Veja.Com
Recebi cerca de 55 comentários de leitores, aos quais, indistintamente, agradeço. Durante os 25 artigos que publiquei na VEJA nunca fui atacado frontalmente por ser marxista, esquerdista e sei-lá-mais-o-quê.
Creio que este tipo de vitupério é uma trincheira estrita e estreita. O que propus foi, simplesmente, um elenco de possibilidades de reflexão para não reduzir, uma vez mais, as fronteiras que separam as classes sociais no Brasil. Minhas sugestões não estão prontas e acabadas e, a exemplo do que dizia meu mestre, o educador Anísio Teixeira: “Não tenho compromisso com minhas idéias”.
O que me causa espécie, no entanto, é o fato de que a revista VEJA também seja atacada com epítetos desairosos. Faz 40 anos adentrei pela primeira vez a porta da Editora Abril. Não tenho procuração dos editores para defendê-los do que quer que seja. Mas sei que, por sua trajetória histórica, a Abril sempre acolheu o mais amplo direito à opinião, desde que não seja xenófoba, sectária ou racista, seguindo nossa legislação.
Ora, os que leem este blog e os que leem VEJA devem ter a liberdade de si mesmos, devem ter a coragem de si mesmos e não serem presa fácil de vitupérios, reducionismos e palavras de ordem tais como “baderneiros”, “malfeitores”, “cambada de desocupados”, “esquerdistas” tal qual foi assacado contra mim e contra os demais concidadãos brasileiros como eu.
Meu texto propõe reflexões. A quem me lê. A mim mesmo. E, principalmente, às autoridades públicas. Segundo Sérgio Buarque de Holanda, pai do Chico, no Brasil os decretos nascem “das paixões momentâneas”. É pena, portanto, que se inventem proibições, criminalizações e fossos que separem ainda mais uns e outros. Temos de lidar com realidades importantes, como a do crescimento da população e da demanda desta população por novos espaços de moradia, de trabalho e de consumo.
Agradeço imensamente a quem procurou contribuir à esta reflexão como o leitor Geraldo Siqueira que propôs perspectivas novas ao tema e foi por isso reverberado por muitos.
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