quinta-feira 30 2014

Organização cristã 'alugou' crianças para pedófilos

Austrália

Comissão da Justiça australiana investiga centenas de casos de abuso sexual de menores e espancamentos ocorridos entre 1966 e 1977

George Pell, arcebispo de Sydney, mencionou os abusos em sua mensagem de Natal aos australianos
George Pell, arcebispo de Sydney, pediu desculpas por abusos em sua mensagem de Natal aos australianos (Roslan Rahman / AFP)
Crianças aos cuidados de uma organização cristã australiana foram 'alugadas' para pedófilos, segundo denunciou nesta quinta-feira uma testemunha perante a comissão que investiga os abusos sexuais de menores cometidos em instituições na Austrália. A comissão, que analisa a gestão do Exército de Salvação entre 1966 e 1977, se concentra no lar de Bexley, no subúrbio de Sydney, onde a polícia investiga supostos abusos de menores de idade desde 1990.
O inspetor Rick Cunningham relatou o depoimento feito por um homem identificado apenas como F.V., que em 1974 era criança e estava abrigado no lar de Bexley. Ele denunciou à polícia que uma mulher vestida com o uniforme da organização ‘liberou’ uma criança para ser estuprada por um homem. F.V. contou o caso ao superintendente de Bexley, Lawrence Wilson, que ignorou a queixa e o castigou “várias vezes” como represália. Os depoismentos dados por F.V. transformaram-se em acusações contra Wilson por abuso de menores e agressão. A comissão também acusou trabalhadores da organização cristã e internos maiores de idade de abusarem sexualmente de internos mais jovens. Outras pessoas que moravam na casa do Exército da Salvação em Bexley relataram que foram forçados a realizar atos sexuais por funcionários e moradores maiores de idade – incluindo numerosas acusações contra Wilson.
O conselheiro-assistente da comissão, Simeon Beckett, disse ao site local News.com.au que as evidências de abuso já eram "severas" em casos denunciados antes do atual inquérito. A Justiça australiana recebeu, entre 1966 e 1977, 157 reclamações relativas a abusos sexuais de crianças em casas do Exército de Salvação em Nova Gales do Sul e Queensland, 133 dos quais resultaram em pedidos de desculpas e, em alguns dos casos, em pagamentos de até 100.000 dólares. No entanto, ninguém foi preso.
Beckett disse que as ações de cinco funcionários do Exército de Salvação – Lawrence Wilson, Russell Walker, Victor Bennett, John McIver e Donald Schultz – estavam sob especial atenção, mas outros empregados da entidade cristã meninos também estavam sendo investigados por abuso sexual. Na época, meninos que se queixaram foram castigados brutalmente. Há ainda “vários casos” em que as vítimas foram à polícia, mas posteriormente devolvidas para as casas do Exército de Salvação, onde foram recebidas com espancamentos. Muitas crianças tiveram ossos quebrados em alguns dos piores ataques.
A criação desta comissão foi anunciada em novembro de 2012 depois que a polícia de Nova Gales do Sul acusou a Igreja Católica de encobrir casos de pedofilia, tentar silenciar as investigações e de destruir provas cruciais para evitar processos judiciais. A comissão é composta por seis membros e começou as audiências em abril. Ela deverá emitir um relatório no final de junho, antes de concluir seu trabalho em dezembro de 2014.
(Com agência EFE)

Anvisa muda critérios para classificar alimentos como 'light'

Nutrição

Novas regras, que entraram em vigor neste ano, também valem para informações nutricionais como "fonte de proteínas" ou "sem adição de sal"

Anvisa: Informações nutricionais tem novos critérios
Anvisa: Informações nutricionais tem novos critérios (Thinkstock)
Desde o início do ano, todos os alimentos produzidos no Brasil devem seguir as novas regras para colocarem nos rótulos informações nutricionais como “light”, “rico em”, “fonte de” e “não contém”, informou nesta quarta-feira a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As normas haviam sido anunciadas pela agência em novembro de 2012. 
Uma das medidas determina que a expressão light só pode ser empregada em alimentos que apresentarem redução mínima de 25% na quantidade de algum nutriente, como açúcar ou sódio, em comparação com uma versão convencional do mesmo produto. Até então, o adjetivo podia ser aplicado em alimentos com baixo teor de algum nutriente – mas não necessariamente um teor menor do que o produto de referência. 
As regras também estipulam que, para um alimento ter em seu rótulo a informação de que é “fonte de” ou “rico” em alguma proteína, ele deve atender a um critério mínimo de qualidade. O objetivo é evitar práticas enganosas.
Além disso, a nova regulamentação criou oito novas alegações nutricionais e, portanto, critérios para cada uma. São elas “sem adição de sal”, “não contém gorduras trans” e “fonte de” ou “alto conteúdo de” ácidos graxos ômega 3, 6 e 9.

