domingo 09 2013

Michael Douglas chora em Cannes ao falar da superação de câncer

Ator se emocionou ao se lembrar de doença na garganta.
Em filme de Soderbergh, ele vive casal gay com Matt Damon.


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Da EFE

O ator Michael Douglas se emociona em Cannes ao falar da superação de um câncer na garganta; ele esteve no festival para apresentar 'Behind the candelabra', de Steven Soderbergh, em que faz par com Matt Damon e interpreta um gay (Foto: Loic Venance/AFP)O ator Michael Douglas se emociona em Cannes ao falar da superação de um câncer na garganta; ele esteve no festival para apresentar 'Behind the candelabra', de Steven Soderbergh, em que faz par com Matt Damon e interpreta um gay (Foto: Loic Venance/AFP)


"O filme foi rodado depois do meu câncer. Foi precioso para mim, um presente. Me sinto muito agradecido por ele ter esperado por mim", afirmou Douglas, com a voz trêmula e com lágrimas nos olhos, durante a apresentação do filme no Festival de Cannes.
Michael Douglas ficou emocionado e chorou nesta terça-feira (21) em Cannes ao contar que Steven Soderbergh esperou o ator superar um câncer na garganta para poder rodar "Behind the candelabra", um filme que retrata a esplêndida interpretação de Lee Liberace, um popular músico que ocultou a própria homossexualidade.
As palavras do ator foram seguidas por aplausos, e Michael Douglas ainda se divertiu com as bricandeiras e os gestos de cumplicidade de Soderbergh e seu companheiro de elenco, um relaxado e simpático Matt Damon, na apresentação do filme.
E com uma magistral interpretação de Walter Liberace – um pianista e, sobretudo, showmanque foi extremamente popular nos Estados Unidos entre nos anos 1950 e 19770 e cuja estética excessiva, colorida e cheia de tensão é um dos principais elementos do filme –, Douglas faz uma volta triunfal ao cinema.
Este é um dos melhores papéis de sua carreira, nas próprias palavras de Michael Douglas, para quem o aspecto físico era uma de suas principais preocupações, já que Liberace fazia atuações nas quais se movimentava muito e inclusive voava pelo palco. O aspecto foi solucionado por Soderbergh reduzindo os movimentos sobre o palco e sentando Douglas em um piano para as atuações.
O ator também teve que aprender a simular que tocava piano – "me contrataram um professor, mas era evidente que não ia aprender; Me dei conta de que não ia funcionar" – e suportar longas sessões de maquiagem, já que os personagens mudam de aspecto várias vezes durante o filme, por isso que foi preciso utilizar próteses e máscaras.
Isso faz, por exemplo, que a presença de Debbie Reynolds, que interpreta a mãe de Liberace, passe quase sem ser percebida pelo espectador. Debbie serviu, além disso, como fonte de informação sobre Liberace, já que conhecia o músico muito bem, apesar de Liberace ter sido uma pessoa extremamente reservada com a vida pessoal e quase não saía de casa, como disse Douglas.
"Todo mundo dizia que era um anfitrião maravilhoso e muito generoso. É uma espécie de pai de Elton John, Lady Gaga e o povo com um estilo similar" e um grande sentido do espetáculo.
A ideia de fazer um filme sobre a vida de Liberace surgiu há 13 anos, quando Soderbergh estava rodando "Traffic", que contava com a participação de Douglas. Sete anos depois, Soderbergh encontrou a autobiografia feita por Scott Thorson (Matt Damon), o homem que compartilhou durante anos a vida de Liberace e que tornou público seu homossexualismo.
"Não estava muito confiante sobre o que iria ser do filme", explicou Damon na entrevista coletiva, mas "é a sétima vez que trabalho com Steven e confio totalmente nele".
Damon elege os filmes por seus diretores, sem ver o roteiro antes. Neste caso, havia "um diretor como Steven, um roteiro tão bom e tão absolutamente bem escrito e dois grandes papéis: não é algo que me fez duvidar, era uma grande oportunidade, e aceitei sem hesitar".
Porém, foi um filme difícil de financiar e que finalmente encontrou sua via de produção através do canal por assinatura HBO, o que faz com que o filme só possa ser visto, no Estados Unidos, pela televisão – sem poder, portanto, concorrer ao Oscar –, mas que poderá estrear em salas de cinema em outras partes do mundo.
"Behind the candelabra" é um filme que conta a vida de Liberace, mas que entra principalmente em seus excessos e em como esse ambiente muda o jovem Scott (Damon).
Usa muitas luzes, trajes de lantejoulas, estética kitsch e um excesso que transborda a cada cena. E, embora seja interessante e bem rodado, o melhor do filme são seus atores e o cenário social do homossexualismo.
"Sempre penso que em 50 anos questionaremos por que havia inclusive um debate sobre este tema e por que durou tanto tempo", afirmou o diretor, que disse que sua intenção não era falar do homossexualidade, mas de uma relação entre duas pessoas: fazê-la crível para o espectador.
Sério nas respostas mas brincalhão com seus atores, especialmente com Damon, que não parou durante toda a entrevista coletiva de fazer comentários espontâneos sobre qualquer coisa, inclusive sobre a cena na qual aparece nu.
E sobre suas sequências na cama com Douglas, o intérprete disse, entre risos: "Agora tenho coisas em comum com Sharon Stone e Glenn Close: podemos nos encontrar um dia e contar histórias".

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