terça-feira 28 2012
CPI do Cachoeira ouve nesta terça-feira o ex-diretor do Dnit
Congresso
Pagot chegou a dizer que estava disposto a trazer à tona relações promíscuas da Delta com agentes públicos - mas não deve se tornar 'homem-bomba' da CPI
O ex-diretor do Dnit, Luiz Antônio Pagot, em audiência pública no Senado: lá, ele preferiu se calar (Dorivan Marinho / Agência O Globo)
O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, tem depoimento marcado nesta terça-feira na CPI do Cachoeira. A convocação dele foi aprovada há cerca de um mês pelos parlamentares que integram a comissão. A expectativa de parte dos integrantes da CPI é de que Pagot fale dos trabalhos realizados por ele para arrumar doadores de campanha para Dilma Rousseff.
Pagot chegou ao comando do Dnit em 2007, apadrinhado pelo então governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR-MT), de quem foi secretário e coordenador de campanha. Acabou demitido pela presidente Dilma na esteira do escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes, revelado por VEJA em julho do ano passado. O Dnit era justamente um dos principais focos de corrupção na pasta.
No começo do ano, Pagot tentou se transmutar em vítima, atribuindo sua demissão a um complô tramado pelo grupo de Carlos Cachoeira. Em sua versão, o defenestrado perdeu o cargo não por seus defeitos, mas por suas qualidades. Ele teria contrariado interesses da construtora Delta, empreiteira que, se sabe agora, tinha Cachoeira como lobista. Pagot chegou a insinuar que a reportagem de VEJA que trouxe o escândalo à tona teve origem em informações da quadrilha de Cachoeira. Não foi longe. Já se sabia que na gestão dele a Delta multiplicou seus negócios, transformando-se na maior prestadora de serviços do governo, com faturamento superior a 3 bilhões de reais em contratos de rodovias, muitos deles eivados de irregularidades.
Gravações telefônicas captadas pela Polícia Federal que desmontam a tese do ex-diretor do Dnit. Os diálogos mostram que a quadrilha de Cachoeira estava muito preocupada com a demissão de Pagot, que após a divulgação das irregularidades foi convocado para depor perante uma comissão do Senado e ameaçava fazer revelações sobre o esquema de propina no ministério. Em um dos diálogos, Cachoeira fala com o representante da construtora no Centro-Oeste que, se Pagot dissesse qualquer coisa sobre o esquema, estaria dando "um tiro no próprio pé". Ele, de fato, se calou diante da comissão do Senado. O ex-diretor do Dnit, segundo a Polícia Federal, participou de um jantar com o senador Demóstenes, Cachoeira e o dono da Delta, Fernando Cavendish, para tratar dos negócios da empreiteira. Essa relação explicaria em parte o sucesso da Delta, que tinha em seu rol de "consultores" o ex-ministro José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como o "chefe da quadrilha do mensalão".
Antes de ser convocado, Pagot dizia estar à disposição da CPI para trazer à tona informações sobre a atuação da Delta e sobre suas relações promíscuas com agentes públicos. Ele chegou a afirmar que verbas públicas foram utilizadas como caixa dois de campanhas políticas. O depoimento de Pagot, porém, pode frustrar as expectativas de muitos parlamentares. Segundo a coluna Radar on-line, de Lauro Jardim, o próprio Maggi tem cuidado de espalhar que o ex-diretor do Dnit não é candidato a homem-bomba da CPI. “O Pagot vai falar sobre aquilo que ele tem certeza e o que pode provar. Não vai ter muito fato novo”, afirmou.
ACABOU! O MENSALÃO É AGORA UMA REALIDADE HISTÓRICA ATESTADA TAMBÉM PELO SUPREMO!
Um grande dia ontem para o Supremo Tribunal Federal — e que a Corte continue a marcar encontros com um bom futuro. Está enterrada a quimera lulista, a saber: a fantasia de que o mensalão nunca existiu. O Apedeuta voltou a repetir essa ladainha em entrevista ao New York Times, publicada no dia 25. Qualquer outro, com um mínimo de bom senso, não faria tal afirmação agora ao jornal mais importante do mundo. Mas Lula é quem é. Tentava, mais uma vez, intimidar a corte. Vamos ao que interessa. Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Brasil, já foi condenado por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Marcos Valério e dois sócios, Ramon Hollerbach e Cristiano Paes, também — só que, no caso deles, é corrupção ativa. Até agora, 6 dos 11 ministros optaram pela condenação. Esses votos significam o reconhecimento claro, inequívoco, indubitável de que o mensalão — ou como se queira chamar aquela penca de crimes — existiu. Se Márcio Thomaz Bastos considerou que o voto de Ricardo Lewandowski em favor do deputado João Paulo Cunha significava a vitória da “tese do caixa dois”, como chegou a dizer em entrevista, os seis a zero contra Pizzolato já significam a derrota.