Chuck Berry & Bruce Springsteen - Johnny B. Goode





PF prende auditor da Receita e mais três em operação contra fraudes no IR

Imposto de renda

Segundo a investigação, há cinco mil declarações suspeitas; prejuízo causado pelo esquema pode superar R$ 100 milhões

Veículos da Polícia Federal durante a Operação Fratelli
Os sete suspeitos de participar da quadrilha ficarão presos pelo prazo de cinco dias (Fabio Carvalho/Dhoje Interior)
A Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal, começou nesta quinta-feira uma operação que tenta desarticular uma quadrilha que está fraudando declarações do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). A PF já efetuou quatro prisões e sete mandados de busca e apreensão. Um dos detidos é um auditor fiscal da própria Receita, que monitorava as declarações fraudulentas e evitava que elas fossem fiscalizadas. 
Os suspeitos de participar da quadrilha estão presos temporariamente, pelo prazo de cinco dias, na sede da PF na capital paulista. A ação, batizada de Operação Publicano, conta com 28 policiais federais e 12 servidores da Receita Federal.  
Na casa do auditor preso, a polícia encontrou 350 mil reais, em dinheiro e cheques. O servidor deve responder por crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A operação foi motivada após a Receita Federal constatar irregularidades nas declarações de diversos contribuintes, entregues entre 2010 e 2012. Segundo a investigação, há cerca de cinco mil declarações suspeitas. A Receita Federal estima que o prejuízo ao Fisco supere 100 milhões de reais. 
O esquema envolvia contadores que encaminhavam declarações de contribuintes, em sua maioria profissionais liberais, como médicos, dentistas e advogados, com valores indevidos de deduções e despesas médicas e odontológicas, para recolher impostos a menos ou receber restituições indevidas.

Procuradoria abre investigação sobre declarações de renda de juízes

Investigação

Servidor do Tribunal de Justiça de São Paulo fazia ponte entre magistrados e auditor da Receita acusado de chefiar quadrilha

PF deflagra a Operação Publicano contra fraudes no Imposto de Renda
PF deflagra a Operação Publicano contra fraudes no Imposto de Renda (Divulgação/PF)
A Procuradoria da República abriu investigação para averiguar a existência de um esquema de fraude em declarações de Imposto de Renda de juízes. Durante a Operação Publicano, a Polícia Federal identificou um servidor do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), há 29 anos na Corte, que seria o elo com o auditor do Fisco Vitor Aurélio Szwarctush, apontado como líder de uma quadrilha que teria causado um prejuízo estimado em 100 milhões de reais aos cofres públicos.
O auditor trabalhava em função estratégica: a malha fina da Pessoa Física na Delegacia de Fiscalização de São Paulo (Defis/SP). A Procuradoria sustenta que Szwarctush era responsável por acessar os sistemas internos da Receita para liberar "clientes" da quadrilha retidos no pente fino, "mediante a cobrança de vantagem indevida de natureza econômica".
Em denúncia à Justiça Federal, a Procuradoria acusa o auditor e mais treze suspeitos – entre eles familiares de Szwarctush e cinco contadores - pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha, violação de sigilo funcional, corrupção ativa, peculato e lavagem de ativos.
A denúncia foi recebida pela Justiça Federal no dia 7 de janeiro e acolhida pelo Ministério Público Federal, que pediu envio de ofício à Corregedoria do TJ paulista e ao Ministério Público Estadual para "apuração de eventuais ilícitos envolvendo magistrados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo".
Nos autos da Operação Publicano não há referência sobre quais juízes participaram das atividades criminosas do auditor. Nem mesmo que tenham mantido contato com o suspeito - a ligação era com o servidor do TJ. A Corte informou que disponibiliza "serviço de intermediação" junto à Receita para os magistrados. O servidor que caiu no grampo feito pela operação da Polícia Federal é escrevente do TJ desde 1985. Sempre atuou no Gabinete de Apoio dos Desembargadores e  cuida da documentação e orientações sobre o IR.
Alterações - Entre os anos de 2006 e 2013 ele encaminhou 1.740 declarações de magistrados a Szwarctush. Uma interceptação da PF o flagrou pedindo ao auditor que "efetuasse alterações" na declaração de IR de uma colega do tribunal, sua subordinada.
O servidor depôs na PF, negou crimes e não citou nomes de juízes supostamente envolvidos no esquema fraudulento. A Procuradoria pediu o arquivamento dessa etapa da investigação. "Como não foi identificado qualquer oferecimento de vantagem indevida ao auditor, não restou comprovado o delito de corrupção ativa por parte do servidor do TJ."
"Contudo, foi observado que o servidor estadual também tratava com Vitor Szwarctush sobre outros casos envolvendo magistrados do TJ de São Paulo, podendo esses fatos configurar algum ilícito penal de competência daquele tribunal", assinala a Procuradoria, em documento.
Operação - A Publicano foi deflagrada pela Polícia Federal em 18 de maio de 2013, quando Szwarctush foi preso provisoriamente. Afastado das funções, ele é alvo de processo disciplinar.
O caso teve origem na própria Receita, que encaminhou as informações para a sua Corregedoria-Geral. Um universo de até 2.000 contribuintes, todos eles pessoas físicas, beneficiou-se do esquema, com a entrega de cerca de cinco mil declarações fraudulentas nos exercícios 2010, 2011 e 2012.
Segundo a Procuradoria da República, o auditor Szwarctush também elaborava declarações de IR e orientava contadores e terceiros a preencher as prestações de contas "a fim de reduzir fraudulentamente o pagamento de tributos ou majorar o montante de restituição em função de deduções tributárias inexistentes". 
(Com Estadão Conteúdo)

Padilha assina convênio com ONG fundada pelo pai, diz jornal

Governo

Veja.Com

Entidade receberá quase R$ 200 mil para capacitar jovens; acordo foi assinado pouco antes de Padilha deixar a Saúde para assumir a pré-campanha ao governo de SP

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha participa de cerimônia comemorativa ao Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos, em Brasília
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (Karina Zambrana/ASCOM/MS)
Prestes a deixar o Ministério da Saúde para disputar o governo de São Paulo, Alexandre Padilha não apenas se utilizou da cadeia nacional da rádio e televisão para fazer campanha antecipada como assinou convênio no valor de 199.800 reais com uma entidade da qual seu pai, Anivaldo Pereira Padilha, é sócio e fundador. Segundo reportagem da edição desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo, a pasta da qual Padilha se desligará nos próximos dias assinou, em 28 de dezembro de 2013, um acordo com a ONG Koinonia-Presença Ecumênica e Serviço para executar "ações de promoção e prevenção de vigilância em saúde".
Embora tenha afirmado ao jornal que não exerce função na coordenação de projetos na entidade desde 2009, Anivaldo Padilha confirma que é convidado a participar de palestras e eventos, nos quais relata as ações da ONG. Além disso, informa a reportagem, como sócio, o pai de Padilha está autorizado a integrar as assembleias anuais que definem os rumos de atuação da entidade. Anivaldo e o ministério, contudo, negam qualquer irregularidade no contrato.   
O convênio prevê, até dezembro, a capacitação de sessenta jovens e a formação de outros trinta. Por meio de palestras, aulas e jogos, eles serão treinados sobre como evitar e tratar doenças sexualmente transmissíveis, como aids. Apesar de a entidade ter representação no Rio, em Salvador e em São Paulo, o projeto que conta com verba do Ministério da Saúde será executado somente na capital paulista, segundo funcionários da Koinonia.
O convênio assinado por Padilha autoriza o empenho da verba, o que significa que o ministério pagará os 199.800 reais à ONG, embora ainda não tenha feito o desembolso.
De pai para filho - Desde 1998, a Koinonia fez pelo menos nove convênios com diferentes ministérios que, juntos, somam cerca de 1,75 milhão de reais. Na gestão de Padilha na Saúde, além do assinado em dezembro, a ONG também firmou um termo de compromisso no valor de 60.000 reais para promoção de um seminário em 2011.
No final de 2013, a entidade assinou convênio com o Ministério da Justiça no valor de 262.100 reais para colher depoimentos e fazer documentários, site e livro sobre a participação protestante na luta contra a ditadura militar.
A Koinonia, presidida pelo bispo emérito da Igreja Metodista do Rio, Paulo Ayres Mattos, se define como "um ator político do movimento ecumênico e que presta serviços ao movimento social". A ONG participa de projetos ligados sobretudo à comunidade negra, trabalhadores rurais e jovens.
Pré-campanha - Padilha desembarcará definitivamente em São Paulo na próxima semana e, no dia 7, a ideia é que dê início a uma caravana pelo interior.
O ministro concentrou no Estado a participação em atos oficiais desde o final do ano passado, quando sua situação de pré-candidato do PT já estava definida. O ministério alegou à época que Padilha atendia a convites e que São Paulo "concentra o maior número de unidades de saúde, possui hospitais de excelência e entidades do setor".
Critérios técnicos - O Ministério da Saúde informou que o convênio com a entidade da qual o pai do ministro é sócio e fundador atendeu a critérios técnicos e que o processo de análise seguiu regras estabelecidas pela administração pública. Alexandre Padilha não se pronunciou sobre o caso.
A Koinonia e Anivaldo Padilha também negaram qualquer influência política na seleção da entidade. "O fato de ser pai de Alexandre Padilha não pesou e nem influenciou na seleção de projetos", disse Anivaldo. Ele afirmou ainda que, desde 2009, não participa da "supervisão ou coordenação de projetos, nem das instâncias de decisão da entidade", apesar de seu nome constar como sócio no site da ONG.
Anivaldo explicou que se desligou da direção da Koinonia quando o filho assumiu o comando da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, em 2009, para "cumprir o que determina a legislação e evitar qualquer tipo de conflito de interesse ou prejudicar a continuidade dos programas". Depois de análise nos sistemas de convênios e parcerias, o ministério disse que identificou na gestão de Padilha, entre 2011 e 2014, a participação da entidade em quatro seleções, sendo que ela foi desclassificada em duas "por não atender aos critérios técnicos exigidos".
Além da parceria de 199.800 reais com a Koinonia, a Saúde informou que, em dezembro de 2013, foram firmados outros 448 convênios com ONGs.
"Sempre participamos de editais públicos e submetidos às suas regras, com isenção e espírito público", disse Rafael Soares de Oliveira, diretor-executivo da Koinonia.

Ministro do Trabalho faz troca em chefia de gabinete da pasta

 Por FÁBIO FABRINI, estadao.com.br
Pedetista Rodrigo Minotto foi exonerado nesta quinta e será candidato a deputado estadual em Santa Catarina




Brasília - O ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT-SC), exonerou seu chefe de gabinete, o também pedetista Rodrigo Minotto. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quinta-feira. Para substituí-lo, Dias nomeou o secretário-adjunto de seu partido, André Roberto Menegotto.
O Ministério afirma que a exoneração se deve às eleições de 2014, pois Minotto será candidato a deputado estadual em Santa Catarina.
A saída de Minotto se dá após o nome dele ser ligado a supostas irregularidades na execução de verbas do ministério. Reportagens do Estado, publicadas em setembro, mostraram que um irmão dele, filiado ao PDT, estava na lista de funcionários de uma entidade que firmou convênios de R$ 11 milhões com o Trabalho. No entanto, não houve comprovação de que ele e os demais pedetistas, de fato, prestaram os serviços, segundo auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU).
Relatórios do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC), também apontam suposto dano ao erário e favorecimento de três ONGs, uma delas ligada ao PDT, em convênios de R$ 2,1 milhões firmados pelo Estado de Santa Catarina, entre 2007 e 2010. As parcerias foram bancadas com recursos do Trabalho, com participação de Minotto e a mulher de Manoel Dias, Dalva Maria de Luca Dias. Na época, ela era secretária estadual de Assistência Social e Minotto, coordenador do Sistema Nacional do Emprego (Sine) no Estado. Os dois negam irregularidades.
Segundo os auditores, houve aprovação de despesas sem "caráter público", "ilegítimas e genéricas". No fim do ano passado, a corte remeteu o caso para apuração do Tribunal de Contas da União (TCU), por envolver verbas federais.
Até chegar a chefia de gabinete, Minotto ocupou outros cargos por indicação de Manoel Dias, entre eles o de superintendente regional do Trabalho em Santa Catarina. O novo chefe de gabinete deve deixar o cargo no partido para exercer as atividades no Ministério.

