segunda-feira 09 2012
Ademilde Fonseca - Rainha do Choro
Tudo começou quando Ademilde foi fazer um teste com o Renato Murce na Rádio Clube do Brasil. Cantou o samba Batucada em Mangueira, do repertório da Odete Amaral, acompanhada pelo Benedito Lacerda, e passou; desde então eles ficaram amigos, e passaram a cantar juntos em clubes e festas particulares.
Ademilde Fonseca Delfino nasceu em Pirituba, São Gonçalo do Amarante, em 4 de março de 1921. Ademilde é uma cantora brasileira. Suas interpretações a consagraram como a maior intérprete do choro cantado, sendo considerada a "Rainha do choro".
Ademilde nasceu na localidade de Pirituba, no município de Macaíba, no estado do Rio Grande do Norte.
Aos quatro anos de idade, foi viver com a família em Natal (RN) onde morou até o início da década de 1940. Desde criança gostava de cantar.
Ainda na adolescência, começou a se interessar pelas serestas e travou conhecimento com músicos locais.
Pouco mais tarde se casou com um desses seresteiros, Naldimar Gedeão Delfino. Com ele se mudou para o Rio de Janeiro em 1941.
Seu nome oficial mudou sofreu duas alterações ao longo da vida. Foi registrada como Ademilde Ferreira da Fonseca.
Ao casar com o violonista Naldimar Gideão Delfino mudou o nome para Ademilde Fonseca Delfino.
Ao separar-se de Naldimar, adotou o nome artístico de Ademilde Fonseca como seu nome documental.
Recebeu do instrumentista Benedito Lacerda o título de "Rainha do chorinho".
Ademilde trabalhou por mais de dez anos na TV Tupi e seus discos renderam mais de meio milhão de cópias. Além de fazer sucesso em terras nacionais, regravou grandes sucessos internacionais e se apresentou em outros países.
Ademilde continua na ativa, fazendo shows, criadora do choro cantado também foi a primeira cantora nordestina a encantar o país com esse gênero gracioso, brejeiro e bastante difícil de ser cantado.
Ademilde Fonseca tirou de letra aqueles intervalos criados normalmente para serem executados por instrumentos, que não têm as limitações da escala vocal. Com um aparelho vocal para lá de privilegiado, ela ainda conseguiu manter uma dicção impecável e clara em suas interpretações.
Rainha do Choro com toda justiça, Ademilde completou este ano 88 anos muito bem vividos.
Em 2001 Ademilde, por conta de seu aniversário, foi recebida na Rua do Choro, com direito a um recital dos chorões locais. E em Pirituba, lugarejo próximo a Natal (RN), onde nasceu, uma praça foi batizada com seu nome. Ela aproveitou a viagem a sua terra e abriu o Projeto Seis e Meia em Natal, no Teatro Alberto Maranhão.
Em 1942, quando tinha 21 anos de idade, Ademilde, que já morava no Rio, decidiu cantar durante uma festa, acompanhada por Benedito Lacerda e seu regional, uma música que conhecia desde criança: o choro Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu.
Acabou sendo levada aos estúdios de gravação para registrar a tal façanha. Sucesso total. A partir daí, vieram outros lançamentos imortais, como Apanhei-te Cavaquinho, Urubu Malandro (com letra), Rato, Rato, Teco-Teco, Pedacinhos do Céu, Acariciando, além de Brasileirinho e do baião Delicado. Essas duas últimas acabaram rodando o mundo em sucessivas regravações internacionais.
Ademilde teve algumas chances de se apresentar fora do país. Em 52, cantou em Paris, numa festa dada por Assis Chateaubriand aos vips locais, e, em 84, abriu o carnaval brasileiro de Nova York.
Ela ainda atuou muitos anos nas rádios Tupi e Nacional
até o fechamento dessa última, em 1964. Depois, chegou
a defender um belo choro de Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho (Fala Baixinho) no II Festival Internacional da Canção da TV Globo, em 1967, e teve um expressivo revival nos anos 70 com apresentações concorridas no Teatro Opinião, gravando dois novos discos.
