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O esquema de pagamento de propina que tinha o doleiro Alberto Youssef como operador também atendia em domicílio. Uma das entregas foi agendada para o apartamento funcional de um deputado federal em Brasília
Rodrigo Rangel
(Joedson Alves/Estadão Conteúdo )
A investigação dos negócios do doleiro Alberto Youssef levou para a prisão um poderoso ex-diretor da Petrobras, revelou detalhes de transações ilícitas tramadas nos gabinetes da estatal e está desatando um nó que amarra empreiteiras acostumadas a pagar “comissões” por contratos milionários a políticos que recebem para garantir que esses contratos se viabilizem. Youssef era o ponto de contato entre esses interesses. Através de uma rede de empresas que só existiam no papel, ele recolhia dinheiro das empreiteiras e repassava parte dele a partidos, políticos e funcionários públicos. Na semana passada, a Polícia Federal encerrou a primeira fase do inquérito que esmiúça as atividades do grupo de Youssef. O passo seguinte é mapear toda a rede de clientes do doleiro. É aqui que o caso pode mudar de patamar, o que tem assustado muita gente importante. As evidências colhidas até agora mostram que alguns dos parceiros de Alberto Youssef são figuras públicas, trabalham em Brasília e têm endereço conhecido. Os agentes vão analisar recibos de depósitos bancários, planilhas contábeis e mensagens interceptadas que não deixam dúvidas sobre o principal serviço que as empresas do doleiro ofereciam: entrega de dinheiro, inclusive em domicílio quando o cliente é especial.
Com reportagem de Hugo Marques
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