segunda-feira 18 2013

Condenado por corrupção no Brasil se refugiaram na Itália para evitar a extradição


O ex-diretor do Banco do Brasil de marketing espera para evitar a extradição por duplo passaporte


Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do BrasilHenrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil,RIO DE JANEIRO - Agora é a Itália para ser um grão com um fugitivo do Brasil. No dia da grande distância dos políticos e gestores para um escândalo de corrupção de idade (o "mensalão", explodiu em 2005), soube-se que um dos réus é grande de refugiados em nosso país. É Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil: como o nome sugere é um descendente de imigrantes e tem o dobro de passaporte. Isso deve colocá-lo longe de um pedido de extradição pelos tribunais brasileiros. Pizzolato está cumprindo uma sentença final para 12 anos e sete meses por corrupção e lavagem de dinheiro. De acordo com os juízes, tem desempenhado um papel importante no financiamento dos partidos políticos e deputados que o primeiro mandato do governo Lula, ele organizou para se certificar de que ele não tinha os votos no Parlamento.
Prisões - O escândalo, só que agora chegou ao fim de seu longo julgamento internacional, liderada atrás das grades estes dias braço direito e primeiro-ministro de Lula, José Dirceu, e do então secretário do Partido dos Trabalhadores, José Genoino.Todos os acusados ​​foram presos ou ter ocorrido espontaneamente à polícia, exceto Pizzolato. O ex-gerente estaria na Itália por pelo menos um mês e meio depois de deixar o Brasil por terra. Do Paraguai, provavelmente com uma identidade falsa, então ele cruzou o oceano. Pizzolato já fez saber que a cidadania italiana lhe dá o direito a um novo julgamento em nosso país ", conforme estabelecido pela bilateral" e "longe dos interesses dos poderes que nos brasileiros de mídia."
BATTISTI - No passado recente, o banqueiro brasileiro Salvatore Cacciola, procurado por um acidente, ele conseguiu viver tranquilamente em Roma por alguns anos, graças à dupla passaporte. Ele foi preso e depois extraditado para o Brasil, pois só pego pela Interpol em férias em Monte Carlo. Desta vez, a omissão de Pizzolato poderia ser ainda mais tranquilo, você sabe em círculos judiciais, porque o caso só vai pesar a longa batalha perdida pela Itália sobre a ex-terrorista Cesare Battisti, nunca voltou do Brasil.

Que Genoino cumpra prisão domiciliar. Nada de errado nisso! Só não é aceitável que, por estar doente, ele vire juiz do Supremo!


Joaquim Barbosa encaminhou à Procuradoria-Geral da República o pedido da defesa de José Genoino para que sua prisão passe para o regime domiciliar em razão de seu estado de saúde. O presidente do STF e relator do caso do mensalão quer ouvir o Ministério Público a respeito. Faz bem.
O que eu penso a respeito? A serem verdadeiras as informações que circulam, acho que o benefício deveria ser concedido tanto a ele como a Roberto Jefferson (quando tiver decretada a prisão), que passa por um tratamento delicado de câncer. Se Genoino corre o risco de um agravamento repentino e sem aviso prévio em razão de uma cardiopatia crônica, Jefferson certamente tem de se haver com questões relativas à imunidade, o que pede cuidados especiais.
O que eu lamento é ver que certos sedizentes defensores dos direitos humanos se deram conta apenas agora dessa realidade dramática, não é? Quantos são os sem-eira-nem-beira que enfrentam condições ainda piores em presídios imundos Brasil afora?
Mas não penso com a cabeça “deles”. Até onde sei, a saúde de Genoino e Jefferson inspira, de fato, cuidados. Que se dispensem a eles, e a milhares de outros, o tratamento respeitoso — respeitoso, atenção!, para presos! O que não aceito é que Genoino, por estar doente, vire juiz do Supremo.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/que-genoino-cumpra-prisao-domiciliar-nada-de-errado-nisso-so-nao-e-aceitavel-que-por-estar-doente-ele-vire-juiz-do-supremo/

Restaurantes proíbem entrada de senadores que protegem corrupto

Paraguai

Cerca de 50 pontos comerciais prometeram não prestar serviços para congressistas que votaram contra perda de imunidade do senador Victor Bogado