Tratamento paliativo: atenção à vida, à beira da morte

Medicina

Branca Nunes
O cuidado paliativo deve ser oferecido a todos os portadores de doenças potencialmente mortais
O cuidado paliativo deve ser oferecido a todos os portadores de doenças potencialmente mortais (Agência: Thinkstock)
Quando não há mais nada a fazer, ainda há muito a ser feito. Foi o que descobriu a aposentada Anna Castilho quando seu marido, Joviniano Castilho, sofreu um acidente vascular cerebral, em 2006, e entrou em coma. Depois de dois meses de tratamento, Anna ouviu um prognóstico desanimador: não havia esperança para o homem com quem estava casada havia seis décadas. Ao fim de uma peregrinação por quase 20 endereços, ela encontrou o Premier Residence Hospital, em São Paulo, que abriga 61 dos pouco mais de 300 leitos especializados em cuidados paliativos do Brasil. Ali descobriu o quanto ainda poderia ser feito. "Em latim,pallium significa manto", explica a voz suave de Anna. "Imagine uma mãe envolvendo uma criança: o palio é esse manto, a proteção. Isso é o tratamento paliativo". 
O desconhecimento que afligia Anna acerca desse tipo de cuidado é o mesmo que afeta boa parte da população e também a classe médica. "Na faculdade de medicina não se fala nem na morte, quanto mais em tratamento paliativo", observa a oncologista Dalva Matsumoto, especialista na técnica. "Com a evolução da medicina e da tecnologia, a morte passou a ser vista como um fracasso pessoal do médico e não como um capítulo natural da vida." É por isso que, diante de pacientes terminais, muitos médicos avisam que não há nada a fazer. Os paliativistas pensam o contrário. Uma de suas preocupações é garantir a qualidade de vida a quem está na iminência da morte. 
Com uma série de técnicas – que vão desde a fisioterapia, até o a diminuição de determinados medicamentos, passando pelo uso de opióides – eles conseguem, por exemplo, eliminar dores, melhorar a respiração e controlar náuseas. Os pacientes são estimulados ainda a fazer, dentro dos limites físicos de cada um, todas as coisas que lhes dão prazer – desde comer uma macarronada até passear ao ar livre ou beber um copo de cerveja. Quando a doença dá um descanso, são mandados para casa. "É sempre melhor estar rodeado por quem amamos, seja durante a vida ou na hora da morte", diz a psicóloga Debora Genezini. Por estarem bem assistidos, esses pacientes raramente morrem em agonia. A família é uma peça-chave. Além de ser estimulada a ficar perto do doente, recebe um tratamento paralelo, com o objetivo de compreender e aceitar a perda. "O processo de luto começa antes e continua depois da morte", ensina Débora. "A família é acompanhada até que possa ser reintegrada e dar continuidade à própria vida".
Além de médico e enfermeiro, uma equipe paliativa engloba fisioterapeuta, psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, dentista, capelão, cuidadores - pessoas contratadas para ficarem 24 horas ao lado dos doentes - e qualquer outro profissional que possa trazer bem-estar ao paciente. São médicos da pessoa inteira, como têm orgulho em afirmar. O cuidado não contempla só pacientes terminais. Deve ser oferecido a todos os chamados "portadores de doenças potencialmente mortais", como o câncer, e começa a ser aplicado no momento do diagnóstico, período em que o objetivo principal é a cura. "No início, o cuidado paliativo é um complemento ao tratamento convencional", explica o cardiologista Ricardo Tavares de Carvalho. "O cuidado vai aumentando de acordo com a intensificação da doença, mas os dois tratamentos continuam juntos até o fim".
Os paliativistas avaliam permanentemente a questão risco-benefício. Um paciente com insuficiência renal não necessariamente será submetido a uma diálise, tampouco a quimioterapia será obrigatoriamente o caminho para quem está com câncer. "É preciso saber se aquele tratamento invasivo trará o benefício esperado", explica Carvalho. "Em um paciente terminal, a quimioterapia pode simplesmente trazer mais dor". A equipe médica, os familiares e o paciente decidem em conjunto quando é hora de parar. "A decisão técnica é do médico", conta Carvalho. É ele quem pode dizer se uma cirurgia é ou não recomendada. Mas existem os aspectos subjetivos: o paciente pode argumentar que quer passar por aquele tratamento porque conseguirá, por exemplo, despedir-se de um filho que mora no exterior e que só poderá chegar dentro de duas semanas. "Nenhum procedimento é proibido. Se prolongar a vida por mais algum tempo tem um significado, isso pode ser feito", conta o cardiologista.
Idealizado pela médica inglesa Cicely Saunders na década de 1960, o tratamento paliativo ainda engatinha no Brasil. Para ser comparável ao modelo britânico, por exemplo, teria de oferecer 30 vezes mais leitos, saltando dos atuais 300 para 9.000. A despeito da fundação da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, há cinco anos, os profissionais ainda lutam para dissociar esse tratamento da prática da eutanásia e vencer o preconceito dos próprios médicos com relação ao uso de opióides, essenciais para o alívio da dor extrema. Em abril, porém, ganharam um poderoso aliado: o novo Código de Ética Médica, que não apenas reconhece a prática mas também a recomenda.
O texto é considerado fundamental por afirmar que existem situações nas quais não existe reversibilidade e porque retira do médico o poder supremo sobre o doente. "É o resgate de uma relação", acredita Lucineide Souza, chefe de enfermagem do Hospital Premier. "Infelizmente, hoje, o médico deixou de examinar o paciente, apoiando-se sempre em exames, e o enfermeiro não presta mais atenção a ele, concentrando-se em relatórios". Saber que, mesmo quando não há mais nada a fazer, ainda há muito a ser feito é essencial numa sociedade com cada vez mais idosos, mas que, simultaneamente, continua obcecada pela eterna juventude.

