terça-feira 08 2014

'Vai ficar muito feio para a Fifa', afirma promotor

Cambistas

Marcos Kac cobra da federação envio de informações sobre funcionários credenciados para a Copa do Mundo. Fifa garante que está colaborando

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Operação da polícia apreendeu ingressos, dinheiro e passaportes com quadrilha internacional
Operação da polícia apreendeu ingressos, dinheiro e passaportes com quadrilha internacional (Divulgação)
Com a Polícia Civil prestes a chegar ao chefe da quadrilha de venda ilegal de ingressos, que seria um alto quadro da Fifa ou da empresa Match, o promotor do Ministério Público do Estado do Rio que acompanha o caso, Marcos Kac, afirmou, nesta segunda-feira, que a federação não está colaborando com as investigações. Segundo Kac, desde a última quinta-feira foi solicitado à Fifa o envio da lista de credenciados com cargo ou que prestam serviços para a Fifa. Até esta manhã, as informações não tinham sido apresentadas. "Esta é uma informação básica. É impossível a Fifa não ter isso à mão. A Fifa não está colaborando com a investigação", disse Kac, em entrevista ao site de VEJA.
No início da tarde desta segunda, a Fifa informou que enviou a relação pedida, inclusive com os números de telefone de todos os funcionários que estão a trabalho no Brasil para a Copa do Mundo. A entidade garantiu que está colaborando com a polícia. De acordo com o promotor, os dados devem ser cruzados com os registros telefônicos da investigação. Segundo Kac, o trabalho de detalhamento das 22.000 horas de gravações telefônicas está em ritmo acelerado e já produziu resultados. “Vai ficar muito feio para a Fifa”, afirmou o promotor.
Nesta manhã, a Polícia Civil informou ter identificado um alto funcionário – da Fifa ou da empresa Match, que atua como uma agência da federação – que liderou o esquema de venda ilegal de ingressos. De acordo com a instituição, a prisão pode ocorrer “a qualquer momento”.
Uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, na noite do último domingo, mostrou que o franco-argelino Lamine Fofana, principal operador dos cambistas, segundo a investigação, telefonou 900 vezes para celulares de trabalho da Fifa nos últimos dois meses. Segundo o dominical, Fofana ia pessoalmente ao hotel Copacabana Palace para negociar os ingressos.
A operação Jules Rimet prendeu, na semana passada, onze acusados de integrar o grupo, com atuação concentrada no Rio de Janeiro e em São Paulo. O Fantástico exibiu um vídeo no qual um integrante do grupo de cambistas oferece dinheiro e ingressos a um inspetor de polícia.

Policiais cercam Copacabana Palace para prender chefe da máfia dos ingressos

Cambistas

Agentes estão nas saídas do hotel e entre funcionários. Segundo Fábio Barucke, depoimento de José Massih foi decisivo para a investigação

Leslie Leitão, Pâmela Oliveira e Daniel Haidar
Operação da polícia apreendeu ingressos, dinheiro e passaportes com quadrilha internacional
Operação da polícia apreendeu ingressos, dinheiro e passaportes com quadrilha internacional (Divulgação)
O delegado Fábio Barucke, da Polícia Civil do Rio, chegou às 14h45 desta segunda-feira ao hotel Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio, com o mandado de prisão do acusado de ser o líder da máfia dos ingressos – um alto funcionário da Fifa ou da empresa Match, uma agência da federação. Policiais estão posicionados junto às saídas do hotel e em pontos estratégicos ao redor do Copa, para uma eventual tentativa de fuga do acusado. Desde o fim de semana, há também policiais infiltrados entre os funcionários do hotel.
A prisão foi decretada na manhã desta segunda-feira pela Justiça, a pedido da 18ª DP (São Cristóvão). O chefe da máfia dos ingressos, segundo apontou a investigação, é alguém com conexões com a cúpula da federação e com vendedores que atuam desde a Copa do Mundo de 1998.
Mais cedo, Barucke afirmou ao site de VEJA que o depoimento do advogado José Massih, braço direito do franco-argelino Lamine Fofana no Brasil, foi decisivo para a conclusão da investigação. "Massih foi ouvido e ajudou bastante as investigações. A informação foi imprescindível para chegarmos aos resultados. A Fifa enviou a lista de credenciados que solicitamos. A relação bate com as declarações do detido”, disse Barucke.
Ainda nesta manhã, antes do envio das informações pela Fifa, o promotor do Ministério Público do Estado do Rio que acompanha o caso, Marcos Kac, afirmou que a federação não estava colaborando com as investigações. Segundo Kac, a solicitação havia sido feita na última quinta-feira. No início da tarde, a Fifa informou que enviou a relação pedida, inclusive com os números de telefone de todos os funcionários que estão a trabalho no Brasil para a Copa do Mundo.
A entidade assegurou que está colaborando com a polícia. De acordo com o promotor, os dados devem ser cruzados com os registros telefônicos da investigação. Segundo Kac, o trabalho de detalhamento das 22.000 horas de gravações telefônicas está em ritmo acelerado e já produziu resultados. “Vai ficar muito feio para a Fifa”, afirmou o promotor.