Ou por outra: A CONDENAÇÃO DE PIZZOLATO — nem Lewandowski e Dias Toffoli tiveram a coragem de negá-lo, porque também a desmoralização tem lá o seu decoro — CORRESPONDE AO RECONHECIMENTO DE QUE HAVIA UM SISTEMA EM OPERAÇÃO. Um sistema que ROUBOU DINHEIRO PÚBLICO. Quando cinco ministros endossaram o voto do relator, Joaquim Barbosa, estavam a dizer que os cofres do banco foram assaltados, os recursos transferidos para a conta da agência de Valério e, dali, para os chamados “mensaleiros”.
Acabou! Todo o esforço de Lula e dos petistas para negar o óbvio foi em vão. É claro que estou entre aqueles que acham que José Dirceu também tem de ser condenado — porque acho, a exemplo da Procuradoria-Geral da República, que ele era “chefe da quadrilha”. Atenção, no entanto, para o que vem: ainda que ele não seja, o mensalão já é uma realidade histórica atestada também pela mais alta corte do país. E olhem que cinco ministros ainda não votaram. Como o voto se dá na ordem inversa da antiguidade, sobraram nesta segunda metade quatro ex-presidentes — Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello — e o atual, Ayres Britto. Sabem o peso que tem a sua palavra.
O caso João PauloDias Toffoli, para a surpresa de ninguém, acompanhou o voto de Ricardo Lewandowski no caso do deputado João Paulo Cunha, inocentando-o de todas as acusações — e, nos crimes concernentes ao esquema da Câmara, também Valério e seus sócios. Posts abaixo, comento outros aspectos desse voto. Agora, quero tratar do que chega a ser até uma curiosidade intelectual.
Não entendi — e as pessoas com as quais falo, pouco importa a opinião que tenham sobre o mérito, também não entenderam — qual a diferença entre o que fez Pizzolato e o que fez João Paulo. O modo como ambos agiram é rigorosamente igual. Lewandowski, obviamente, sabe disso. Toffoli também. Por que os dois ministros condenam um e absolvem outro é, do ponto de vista lógico, um mistério. Logo, a explicação tem de ser buscada nas circunstâncias.
Ainda que a agência de Valério tivesse mesmo prestado os serviços para os quais foi contratada — não é o que os autos indicam —, as evidências de crime estão todas lá, muito especialmente o saque de R$ 50 mil na boca do caixa. Para os dois ministros, tudo indica, o problema de Pizzolato é não ser político. Como poderia alegar caixa dois de campanha?
Isso dá pistas, parece, do tratamento que a dupla pretende dispensar aos demais políticos. Afinal, covenham: se João Paulo, que recebeu dinheiro da empresa que mantinha contrato com a Câmara, é “inocente”, o que não dizer dos outros, que não tinham celebrado contrato nenhum com Marcos Valério?
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/acabou-o-mensalao-e-agora-uma-realidade-historica-atestada-tambem-pelo-supremo/
Príncipe da Noruega posta foto no Instagram e causa escândalo
Gente
Marius Borg Hoiby, de 15 anos, postou fotos da família em momentos íntimos e deixou vulnerável o esquema de segurança montado para proteger os parentes reais. As imagens foram tiradas do ar por conter informações do GPS através das quais era possível localizar membros da realeza
Marius Borg Hoiby entre a mãe, a princesa Mette-Marit, e o príncipe Haakon (Ragnar Singsaas/Getty Images)
A atitude foi típica de um garoto de 15 anos, mas o simples ato de postar fotos da família no Instagram colocou o príncipe Marius Borg Hoiby em maus lençóis na Noruega. O adolescente é filho do primeiro casamento da princesa Mette-Marit e causou escândalo no país por ter exposto os parentes reais à possível ação de criminosos simplesmente por ter compartilhado imagens da intimidade da realeza na rede social. "É um escândalo de segurança. Incrível como os agentes da polícia puderam ser tão negligentes", disse Petter Gottschalk, professor da faculdade de administração Handelshoyskolen BI em entrevista è imprensa local.
O alarde se deve à possibilidade de qualquer pessoa poder localizar os membros da realeza através de informações do GPS embutidas nas imagens. De acordo com o site The Huffington Post, as fotos já foram tiradas do ar.
A crítica ao departamento de segurança da Noruega piora a já desgastada imagem dos oficiais no país, culpados por não terem impedido dois ataques terroristas simultâneos em Oslo em 22 de julho. Um deles tinha como alvo o premiê Jens Stoltenberg. O outro ocorreu em um acampamento de jovens na ilha de Utoya, no oeste do município. Anders Behring Breivik atirou e matou 77 pessoas. Ele foi condenado nesta quinta-feira a 21 anos de prisão.