Um Exemplo a Ser Seguido aqui no Brasil!!!
Victor Bogado
Victor Bogado (Divulgação)
Restaurantes, academias, mercados e outros 50 pontos comerciais de Assunção, capital do Paraguai, se uniram neste sábado para proibir a entrada de 23 congressistas paraguaios que votaram, na última quinta-feira, contra a perda de imunidade do senador do Partido Colorado Victor Bogado, investigado por corrupção.
Cerca de três mil pessoas protestaram na última sexta-feira em frente ao Congresso, ao qual acusam de salvar Bogado de enfrentar a Justiça, que pediu que fosse investigado por contratar uma babá com dinheiro público. No mesmo dia, quando o também senador colorado, Óscar González Daher, foi expulso de uma pizzaria, entre xingamentos e gritos, segundo o jornal localABC Color.
O jornal relatou que Daher chegou acompanhado de uma mulher e que, logo após sentar-se, começou o murmúrio das pessoas. Em seguida, um garçom se aproximou para pedir-lhe que deixasse o local porque não eram bem-vindos os senadores que votaram contra a perda de imunidade de Víctor Bogado.
"'O povo já não aguenta mais, não são bem-vindos. Já somos 35 restaurantes, além de academias e outros locais, Se isto continuar assim, não vão ter onde comer", disse Pedro Valente, proprietário do restaurante Bolsi, localizado a poucos metros do Congresso. Valente assegurou que por seu restaurante costumam passar vários congressistas e explicou que manterão o protesto por tempo indefinido. Além de restaurantes, bares e casas noturnas, uma agência de viagens prometeu que também não venderá passagens a esses senadores, segundo o jornal Última Hora.


(Com agência EFE)

Juiz autoriza transferência de Dirceu, Delúbio e Genoino para o regime semiaberto

Justiça

Petistas serão levados ainda nesta segunda-feira para o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no próprio Complexo da Papuda, onde começarão a cumprir suas penas em regime semiaberto

Marcela Mattos e Laryssa Borges, de Brasília
Katia Rabello, ex-proprietária do Banco Rural, se entrega na Policia Federal de Belo Horiozonte
O juiz Ademar Silva de Vasconcelos, titular da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, autorizou nesta segunda-feira, em decisão individual, a transferência dos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, do ex-assessor do PL (atual PR) Jacinto Lamas e do ex-deputado Romeu Queiroz para um centro específico que garanta a eles o cumprimento das penas em regime semiaberto. Em um primeiro momento, o Tribunal de Justiça do DF havia afirmado que os três seriam levados ainda nesta segunda-feira para o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) de Brasília. Na verdade, o destino dos mensaleiros é o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no próprio Complexo da Papuda.
A transferência do trio petista e dos outros dois mensaleiros para o regime semiaberto era uma dos principais pleitos da defesa. Na última quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela execução imediata das sentenças dos condenados em relação às penas que não são mais contestadas por meio de embargos infringentes. Isso significa que José Dirceu, por exemplo, terá de iniciar o cumprimento da pena pelo crime de corrupção ativa (7 anos e 11 meses) em regime semiaberto enquanto aguarda que a Corte julgue o recurso que contesta a imputação por formação de quadrilha (2 anos e 11 meses). O tempo cumprido agora no semiaberto também será abatido da pena total, que inclui o crime de quadrilha. 
Os demais mensaleiros que se entregaram à Polícia Federal na sexta-feira – Marcos Valério, Cristiano Paz, José Roberto Salgado e Ramon Hollerbach – começarão a cumprir pena na Papuda em regime fechado. As mulheres – a banqueira Kátia Rabelo e a ex-funcionária de Marcos Valério Simone Vasconcelos – vão para o 19º batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal.
Nesta segunda-feira, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) rebateu advogados que apontaram más condições da prisão onde os mensaleiros estão encarcerados. Segundo o departamento vinculado ao Ministério da Justiça, as prisões foram feitas em caráter provisório, e os condenados foram levados diretamente para o presídio da Papuda porque a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal se recusou a definir o futuro de cada mensaleiro antes de receber a carta de sentença. De acordo com o Depen, todos os presos estão em instalações com dois treliches cada, recebendo alimentação conforme prescrição médica e com direito a duas horas de banho de sol por dia. Nas primeiras noites no presídio da Papuda, o trio petista formado por José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares dividiu a mesma cela.
Conforme determinação do ministro Joaquim Barbosa, a Vara de Execuções Penais não terá poderes para decidir futuros benefícios aos mensaleiros, como o direito ao indulto, à anistia, à graça ou à progressão de regime de cumprimento de pena. Em casos específicos, o juiz pode remeter pedidos para o Supremo Tribunal Federal. As multas impostas aos condenados no mensalão serão calculadas pela Contadoria do Tribunal de Justiça do DF.

