Procurador-geral Rodrigo Janot estima prazo de seis meses para analisar todos os indícios contra políticos envolvidos no petrolão
Laryssa Borges, de Brasília
O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot concede coletiva de imprensa, em Curitiba (PR), sobre os indiciados na Operação Lava Jato - 11/12/2014 (Vagner Rosario/Futura Press)
Para acelerar a análise de indícios e suspeitas contra políticos citados na Operação Lava Jato, o procurador-geral da República Rodrigo Janot decidiu criar nesta segunda-feira um grupo de trabalho com promotores e procuradores, que serão responsáveis por ajudar na formulação de denúncias contra deputados e senadores no Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi antecipada pela coluna Radar, de Lauro Jardim. Embora haja a previsão de que as primeiras denúncias contra parlamentares sejam apresentadas ao STF já no início de fevereiro, Janot estima prazo de pelo menos seis meses para concluir a análise dos casos de autoridades com foro privilegiado apontadas como beneficiárias do esquema do petrolão.
O novo grupo de trabalho, coordenado pelo procurador regional Douglas Fischer, atuará em cooperação com os investigadores que trabalham na primeira instância e terá como integrantes os procuradores regionais da República Douglas Fischer e Vladimir Aras, os procuradores da República Bruno Calabrich, Fabio Coimbra e Rodrigo Telles de Souza, e os promotores de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Sergio Fernandes e Wilton Queiroz.
Citados – Em um acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que políticos da base aliada à presidente Dilma Rousseff e que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que disputava a Presidência da República ao lado de Marina Silva, receberam dinheiro do esquema. O rol de citados pelo delator inclui governadores, senadores e deputados federais que embolsaram ou tiraram proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal. Caberá ao procurador-geral Rodrigo Janot analisar se há indícios contra autoridades com foro e encaminhar denúncia ao STF ou, no caso da participação de governadores, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os suspeitos sem foro terão os casos analisados na justiça de primeira instância, no Paraná.
Entre os nomes elencados por Paulo Roberto Costa estão ainda o ex-governador Sergio Cabral, do Rio de Janeiro, o senador e ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, além dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Entre os beneficiários do propinoduto revelado pelo ex-dirigente da estatal estão políticos do PT, PMDB e PP.
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