A princesa enviou uma carta ao site Views and News from Norway e criticou a forma espetaculosa como o veículo tem tratado o assunto. "Nós repudiamos a forma como nosso filho vem sendo exposto na imprensa", escreveu a princesa que alegou serem exageradas as preocupações com a segurança da família real por causa das fotos postadas por seu filho.
Mensalão tem seus primeiros condenados
Mensalão
Seis dos 11 ministros do STF entenderam que os réus devem ser condenados por corrupção e peculato por terem desviado recursos públicos
Laryssa Borges e Gabriel Castro
Ministra Cármen Lúcia em sessão que retoma o julgamento do mensalão (Carlos Humberto/SCO/STF )
Na 15ª sessão plenária convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar exclusivamente o processo do mensalão, saíram os primeiros veredictos já com maioria de votos em favor da condenação de mensaleiros. Dos 11 ministros que atualmente compõem a Corte, seis deles – Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lúcia – defenderam a condenação do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, e dos publicitários Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach.
Se nenhum dos magistrados que já votaram mudar seu entendimento até o final do julgamento, o tribunal terá penalizado os quatro réus por terem sangrado os cofres públicos para abastecer o esquema do valerioduto.
Se nenhum dos magistrados que já votaram mudar seu entendimento até o final do julgamento, o tribunal terá penalizado os quatro réus por terem sangrado os cofres públicos para abastecer o esquema do valerioduto.
Pizzolato e os publicitários foram considerados culpados por terem participado do estratagema de desvio de mais de 70 milhões de reais do Banco do Brasil por meio do fundo Visanet, responsável pela promoção de cartões de crédito da bandeira Visa, e de um montante que as agências de publicidade eram obrigadas a devolver à instituição financeira. Os crimes atribuídos pela maioria dos ministros a Pizzolato foram de corrupção passiva e peculato. Aos publicitários, corrupção ativa e peculato.
Para o Ministério Público, o chamado núcleo publicitário da denúncia embolsou 2,9 milhões de reais em bônus de volume, uma gratificação paga pelos veículos de comunicação a anunciantes e que, por contrato, deveria retornar aos cofres do Banco do Brasil. Também no esquema do valerioduto, outros 73,8 milhões de reais foram pagos pelo banco público à agência de publicidade DNA, de Valério, sem que houvesse comprovação de qualquer serviço prestado. Parte dos pagamentos foi justificada com notas fiscais frias. Nada menos que 80.000 notas fiscais falsas.
Embora ainda não esteja condenado definitivamente, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), único réu a disputar as eleições, também amarga uma situação delicada. Dos seis ministros que votaram, quatro deles – Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia – defendem a condenação do parlamentar por corrupção passiva e em pelo menos uma das acusações a que responde por peculato. O revisor da ação penal do mensalão, Ricardo Lewandowski, e o ministro José Dias Toffoli, historicamente ligado ao PT, opinaram pela absolvição do congressista e ainda atacaram a peça acusatória do Ministério Público Federal.
Seguindo parecer do Ministério Público, os seis ministros que se manifestaram no julgamento concluíram não haver provas de que Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula tenha praticado o crime de peculato. Na CPI dos Correios, Henrique Pizzolato havia atribuído ao então auxiliar lulista a ordem para autorizar os pagamentos em benefício de Valério.
Embora ainda não esteja condenado definitivamente, o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), único réu a disputar as eleições, também amarga uma situação delicada. Dos seis ministros que votaram, quatro deles – Joaquim Barbosa, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia – defendem a condenação do parlamentar por corrupção passiva e em pelo menos uma das acusações a que responde por peculato. O revisor da ação penal do mensalão, Ricardo Lewandowski, e o ministro José Dias Toffoli, historicamente ligado ao PT, opinaram pela absolvição do congressista e ainda atacaram a peça acusatória do Ministério Público Federal.
Seguindo parecer do Ministério Público, os seis ministros que se manifestaram no julgamento concluíram não haver provas de que Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula tenha praticado o crime de peculato. Na CPI dos Correios, Henrique Pizzolato havia atribuído ao então auxiliar lulista a ordem para autorizar os pagamentos em benefício de Valério.
37% das cidades não atingem metas do Ideb 2011
Avaliação
O resultado pior foi obtido nos anos finais do Ensino Fundamental. Em oito estados, mais de 50% dos municípios ficaram abaixo da meta do MEC
Lecticia Maggi e Cida Alves
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, divulga dados do Ideb 2011 (Marcello Casal Jr/ABr)
O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira os novos números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, com os resultados de 2011. Em que pese a euforia do ministro Aloizio Mercadante, apressado em vender o estudo como prova de que todos os estados bateram as metas estabelecidas, os números mostram que a educação no Brasil continua lamentável, especialmente a pública. Pelos dados, as notas de mais de 37% das cidades brasileiras nos anos finais do Ensino Fundamental ficaram abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Educação para 2011. Não seria tão mau se não fosse, a tal meta por si só, pífia: em média, o MEC esperava que as redes públicas, ao final da 8ª série, fossem capazes de atingir nota 3,7. Mesmo assim, muitas não conseguiram.