Chegou a pensar em se aposentar, mas nunca a deixaram abandonar a música. Claro, ela é única no estilo que consagrou. Ademilde diz que só não foi mais longe por pura acomodação. E que só recentemente se deu conta de seu valor e de que ninguém jamais cantou choro como ela. Ao mesmo tempo, a cantora não estranha as novas tendências musicais como o funk e o rap. Acha tudo muito natural, parte das mudanças que a música veio sofrendo ao longo dos tempos.
Aliás, serenidade é uma boa palavra para definir o jeito de Ademilde, embora ela seja uma pessoa muito ativa. Não pára em casa e está sempre atenta às novidades do mundo via TV. Romântica, porque ninguém é de ferro, ela admite que não resiste a vozes como as de Orlando Silva e Lucho Gatica.
Em entrevista ao Cliquemusic (2001) Ademilde disse: "É uma música falada e não cantada que está dominando atualmente. São ligeirinhas as palavras, as letras falam sempre de uma história daquele momento, do morro, da cidade, da vida política... Tudo em música é válido. A gente não pode pichar, porque está tudo dentro do contexto da nossa atualidade. Saiu de moda o culto à voz, o cantor de boa voz parece que não vai para frente. Hoje o pessoal prefere mais assistir a uma menina nuazinha, com o corpo quase todo de fora, dizendo letras como "Dói, um tapinha não dói"... (risos) Mas é o sinal da mudança dos tempos".
Ademilde Fonseca Delfino nasceu em Pirituba, São Gonçalo do Amarante, em 4 de março de 1921. Ademilde é uma cantora brasileira. Suas interpretações a consagraram como a maior intérprete do choro cantado, sendo considerada a "Rainha do choro".
Ademilde nasceu na localidade de Pirituba, no município de Macaíba, no estado do Rio Grande do Norte.
Aos quatro anos de idade, foi viver com a família em Natal (RN) onde morou até o início da década de 1940. Desde criança gostava de cantar.
Ainda na adolescência, começou a se interessar pelas serestas e travou conhecimento com músicos locais.
Pouco mais tarde se casou com um desses seresteiros, Naldimar Gedeão Delfino. Com ele se mudou para o Rio de Janeiro em 1941.
Seu nome oficial mudou sofreu duas alterações ao longo da vida. Foi registrada como Ademilde Ferreira da Fonseca.
Ao casar com o violonista Naldimar Gideão Delfino mudou o nome para Ademilde Fonseca Delfino.
Ao separar-se de Naldimar, adotou o nome artístico de Ademilde Fonseca como seu nome documental.
Recebeu do instrumentista Benedito Lacerda o título de "Rainha do chorinho".
Ademilde trabalhou por mais de dez anos na TV Tupi e seus discos renderam mais de meio milhão de cópias. Além de fazer sucesso em terras nacionais, regravou grandes sucessos internacionais e se apresentou em outros países.
Ademilde continua na ativa, fazendo shows, criadora do choro cantado também foi a primeira cantora nordestina a encantar o país com esse gênero gracioso, brejeiro e bastante difícil de ser cantado.
Ademilde Fonseca tirou de letra aqueles intervalos criados normalmente para serem executados por instrumentos, que não têm as limitações da escala vocal. Com um aparelho vocal para lá de privilegiado, ela ainda conseguiu manter uma dicção impecável e clara em suas interpretações.
Rainha do Choro com toda justiça, Ademilde completou este ano 88 anos muito bem vividos.
Em 2001 Ademilde, por conta de seu aniversário, foi recebida na Rua do Choro, com direito a um recital dos chorões locais. E em Pirituba, lugarejo próximo a Natal (RN), onde nasceu, uma praça foi batizada com seu nome. Ela aproveitou a viagem a sua terra e abriu o Projeto Seis e Meia em Natal, no Teatro Alberto Maranhão.
Em 1942, quando tinha 21 anos de idade, Ademilde, que já morava no Rio, decidiu cantar durante uma festa, acompanhada por Benedito Lacerda e seu regional, uma música que conhecia desde criança: o choro Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu.
Acabou sendo levada aos estúdios de gravação para registrar a tal façanha. Sucesso total. A partir daí, vieram outros lançamentos imortais, como Apanhei-te Cavaquinho, Urubu Malandro (com letra), Rato, Rato, Teco-Teco, Pedacinhos do Céu, Acariciando, além de Brasileirinho e do baião Delicado. Essas duas últimas acabaram rodando o mundo em sucessivas regravações internacionais.
Ademilde teve algumas chances de se apresentar fora do país. Em 52, cantou em Paris, numa festa dada por Assis Chateaubriand aos vips locais, e, em 84, abriu o carnaval brasileiro de Nova York.
Ela ainda atuou muitos anos nas rádios Tupi e Nacional
até o fechamento dessa última, em 1964. Depois, chegou
a defender um belo choro de Pixinguinha e Hermínio Bello de Carvalho (Fala Baixinho) no II Festival Internacional da Canção da TV Globo, em 1967, e teve um expressivo revival nos anos 70 com apresentações concorridas no Teatro Opinião, gravando dois novos discos.
Chegou a pensar em se aposentar, mas nunca a deixaram abandonar a música. Claro, ela é única no estilo que consagrou. Ademilde diz que só não foi mais longe por pura acomodação. E que só recentemente se deu conta de seu valor e de que ninguém jamais cantou choro como ela. Ao mesmo tempo, a cantora não estranha as novas tendências musicais como o funk e o rap. Acha tudo muito natural, parte das mudanças que a música veio sofrendo ao longo dos tempos.
Aliás, serenidade é uma boa palavra para definir o jeito de Ademilde, embora ela seja uma pessoa muito ativa. Não pára em casa e está sempre atenta às novidades do mundo via TV. Romântica, porque ninguém é de ferro, ela admite que não resiste a vozes como as de Orlando Silva e Lucho Gatica.
Em entrevista ao Cliquemusic (2001) Ademilde disse: "É uma música falada e não cantada que está dominando atualmente. São ligeirinhas as palavras, as letras falam sempre de uma história daquele momento, do morro, da cidade, da vida política... Tudo em música é válido. A gente não pode pichar, porque está tudo dentro do contexto da nossa atualidade. Saiu de moda o culto à voz, o cantor de boa voz parece que não vai para frente. Hoje o pessoal prefere mais assistir a uma menina nuazinha, com o corpo quase todo de fora, dizendo letras como "Dói, um tapinha não dói"... (risos) Mas é o sinal da mudança dos tempos".
Elio Gaspari decidiu escrever sobre uma fantasia. Pois eu lhe ofereço a realidade. Ou: Agressivo é tentar calar a voz da divergência. Aqui não vai!
De: Reinaldo de Azevedo
Escrevi ontem um post sobre um texto de Elio Gaspari, publicado na Folha e no Globo, em que, recorrendo à ironia, o autor imagina um Brasil de 2015 governado pelo senador Demóstenes Torres. Em sua prefiguração — a não ser cumprida porque os fatos do presente, obviamente, a inviabilizam —, Demóstenes é a encarnação de uma suposta “agenda da direita”. Gaspari faz, então, uma caricatura de algumas críticas fundamentadas, sim, que poderiam e podem ser feitas aos governos petistas. O leitor deve entender que elas todas têm um vício de origem: estariam comprometidas pelo conservadorismo, que teria sido desmascarado. Logo, e a conclusão é inescapável, qualquer resistência ao petismo que nasça no campo conservador é, necessariamente, desonesta. Porque, no fundo, desonesto seria o próprio conservadorismo.
Eis os amantes da democracia que estão se criando no Brasil: aceita-se, sim, a divergência como apanágio do regime democrático, desde, é claro!, que sejam divergências de um lado só. Apenas os ditos “progressistas” teriam legitimidade para contestar… “progressistas”.
