‘É importante para o mundo ver que o Brasil não tem só a Amazônia’, diz Marcio Cabral
O
nascer do Sol com os chuveirinhos na Chapada dos Veadeiros venceu o prêmio
principal do Internacional Garden Photographer of the Year - Marcio
Cabral
RIO — O trabalho do fotógrafo Marcio
Cabral está ajudando a divulgar ao mundo o mais ameaçado dos biomas do país. No fim
do ano passado, o brasileiro foi um dos vencedores do Wildlife Photographer of the Year,
considerado o principal concurso internacional de fotografia de natureza. Nesta
sexta-feira, ele foi coroado com o International Garden Photographer of the
Year (IGPOTY), a principal premiação de fotografia de plantas. Em ambos os
concursos, foram imagens do Cerrado que cativaram os jurados.
— É importante para o mundo ver e se
conscientizar que o Brasil não tem só a Amazônia. E o Cerrado está sendo
devastado pelo avanço da agricultura — comentou Cabral.
Segundo os últimos dados do Ministério
do Meio Ambiente, o Cerrado perdeu 9,5 mil quilômetros quadrados em 2015,
destruição mais que 50% superior ao que foi registrado na Amazônia naquele ano.
E essa situação de devastação e abandono foi reconhecida por Tyrone McGlinchey,
diretor-geral do IGPOTY.
“À medida que ecossistemas como o
Cerrado brasileiro estão sob ameaça, esta imagem nos obriga a documentar,
compreender e proteger nossas paisagens vulneráveis com uma paixão ainda
maior”, afirmou McGlinchey, em comunicado, junto ao elogio ao trabalho de
Cabral. “É artisticamente e tecnicamente brilhante, empregando uso e
entendimento soberbos do equipamento, dos processos de pós-captura, cores e
exposição. Tem a capacidade de fazer com que a gente se sinta renovado e
maravilhado, como se nós experimentássemos a vida vegetal neste planeta pela
primeira vez”.
Primeira vez que um brasileiro vence o
prêmio principal
O anúncio dos vencedores da 11ª edição
do IGPOTY foi feito em cerimônia no Jardim Botânico Real de Kew, em Londres,
onde os trabalhos de Cabral e dos premiados em outras dez categorias ficarão
expostos até março. As fotografias também serão exibidas em outros centros
culturais e botânicos no Reino Unido, na Espanha e na Holanda.
É a primeira vez que um brasileiro
vence o prêmio principal do concurso. Além do reconhecimento internacional, o
fotógrafo recebeu 7.500 libras, cerca de R$ 34 mil. Cabral também ficou em
terceiro lugar na categoria Black and White e foi finalista na categoria
Árvores. A fotografia vencedora foi batizada como “Nascer do Sol no Cerrado”.
Ela mostra o brilho do reflexo da luz solar nas hastes de centenas de plantas
da espécie Paepalanthus chiquitensis Herzog, conhecida popularmente
como chuveirinho.
O
chuveirinho também foi premiado no Photo NightScape - Marcio Cabral
A bela cena foi fotografada em Alto
Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros. Cabral conta que o chuveirinho é
uma de suas principais inspirações há mais de uma década: “Com o tempo, evoluí
com as técnicas e me tornei um especialista nesta planta”, diz. No ano passado,
uma foto noturna com a planta venceu o prêmio francês Photo NightScape.
Trabalhos expostos em Washington e
Londres
Cabral é apontado como um dos maiores
especialistas em fotografias de paisagens e subaquáticas. Entre dezenas de
outros prêmios recebidos ano passado, ele venceu uma das categorias do Wildlife
Photographer of the Year, promovido pelo Museu de História Natural de Londres;
e do Nature's Best Photography Windland Smith Rice International Awards,
concedido pelo Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, em
Washington.
— Não é que eu fotografe apenas as
paisagens do Cerrado, mas as que venceram todos esses concursos foram de lá —
notou Cabral. — O IGPOTY foi com uma foto na Chapada dos Veadeiros; o Wildlife
Photographer foi no Parque das Emas, na divisa de Goiás com Mato Grosso do Sul.
O Smithsonian premiou uma fotografia do Abismo Anhumas, uma caverna em Bonito.
Marcio
Cabral venceu o concurso Wildlife Photographer of the Year com o flagra de um
tamanduá se alimentando de cupins no Parque Nacional das Emas - Marcio
Cabral
Com a premiação nestes importantes concursos,
Cabral alcançou um feito respeitável: seus trabalhos estão expostos
simultaneamente nos dois mais importantes museus de história natural do mundo:
o britânico e o Smithsonian.
— Ultimamente eu tenho vencido muitos
concursos com fotos aqui do Cerrado, talvez porque outras paisagens do mundo já
tenham muitos fotógrafos — disse Cabral, morador de Brasília, com humildade. —
Mas é bom porque tenho conseguido divulgar bastante o Brasil lá fora.
