o processo do mensalão, e o bloqueio da nova Lei dos Royalties. 'Eu não me manifesto sobre a motivação do Congresso Nacional para elaborar as suas leis e as suas emendas à Constituição'.
A proposta em discussão no Legislativo pretende submeter ao Congresso Nacional as invalidações de emendas constitucionais decididas pelo Supremo. Também propõe o aumento do quórum para declarar uma lei inconstitucional, de seis para nove votos entre os 11 possíveis na Corte. O texto prevê que as súmulas vinculantes editadas pelo Supremo devem passar pelo crivo do Congresso Nacional. As súmulas são normas publicadas pelo STF após julgar vários casos semelhantes, que devem ser seguidas por toda a Justiça.
A assessoria do STF informou que o presidente, ministro Joaquim Barbosa, não vai comentar o caso. Ele está viajando para os Estados Unidos, onde foi homenageado como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em cerimônia realizada ontem (23).
Edição: Carolina Pimentel
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