Delegado vai pedir nova prisão de diretor da Match

Cambistas

Fábio Barucke, que comanda a investigação sobre a máfia internacional de cambistas, concluirá inquérito nesta terça-feira. Objetivo é pedir prisão de Raymond Whelan e dos demais onze suspeitos de integrar o esquema ilegal

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Raymond Whelan foi preso no Copacabana Palace, mas passou apenas algumas horas na delegacia
Raymond Whelan, CEO da Match, preso no Rio de Janeiro (Marcos de Paula/Estadão Conteúdo)
O CEO da agência Match, Raymond Whelan, solto nesta madrugada, é aguardado para prestar depoimento na 18ª DP (Praça da Bandeira) sobre sua participação no esquema ilegal de ingressos descoberto pela Polícia Civil. Whelan, apontado como um dos líderes da máfia dos cambistas ligada à Fifa, se comprometeu a comparecer às 9h, mas até as 11h30 não havia chegado à delegacia. Como entregou seu passaporte à polícia, ele está impedido de deixar o país. O delegado Fábio Barucke, titular da 18ª DP e responsável pela investigação da operação Jules Rimet, afirmou que concluirá o inquérito sobre a quadrilha internacional de cambistas nesta terça-feira. Barucke adiantou que indiciará doze pessoas - os onze presos na última terça-feira e Whelan - e pedirá a prisão preventiva de todos os suspeitos.
Barucke comentou a soltura de Whelan, que foi libertado na madrugada desta terça-feira horas depois de ter sido preso dentro do hotel Copacabana Palace. "Vou terminar o relatório do inquérito para enviar à Justiça para que eles analisem. A desembargadora deu a ele o direito de responder em liberdade mediante fiança. Os indícios (contra Whelan) são fortes, mas a soltura faz parte do processo democrático”, disse.
Para ser libertado, o CEO da Match pagou 5.000 reais de fiança. Na delegacia, o advogado de Whelan, Fernando Fernandes, criticou a prisão, afirmou que a detenção de seu cliente é “ilegal” e disse que a investigação apresenta “números midiáticos”. Whelan negou participação no esquema de venda ilegal de ingressos. Para a polícia, ele está acima do franco-argelino Lamine Fofana, um dos onze presos na semana passada. Fernandes também disse, nesta manhã, que Whelan não vai se apresentar para depor. "Ele tinha depoimento marcado enquanto estava sob custódia. Meu cliente está à disposção da Justiça, mas para prestar depoimento deve ser novamente convocado", afirmou. Segundo Fernandes, Whelan segue sua agenda de compromissos e tenta se recuperar da "noite horrível" que teve na delegacia.
Ministério Público - O promotor responsável pela operação Jules Rimet, Marcos Kac, da 9ª Promotoria de Investigação Penal, considerou "um absurdo" a soltura do CEO da Match. "O cara que era para ficar hoje detido agora pode pegar um jatinho para Belo Horizonte para ver o jogo (a semifinal entre Brasil e Alemanha), enquanto ninguém que você conhece conseguiu comprar ingresso", criticou ele, que atua em conjunto com a polícia na investigação.
Kac disse ainda que "a pessoa que soltou não conhece o inquérito", referindo-se à desembargadora que proferiu a decisão no plantão judiciário durante a madrugada, Marilia de Castro Vieira. "Temos muitos elementos contra ele e estamos todos muito chateados com essa decisão. Entre outras provas, são mais de 900 registros de ligações e mensagens telefônicas entre ele e o Fofana. Não fizemos a operação ontem de 'orelhada'", afirmou o promotor, acrescentando: "Essa quadrilha movimentava milhões. Cadê o dinheiro que não aparece? É o que estamos tentando descobrir e agora o principal suspeito está solto".
Informalmente, Whelan admitiu ter negociado com a empresa do franco-argelino, mas apenas antes da Copa - o que seria permitido. A soltura evitou que Whelan fosse transferido para um presídio do Rio, para cumprir os cinco dias da prisão temporária determinada pela Justiça. Ele é acusado de facilitar a distribuição de ingressos para cambistas - ato criminoso, de acordo com o Estatuto do Torcedor - e vai responder também por associação criminosa.