Em oito estados – Amapá, Alagoas, Maranhã, Sergipe, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins - menos de 50% dos municípios atingiram essa nota. No Rio de Janeiro, único estado da região Sudeste nesse grupo, apenas 41,3% das cidades atingiram a meta. Em Roraima, um recorde macabro: nenhum dos 17 municípios foi capaz de chegar aos 3,7. A nota do estado como um todo, 3,6, foi inferior à nota que havia sido registrada pelo Ideb em 2009 – quadro que se repetiu no Amapá, em Alagoas e no Mato Grosso do Sul. Mesmo na região Sul do país, apenas 60% das cidades atingiram a meta. O Ideb é medido a partir da combinação do resultado indivual obtido pelos estudantes na Prova Brasil – que avalia o desempenho em língua portuguesa e matemática - com a taxa de aprovação das escolas. Este índice mostra a eficiência do fluxo escolar.
Para Priscila Cruz, diretora do Instituto Todos Pela Educação, os números ruins para essa etapa do ensino não surpreendem. São frutos da falta de projeto educacional. “A segunda parte do ensino fundamental é metade gerida pela rede municipal e metade, pela estadual”, explica. “Ou seja, o Ministério da Educação (MEC) não tem projeto para essa etapa, parece terra de ninguém.”
Segundo ela, diversas razões explicam o baixo desempenho dos estudantes nessa fase. Entre elas estão o aumento do número de professores que ministram as disciplinas em sala de aula - grande parte deles, é bom que se registre, sem a especialização adequada -, e a fragmentação curricular. “Os últimos anos do ensino fundamental já refletem a grande crise que se observa no ensino médio”, critica Priscila. “Mas ninguém parece disposto a encarar este fato.”
Do total de municípios do país, 73,5% tiveram notas até 4,4 - que são ruins. Na ponta oposta, a da excelência, apenas 1,5% das cidades conseguiram notas superiores a 5,5. Destas, 53 ficam no Sudeste, 20 no Sul e, apenas uma no Nordeste, o heróico município de Vila Nova do Piauí, no estado homônimo do Piauí. Alagoas consegiu outro recorde negativo: todas as cidades do estado ficaram com notas abaixo de 3,4.
Arte/VEJA
Início do fundamental - Nos primeiros anos do ensino fundamental, o governo alardeou o fato de todos os estados terem batido a meta do Ideb. As metas batidas, porém, são diferentes para cada estado e, mais uma vez, mostram abismos entre as regiões do país. Enquanto a região Nordeste precisava atingir a nota média de 3,5; na região Sudeste a meta foi de 5,2. É como se o governo se contentasse em exigir menos das crianças em estados mais pobres, por não acreditar que seriam capazes, ali, de aprender mais. O ministro Mercadante nega. "“A meta é construída a partir do resultado que já foi apresentado no passado pela rede", explicou. "Eu não posso estabelecer a mesma meta para o Nordeste, que sempre teve desempenho pior, que é estabelecida para o resto do país." Segundo o ministro, o objetivo é estimular a evolução. "Embora os números sejam diferentes, a regra é a mesma para todos os municípios e todas as escolas: leva em conta o que já se conquistou, e segue para onde se quer chegar.”
Destacando a participação individual dos municípios, os dados mostram que 22,3% deles não alcançaram a pontuação esperada. Ao todo, 55,1% das cidades com rede de educação municipal – que no início do ensino fundamental responde por 80% das matrículas do Brasil - tiveram Ideb inferior a 5. As disparidades regionais se mantêm: enquanto Sergipe tem 80,9% das escolas municipais com notas inferiores a 3,7; em Santa Catarina esse mesmo número não passa de 0,7%. Apenas 674 dos 5.136 municípios do país avaliados conseguiram Ideb igual ou superior a 6, sendo que nenhum deles na região Norte. Onze estão localizados no Nordeste, 25 no Centro-Oeste, 179 no Sul e 459 no Sudeste.
O governo espera que as cidades se igualem apenas em 2021, quando todas alcançariam nota 6 no Ideb. Para isso, estados como Alagoas, por exemplo, que teve o pior Ideb do Brasil nos anos iniciais (3,5) terão de avançar muito mais rapidamente do que outros como Minas Gerais, por exemplo, onde a nota já chegou a 5,8. Conforme a nota sobe, torna-se mais difícil mantê-la em crescimento, explica Priscila Cruz.