Inadimplência cai e brasileiro usa o 13º para poupar

Crédito

Quase um quarto dos brasileiros (24,5%) vai usar os recursos da primeira parcela do 13º salário para quitar dívidas, segundo levantamento da Ipsos

Poupança (cofres)
Em 2012, 32,6% dos entrevistados declararam que quitariam as pendências com esse dinheiro. Este ano, 24,5% querem poupar o benefício (Thinkstock)
Quase um quarto dos brasileiros (24,5%) vai usar os recursos da primeira parcela do 13º salário para quitar dívidas. Esse é o menor resultado registrado em cinco anos para o destino do salário extra, segundo levantamento da Ipsos, empresa de pesquisa de mercado, realizada com mil pessoas em todas as regiões do país.
"O resultado surpreendeu", afirma o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, ao comentar a pesquisa encomendada pela Associação. Apesar de o pagamento de dívidas, desde 2009, ser o principal uso da primeira parcela do 13º salário, houve forte retração na intenção neste ano. Em 2012, 32,6% dos entrevistados declararam que quitariam as pendências com esse dinheiro.
O recuo do uso do 13º para o pagamento de dívidas é mais uma evidência, segundo o economista, de que a inadimplência está em queda. No mês passado, a inadimplência líquida apurada pela Associação Comercial fechou em 5,1%, em comparação a 5,5% em outubro de 2012. O indicador de inadimplência líquida considera o saldo entre as dívidas não pagas e renegociadas do mês em relação às vendas de três meses anteriores.
O economista atribui a queda do calote, principalmente, ao grande número de campanhas de renegociação de dívidas que estão sendo realizadas desde o início deste ano. No passado recente, os feirões para o consumidor limpar o nome ocorriam só a partir do segundo semestre.
Parte dos consumidores que reduziram a intenção de pagar dívidas com o 13º salário pretende colocar esse dinheiro na poupança.
No ano passado, 16,3% dos entrevistados informaram que poupariam a primeira parcela do 13º salário. Neste ano, essa fatia subiu para 20,4%. A outra parcela dos consumidores que não vai quitar dívidas com esses recursos está indecisa: 20,4% declararam neste ano que não sabem o destino que vão dar ao dinheiro. Em 2012, esse grupo representava 16,3%.
Compras — Pelo menos neste momento, o consumo não aparece com perspectivas de crescimento na pesquisa: a compra de presentes foi apontada por 18,4% dos entrevistados neste ano, em comparação a 18,7% em 2012. Também os gastos com viagens e reforma ou construção da casa recuaram.
No ano passado, 4,7% dos entrevistados informaram que gastariam a primeira parcela do 13º salário com reforma ou construção. Neste ano, essa fatia recuou para 4,1%. No caso do desembolso com viagens, a retração é ainda mais significativa: 9,3% no ano passado ante 6,1% neste ano. "A queda no gasto com viagens reflete a alta do dólar", diz o economista.
Depois de consumir além da conta e ficar inadimplente, os resultados da pesquisa mostram uma maior cautela por parte do brasileiro, que deverá afetar as vendas. Projeções da ACSP indicam que o volume de vendas em dezembro em São Paulo, o maior mercado do País, deve crescer entre 3% e 4% em relação a dezembro de 2012.
Se a projeção se confirmar, o ritmo de alta de vendas será menos da metade do registrado em 2012 para o período, que foi de 9,6% segundo dados do IBGE para o comércio restrito. "Isso se explica pelo menor crescimento do crédito ao consumo, da renda e do emprego e pelas recentes quedas nos índices de confiança", afirma Rogério Amato, presidente da ACSP.
(com Estadão Conteúdo)

Não! O STF não é culpado pela doença de Genoino. Ou: Plagiar a carta cafona de Getúlio já é um pouco demais… Ou ainda: Que o petista se cure e que se cumpra a lei


Prisão de Genoino 3 - PF
O deputado federal José Genoino (PT-SP), na mitologia em curso, é só um pobre homem, sem posses mesmo, que faz e fez tudo por um ideal — inclusive, parece, o mensalão. Parlamentar que é, ele tem uma assessoria. Já sob a custódia da Polícia Federal — sem ter, portanto, como promover agitação nas redes sociais —, seu perfil no Twitter continuava a emitir mensagens. Uma delas dizia isto:
“Se morrer aqui, o povo livre deste país que ajudamos a construir saberá apontar meus algozes”.
Huuummm… Em tempos em que se retiram da tumba os ossos de João Goulart em nome de uma hipótese conspiratória delirante, a frase tem um sotaque da carta do homicida e suicida Getúlio Vargas. Como é mesmo? “Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. (…) Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo”.E meteu um tiro no próprio coração. A mensagem atribuída a Genoino, é bem verdade, é um pouco mais choramingas.
Lamento, é evidente, a doença do petista. Alguns “companheiros” é que vibravam com a minha — muitos ainda me dirigem palavras gentilíssimas a respeito; uma torcida entusiasmada mesmo… Espero que lhe sejam fornecidas as condições para que se cuide adequadamente, benefício de que bem poucos presos gozam no Brasil.
A mensagem, depois retirada do ar, é estúpida. Até onde se sabe, a cardiopatia que acomete Genoino não foi provocada pela Procuradoria-Geral da República, pelos ministros do STF que o condenaram ou por Joaquim Barbosa, que determinou a sua prisão. Esse negócio de que nervosismo faz “sofrer do coração” precisa ser visto com cautela. Cigarros, sedentarismo e uma alimentação errada podem mais, nessa área, do que qualquer Joaquim Barbosa… Se a defesa considera que as condições do encarceramento são incompatíveis com as exigências do tratamento, que peticione, como fez, para que sejam mudadas. O que não faz sentido é constranger a Justiça; o que é inaceitável é tratar como “algozes” aqueles que nada mais fizeram do que cumprir a lei.
ContradiçãoO conjunto da obra, ademais, é curioso. Genoino se diz um “preso político”, embora ele seja, como lembrei no debate da VEJA.com, na quinta, apenas um “político preso”. Os “algozes” a que se refere são, é evidente, os juízes do Supremo que o condenaram. Ocorre que é a essa mesma corte que a defesa solicitou que o mensaleiro fique em prisão domiciliar.
Deixem-me ver se entendi direito: um ex-guerrilheiro está pedindo um benefício, uma espécie de clemência, àqueles que classifica de algozes? Por algozes, convenham, por que então prestariam socorro à sua “vítima”? Tivesse mesmo a convicção de que está a lidar com um tribunal discricionário, atrabiliário, não faria sentido nem mesmo encaminhar o pedido.
AfrontaO sistema do qual Genoino se diz um “preso político” é aquele que permite que um réu assuma uma vaga na Câmara dos Deputados; é aquele que permite que um processado por corrupção ativa e formação de quadrilha integre a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara; é aquele que permite que um condenado por corrupção ativa — sem direitos políticos, portanto — permaneça deputado (por ora, como sabem, ainda é assim…).
Lamento que Genoino esteja doente — como lamento a doença de qualquer indivíduo. Mas ele e sua defesa que tomem tenência! A reação vai bem além do ridículo. Condenações e absolvições e vitórias e derrotas nem fazem adoecer as pessoas nem as curam. A verdade insofismável é que, se Genoino não tivesse feito parte daquele esquema que tentou dar um golpe na República, não estaria passando por esse perrengue na esfera penal. Seu coração, no entanto, não estaria nem melhor nem pior. Alguns podem até lamentar que assim seja, mas a verdade é que tanto as pessoas boas como os canalhas adoecem. Tanto as pessoas boas como os canalhas se curam. Não há regra.
Espero que Genoino se recupere e viva por muito tempo. Fosse só uma questão pessoal, eu lhe sugeriria que se libertasse de parte do peso que lhe cai nos ombros, admitindo o seu erro. Ocorre que a questão não é pessoal. Ao chamar o Poder Judiciário de “algoz”, o deputado mensaleiro, pouco importa se doente ou não, está é fazendo política. E da pior espécie!
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/nao-o-stf-nao-e-culpado-pela-doenca-de-genoino-ou-plagiar-a-carta-cafona-de-getulio-ja-e-um-pouco-demais-ou-ainda-que-o-petista-se-cure-e-que-se-cumpra-a-lei/

Deputados gastam quase R$ 8 milhões em postos de gasolina

Câmara

Parlamentares justificam gastos mensais com apenas uma nota fiscal - emitida por postos de parentes ou financiadores de campanha

Plenário da Câmara aprova projeto Mais Médicos
Plenário da Câmara dos Deputados (Banco de imagens da Câmara dos Deputados)
Entre janeiro e junho deste ano, a Câmara dos Deputados gastou 7,8 milhões de reais para reembolsar o gasto de parlamentares em postos de gasolina. Por mês, cada deputado tem direito a gastar 4 500 reais para abastecer veículos usados no exercício do cargo. Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que dez deputados gastaram até o último centavo a que têm direito desta verba no primeiro semestre do ano. E justificaram todos os gastos com apenas uma nota fiscal emitida ao mês. Entre os documentos apresentados estão notas de postos de combustível de parentes de parlamentares e estabelecimentos que doaram dinheiro para financiar as campanhas. As notas emitidas são sempre de seus estados de origem, nos mesmos estabelecimentos ou pertencentes ao mesmo dono.
O deputado Ângelo Agnolin (PDT-TO), por exemplo, traz na descrição da nota apresentada em março o consumo de 1 521 litros de gasolina, o que seria suficiente para fazer um carro médio rodar pelo menos 15 000 quilômetros. Já o deputado Davi Alcolumbre (DEM-AP) gasta toda sua cota no posto Salomão Alcolumbre & Cia. LTDA, em Macapá. O sobrenome não é coincidência. Salomão, ex-suplente de José Sarney e falecido em 2011, era tio do parlamentar. O posto continua sendo administrado pela família. 
As normas de uso da verba indenizatória proíbem a utilização da cota para ressarcimento de despesas relativas a bens fornecidos ou serviços prestados por empresa da qual o proprietário ou detentor de qualquer participação seja o deputado ou parente de até terceiro grau. De acordo com o chefe de gabinete do parlamentar, a família Alcolumbre é dona de cerca de 70% dos postos de combustível do Amapá, "sendo inviável não abastecer na empresa de parentes".
Em todas as notas de Davi Alcolumbre os valores discriminados pagos pelos produtos sofreram pequenos arredondamentos para que o valor final fosse exatamente o máximo que a Câmara permite para reembolso. Na nota fiscal de março, por exemplo, apesar da soma dos produtos consumidos totalizar 4 501,70 reais, consta no valor final o montante de 4 500 reais. Se o documento tivesse o valor correto, Alcolumbre teria de completar 1,70 real do próprio bolso.

