quinta-feira 23 2012

Chegou a hora de descobrir estas palavras mágicas: “Acompanho o relator”!



Observei ontem no debate da VEJA.com (vídeo nesta página) e o faço de novo. Alguns ministros do Supremo precisam saber, afinal de contas, qual é o papel de um relator. A ele cabe, como diz o nome, relatar o processo. Se, ao votar, um outro ministro vai concordar com o que já foi exposto, custa simplesmente dizer um “acompanho relator?” Tudo bem um latinzinho aqui outro ali, engrolar uns “sub venites em voz alta”, como diria o poeta Bocage… Meia-hora não tá bom? Pra que tanto tempo? Lewandowski, ontem, fez um único reparo ao voto de Joaquim Barbosa, embora tivesse concordado com o relator na conclusão. Tomou toda a seção e ainda deixou o caso do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) para hoje. 
“Olhe quem critica os outros por causa da prolixidade! Justo você, que escreve textos gigantescos?” Pois é… Mas me lê quem quer. Não sou um Poder da República. Ninguém depende da minha lentidão ou celeridade, ué! Eu estou falando em defesa da eficiência do julgamento, só isso!
Hoje, já dispomos de recursos técnicos que permitem a publicação do voto na íntegra — ainda que ele supere em tamanho a Suma Teológica. Que se faça uma síntese, muito especialmente quando se vai concordar com o relator, e se ofereça aos interessados a totalidade da argumentação.
Texto publicado originalmente às 4h08
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

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