Como o Ideb mede também a taxa de reprovação, a tendência imediata, afirma ela, é de que as escolas tentem melhorar o fluxo de seus alunos para conseguir turbinar o desempenho. “A política imediata e mais fácil é aumentar a aprovação, sem que necessariamente venha acompanhada pela efetiva aprendizagem do aluno”, explica Priscila. “De nada adianta passar alunos de série sem que eles tenham aprendido. Melhorar a aprendizagem em todos os níveis, porém, é muito mais difícil”, completa Priscila.
No Facebook, estudante de 13 anos narra rotina de problemas de escola pública(VEJA)
Internet
Isadora Faber reúne quase 10.000 fãs na página 'Diário de Classe'. Segundo ela, posts 'incomodam' docentes e colegas
Nathalia Goulart
'Diário de Classe': reclamações têm incomodado os professores da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho (SC)(Reprodução/Facebook)
Poucas pessoas já tinham ouvido falar da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, localizada na Praia do Santinho, em Florianópolis, Santa Catarina. Hoje, quase 10.000 pessoas acompanham de perto a rotina da escola, graças a uma página no Facebook chamada Diário de Classe, mantida por uma estudante do sétimo ano que publica na rede social fotos, vídeos e comentários sobre a rotina e os problemas da instituição.
Isadora Faber, de 13 anos, criou o Diário em julho e até o começo de agosto tinha pouco mais de 400 fãs. Nas últimas semanas, os conteúdos da página correram pela rede como um viral: somente nesta segunda-feira, a página foi "curtida" mais de 4.000 vezes. "Não esperava que a página fizesse esse sucesso todo. Acho que as pessoas querem realmente saber como as escolas públicas funcionam e elas têm achado interessante o que eu mostro", diz a estudante em entrevista a VEJA.com.
Na página, Isadora registra todo tipo de reclamação. "Olha, temos um orelhão na escola, mas quem disse que funciona??", indaga ela em um dos posts. "Esses fios pra fora será que não é perigoso??" (sic), questiona em outro, acompanhado pela fotos de fios desemcapados que, segundo a autora, estariam provocando choque nos colegas de escola. "De 5 aulas de hoje, só tivemos 2 com os professores titulares, as outras 3 foram com professoras substitutas. Quando temos aulas com auxiliares elas dão um texto e uma pergunta e é sempre isso, acho que o tempo poderia ser melhor aproveitado", conclui.
Segundo ela, as reclamações virtuais têm incomodado os docentes. "Eles me pedem sempre para eu tirar a página do ar, mas não vou tirar. Acho que não estou incomodando ninguém. Só quero ter uma educação de qualidade. É isso que me motiva a fazer esse diário", conta. A reportagem tentou contato com a direção da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho, mas a diretora não foi encontrada para comentar o assunto.
Alguma reclamações já teriam surtido efeito. Ventiladores quebrados teriam sido substituídos depois que Isadora postou fotos dos aparelhos estragados no Facebook. As maçanetas dos banheiros também teriam sido reparadas e os fios, trocados para evitar acidentes.
Também não tem sido fácil convencer os amigos, segundo Isadora. "Eles acham que eu estou publicando essas coisas para prejudicar a escola. Fora da escola, eles até me apoiam. Lá, porém, dizem que são contra." Isadora diz que mantém a página sozinha: todos os textos e fotos são postados por ela mesma. Uma irmã ajuda na gravação dos vídeos.
A mãe de Isadora, Mel Faber, tem conhecimento da iniciativa da filha e se diz feliz pela repercussão que a página vem ganhando. "Quando ela me disse que queria colocar tudo isso na internet, eu a alertei: disse que ela poderia receber represálias na escola e que deveria estar pronta para encarar críticas de frente", conta Mel. "Mas ela disse que estava ciente da sua responsabilidade."
Isadora diz que sua inspiração veio da Grã-Bretanha. Na Escócia, a pequena Martha Payne, de 9 anos, criou um blog para criticar a qualidade da merenda de sua escola. Todos os dias, ela fotografava a refeição e postava na página intitulada "Never Seconds". Depois de o blog receber mais de 1 milhão de acessos, a secretaria de educação da cidade de Argyll se pronunciou sobre a qualidade da merenda escolar e pressionou por mudanças. Até o famoso chef Jamie Oliver se manifestou nas redes sociais em apoio à estudante. "Vi que lá tinha dado certo. Pensei que aqui também poderia ter algum efeito", diz Isadora.
Maconha na adolescência reduz a capacidade intelectual
Drogas
Pesquisa divulgada nos Estados Unidos registrou uma queda de oito pontos no QI de usuários que começaram a fumar a droga antes dos 18 anos de idade
Queda no QI não foi observada entre usuários que começaram a fumar maconha após os 18 anos (Doug Menuez/Thinkstock)
Fumar maconha regularmente durante a adolescência reduz a capacidade intelectual de forma permanente na vida adulta, aponta uma pesquisa publicada nesta segunda-feira nos Estados Unidos.