Apenas um em cada dez pacientes terminais recebe cuidados paliativos

Saúde global

Primeiro relatório da OMS sobre o tema considerou que somente 20 países têm sistema adequado do tratamento - Brasil não está entre eles

OMS: somente 10% das pessoas que precisam têm acesso a cuidados paliativos no mundo
OMS: somente 10% das pessoas que precisam têm acesso a cuidados paliativos no mundo (Thinkstock)
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas uma em cada dez pessoas doentes e em estado terminal no mundo recebe cuidados paliativos, abordagem que visa garantir a qualidade de vida e amenizar o sofrimento de quem está na iminência da morte. Para a OMS, o acesso a esse tratamento é um “direito humano”.

Saiba mais

CUIDADOS PALIATIVOS
​O tratamento visa melhorar a qualidade de vida de pacientes terminais com o alívio da dor e do sofrimento. Os princípios dos cuidados paliativos incluem enxergar a morte como um processo natural da vida, não apressando e nem adiantando a sua chegada, e dar apoio a pacientes e suas famílias de diversas formas. Com uma série de técnicas, como fisioterapia, diminuição de determinados medicamentos e uso de opioides, é possível amenizar dores, melhorar a respiração e controlar náuseas, por exemplo. Os pacientes são estimulados ainda a fazer, dentro dos limites físicos de cada um, todas as coisas que lhes dão prazer — desde comer uma macarronada até passear ao ar livre ou beber um copo de cerveja. Quando a doença dá um descanso, são mandados para casa. 
O dado faz parte do Atlas global dos cuidados paliativos em fase terminal, primeiro relatório global sobre o tema, divulgado nesta terça-feira pela OMS e pela Aliança Mundial para os Cuidados Paliativos (WPCA), que tem sede em Londres.
Ainda segundo o relatório, apenas 20 países no mundo têm um sistema adequado de cuidados paliativos – o Brasil não é um deles. Esses países incluem Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Hong Kong, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Noruega, Polônia, Romênia, Cingapura, Suécia, Suíça, Uganda, Grã-Bretanha e Estados Unidos.
Todos os anos, há 20 milhões de pacientes terminais no mundo, sendo que 1,2 milhão deles são crianças. No relatório, a OMS destacou que os cuidados paliativos serão cada vez mais necessários, já que a população mundial está envelhecendo.

Lei anticorrupção afetará financiamentos de campanha?

Por João Bosco Rabello, estadao.com.br

Ainda não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre a Lei Anticorrupção, em vigor desde hoje,...



Ainda não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre a Lei Anticorrupção, em vigor desde hoje, e o ânimo das empresas para o financiamento de campanhas eleitorais, que têm da prática uma visão de investimento.
Teoricamente, o rigor da nova legislação, que pune a facilitação de negócios nas relações da iniciativa privada com governos, reduzirá a margem de artifícios para o retorno do eleito ao seu patrocinador.
A maioria das empresas que se dispõem a financiar campanhas investem recursos em mais de um candidato - senão em todos, ou nos mais competitivos -, denunciando a intenção de troca que move o mecanismo.
Em grande medida, o sistema tem sua eficácia na garantia do retorno, quase sempre viabilizado por conduções pouco ortodoxas que driblam as regras administrativas, dentre as quais, a legislação de licitações é a mais visível e consistente.
O primeiro efeito da legislação é o sinal de alerta disparado dentro das corporações, cujos departamentos jurídicos já se dedicam à adaptação das novas regras à cultura administrativa de seus representados. O temor passa a ser o do reflexo condicionado, um subproduto do hábito arraigado de buscar vantagem competitiva fora dos padrões de concorrência saudável e legal.
Cláudio Abramo,  diretor-executivo da Transparência Brasil, ONG de vital importância para a materialização da nova Lei, acha precipitado o raciocínio, por falta de elementos concretos que o respaldem. Lembra que comparações sistemáticas feitas em todos os municípios de Santa Catarina, em passado relativamente recente, não levaram a uma relação estatística entre as doações de campanha e ações corruptoras posteriores.
Mas elas existem e, ainda conforme Abramo, será necessário voltar ao tema em 2015, quando será possível confrontar os números das campanhas e avaliar um possível efeito da Lei sobre o modelo pouco transparente que orienta historicamente esse processo.
Ele prefere se ater, hoje, ao objetivo essencial da legislação que é o combate direto à corrupção no âmbito público, a partir do novo mecanismo que pune o corruptor financeiramente em valores inibidores da ação ilegal.
A intuição política, porém, leva na direção de estender aos financiadores de campanhas o poder dissuasório da nova legislação, mencionado pelo ministro-chefe da Controladoria -Geral da União (CGU), Jorge Hage, como seu principal elemento saneador.
Pelo menos a expectativa de retorno em forma de negócios com governos será menor, valorizando o financiamento mais como um investimento no relacionamento com o setor público do que como promissória política. O que poderá contribuir para desinflacionar o mercado eleitoral, hoje na estratosfera.