Minimalista - A técnica utilizada pelo deputado Vinicius Gurgel (PR-AP) é ser tão apurado quanto um conta-gotas na hora de abastecer. Os volumes de combustível chegam a ser medidos com até três dígitos depois da vírgula para que a nota fiscal alcance exatos 4 500 reais. Em janeiro, foram 806,451 litros de gasolina e 991,189 litros de diesel.
Nas notas apresentadas pelo deputado Manoel Salviano (PSD-CE), o "desconto" é mais claro. Consta no documento de janeiro, por exemplo, "valor dos produtos: 4 510,45 reais" e, logo abaixo, o "valor total da nota: 4 500 reais". O dono do posto em que Salviano abastece todos os meses consta nos registros do Tribunal Superior Eleitoral como financiador da campanha do parlamentar.

Em 2010, Marciano Teles Duarte doou 10 000 reais ao candidato. O mesmo registro aparece nas contas do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do deputado Biffi (PT-MS). O posto em que Alves gastou quase 17 000 reais apenas no primeiro semestre também doou 10 000 reais para a sua campanha eleitoral. Biffi, por sua vez, gastou 21 500 reais de janeiro a junho no mesmo estabelecimento que doou 1 330 reais para sua campanha em 2010.

Total flex - No Senado, só há restrição para o uso de combustível nos carros oficiais. A cota, nesse caso, é de 300 litros de gasolina por mês ou 420 litros de álcool. Já o reembolso de combustível usado em outros veículos, desde que seja justificado pelo exercício da atividade parlamentar, pode chegar 21 000 e 44 000 reais por mês, limites máximos da verba indenizatória, dependendo do estado de origem do parlamentar.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) apresentou em junho uma nota fiscal no valor de 22 500 reais com a justificativa de que eram "despesas com combustíveis para atender demanda do escritório político em Boa Vista". No posto onde a nota foi emitida, o litro da gasolina custa 3,03 reais. Com o valor da nota, é possível comprar quase 7 500 litros do combustível, o suficiente para abastecer 185 carros médios.

Neste ano, Mozarildo apresentou outras seis notas emitidas pelo mesmo posto, que variam de  2 000 a 3 500 reais. Somados, todos os documentos pagos pelo Senado alcançam um montante de 39 000 reais gastos apenas com combustível. A equipe de gabinete do senador não detalhou o consumo, mas informou que todos os gastos são previstos nas regras do Senado. 
(Com Estadão Conteúdo)

Barbosa deve determinar prisão de mais mensaleiros até 6ª

Justiça

Expectativa é de que presidente do STF peça prisão de sete réus , entre eles o delator do esquema, Roberto Jefferson e o deputado Valdemar Costa Neto

Marcos Valério, condenado no esquema do Mensalão, embarca no avião da Polícia Federal no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), com destino a Brasília, neste sábado (16)

Até sexta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal pode determinar a prisão de mais sete condenados no julgamento do mensalão – entre eles o delator do esquema, Roberto Jefferson e os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Nesta segunda-feira, os condenados que já estão na cadeira – lista que inclui o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares e o operador do mensalão, Marcos Valério – terão definidos os locais onde deverão cumprir suas penas. Desde sábado, os mensaleiros presos passam suas noites em uma cela de 12 metros quadrados, com um único cano de água fria para o banho e beliches para dormir no complexo prisional da Papuda. Eles foram transferidos para a capital federal no sábado, dia seguinte à expedição do mandado de prisão.
A expectativa é de que até o fim da semana Joaquim Barbosa determine a prisão de dezenove condenados. Isso porque cabe ao ministro decidir individualmente se admite ou não os embargos infringentes dos réus que não tinham direito a apresentar embargos infringentes, mas o fizeram mesmo assim. Com isso, ele poderia mandar executar a sentença dos réus que apresentaram o apelo apenas para tentar retardar a conclusão do processo, caso de Costa Neto e Henry. Barbosa, relator do processo na Corte, deve rejeitar os pedidos dos condenados que não tinham direito a um novo julgamento, mas que apresentaram, mesmo assim, recursos para tentar adiar o cumprimento das penas.

Pesquisa brasileira facilita cuidados após implante de stent

Saúde do coração

Estudo mostra que reduzir de doze para três meses uso de remédio contra trombose após cirurgia que desobstrui veia entupida não traz prejuízos ao paciente

Mariana Janjacomo e Vivian Carrer Elias
A formação de coágulos pode culminar no entupimento de veias e artérias e causar ataques cardíacos e derrames
Desobstrução arterial: Estudo comparou pacientes que se medicaram durante três ou doze meses após implante de stent em vaso entupido (Comstock Images/Thinkstock)
Um estudo brasileiro apresentando nesta quinta-feira nos Estados Unidos pode diminuir a duração dos cuidados pós-operatórios em pacientes submetidos a uma cirurgia de desobstrução arterial. Nesse tipo de procedimento, um stent é implantado em um vaso entupido para empurrar as placas de gordura acumuladas e normalizar o fluxo sanguíneo. Depois da operação, a pessoa deve passar um ano fazendo uso de medicamentos que evitam complicações, como a trombose. Segundo as conclusões da nova pesquisa, o paciente pode tomar esses remédios durante apenas três meses, e não doze, sem prejuízos à saúde.
"A descoberta beneficia todos os pacientes que precisam parar de tomar o remédio mais cedo por algum motivo — porque têm sangramentos ou porque vão fazer alguma cirurgia, por exemplo”, disse, ao site de VEJA, Fausto Feres, especialista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, e coordenador do estudo. "Esse dado também tem impacto positivo no bolso dos pacientes, já que esses remédios custam cerca de 60 reais por mês."
Stent metálico — O trabalho foi realizado com 3 119 pacientes que haviam recebido um stent farmacológico, que é feito de aço inoxidável e tem a superfície recoberta de medicamentos anticicatrizantes. Esse não é o único tipo de prótese. Outra versão é o stent metálico, implantado pela primeira vez no Brasil em 1987. Ele também é feito de aço inoxidável, mas não contém medicação em sua superfície. Em média, 25% dos pacientes que recebiam essa prótese apresentavam um processo exagerado de cicatrização, o que poderia levar a um novo caso de obstrução dos vasos. Depois desse stent, foi desenvolvido o farmacológico, que diminuiu a incidência desse problema para 2% a 3%. 
A recomendação de que os pacientes tomassem remédios antiplaquetários durante doze meses, porém, continuou igual mesmo com a evolução do stent. Esses remédios afinam o sangue, evitando uma trombose decorrente de uma inflamação causada pelo material da prótese.
Evolução — O objetivo do novo estudo era descobrir se é possível diminuir o tempo de medicação em pacientes que receberam o stent farmacológico. A pesquisa foi feita entre 2010 e 2012 e envolveu participantes de 33 cidades brasileiras. Os voluntários foram acompanhados até um ano após serem submetidos a um procedimento de desobstrução arterial. Parte deles fez uso dos medicamentos contra trombose durante os três meses seguintes à cirurgia; o restante, ao longo de doze meses após o procedimento.
Segundo a pesquisa, um ano após a cirurgia, não houve diferenças significativas entre os dois grupos em relação à taxa de mortalidade, casos de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC) e hemorragias mais graves. Os resultados foram divulgados em São Francisco durante o Transcatheter Cardiovascular Therapeutics (TCT), a principal conferência sobre medicina intervencionista do mundo.
De acordo com Feres, estudos que envolvam ainda mais pessoas são necessários para que os medicamentos passem a ser recomendados durante apenas três meses. "Por enquanto, o que provamos é que os novos stents são realmente muito seguros e que, se um paciente precisar interromper o tratamento com medicamentos por algum motivo, ele pode fazê-lo com a segurança de que não terá problemas decorrentes disso. Mas a pessoa precisa falar com seu médico antes de parar, já que esse tempo ainda não é uma recomendação oficial."
Bioabsorvíveis — O stent bioabsorvível é o tipo de prótese que foi desenvolvido mais recentemente. Feito de ácido polilático, uma espécie de plástico, ele começa a ser absorvido pelo organismo seis meses após ser implantado no vaso e, em até dois anos, ele desaparece (dentro de seis a nove meses, os vasos não precisam mais de ajuda para se manter abertos).
No Brasil, ele é autorizado apenas para uso em pesquisas. Há um ano, o Hospital Dante Pazzanese realizou um procedimento inédito no mundo de desobstrução arterial com essa próstese na principal artéria do corpo de um paciente que sofria de colesterol alto.