IPCA avança 0,40% em junho e ultrapassa o teto da meta

Inflação

Índice encerrou o mês com alta acumulada em 12 meses de 6,52%, acima do teto da meta do governo de 6,5%; passagens aéreas e diárias de hotéis pressionaram o avanço

Lagoa Rodrigo de Freitas - Rio de Janeiro
Rio de Janeiro: com a chegada da Copa, diárias de hotéis impactaram o IPCA de junho (Martinelli73/Getty Images)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,40% em junho, após alta de 0,46% em maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Com isso, o acumulado em 12 meses é de 6,52%, ante 6,37% registrados no período anterior, ficando acima do teto da meta de inflação do governo, que é de 6,5%. No acumulado do semestre, a alta é de 3,75%.
Analistas esperavam alta de 0,39% no mês passado, segundo a mediana de 28 projeções que variaram de 0,29% a 0,45%. Para o acumulado em 12 meses, a expectativa era de avanço de 6,5% na mediana de 25 estimativas.
Segundo o IBGE, os fatores que mais contribuíram para o avanço do índice foram os segmentos relacionados, de alguma forma, à Copa do Mundo. As diárias de hotéis aumentaram 25,33% no mês e as passagens aéreas, 21,95%. O órgão aponta que os dois itens foram responsáveis por 0,20 ponto porcentual do IPCA de junho — ou seja, responderam por metade do avanço do indicador.
Tarifas - Ainda no segmento de Transportes, o IBGE destaca a variação de 0,58% nas tarifas dos ônibus urbano, ante 0,72% no mês anterior. Para o órgão, o resultado de junho se deve às regiões de Belo Horizonte (2,52%), com reajuste de 7,54%, em 10 de maio; Belém (5,73%), com reajuste de 9,09%, em 19 de maio; e Goiânia (0,72%), com reajuste de 3,70% em 3 de maio.
O órgão apontou ainda desaceleração, pelo terceiro mês consecutivo, do grupo Alimentação e Bebidas, que passou de 0,58% em maio para - 0,11% em junho, o menor resultado desde julho de 2013 (-0,33%). Os preços dos alimentos consumidos em casa caíram, em média, 0,60% em junho, ao passo que, em maio, tiveram alta de 0,41%. Parte dos produtos passou a custar menos e parte teve variação reduzida, destacando-se a batata-inglesa (-11,46%) e o tomate (-9,58%).
Se a Copa impactou os preços das diárias e das passagens, o IBGE aponta que o mesmo não ocorreu com a alimentação fora de casa, que passou de 0,91% em maio para 0,82% em junho. Segundo o órgão, a refeição desacelerou de 0,96% para 0,75%, o refrigerante, de 1,29% para 0,51%, e a cerveja, de 0,34% para 0,01%.
Segundo a pesquisa Focus, do Banco Central, economistas continuam prevendo que a inflação oficial termine o ano muito próxima do teto da meta. A última projeção é de 6,46%. Para o ano que vem, os economistas estimam o IPCA em 6,1%, patamar considerado alto. 

TSE apenas cumpre a lei ao suspender propaganda da Petrobras, da ANS e do MEC. O texto legal é claro!

07/07/2014
 às 22:40
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

O Tribunal Superior Eleitoral, por intermédio do ministro Tarcisio Vieira de Carvalho, concedeu uma liminar em que suspende propagandas veiculadas pelo governo federal: uma do MEC, outra da Agência Nacional de Saúde (ANS) e uma terceira, da Petrobras. O governo, claro, vai recorrer. Escreveu Vieira de Carvalho: “Sim, pelo menos no campo do exame (não exaustivo) que é próprio dos provimentos relacionados às tutelas de urgência, creio não haver suporte legal para veiculação das peças publicitárias inquinadas de ilegais após o dia 5 de julho de 2014″.
E não há mesmo. Basta atentar para o que diz o Artigo 73 da Lei Eleitoral 9.504. Reproduzo trechos abaixo.
Está no Artigo 73:
“São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
I – ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;
II – usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;
IV – fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público.
Há mais. É proibido ainda:
VI – nos três meses que antecedem o pleito:
b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.
Então vamos voltar, leitores. A propaganda do MEC trata do pacto em favor da alfabetização da criança na idade certa; a da Petrobras celebra a alegada exploração dos 500 mil barris de petróleo/dia, e a da ANS aborda a importância de os usuários se informarem sobre planos de saúde. Há alguma urgência nisso?
Um dia ainda iremos nos debruçar sobre a tal publicidade oficial e, quem sabe?, como país, a gente se dê conta do absurdo. Trata-se de uma forma escancarada de apropriação de um bem público em favor dos governantes de turno e de seus respectivos partidos. Pode haver um outro país tão esculhambado como o Brasil nesse particular. Mais esculhambado, com certeza, não há — não uma democracia ao menos.
É impressionante que, nesse período, o jornalismo de rádio e TV se veja tolhido por uma legislação eleitoral que beira a censura, mas que os governos continuem a abusar, quase sempre impunemente, da propaganda oficial sob o pretexto de informar. E que se note: mesmo fora do período eleitoral, o uso indevido dos recursos públicos é evidente.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

Presidente da Juventude do PT ataca o judaísmo


Abaixo, algumas mensagens postadas por Fernando Moura, presidente nacional da juventude do PT: