sexta-feira 31 2012

Irmão de Kátia Abreu nega vínculo com empresa autuada e repudia tentativa de atingir senadora



A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) é uma das figuras de maior visibilidade hoje no Congresso Nacional. Presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil), a sua atuação em defesa do setor desperta alguns rancores primitivos. Assim, é bom tomar especial cuidado quando tentam envolver o nome da senadora com denúncias ligadas justamente ao setor rural. A que estou me referindo?
A Agência Estado pôs no ar a seguinte reportagem. Volto em seguida:
O servidor do Ministério do Trabalho André Luiz de Castro Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), é apontado como proprietário da Fazenda Água Amarela, em Araguatins, onde havia 56 trabalhadores em condições análogas à de escravos. A senadora, líder ruralista no Congresso, preside a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA).
O resgate dos trabalhadores foi feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), dia 27, após denúncia da Polícia Federal (PF). De acordo com as investigações da PF, a fazenda pertence à Ferro Gusa do Maranhão Ltda. (Fergumar) e os serviços de corte de eucalipto e produção de carvão eram terceirizados, estando a cargo da RPC Energética.
Na RPC, consta como proprietário Adenildo da Cruz Souza, que seria “laranja”. A empresa era comandada, por meio de procuração, por Paulo Bernardes da Silva Júnior, o verdadeiro dono, juntamente com Abreu, apurou a PF.
Os trabalhadores, recrutados no Maranhão, viviam em alojamentos precários, sem água potável e sem fossa sanitária. Eram transportados na carroceria de um caminhão por motorista sem habilitação e cumpriam regime de dez a onze horas, com intervalo de apenas 15 minutos para almoço. Os 56 resgatados vão receber indenização de R$ 72,4 milhões, além de seguro-desemprego.
Procurado, André Abreu disse ao Grupo Estado que não vai se manifestar sobre o assunto, por orientação do Ministério do Trabalho.
VolteiComo se nota, não dá para saber qual é a fonte da reportagem. Quem, na Polícia Federal, passou as informações sobre o suposto proprietário laranja? Quais são as evidência de que isso seja verdade? Ou alguém “é” laranja ou não é — o “seria”, nessas coisas, é um tempo verbal impossível. O futuro do pretérito é usado nesses casos quando há uma fofoca correndo por aí. Mais: ainda que isso fosse verdade, a senadora poderia responder pelas ações do irmão? É evidente que não! André Abreu divulgou uma nota negando qualquer relação com a empresa.  Segue a íntegra.
NOTA À IMPRENSA
Em relação à divulgação pela imprensa de matéria sobre a libertação de trabalhadores em fazenda no município de Araguatins, presto os seguintes esclarecimentos que se fazem necessários.
1 – Não mantenho vínculo societário com a RPC Energética, objeto da denúncia.
2 – A relação que possuo com a RPC Energética é de fornecedor, por alugar dois tratores e uma carregadeira, operados diretamente por esta empresa, como consta do contrato de locação, sem nenhuma ingerência de minha parte, como as investigações do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Federal hão de constatar.  
3- Desta forma, aguardo com absoluta tranquilidade as investigações que estão sendo realizadas e repudio com veemência o envolvimento de membros de minha família, especialmente da minha irmã, senadora Kátia Abreu, que nenhuma relação, direta ou indireta, próxima ou remota, tem com os fatos assinalados no episódio.
André Luiz de Castro Abreu
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

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