Segundo Feres, pacientes que recebem esse stent precisam tomar medicações de seis a doze meses após a cirurgia. "Mas ainda não há estudos suficientes que provem se esses stents têm eficácia melhor ou até mesmo igual a dos stents farmacológicos", diz.

Saiba se você está no novo grupo de risco para doenças do coração

Estudo

Reportagem de VEJA mostra que a mudança de parâmetros pode dobrar o consumo de estatinas, os remédios usados para reduzir o colesterol ruim

Natalia Cuminale
Brasileiras ignoram os cuidados com a saúde do coração
Distúrbios cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo (iStock)
Desenvolvidas para o tratamento do colesterol alto, as estatinas estão entre os remédios mais consumidos no mundo. Só nos Estados Unidos há 36 milhões de pacientes. No Brasil, 8 milhões. Dá-se como certo que o número de pessoas em tratamento com estatinas deve dobrar a partir da divulgação, na semana passada, da nova cartilha para a prevenção de problemas cardiovasculares, elaborada pela Associação Americana do Coração e pelo Colégio Americano de Cardiologia. Entre as principais mudanças em relação às orientações anteriores, lançadas em 2002, estão, além da ampliação da prescrição de estatinas, a extinção de metas específicas para a redução de LDL, o colesterol ruim, tão firmemente acompanhada pelos médicos, e a criação de um teste rigoroso para o cálculo do risco cardiovascular. Diz o cardiologista Raul Dias dos Santos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo: “As mudanças propostas abrem a possibilidade de tratamento para pessoas que se encontravam sob ameaça, mas que, até agora, não estavam em grupos de risco”.
Os distúrbios cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, com 17 milhões de óbitos todos os anos (300 000 deles no Brasil). O aumento nos casos de infarto e derrame está diretamente associado aos piores hábitos da vida moderna: obesidade, tabagismo, dietas desequilibradas (abundantes em sal, açúcar e gorduras) e sedentarismo. Esses fatores contribuem para deixar as artérias entupidas, enrijecidas e inflamadas. Não bastasse a dificuldade de mudanças no estilo de vida, uma minoria de pacientes segue o tratamento à risca. Entre os brasileiros, eles não passam de 20%. Não é à toa, portanto, que se dá o cerco agora anunciado. As diretrizes americanas dividem em quatro grupos os candidatos a tratamento com estatinas. Precisam receber tratamento medicamentoso todas as vítimas de doenças cardiovasculares; quem apresenta taxas de LDL acima de 190 miligramas por decilitro de sangue; os diabéticos acima de 40 anos; e aqueles que têm uma probabilidade de 7,5% ou mais de desenvolver infarto ou derrame nos próximos dez anos. Pela nova matemática, uma mulher de 65 anos, fumante, com bons níveis de colesterol total, colesterol bom (HDL) alto e pressão arterial dentro da normalidade precisa ser medicada. Até agora, ela não estava no radar dos cardiologistas. De acordo com as novas orientações, essa mesma senhora receberia a prescrição de doses de estatinas de moderadas a altas, conforme a avaliação médica.
A agressividade de uma terapia à base de estatinas não se define apenas pela quantidade de doses recomendada. Há pelo menos seis tipos desses medicamentos anticolesterol no mercado, cada um com uma potência específica. A atorvastatina (princípio ativo do famoso Lipitor, entre outros) e a rosuvastatina (do Crestor) estão no arsenal das terapias mais agressivas. A meta nesse tipo de abordagem é a redução de 50% ou mais nos níveis de LDL. No rol dos tratamentos moderados, quando se pretende baixar as taxas de colesterol ruim entre 30% e 50%, estão a sinvastatina (do Zocor) e a pravastatina (do Pravacol). Aqui, um parêntese: no Brasil, os doentes tendem a receber doses inferiores às ideais. Já está comprovado que, a cada redução de 80 miligramas de LDL, diminui em 52% o risco de infarto e em 42% o de derrame.
Para quem está acostumado a acompanhar os níveis de colesterol, em sucessivos exames de laboratório, pode soar estranho não ter sido feita até aqui, nesta reportagem, nenhuma referência aos patamares ótimos de LDL. Eis aí outra grande mudança proposta pelas novas diretrizes — e um de seus pontos mais controversos. Esqueça as taxas ideais de LDL, que deixam de ser a meta crucial de correção cardiovascular. Até então, se o colesterol ruim de uma pessoa sem nenhum fator de risco estivesse em 220, ela seria orientada a baixar o LDL para 160 — ou 60 miligramas a menos. Agora, nas mesmas condições, o estímulo será para cortar o LDL em 50% — 110 miligramas a menos. “Não há evidências científicas fortes o suficiente para basearmos o tratamento do LDL em metas específicas”, disse a VEJA o cardiologista americano Robert Eckel, professor da Universidade do Colorado e um dos coordenadores das orientações recém-divulgadas. “Temos, sim, a certeza científica de que o benefício cardiovascular está diretamente relacionado às doses de estatinas prescritas e, repito, não a esse ou àquele parâmetro.” Os especialistas acreditam que essa reviravolta encontrará resistência no cotidiano dos consultórios médicos. “Aqui no Brasil, sabemos que ter metas é crucial tanto para os médicos quanto para os pacientes”, diz Hermes Toros Xavier, presidente do departamento de aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. “Aumenta a adesão ao tratamento.”
As propostas contidas na cartilha das entidades de cardiologia americanas têm como base um teste para o cálculo do risco cardiovascular. Ele substitui a avaliação feita a partir do estudo de Framingham, o maior e o mais longo levantamento sobre a saúde do coração, em andamento desde 1948. O método antigo avaliava o risco de uma pessoa vir a sofrer uma doença do coração nos próximos dez anos. A partir da compilação dos quatro maiores estudos epidemiológicos realizados desde o lançamento da primeira estatina, a lovastatina, em 1987, os autores das novas diretrizes desenvolveram um questionário mais preciso do que o de Framingham. O teste de agora não dimensiona apenas o perigo das doenças cardíacas, mas também o de derrame. Além disso, são levadas em consideração as particularidades de diferentes raças (veja o quadro abaixo). O resultado avalia se a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares nos próximos dez anos é igual, maior ou menor que 7,5%. Esse é o único número, segundo as orientações americanas, ao qual devemos estar atentos. Ele é um dos parâmetros para usar e de que modo usar a estatina, tida como a aspirina do século XXI.