Aí está a essência do pensamento totalitário — de qualquer totalitarismo, seja de esquerda, seja de direita. Tanto o socialismo como os vários fascismos, no século passado, submeteram o direito de dissentir ao crivo judicioso das intenções. Num caso, era preciso verificar se o pensamento desviante não feria princípios do partido; no outro, se não transgredia regras do estado. Aferida a boa intenção do crítico, então ele poderia ser admitido no mundo dos vivos. No caso do stalinismo, também o passado era uma realidade criativa e móvel. Estrelas do regime, depois de anos, poderiam ter seu passado recontado à luz das necessidades — e da loucura — do chefe. Poderosos caíam em desgraça da noite para o dia. Notórios colaboradores de Stálin, que o ajudaram a eliminar os “inimigos” nos Processos de Moscou, foram executados mais tarde.
Não pensem que essa é uma realidade muito estranha ao nosso tempo. A China, a segunda economia do mundo, acaba de tirar de circulação — literalmente — Bo Xilai, ex-chefe do Partido Comunista de Chongqing. Era um dos candidatos mais fortes a integrar o “grupo dos nove” que, de fato, governa o país: o Comitê Permanente do Politiburo. A máquina de propaganda chinesa trabalhou bem. Há tempos ele vinha sendo caracterizado como excessivamente populista, com traços de regressão maoista. Estaria mesmo disposto a incentivar uma nova “Revolução Cultural” no país, numa sugestão de que era uma liderança mais hostil ao Ocidente.
A China é uma tirania. Ninguém jamais saberá se Bo Xilai era aquilo mesmo. Se não morrer, vai passar alguns anos na cadeia. Talvez algum dia saia de lá e seja reabilitado, como aconteceu com Deng Xiaoping. De todo modo, esse é um assunto que diz respeito ao grupo dirigente, àqueles que exercem divergências de um lado só — até certo ponto, como se nota. Inexistem oposição vigilante, crítica, debate, confronto de ideias. Há, sem dúvida, pessoas sonhando com uma “modelo chinês” no Brasil, certamente adaptado aos trópicos. Elio Gaspari poderia ser o seu teórico.
Acuse o adversário de agressivo e não debata
Sim, contestei o texto de Gaspari ponto por ponto. Algumas reações, que vêm numa corrente, chegam a ser engraçadas. Acusam-me, por exemplo, de ser “agressivo”. É só uma forma de pular fora do debate, de fugir, de sair correndo. Não há uma só agressão a Gaspari, nada. O gracejo “Aiatoelio”, como o chamo, é só uma alusão à sua vocação oracular. É dado a escrever como quem, assentado no promontório do mundo, olhasse a realidade mesquinha dos homens, livre de paixões, evocando, então, leis imemoriais da boa conduta. Escolhas comprometidas seriam sempre as alheias; as suas nunca! Pois é… O apelido também deriva — e isto não é necessariamente responsabilidade sua — de certo comportamento reverencial que lhe devota boa parte do colunismo político, como se ele fosse descendente direto do Profeta. E ele não é. No caso em questão, o seu texto nada mais faz do que estimular, incitando mesmo, a intolerância. Reclamam ainda que lembrei a sua antiga simpatia pelo regime militar. Fazer o quê? É verdade! Apenas isso.
Sim, contestei o texto de Gaspari ponto por ponto. Algumas reações, que vêm numa corrente, chegam a ser engraçadas. Acusam-me, por exemplo, de ser “agressivo”. É só uma forma de pular fora do debate, de fugir, de sair correndo. Não há uma só agressão a Gaspari, nada. O gracejo “Aiatoelio”, como o chamo, é só uma alusão à sua vocação oracular. É dado a escrever como quem, assentado no promontório do mundo, olhasse a realidade mesquinha dos homens, livre de paixões, evocando, então, leis imemoriais da boa conduta. Escolhas comprometidas seriam sempre as alheias; as suas nunca! Pois é… O apelido também deriva — e isto não é necessariamente responsabilidade sua — de certo comportamento reverencial que lhe devota boa parte do colunismo político, como se ele fosse descendente direto do Profeta. E ele não é. No caso em questão, o seu texto nada mais faz do que estimular, incitando mesmo, a intolerância. Reclamam ainda que lembrei a sua antiga simpatia pelo regime militar. Fazer o quê? É verdade! Apenas isso.
