sábado 19 2014

Quer ganhar mais? Seja um craque de TI

Mercado de trabalho

Só no último ano, vencimentos da área cresceram quase 11% em média. Em algumas especialidades, alta ultrapassa os 30%

Por James Della Valle
Carreira em TI: Bons salários dependem do empenho dos profissionais
Carreira em TI: Bons salários dependem do empenho dos profissionais (Rich Yasick )
O acelerado avanço tecnológico nas últimas duas décadas trouxe inumeráveis vantagens para bilhões de pessoas e empresas em todo o mundo. É impossível não reconhecer os benefícios de controlar gastos no computador pessoal, pagar contas via internet confortavelmente sentado no sofá e usar o celular em trânsito para falar com alguém em (quase) qualquer parte do planeta. Por trás de todos esses serviços, há um exército que dá duro para garantir que os bits circulem corretamente de um lado para outro: são os profissionais de tecnologia da informação – ou simplesmente TI. E eles também têm se beneficiado com o vertiginoso avanço. Levantamento inédito feito pelo Catho Online, serviço que reúne ofertas de empregos e currículos, revela que, só no último ano, os salários de TI no Brasil cresceram em média 10,78% – 60% acima da inflação. Em algumas especialidades, como programação, a alta chega a impressionantes 38%.
O estudo ouviu 260.000 profissionais – pouco mais de um quinto das 1,2 milhão de pessoas que atuam na área no Brasil. Entram no cálculo funcionários de empresas com níveis variados de experiência e tempo de serviço, além de consultores. Foram rastreados os vencimentos de profissionais que atuam nas cinco regiões do país, divididos em 15 subáreas de TI, cada uma delas subdividida em níveis hierárquicos de gerência, coordenação e desenvolvimento (profissional júnior, pleno ou sênior). Dessa forma, foram consideradas 48 diferentes funções, o que revelou o bom momento: em 41 delas, a média salarial subiu no último ano. Confira a média salarial das 15 principais áreas de TI nas cinco regiões do Brasil, segundo dados coletados em janeiro.
"A tecnologia está presente em todos os setores da economia moderna. Isso vem colaborando para o crescimento dos salários e para a maior penetração das empresas em diversas regiões do país", afirma Sergio Sgobbi, diretor de educação e recursos humanos da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). O Brasil já pode ser considerada uma potência regional de TI. Em 2011, o mercado brasileiro de tecnologia da informação movimentou 11 bilhões de dólares, segundo dados da consultoria Frost & Sullivan, um crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior. Com os números, o país já responde por metade do mercado de tecnologia da América Latina.
Os dados animadores da Catho corroboram outro estudo, que analisou a tendência dos vencimentos do setor até 2014. O levantamento – parceria entre a Brasscom e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) – concluiu que os salários de entrada, pagos a quem começa na área, deverão receber um incremento de cerca de 18% até 2014. O estudo mostrou também que, em outubro de 2011, os novatos receberam 1.977 reais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e também no Distrito Federal – identificados como polos de tecnologia. O valor é 31,89% superior à média salarial brasileira, de 1.499 reais.sem eles", afirma Antonio Neto, presidente do Sindpd.

Profissionais em alta

Daniel Urbano, programador
"Em 11 anos de carreira, meu salário cresceu 400%. Entre 2010 e 2011, o aumento foi de 15%. Depois de anos no mercado, estou feliz com minha remuneração"

Fernando Galdino,
especialista de banco de dados

"No ano passado, notei um aumento de 7% no meu salário. Hoje, a área de paga bem, tanto nas capitais quanto no interior do país"
Os bons ventos que sopram na área de TI não levarão todos os interessados ao mar da prosperidade. Se, por um lado, não há regulamentação profissional no setor – o que dispensa a necessidade de apresentação de um diploma –, por outro, as demandas a que são submetidos os profissionais mudam tão rapidamente quanto a tecnologia. Se há apenas dois anos os microprocessadores de dois núcleos (dual-core) desafiavam e encantavam os profissionais que atuam na área, atualmente o foco de atenção são os chips com quatro núcleos (quad-core), muito mais rápidos e potentes.
"O Brasil conta com bons profissionais no mercado", diz Shuji Shimada, diretor da People Consulting, empresa especializada em recrutamento na área de TI. "Contudo, num cenário de grandes mudanças e crescimento acelerado, cresce exponencialmente a exigência de atualização."
Na área de TI isso significa uma sólida formação técnica aliada à aquisição praticamente constante de certificados específicos. Eles atestam que um profissional domina determinada tecnologia e está apto a lidar com ela diariamente. É uma exigência do mercado e das empresas empregadoras. O caminho não é fácil, mas, como mostram os indicadores da área, é recompensador. "A tecnologia da informação é base para tudo, não há processo sem apoio tecnológico", diz Shimada.

Empresas de tecnologia da informação preveem contratação de mais de 5.000 profissionais até dezembro

Carreiras

Falta de especialistas na área é o principal entrave na hora de fechar as vagas

Bianca Bibiano
Na Faculdade de Tecnologia Termomecânica estudantes fazem cursos de extensão paralelos à graduação para garantir alinhamento com as necessidades do mercado
Na Faculdade de Tecnologia Termomecânica estudantes fazem cursos de extensão paralelos à graduação para garantir alinhamento com as necessidades do mercado ((Divulgação))
Empresas de tecnologia da informação preveem a contratação de pelo menos 5.000 profissionais da área até o fim do ano, de acordo com uma pesquisa feita com 500 empresas do setor pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro) com exclusividade para a VEJA.com.

Segundo a associação, essa oferta de vagas pode ser ainda maior, uma vez que empresas de outros setores também estão em busca de profissionais especializados. "Estimamos que essa área precise de pelo menos 130.000 profissionais para crescer e transformar o Brasil em um expoente tecnológico. Carecemos, porém, de políticas públicas efetivas que coloquem o setor como uma das prioridades do desenvolvimento econômico", destaca Roberto Mayer, vice-presidente da Assespro.

O Brasil tem hoje aproximadamente 1,2 milhão de profissionais de tecnologia da informação na ativa. Desses, apenas 400.000 atuam na indústria de tecnologia e o restante em outros setores. Segundo o último Censo do Ensino Superior, cerca de 50.000 estudantes se graduaram para trabalhar nos setores de ciência, tecnologia e engenharia da computação.

De acordo com Luiz Gonzaga Bertelli, autor do livro Escolha Certa: As Profissões do Século 21, a demanda de profissionais especializados nessa área será de pelo menos 300.000 nos próximos dez anos.

Apesar da alta oferta de vagas, o mercado de tecnologia sofre para encontrar profissionais capacitados. Caso da Just Digital, uma das duas únicas companhias no Brasil responsáveis por implementar o sistema Google Enterprise em empresas. Hoje com 33 colaboradores, o grupo pretende chega a pelo menos 50 no fim do ano, mas desde 2013 enfrenta a dificuldade na hora de selecionar os currículos.

"As últimas vagas abertas receberam mais de 150 cadastros. Desses, só conseguimos entrevistar dez pessoas por vaga. A dificuldade está em encontrar um profissional que tenha conhecimentos técnicos e que saiba lidar com as dinâmicas de uma empresa. Não dá para ser um profissional fechado, que executa apenas uma tarefa. O interessado em trabalhar com tecnologia da informação precisa dominar conhecimentos de gestão e, principalmente, saber trabalhar em grupo", explica Rafael Cichini, diretor de operações da Just Digital.

Para Cichini, um problema que agrava a dificuldade das empresas em contratar profissionais qualificados é a disparidade entre os currículos das universidades e os avanços tecnológicos, que criam uma grande defasagem de conhecimento. "As pessoas esperam que as universidades de renome lhes deem uma boa vaga, mas isso não é verdade, os cursos estão defasados e não acompanham o desenvolvimento das empresas. Muitas vezes um garoto que faz um curso livre de curta duração sabe mais do que outro que passou quatro anos na universidade", explica.

Formação constante — Em algumas instituições de ensino, a solução encontrada para lidar com a necessidade de atualização dos alunos foi criar cursos de extensão paralelos à graduação. Essa foi uma das opções encontradas pela Faculdade Termomecânica para reduzir a taxa de abandono nos cursos de tecnologia. Segundo Paulo Marcoti, coordenador do curso de análise e desenvolvimento de sistemas, a taxa caiu 2,5% quando a instituição decidiu oferecer cursos de extensão a seus alunos e também elaborar aulas de reforço para suprir as deficiências identificadas já no vestibular.

"Não adianta o estudante ser brilhante, ele precisa ser formado para desenvolver um produto amigável para o usuário final e isso requer mais do que conhecimento técnico. Se a faculdade não oferecer isso, ele chegará ao mercado defasado", explica.

Luan Gabellini, sócio da start up Betalabs, que cuida da gestão empresarial de 120 clientes, também enfrenta o problema da falta de profissionais capacitados para ampliar o quadro de trabalhadores da empresa. "Por vezes recrutamos estagiários e incentivamos a fazer cursos em uma determinada linguagem de programação, assim conseguimos reter o profissional e garantir que ele seja apto a trabalhar conosco. Mas tamanha é a dificuldade de encontrar gente na área que recentemente chegamos ao ponto de abrir mão da participação em ações para convidar antigos estagiários a serem nossos sócios, para mantê-los na equipe", conta.

Segundo a Impacta, uma das principais escolas de tecnologia do país, a demanda por cursos tem aumentando ano após ano, mas com certas variações que refletem a economia do país. “Ano passado, com os altos índices de venda de smartphones e tablets, a procura maior era por cursos de hardware. Esse ano o cenário mudou: com as empresas querendo aproveitar o filão dos grandes eventos esportivos, já temos maior procura nos cursos de programação e desenvolvimento de aplicativos”, explica Simone Condini, gerente de atendimento da Impacta.

Para Simone, ao contrário do que alguns possam pensar, o setor não está se esgotando. “Formamos em média 3.000 alunos nos cursos de curta duração e a maioria consegue um emprego ainda no meio do curso. Há empresas que nos procuram para conseguir a indicação de um profissional habilitado e por vezes não há candidatos para preencher essas vagas”.

Bota na Conta - Petista e Doleiro Falavam Muito Ao Celular

Veja.Com

Líder do fogo-amigo
Conta salgada paga com verba da Câmara
Que André Vargas e o doleiro Alberto Youssef viviam ao celular combinando falcatruas, não é segredo para ninguém. Mas de onde sai o dinheiro para quitar a conta de telefone do petista?
É paga com a verba indenizatória da Câmara.
A fatura de celular de Vargas em março, período em que o lobby no Ministério da Saúde estava a todo vapor, bateu 2 800 reais. Em setembro de 2013, quando a dupla falava em “independência financeira”, a brincadeira chegou a 3 300 reais.
Por Lauro Jardim
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/congresso/andre-vargas-e-doleiro-conversavam-muito-ao-celular-mas-quem-pagava-a-conta-saiba-de-onde-vinha-o-dinheiro/

Lava-Jato: doleiro entregava dinheiro em domicílio

Veja.Com

O esquema de pagamento de propina que tinha o doleiro Alberto Youssef como operador também atendia em domicílio. Uma das entregas foi agendada para o apartamento funcional de um deputado federal em Brasília

Rodrigo Rangel
Alberto Youssef
(Joedson Alves/Estadão Conteúdo )
A investigação dos negócios do doleiro Alberto Youssef levou para a prisão um poderoso ex­-diretor da Petrobras, revelou detalhes de transações ilícitas tramadas nos gabinetes da estatal e está desatando um nó que amarra empreiteiras acostumadas a pagar “comissões” por contratos milionários a políticos que recebem para garantir que esses contratos se viabilizem. Youssef era o ponto de contato entre esses interesses. Através de uma rede de empresas que só existiam no papel, ele recolhia dinheiro das empreiteiras e repassava parte dele a partidos, políticos e funcionários públicos. Na semana passada, a Polícia Federal encerrou a primei­ra fase do inquérito que esmiúça as atividades do grupo de Youssef. O passo seguinte é mapear toda a rede de clientes do doleiro. É aqui que o caso pode mudar de patamar, o que tem assustado muita gente importante. As evi­dências colhidas até agora mostram que alguns dos parceiros de Alberto Youssef são figuras públicas, trabalham em Brasília e têm endereço conhecido. Os agentes vão analisar recibos de depósitos bancários, planilhas contábeis e mensagens interceptadas que não deixam dúvidas sobre o principal serviço que as empresas do doleiro ofereciam: en­trega de dinheiro, inclusive em domicílio quando o cliente é especial.
Com reportagem de Hugo Marques     

R.E.M. - Losing My Religion





Aquarius (HAIR) - Legendado [Português]





Aquarius (HAIR) - Legendado [Português]





O outro esqueleto da Petrobras em Pasadena

Empresas

Empresa de fabricação de asfalto foi criada nos Estados Unidos em 2010, mas nunca vingou

Ana Clara Costa, de Pasadena
Refinaria Pasadena comprada pela Petrobrás no Texas (EUA)
Área do terreno adquirido pela Petrobras para ampliar Pasadena (Gilberto Tadday)
Da operação da Petrobras em Pasadena, no Texas, uma parte ainda está bem guardada. Quando o litígio entre a estatal e a sócia belga terminou, um terreno comprado pela Astra foi herdado pela empresa brasileira. Trata-se de uma fábrica de papel falida chamada Pasadena Paper — tão centenária quanto a própria refinaria. A Petrobras tinha a intenção de usar o local para a ampliação da planta de refino. A ideia era aumentar a capacidade de processamento de 100 000 barris diários para 200 000. Junto com o projeto, a estatal aprovou a criação de uma nova empresa a ser instalada no local: a Petrobras Asphalt, que fabricaria asfalto como subproduto do petróleo processado em Pasadena. A empresa foi registrada no banco de dados do estado do Texas em 8 de janeiro de 2010. Mas sua atuação foi fulminante. No início de 2013, já estava fora de operação.
Não há registros da atuação da Asphalt em Pasadena. Sua área, assim como o restante do terreno da empresa de papel, integra um elefante branco na cidade e funciona meramente como galpão de estocagem de insumos da refinaria. A Petrobras jamais comunicou aos seus acionistas sobre a criação da nova empresa e tampouco o que pretendia com ela. Comandada pelo então gerente da área de asfalto da BR Distribuidora, Jorge Paulo Moro, a Asphalt tem em seu DNA as digitais de Nestor Cerveró e seu sucessor na diretoria internacional, Jorge Zelada. À época da criação da empresa, Cerveró era diretor financeiro da BR, o único braço da estatal ligado a projetos de asfalto. Foi ele que chancelou a indicação de Moro, funcionário de carreira da estatal, para liderar o negócio. Outra indicação foi a de Sócrates José Marques da Silva, assessor de Zelada, que também assinou pela criação da empresa.
Da mesma forma que o projeto de expansão da refinaria nunca vingou, a Petrobras Asphalt também foi sepultada. Com a chegada de Graça Foster à presidência da estatal, não só a diretoria internacional viu seu poder minguar, como os projetos que estavam sob sua batuta também foram congelados. O quanto a Petrobras gastou para criar a estrutura da Asphalt nos Estados Unidos ainda é um mistério. Contudo, apenas para implodir um prédio localizado no terreno da empresa de papel e assim usá-lo para seus próprios interesses, a estatal injetou 10 milhões de dólares, por meio da refinaria de Pasadena.
Em 2013, a Asphalt deixou de operar e seus funcionários voltaram ao Brasil. No pouquíssimo tempo em que funcionou nos EUA, a única coisa que acumulou foram duas ações na Justiça, das quais é ré. Ambas alegavam terem contratos firmados com a empresa brasileira, cujos pagamentos não foram honrados. Para escapar das penalidades, a empresa tem alegado que está em processo de dissolução e não pode arcar com nenhuma penalidade financeira.