terça-feira 08 2014

Policiais cercam Copacabana Palace para prender chefe da máfia dos ingressos

Cambistas

Agentes estão nas saídas do hotel e entre funcionários. Segundo Fábio Barucke, depoimento de José Massih foi decisivo para a investigação

Leslie Leitão, Pâmela Oliveira e Daniel Haidar
Operação da polícia apreendeu ingressos, dinheiro e passaportes com quadrilha internacional
Operação da polícia apreendeu ingressos, dinheiro e passaportes com quadrilha internacional (Divulgação)
O delegado Fábio Barucke, da Polícia Civil do Rio, chegou às 14h45 desta segunda-feira ao hotel Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio, com o mandado de prisão do acusado de ser o líder da máfia dos ingressos – um alto funcionário da Fifa ou da empresa Match, uma agência da federação. Policiais estão posicionados junto às saídas do hotel e em pontos estratégicos ao redor do Copa, para uma eventual tentativa de fuga do acusado. Desde o fim de semana, há também policiais infiltrados entre os funcionários do hotel.
A prisão foi decretada na manhã desta segunda-feira pela Justiça, a pedido da 18ª DP (São Cristóvão). O chefe da máfia dos ingressos, segundo apontou a investigação, é alguém com conexões com a cúpula da federação e com vendedores que atuam desde a Copa do Mundo de 1998.
Mais cedo, Barucke afirmou ao site de VEJA que o depoimento do advogado José Massih, braço direito do franco-argelino Lamine Fofana no Brasil, foi decisivo para a conclusão da investigação. "Massih foi ouvido e ajudou bastante as investigações. A informação foi imprescindível para chegarmos aos resultados. A Fifa enviou a lista de credenciados que solicitamos. A relação bate com as declarações do detido”, disse Barucke.
Ainda nesta manhã, antes do envio das informações pela Fifa, o promotor do Ministério Público do Estado do Rio que acompanha o caso, Marcos Kac, afirmou que a federação não estava colaborando com as investigações. Segundo Kac, a solicitação havia sido feita na última quinta-feira. No início da tarde, a Fifa informou que enviou a relação pedida, inclusive com os números de telefone de todos os funcionários que estão a trabalho no Brasil para a Copa do Mundo.
A entidade assegurou que está colaborando com a polícia. De acordo com o promotor, os dados devem ser cruzados com os registros telefônicos da investigação. Segundo Kac, o trabalho de detalhamento das 22.000 horas de gravações telefônicas está em ritmo acelerado e já produziu resultados. “Vai ficar muito feio para a Fifa”, afirmou o promotor.

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