Não! Não fui agressivo, não! Na verdade, raramente o sou. Essa acusação integra parte da mitologia da rede, geralmente evocada por covardes. Vejam o caso de José Eduardo Dutra, o petista diretor da Petrobras que recomendou à oposição o famoso “enfia o dedo e rasga”. Eu o critiquei duramente aqui. Ao reagir, ele me chamou de “blogueiro especialista em baixarias”. Basta cotejar a sua fala com a minha para verificar onde está a baixaria. Mas volto.
Retomando o caso Gaspari
O colunista da Folha e do Globo resolveu construir, então, uma distopia, e o país que estaria sendo governado por aquele hipotético Demóstenes estaria caminhando, entende-se, para o autoritarismo. Pois é… Ocorre, meus queridos, que Aiatoelio não precisa fantasiar para colher sinais de que há algo errado com a democracia que está aí. Ele não precisa lucubrar sobre o que não virá quando o que já veio lhe fornece elementos de sobra para questionar a qualidade das nossas instituições e da nossa cultura democrática. Vamos ver?
O colunista da Folha e do Globo resolveu construir, então, uma distopia, e o país que estaria sendo governado por aquele hipotético Demóstenes estaria caminhando, entende-se, para o autoritarismo. Pois é… Ocorre, meus queridos, que Aiatoelio não precisa fantasiar para colher sinais de que há algo errado com a democracia que está aí. Ele não precisa lucubrar sobre o que não virá quando o que já veio lhe fornece elementos de sobra para questionar a qualidade das nossas instituições e da nossa cultura democrática. Vamos ver?
Pensem que futuro teria um país que, para realizar um torneio internacional de futebol, criasse uma legislação especial, paralela, para contratar obras que torram alguns bilhões de dinheiro público. Pensem com seria vexatório que esse país tivesse de criar leis ad hoc até para regular o álcool nos estádios. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.
Pensem que futuro teria um país em que o presidente da República arbitrasse pessoalmente, contra a lei, a venda de uma operadora de telefonia à outra, mandando liberar recursos de um banco público de fomento. Efetivado o negócio, esse presidente, então, determinaria a adaptação da lei à transação feita. A empresa compradora seria a mesma que teria feito do filho desse presidente, um ex-monitor de jardim zoológico, um próspero empresário. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.
Pensem que futuro teria um país em que criminosos confessassem que a campanha eleitoral do presidente da República foi financiada com dinheiro ilegal e paga, em dólares, no exterior, numa conta secreta. Descobrir-se-ia, depois, que essa operação seria parte da mais formidável tramoia política do período republicano. Nesse país, o chefe da quadrilha continuaria muito influente, mandando e desmandando na República, e alguns dos vigaristas que se envolveram na sujeira estariam eleitos. Um deles conseguiria até presidir o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.
Pensem que futuro teria um país em que a “presidenta” da República se vê obrigada a demitir seis ministros sob suspeita de corrupção em cinco meses — nomes que ela própria teria escolhido. Agora pensem num pais em que a evidência, pois, de desmandos se tornasse um ativo da governanta, uma prova de que ela realmente não condescende com o “malfeito” — um eufemismo arranjado por vigaristas para nomear a corrupção. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.
Pensem, numa outra esfera, esta mais simbólica, que futuro teria um país em que a mãe de um presidente da República se tornasse nome de um parque público apenas porque… mãe do presidente. Esta teria sido a sua grande glória e seu grande feito para a humanidade: dar à luz o líder. Nesse país, como ridicularia pouca seria bobagem, também a sogra do Grande Líder seria nome de prédio público, batizando uma escola. Pois esse país existe; é de verdade. E não é uma criação “da direita” — não, ao menos, do que Gaspari chama “direita”.
Caminhando para o encerramento
Vocês sabem que daria para passar a noite escrevendo a respeito desse país. Fosse Elio Gaspari só um bobalhão, um sem-leitura, uma dessas tristes figuras que hoje escrevem sobre política sem jamais ter lido nem sequer uma obra de referência, vá lá… Puxam o saco por necessidade, ainda que não fosse por gosto. Mas ele não é! Sabe muito bem o que está escrevendo. Não acuso a sua ignorância, mas o seu cinismo; não aponto o seu desconhecimento da realidade, mas justamente o contrário!
