segunda-feira 09 2012

Demóstenes quebra silêncio, ignora denúncia e critica Dilma

Política

Atingido por revelações de ligação com o contraventor Carlinhos Cachoeira, senador resolve falar – mas para criticar plano de incentivo à indústria

O senador Demóstenes Torres em Brasília O senador Demóstenes Torres em Brasília (Lia de Paula/Agência Senado)
Quatro dias depois de deixar o DEM, o senador Demóstenes Torres, que permanecia em silêncio desde que foram reveladas as relações mais do que suspeitas que mantinha com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, resolveu falar. Não sobre as denúncias, mas para criticar o pacote de medidas de incentivo à indústria anunciado pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira. No texto postado neste sábado em seu blog, o senador chama as medidas do Plano Brasil Maior de “saco de bondades”.
“O governo apresentou nesta terça-feira mais um saco de bondades, com o slogan de ‘não abandonar a indústria brasileira’. O pacote é menos que o esperado, principalmente para quem sobrevive acossado pela concorrência nos próprios Brics”, escreveu o senador, quebrando o silêncio de dezessete dias.
O pacote de estímulos ao setor produtivo, anunciado pelo governo federal na terça, terá um valor total previsto de 60,4 bilhões de reais em recursos. Entre as medidas anunciadas está a desoneração de 20% da contribuição patronal sobre a folha de pagamentos de empresas de treze setores industriais em troca de uma tributação de 1% sobre o faturamento. A ação deverá acarretar em uma renúncia fiscal de 4,9 bilhões de reais em 2012.
Em sua primeira manifestação pública após a enxurrada de denúncias, Demóstenes não faz nenhuma menção a Cachoeira  – que está preso num presídio de segurança máxima, em Mossoró, desde 29 de fevereiro –, nem sobre seu incerto futuro – o senador ainda pode ser cassado por seus pares no Senado.
No texto intitulado Um Brasil Maior para os pequenos, Demóstenes diz que o governo da presidente Dilma usa "a tática de tratar o essencial aos espasmos". Ele diz considerar que tal tática pode dar certo em outras áreas, mas na planta das fábricas é necessário respeitar o calendário anual. "O empresário tem despesas a quitar em todos os 365 dias do ano e o funcionário depende do equilíbrio do mercado para garantir a carteira assinada".
(Com Agência Estado)
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/demostenes-quebra-silencio-e-critica-proposta-de-dilma

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