Japoneses desenvolvem técnica mais simples para produção de células-tronco, sem embriões nem manipulação genética

 Por Herton Escobar, estadao.com.br
Herton Escobar / O Estado de S. Paulo Dez anos atrás, a polêmica sobre a ética das pesquisas com células-tronco...




Herton Escobar / O Estado de S. Paulo
Dez anos atrás, a polêmica sobre a ética das pesquisas com células-tronco embrionárias humanas estava no auge. Até que, em 2007, um grupo de pesquisadores japoneses acalmou os ânimos - e praticamente sepultou o debate - com uma técnica revolucionária, que permitia transformar células da pele em células pluripotentes, equivalentes às embrionárias, com capacidade para se transformar em qualquer tipo de tecido do organismo, sem a necessidade de mexer com a ética de embriões humanos. Conhecida como iPS (células-tronco de pluripotência induzida), a técnica foi rapidamente adotada por laboratórios ao redor do mundo e rendeu ao seu criador, Shinya Yamanaka, o Prêmio Nobel de Medicina em 2012, em reconhecimento do seu incrível potencial para a compreensão e o tratamento de uma enorme variedade de doenças. Um sucesso estrondoso.
Agora, passado pouco mais de um ano da premiação, uma nova revolução em potencial se apresenta nas páginas da revista Nature: uma nova técnica, também desenvolvida por japoneses, que permite transformar células adultas em células equivalentes às embrionárias (indiferenciadas e pluripotentes) de maneira ainda mais simples e totalmente "não invasiva", apenas com uma modificação do pH do líquido no qual as células são cultivadas em laboratório. As células iPS, em comparação, são produzidas por meio de uma reprogramação genética induzida pela introdução de genes indutores de pluripotência no genoma da célula adulta, o que exige o uso de vetores virais para levá-los até o núcleo celular -- uma técnica já consagrada, e que funciona muito bem, mas que não deixa de ser uma barreira à eventual aplicação clínica dessas células.
As células produzidas pela nova técnica foram batizadas de STAP, sigla em inglês para "pluripotência adquirida por estímulo" (stimulus-triggered acquisition of pluripotency), e as pesquisas foram lideradas por Haruko Obokata, do centro de pesquisas RIKEN, no Japão, e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA.
A técnica está descrita em dois trabalhos, publicados simultaneamente pela Nature. No primeiro, os pesquisadores mostram que é possível induzir a reprogramação de células adultas em células pluripotentes apenas pela exposição delas a um meio de cultura mais ácido (de pH mais baixo), sem a necessidade de introduzir novos genes (ou qualquer outra coisa) no seu DNA. Seria o equivalente a você colocar um baralho de cartas em banho ácido e todas elas se transformarem em curingas; imagine só!
A pesquisadora Lygia Pereira, do Instituto de Biociências da USP, considerou o trabalho "surpreendente". "Que estímulos externos levam a respostas celulares é conhecido, é óbvio. Mas é absolutamente inesperado que um estímulo tão simples leve a uma mudança tão dramática como a regressão para um estado de pluripotência", disse. "A plasticidade genética das células é ainda maior do que imaginávamos. No início a gente precisava precisava usar a força bruta, enfiando uma célula dentro de um óvulo (técnica de 'clonagem terapêutica'); depois a gente precisava só de 4 genes; agora, basta 25 minutos em pH baixo e voilá, pluripotência!"
As células reprogramadas foram introduzidas em embriões de camundongos e deram origem a animais quiméricos, com as células STAP incorporadas a todos os seus tecidos -- comprovando que elas eram, de fato, células pluripotentes.
Eternidade. Para serem consideradas equivalentes às células-tronco embrionárias, porém, ainda faltava uma característica nesse primeiro artigo: a capacidade de autorrenovação (de se multiplicar eternamente, sem perder seu estado indiferenciado). Sem isso, as células STAP seriam de pouco uso prático para pesquisa, pois viveriam apenas por alguns dias e seria difícil estabelecer linhagens permanentes, como se faz com as células iPS ou embrionárias. Por isso foi feito o segundo trabalho, em que os pesquisadores mostram que é possível induzir essa autorrenovação colocando as células reprogramadas em um meio de cultura usado para cultivar células pluripotentes -- ou seja, também por meio de estímulos puramente externos, sem introduzir nada de novo nas células.
Ambos os trabalhos foram feitos apenas com camundongos. A técnica não foi testada ainda em células humanas -- a expectativa é que ela funcione da mesma forma, claro, mas não há como ter certeza disso até que os experimentos sejam feitos, revisados e comprovados. Esse foi o caminho percorrido por Yamanaka com as células iPS: o primeiro trabalho, feito com células de camundongos, foi publicado em 2006; um ano depois, veio a confirmação em células humanas.
Caso as células STAP sigam esse mesmo caminho, elas poderão ampliar e acelerar ainda mais as pesquisas com terapia celular ao redor do mundo. "Se os estudos sobre a biologia das células-tronco continuarem avançando nesse ritmo dos últimos anos, não é exagero afirmar que os livros de biologia atuais terão que ser completamente reescritos antes das Olimpíadas", diz o pesquisador Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenador da Rede Nacional de Terapia Celular do Ministério da Saúde.
Praticidade. Para a pesquisadora Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, a nova técnica -- se comprovada em células humanas -- também será será extremamente bem-vinda. "A eficiência das células iPS é boa, mas às vezes leva semanas para conseguir reprogramá-las. Não é uma técnica trivial; funciona, mas dá trabalho", diz ela, que coordena um biobanco com cerca de 500 linhagens de células-tronco (mais de 60 delas geradas pela técnica de iPS), relacionadas ao estudo de várias doenças. "Podemos testar milhares de drogas in vitro, simultaneamente, e fazer um monte de coisas com essas células que jamais poderíamos fazer em seres humanos, além de reduzir o número de animais usados em pesquisa", completa Mayana.
Cada linhagem de células-tronco, de certa forma, é um "paciente in vitro" que pode ser estudado e testado de todas as formas possíveis, sem infrações éticas.
A expectativa com tudo isso no futuro é que qualquer pessoa possa produzir células-tronco do seu próprio corpo por meio de um método simples e barato, passível de ser realizado em qualquer laboratório. Cada paciente seria o seu próprio banco de células ambulante. Imagine só! (Lembrando que MUITA pesquisa ainda é necessária para tornar esse sonho uma realidade ... se isso realmente acontecer.)
Post atualizado às 20h30.