A
imagem de um mergulhados no Abismo Anhumas está exposta no Museu Nacional de
História Natural do Smithsonian, em Washington - Marcio Cabral
09/02/2018 10:50 / atualizado 09/02/2018 20:25
O
nascer do Sol com os chuveirinhos na Chapada dos Veadeiros venceu o prêmio
principal do Internacional Garden Photographer of the Year - Marcio
Cabral
RIO — O trabalho do fotógrafo Marcio
Cabral está ajudando a divulgar ao mundo o mais ameaçado dos biomas do país. No fim
do ano passado, o brasileiro foi um dos vencedores do Wildlife Photographer of the Year,
considerado o principal concurso internacional de fotografia de natureza. Nesta
sexta-feira, ele foi coroado com o International Garden Photographer of the
Year (IGPOTY), a principal premiação de fotografia de plantas. Em ambos os
concursos, foram imagens do Cerrado que cativaram os jurados.
— É importante para o mundo ver e se
conscientizar que o Brasil não tem só a Amazônia. E o Cerrado está sendo
devastado pelo avanço da agricultura — comentou Cabral.
Segundo os últimos dados do Ministério
do Meio Ambiente, o Cerrado perdeu 9,5 mil quilômetros quadrados em 2015,
destruição mais que 50% superior ao que foi registrado na Amazônia naquele ano.
E essa situação de devastação e abandono foi reconhecida por Tyrone McGlinchey,
diretor-geral do IGPOTY.
“À medida que ecossistemas como o
Cerrado brasileiro estão sob ameaça, esta imagem nos obriga a documentar,
compreender e proteger nossas paisagens vulneráveis com uma paixão ainda
maior”, afirmou McGlinchey, em comunicado, junto ao elogio ao trabalho de
Cabral. “É artisticamente e tecnicamente brilhante, empregando uso e
entendimento soberbos do equipamento, dos processos de pós-captura, cores e
exposição. Tem a capacidade de fazer com que a gente se sinta renovado e
maravilhado, como se nós experimentássemos a vida vegetal neste planeta pela
primeira vez”.
Primeira vez que um brasileiro vence o
prêmio principal
O anúncio dos vencedores da 11ª edição
do IGPOTY foi feito em cerimônia no Jardim Botânico Real de Kew, em Londres,
onde os trabalhos de Cabral e dos premiados em outras dez categorias ficarão
expostos até março. As fotografias também serão exibidas em outros centros
culturais e botânicos no Reino Unido, na Espanha e na Holanda.
É a primeira vez que um brasileiro
vence o prêmio principal do concurso. Além do reconhecimento internacional, o
fotógrafo recebeu 7.500 libras, cerca de R$ 34 mil. Cabral também ficou em
terceiro lugar na categoria Black and White e foi finalista na categoria
Árvores. A fotografia vencedora foi batizada como “Nascer do Sol no Cerrado”.
Ela mostra o brilho do reflexo da luz solar nas hastes de centenas de plantas
da espécie Paepalanthus chiquitensis Herzog, conhecida popularmente
como chuveirinho.
O
chuveirinho também foi premiado no Photo NightScape - Marcio Cabral
A bela cena foi fotografada em Alto
Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros. Cabral conta que o chuveirinho é
uma de suas principais inspirações há mais de uma década: “Com o tempo, evoluí
com as técnicas e me tornei um especialista nesta planta”, diz. No ano passado,
uma foto noturna com a planta venceu o prêmio francês Photo NightScape.
Trabalhos expostos em Washington e
Londres
Cabral é apontado como um dos maiores
especialistas em fotografias de paisagens e subaquáticas. Entre dezenas de
outros prêmios recebidos ano passado, ele venceu uma das categorias do Wildlife
Photographer of the Year, promovido pelo Museu de História Natural de Londres;
e do Nature's Best Photography Windland Smith Rice International Awards,
concedido pelo Museu Nacional de História Natural do Smithsonian, em
Washington.
— Não é que eu fotografe apenas as
paisagens do Cerrado, mas as que venceram todos esses concursos foram de lá —
notou Cabral. — O IGPOTY foi com uma foto na Chapada dos Veadeiros; o Wildlife
Photographer foi no Parque das Emas, na divisa de Goiás com Mato Grosso do Sul.
O Smithsonian premiou uma fotografia do Abismo Anhumas, uma caverna em Bonito.
Marcio
Cabral venceu o concurso Wildlife Photographer of the Year com o flagra de um
tamanduá se alimentando de cupins no Parque Nacional das Emas - Marcio
Cabral
Com a premiação nestes importantes concursos,
Cabral alcançou um feito respeitável: seus trabalhos estão expostos
simultaneamente nos dois mais importantes museus de história natural do mundo:
o britânico e o Smithsonian.
— Ultimamente eu tenho vencido muitos
concursos com fotos aqui do Cerrado, talvez porque outras paisagens do mundo já
tenham muitos fotógrafos — disse Cabral, morador de Brasília, com humildade. —
Mas é bom porque tenho conseguido divulgar bastante o Brasil lá fora.
A
imagem de um mergulhados no Abismo Anhumas está exposta no Museu Nacional de
História Natural do Smithsonian, em Washington - Marcio Cabral
Leia mais: https://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/meio-ambiente/brasileiro-vence-concurso-internacional-de-fotografia-com-imagem-do-cerrado-22383598#ixzz57m9sZiWS
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