O levantamento comparou o quociente intelectual (QI) de mil neozelandeses aos 13 anos e aos 38, incluindo fumantes regulares de maconha e não usuários. Entre os usuários que começaram a fumar na adolescência -- com o cérebro ainda em desenvolvimento -- e continuaram com o hábito até a fase adulta, houve uma queda de oito pontos no QI. Já entre os não usuários, o QI subiu até um ponto. "Em média, o QI deve permanecer estável à medida que a pessoa envelhece", explica a responsável pela pesquisa Madeline Meier, psicóloga da Universidade de Duke.
O levantamento comparou o quociente intelectual (QI) de mil neozelandeses aos 13 anos e aos 38, incluindo fumantes regulares de maconha e não usuários. Entre os usuários que começaram a fumar na adolescência -- com o cérebro ainda em desenvolvimento -- e continuaram com o hábito até a fase adulta, houve uma queda de oito pontos no QI. Já entre os não usuários, o QI subiu até um ponto. "Em média, o QI deve permanecer estável à medida que a pessoa envelhece", explica a responsável pela pesquisa Madeline Meier, psicóloga da Universidade de Duke.
A queda do QI não foi atribuída a diferenças na educação ou por abuso de outras substâncias, como álcool e outras drogas, destacou Meier.
Os que começaram a fumar maconha na adolescência também registraram piores resultados em testes de memória, concentração e raciocínio rápido. Os que abandonaram a maconha ou reduziram seu uso até um ano antes do teste dos 38 anos apresentaram os mesmos déficits intelectuais.
Período vulnerável - Por outro lado, os usuários que começaram a fumar maconha na idade adulta -- após os 18 anos -- não tiveram sua capacidade intelectual reduzida. "A adolescência é um período particularmente vulnerável no desenvolvimento do cérebro", destacou a pesquisadora. Os jovens que começam a fumar cedo "podem estar interrompendo processos normais chave para o cérebro", e de forma permanente.
Meier especula que um estudo mais aprofundado pode ajudar a determinar se abandonar a maconha por mais de um ano permitiria "recuperar a capacidade" intelectual. "Não estudamos isto, mas é definitivamente possível", concluiu ela.
(Com Agência France-Presse)
Proteína pode proteger organismo de qualquer tipo de gripe
Sistema imunológico
Pesquisa com camundongos mostrou que a EP67 deixa o sistema imunológico mais ativo apenas duas horas após sua aplicação
Vírus H1N1, causador da gripe Influenza A: proteína pode acelerar resposta do sistema imune contra a doença(Reprodução)
Combater o vírus da gripe é extremamente complicado. As vacinas protegem, mas apenas contra um tipo específico do vírus, e perdem sua eficácia assim que uma nova cepa surge. Os antivirais, como o Tamiflu, nem sempre funcionam a contento e, ainda por cima, os vírus podem se tornar resistentes a eles. Um pesquisa realizada por cientistas da San Diego State University, nos Estados Unidos, indica que a melhor saída pode ser ajudar o sistema imunológico a combater o vírus antes que ele se instale e cause a doença.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Innate Immune Induction and Influenza Protection Elicited by a Response-Selective Agonist of Human C5a
Onde foi divulgada: revista Plos ONE
Quem fez: Sam D. Sanderson, Marilyn L. Thoman, Kornelia Kis, Elizabeth L. Virts, Edgar B. Herrera, Stephanie Widmann, Homero Sepulveda, Joy A. Phillips
Instituição: Centro de Biociências Donald P. Shiley, da San Diego State University
Dados de amostragem: camundongos infectados com o vírus H1N1
Resultado: A proteína sintética EP67 é capaz de ativar o sistema imunológico apenas duas horas depois de ser administrada, característica que pode ser usada no combate ao vírus da gripe.
Em um estudo publicado nesta sexta-feira no periódico científico Plos ONE, os pesquisadores anunciaram a descoberta de que a proteína sintética EP67 é capaz de ativar o sistema imunológico apenas duas horas depois de ser administrada. A proteína já é usada junto com vacinas, graças a essa propriedade. Mas o estudo mostra, pela primeira vez, que ela tem potencial para ser administrada isoladamente.
"O vírus da gripe é bastante ardiloso e engana o sistema imune por dias antes da doença se manifestar", diz Joy Phillips, coordenadora do estudo e pesquisadora do Centro de Biociências Donald P. Shiley, da San Diego State University. "Nossa pesquisa mostra que a introdução da EP67 provoca uma reação quase imediata do sistema imunológico, bem antes do que o corpo normalmente teria."
