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Na semana passada, Luiz Inácio Lula da Silva, chefão inconteste do PT, apareceu nas redes sociais falando sobre as maravilhas da Internet. Num vídeo postado em sua página no Facebook, pregou a necessidade de se ter ética, de não usar o meio para caluniar pessoas, para agredir. Observei aqui que Lula se fingia de Madre Teresa de Calcutá para minimizar o uso agressivo que seu partido faz das redes sociais. Se há um grupo organizado que sabe assassinar reputações alheias, convenham, esse grupo é o PT. O partido tem até uma divisão para cuidar do assunto, chamada MAV: Mobilização em Ambientes Virtuais. É uma forma que os militantes do partido têm de ficar molestando as pessoas de que não gostam ou de cujo pensamento discordam.
Pois bem. Um senhor chamado Antonio Mahfuz, dono de uma cadeia de lojas de eletrodomésticos no Brasil que faliu nos anos 90 — as Lojas Mahfuz —, postou no Facebook, em novembro, uma foto (no alto) em aparece ao lado de Joaquim Barbosa com a seguinte legenda: “Renasce a esperança com o justiceiro”.
Pois bem. Ocorre que Mahfuz já foi, sim, um foragido da Justiça em 2007 em razão dos problemas com as suas empresas, ano em que obteve, então, um habeas corpus. Foi o que bastou para a rede petista na Internet e mesmo políticos do partido tentarem ligar o nome do presidente do Supremo a um fugitivo. O ministro foi impiedosamente fustigado pela militância partidária — e tudo por causa do mensalão.
É evidente que, em razão da projeção que teve por causa do julgamento — e dado que milhões de pessoas sentem repulsa por tudo aquilo —, Joaquim Barbosa é uma pessoa popular, conhecida. E, suponho, onde quer que vá e haja brasileiros, sempre haverá alguém querendo tirar uma foto a seu lado. O que isso significa? Nada! A assessoria de Barbosa diz o óbvio: o ministro não conhecia aquele que estava a seu lado. O próprio Mahfuz, em conversa com a Folha, disse não se lembrar direito quando a foto foi feita e deixou claro não ter amizade com o ministro.
Há em fatos assim elementos óbvios: ninguém tira uma foto para que fique escondida, a menos que seja uma imagem roubada, feita sem consentimento. Quem, como é caso, posa para uma imagem sabe que há a possibilidade de ela vir a público. Se o ministro quisesse esconder alguma coisa, o prudente teria sido não ter feito a fotografia.
Isso dá conta, na verdade, de como andam os espíritos e comprova como era falsa aquela beatitude que Lula exibiu no vídeo. A campanha eleitoral de 2014 tem tudo para ser um impressionante festival de baixarias na Internet.
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