Calcule o seu risco
O teste abaixo foi elaborado pela Associação Americana do Coração e pelo Colégio Americano de Cardiologia para estabelecer o risco de sofrer de doenças cardiovasculares. Para facilitar o preenchimento, tenha em mãos os resultados de seu check-up mais recente

Das mordomias do mensalão ao banho frio na cadeia

Mensalão

Genoino e Dirceu passam mais uma noite no complexo prisional da Papuda, onde dormem em beliches em uma cela que mede 12 metros quadrados

Condenado do mensalão, José Dirceu desembarca no hangar da PF em Brasilia

É em uma cela de 12 metros quadrados, com um único cano de água fria para o banho e beliches para dormir, que José Dirceu e José Genoino passarão as noites no complexo prisional da Papuda até que a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal decida seus destinos. Na noite de sábado, eles chegaram à ala federal do presídio, em Brasília. Outros nove condenados no processo do mensalão também estão detidos na capital federal.
As condições da prisão levaram os advogados do ex-presidente do PT e deputado licenciado a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a transferência para o regime domiciliar. Eles sustentam o pedido na condição de saúde do petista, que passou por uma cirurgia cardíaca em julho, em São Paulo, e chegou a passar mal no voo entre Belo Horizonte e Brasília, no sábado. Neste domingo, os defensores afirmaram que ele teve uma nova crise na cadeia e teve de ser atendido por um médico particular.
Genoino aproveitou para dramatizar. Em um manifesto disse que se considera vítima de "uma farsa surreal". "Estamos presos em regime fechado, sendo que fui condenado ao semiaberto. Isso é uma grande e grave arbitrariedade, mais uma na farsa surreal que é todo esse processo, no qual fui condenado sem qualquer prova, sem um indício sequer", disse, acrescentando: "Se morrer aqui, o povo livre deste País que ajudamos a construir saberá apontar os meus algozes."
Processo - Na verdade, Genoino e Dirceu nem começaram a cumprir a pena de fato: até agora, todo o trâmite fez parte apenas do processo de apresentação dos condenados à Justiça e da reunião deles em Brasília, cidade determinada pelo STF. Quando passarem ao regime semiaberto, os condenados devem ser levados ao Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Brasília. Mas é possível que a transferência seja feita apenas na segunda-feira.
Apesar de terem sido condenados a regime fechado, Dirceu e Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, ainda podem ter parte da sentença alterada porque têm direito a embargos infringentes. Como os recursos só serão analisados pelo STF em 2014, a dupla começou a cumprir uma pena menor, o que lhes dá direito ao semiaberto.
Mulheres - Até segunda-feira, a ex-banqueira Kátia Rabello e Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Marcos Valério, devem ser transferidas para o presídio feminino da Colmeia, a cerca de 40 quilômetros do Centro de Brasília. Por ora, elas permanecem na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Brasília.