Como a proteína funciona diretamente no sistema imunológico, ela poderia ser usada contra qualquer cepa do vírus da gripe ou mesmo contra variantes que ainda nem foram identificadas, como aconteceu em 2009, quando houve uma epidemia global de gripe suína.
Também poderia ser usada, segundo os pesquisadores, como terapia de emergência contra infecções respiratórias ou causadas por fungos.
Os primeiros testes, feitos em camundongos, se mostraram promissores. Os animais que receberam a EP67 nas primeiras 24 horas após serem infectados pelo vírus H1N1 (gripe suína) não ficaram doentes, ou pelo menos não tão doentes, quanto os que não receberam a proteína. "E, mais importante, os camundongos tratados com a proteína um dia depois de receberem doses letais de H1N1 não morreram", afirma Joy.
Pesquisadores estudam vacina capaz de combater todos os tipos de vírus da gripe
Imunização
Em testes feitos com camungondos, um grupo de cientistas testou anticorpos humanos para neutralizar as diferentes linhagens tanto da influenza tipo A quanto a tipo B
Vírus H1N1 causador da gripe Influenza A (Reprodução)
Pesquisadores dos Estados Unidos, da Holanda e de Hong Kong podem ter achado um caminho para o desenvolvimento de uma vacina universal contra gripe. O produto poderia não somente imunizar contra todos os tipos de vírus que causam a doença como acabar com a necessidade, ao menos na teoria, de as pessoas terem de tomar uma nova vacina todos os anos. O estudo desenvolvido por esses especialistas foi relatado em um artigo publicado nesta sexta-feira na revista Science.
O grupo descreveu três anticorpos humanos que protegeram camundongos contra diferentes linhagens de influenza tipo B — um grupo de vírus bem menos letal que o tipo A (o da gripe suína) e, por isso mesmo, menos estudado. Mas ele também merece atenção porque, de tempos em tempos, pode ser responsável por mais casos que o tipo A e ser mais grave em crianças. Anteriormente, essa mesma equipe de cientistas já havia encontrado anticorpos que neutralizaram as cepas de influenza A. A expectativa é que essas descobertas, combinadas, possam providenciar informações-chave para o desenho da vacina universal.
Os imunizantes que existem atualmente são trivalentes, ou seja, visam a três variedades de vírus - as duas do tipo A e uma do tipo B. Elas são elaboradas de acordo com as variedades mais frequentes que estão em circulação naquele ano.
Barreiras — Além de existirem em diversas variedades, os vírus da gripe têm a enorme capacidade de sofrer mutação rapidamente. Daí a necessidade permanente de combatê-los, de acordo com as cepas mais frequentes de cada estação, o que não só significa altos custos como demanda mobilização da população. Fora esses dilemas, outra dificuldade que esse tipo de vacina já vem enfrentando é que, de uns anos para cá, as duas linhagens do tipo B têm circulado ao mesmo tempo — antes era só uma de cada vez —, e uma não reage à vacina para a outra, o que aumenta a ocorrência de doentes.
A descoberta dos novos anticorpos já pode ajudar nesse sentido — em testes em camundongos, foi possível protegê-los contra as duas linhagens. Mas a ideia é ir além. "Para a vacina ser realmente universal, ela precisa proteger contra todos os vírus do tipo A e do tipo B. E com este estudo nós agora temos anticorpos amplamente neutralizantes contra ambos", disse Ian Wilson, do Instituto de Pesquisa Scripps, da Califórnia, em comunicado à imprensa. Ele ainda afirmou que um dos anticorpos encontrados é particularmente interessante por ser o primeiro caso conhecido aparentemente capaz de oferecer proteção contra todos os vírus.
Para uma vacina universal funcionar, é necessário encontrar nas muitas variedades de vírus algo em seus genomas que seja comum entre todas elas e, mais importante que isso, que não sofra mutações com o passar do tempo. "É essa parte viral, comum e estável, que seria capaz de promover uma resposta do anticorpo a ponto de os vírus serem neutralizados e a pessoa ficar protegida contra a infecção", explica o pesquisador Alexander Precioso, do Instituto Butantan, que trabalha com a produção nacional de vacina contra a gripe. Para ele, o novo estudo provoca uma boa expectativa, mas ainda está muito no início. "De todo modo, os resultados são animadores, desse campo devem sair dados importantes nos próximos anos", diz.
(Com Agência Estado)
Composto aumenta ação de vacinas contra HIV, herpes e gripe
Imunização
Estudo mostrou que uma substância chamada polietilenoimina melhora a resposta imunológica contra os vírus que provocam a aids e a herpes, além de proteger completamente contra uma forma letal da gripe
Vírus da gripe: camundongos foram completamente protegidos contra forma letal da doença após receberam vacina com polietilenoimina (Thinkstock)
Um time de pesquisadores da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, descobriu um composto capaz de aumentar significativamente o efeito de vacinas já existentes contra a gripe, além daquelas que ainda não são eficazes, como as que combatem o vírus HIV e o da herpes. Segundo os especialistas, as vacinas para essas três doenças são algumas das mais difíceis de serem desenvolvidas, já que os vírus que causam a aids e a gripe, por exemplo, conseguem se modificar, escapando da resposta imunológica do organismo.