Vocês sabem que daria para passar a noite escrevendo a respeito desse país. Fosse Elio Gaspari só um bobalhão, um sem-leitura, uma dessas tristes figuras que hoje escrevem sobre política sem jamais ter lido nem sequer uma obra de referência, vá lá… Puxam o saco por necessidade, ainda que não fosse por gosto. Mas ele não é! Sabe muito bem o que está escrevendo. Não acuso a sua ignorância, mas o seu cinismo; não aponto o seu desconhecimento da realidade, mas justamente o contrário!
Não! O Brasil não tem conservadores demais, não! Tem é conservadores de menos. Precisamos é de mais gente para vigiar o poder, não de menos. Não havia nada de errado com os valores que Demóstenes Torres traiu ao operar junto com Carlinhos Cachoeira — e não só o senador, é bom que fique claro. O bicheiro, definitivamente, é tão ecumênico quanto a corrupção.
Eis aí. Tanto essa como a outra são refutações educadas a uma baixaria — a dele, sim! — de Elio Gaspari. Tentou fazer de milhões de pessoas que acreditam nos fundamentos de que ele faz blague copartícipes de lambanças. E elas não são, não! Já disse e repito: os eleitores de Demóstenes vão abandona-lo porque acreditam nos valores que ele vocalizava. E os eleitores de José Dirceu estão doidos para votar nele porque também acreditam nos valores que ele encarna. Entenderam a diferença?
Baixaria é tentar reduzir ao banditismo pensamentos, convicções e crenças de gente decente, que vive uma vida honesta, que não aceita o cabresto, enquanto se faz silêncio sobre a obra de notórios… bandidos! Baixaria é tentar cassar a voz e a vontade de quem diverge.
Aqui não vai.
Dinheiro público vai financiar encontro de militantes governistas da Intennet. Adivinhem quem é convidado de honra…
Posts abaixo, contesto dois articulistas na abordagem que fazem sobre a corrupção brasileira. De certo modo, têm a mesma tese: o problema do Brasil é “a direita”. É mesmo, é? Lá vou eu excitar a fúria daquele gente simpática…, que depois sai me satanizando por aí na esgotosfera, na esperança de que eu responda para que recebam alguns leitores, que por lá não ficam, é claro!
Entre os dias 13 e 15 deste mês, no próximo fim de semana, ocorre em Fortaleza um troço chamado “2º WebFor - Fórum de Comunicação Social”. São três dias de seminário, com debates, palestras, eventos etc. reunindo os que se intitulam “blogueiros progressistas” - o que quer dizer “governistas”.
Os que mais ascenderam na “organização” já contam hoje com patrocínio do governo federal e de estatais, como sabem. São regiamente pagos com dinheiro público para atacar lideranças da oposição, ministros do Supremo que não sejam do seu agrado e veículos da grande imprensa. É, em suma, o JEG (Jornalismo da Esgotosfera Governista).
Agora eles vão fazer seu segundo encontro. Quem patrocina? Ora, o dinheiro público de novo: Banco do Nordeste, Governo do Estado do Ceará, Assembleia Legislativa do Ceará e Câmara Municipal de Fortaleza. Uma das críticas que faz esse bando de Schopenhaures à grande imprensa diz respeito à sua suposta falta de independência. Como se nota, a independência do tal evento já está garantida…
Ah… O “2º WebFor” tem um convidado de honra, que vai abrir o trabalhos; é o grande herói do encontro: o chefe de quadrilha (segundo a PGR) José Dirceu!
Entenderam por que decidi fazer picadinho, com a educação habitual, dos textos de Elio Gaspari e Eugênio Bucci? Direita? Ora… Quantos dos antigos admiradores restaram ao lado do senador Demóstenes Torres depois do que foi tornado público? Já a turma de Dirceu ama nele justamente uma das cabeças da hidra, como diria “Egogênio Bucci”.