Método facilita obtenção de células-tronco

Por Herton Escobar, estadao.com.br

Nova técnica desenvolvida por japoneses é mais simples e potencialmente segura do que a atual



Cientistas japoneses apresentaram ontem o que pode ser mais uma revolução nas pesquisas com células-tronco: uma nova técnica, mais simples e rápida, para produzir células pluripotentes, com capacidade para se transformar em todo tipo de tecido, sem a necessidade de mexer com embriões nem manipular geneticamente o seu DNA.
Por enquanto, o método só foi testado em células de camundongo. Se for demonstrado que ele funciona também em células humanas, a expectativa é que acelere ainda mais as pesquisas nessa área, que já vêm avançando em ritmo forte desde a invenção das células-tronco de pluripotência induzida (iPS), em 2006 - a primeira revolução japonesa, que rendeu ao cientista Shinya Yamanaka o Prêmio Nobel de Medicina já em 2012, apenas seis anos depois.
O objetivo dos dois métodos é o mesmo: transformar células da pele de um paciente em células indiferenciadas e pluripotentes, equivalentes às polêmicas células-tronco embrionárias, que possam ser induzidas a se diferenciar em qualquer tecido do organismo adulto (neurônios, músculo, cartilagem, células hepáticas, pancreáticas, da retina, etc), para uso em pesquisas ou terapêutico.
As células iPS são exatamente isso. Elas substituíram quase que por completo a necessidade de uso das células-tronco de embriões humanos; só que para produzi-las é preciso modificar o DNA das células adultas, introduzindo em seu núcleo quatro genes indutores de pluripotência - e para isso é preciso utilizar vetores virais, o que funciona bem, mas não deixa de ser um complicador para eventuais aplicações terapêuticas.
Já o novo método, batizado de Stap (pluripotência adquirida por estímulo) é mais simples e totalmente "não invasivo". Ele permite reprogramar geneticamente as células por meio apenas de estímulos externos - mais especificamente, a exposição delas a um meio de cultura de pH baixo. É como se as cartas de um baralho fossem colocadas em banho ácido e se transformassem todas em curingas.
"Quanto menos manipulação, menor o risco", resume a pesquisadora Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo. Segundo ela, o método das iPS já está consagrado, mas não é trivial. "Às vezes leva semanas para reprogramar as células", diz.
Já o método Stap reprograma as células em apenas 25 minutos de banho ácido. "É surpreendente. A plasticidade das células é maior ainda do que imaginávamos", avalia Lygia Pereira, também da USP.
A nova técnica foi desenvolvida pela equipe de Haruko Obokata, do centro de pesquisas Riken, no Japão, e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA. O trabalho está na revista Nature.

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