A pesquisa, pulicada nesta segunda-feira na revista Nature Biotechnology, identificou a polietilenoimina, um composto químico amplamente utilizado nos estudos de genética e biologia celular, como um eficaz adjuvante. Os adjuvantes são substâncias adicionadas às vacinas para aumentar a resposta imunológica do organismo e, portanto, proteger contra infecções. O composto mais comumente utilizado com essa finalidade é uma substância chamada alume que, embora seja o mais aplicado, não é eficaz para vários modelos de vacina. Por isso, os pesquisadores consideram que há uma grande necessidade de novos adjuvantes que sejam potentes para vários modelos de vacina diferentes.
O estudo mostrou que camundongos que receberam vacinas contendo polietilenoimina apresentaram uma resposta imunológica contra os vírus HIV e da herpes maior do que a observada em testes feitos com outros adjuvantes que vêm sendo pesquisados atualmente. Além disso, segundo a pesquisa, quando os animais receberam uma vacina contra a gripe junto com essa substância, eles foram completamente protegidos contra uma dose letal da doença. Esses resultados, segundo os autores, foram significativamente melhores quando comparados aos animais que receberam a vacina, mas não o composto.
O próximo passo da equipe é aplicar esses testes em furões, que são modelos animais ideias para o estudo da gripe, para descobrir por quanto tempo esse efeito protetor dura. Os autores acreditam que em dois anos será possível testar o adjuvante em seres humanos. "Obter proteção completa a partir de apenas uma dose de vacina contra a gripe é algo totalmente novo, mesmo em estudos com camundongos", diz Quentin Sattentau, que coordenou a pesquisa.
EUA aprovam pílula diária única contra a aids
HIV
Chamado de Stribild, novo comprimido simplifica tratamento pos libera pacientes de tomar outras medicações para combater o vírus HIV
Pílula do medicamento Truvada, que compõe o novo comprimido Stribild (Jeff Chiu/AP)
Uma nova pílula para combater a aids foi aprovada para uso adulto nesta segunda-feira pela agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos. O medicamento combina duas drogas já autorizadas, deve ser usado uma vez ao dia e proporciona um tratamento completo contra a aids, liberando os pacientes de tomar outras medicações para combater o vírus HIV.
Chamado de Stribild, o comprimido faz parte de opções cada vez mais simples contra o HIV, destacou a Administração de Drogas e Alimentos (FDA, na sigla em inglês). "Através da pesquisa continuada e do desenvolvimento de medicamentos, o tratamento para os infectados com o HIV tem evoluído de múltiplas pílulas para apenas um comprimido" diário, destacou Edward Cox, diretor do Bureau de Produtos Antimicrobiais da FDA para avaliação de medicamentos.
O novo remédio, fabricado pela companhia Gilead Sciences no estado da Califórnia, foi testado em mais de 1.400 pacientes em dois testes clínicos e os resultados mostraram que ele é tão eficaz ou mais que outras duas combinações de tratamentos, reduzindo o HIV a níveis indetectáveis em nove entre dez pacientes após 48 semanas de ingestão.
Composição – O Stribild combina quatro remédios: Truvada, primeira pílua de prevenção à aids, Elvitegravir, substância que combate uma enzima, Cobicistat, que potencializa seus efeitos, e o Tenofovir. O medicamento foi testado em pacientes adultos não previamente tratados. A FDA afirma que serão necessários mais estudos para determinar a segurança entre crianças e mulheres e se há interação com outras substâncias.
O Stribild tem alguns efeitos colaterais, que incluem problemas no fígado e nos rins, acúmulo de ácido láctico no sangue e enfraquecimento dos ossos, mas a Gilead afirma que durante os testes "a maioria dos efeitos adversos foi leve ou moderada". Além disso, o medicamento provoca enjôos e diarreia entre os pacientes.
"As terapias que atendem às necessidades individuais dos pacientes são fundamentais para melhorar a manutenção do tratamento e seu potencial de sucesso", declarou o presidente do laboratório, John Martin.
Para que o medicamento chegue aos pacientes com HIV em países com menos recursos, onde milhões de pessoas não têm opções efetivas de tratamento, estão sendo desenvolvidos genéricos com autorização e ajuda da Gilead. A companhia estabeleceu uma parceria com várias empresas indianas e com a Medicines Patent Pool, organização sem fins lucrativos que promove a fabricação de medicamentos genéricos.
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