Gaspari deveria aproveitar esse encontro e incluí-lo na sua prefiguração. Imaginemos só um país em que um banco público, um governo do estado, uma assembleia legislativa e uma câmara de vereadores financiam um evento de militantes políticos que têm o declarado propósito de defender o governo, atacar a oposição e agredir a imprensa livre. Pior: o grande homem da patuscada é ninguém menos do que um ex-deputado cassado por corrupção e chefão do maior escândalo político havido no país.
Esse país já existe em 2012, senhor Elio Gaspari!
Saiba por que as eleições transcendem a esfera municipal
Política
Estarão em jogo, em outubro, o futuro da oposição, o poderio dos partidos e as ambições de líderes políticos para 2014, ano de corrida ao Planalto
Thais Arbex e Cida Alves
Nas eleições municipais de outubro deste ano, muito mais estará em jogo do que a escolha de prefeitos e vereadores. O futuro da oposição no Brasil, o poder que os partidos detêm e as ambições de alguns líderes para 2014 condicionam as articulações eleitorais deste ano.O site de VEJA elaborou uma série de reportagens sobre as razões que explicam por que, ao ir às urnas, em outubro, o eleitor ajudará a definir muito mais do que o comandante de sua cidade.
A primeira reportagem é sobre o embate entre o PT e o PMDB pelo protagonismo municipal. O segundo texto, publicado nesta segunda-feira, fala sobre a força (ainda) oculta do PSD de Gilberto Kassab. A terceira reportagem da série sobre as eleições 2012 falará dos líderes políticos que estão de olho em 2014.
http://veja.abril.com.br/brasil/
Demóstenes quebra silêncio, ignora denúncia e critica Dilma
Política
Atingido por revelações de ligação com o contraventor Carlinhos Cachoeira, senador resolve falar – mas para criticar plano de incentivo à indústria
O senador Demóstenes Torres em Brasília (Lia de Paula/Agência Senado)
Quatro dias depois de deixar o DEM, o senador Demóstenes Torres, que permanecia em silêncio desde que foram reveladas as relações mais do que suspeitas que mantinha com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, resolveu falar. Não sobre as denúncias, mas para criticar o pacote de medidas de incentivo à indústria anunciado pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira. No texto postado neste sábado em seu blog, o senador chama as medidas do Plano Brasil Maior de “saco de bondades”.“O governo apresentou nesta terça-feira mais um saco de bondades, com o slogan de ‘não abandonar a indústria brasileira’. O pacote é menos que o esperado, principalmente para quem sobrevive acossado pela concorrência nos próprios Brics”, escreveu o senador, quebrando o silêncio de dezessete dias.
O pacote de estímulos ao setor produtivo, anunciado pelo governo federal na terça, terá um valor total previsto de 60,4 bilhões de reais em recursos. Entre as medidas anunciadas está a desoneração de 20% da contribuição patronal sobre a folha de pagamentos de empresas de treze setores industriais em troca de uma tributação de 1% sobre o faturamento. A ação deverá acarretar em uma renúncia fiscal de 4,9 bilhões de reais em 2012.
Em sua primeira manifestação pública após a enxurrada de denúncias, Demóstenes não faz nenhuma menção a Cachoeira – que está preso num presídio de segurança máxima, em Mossoró, desde 29 de fevereiro –, nem sobre seu incerto futuro – o senador ainda pode ser cassado por seus pares no Senado.
No texto intitulado Um Brasil Maior para os pequenos, Demóstenes diz que o governo da presidente Dilma usa "a tática de tratar o essencial aos espasmos". Ele diz considerar que tal tática pode dar certo em outras áreas, mas na planta das fábricas é necessário respeitar o calendário anual. "O empresário tem despesas a quitar em todos os 365 dias do ano e o funcionário depende do equilíbrio do mercado para garantir a carteira assinada".
(Com Agência Estado)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/demostenes-quebra-silencio-e-critica-proposta-de-dilma
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O trabalho ininterrupto gera diversas consequências físicas e psicológicas ao empregado. A exigência constante por produtividade faz com ...