domingo 19 2014

Animais de estimação dos moradores da Cracolândia

Cabeção


Há três anos, o catador Cornélio Alves encontrou Cabeção abandonado na rua. É seu oitavo cachorro e o mais fiel: “Os outros estão por aí”, disse, referindo-se à ausência dos outros sete animais. Alves relata que passou os últimos três natais com Cabeção: “Só eu e ele comendo peru na calçada”. Alves disse que chega a gastar metade do que ganha com a coleta de material reciclável para comprar ração.

Mel

Mel foi encontrada na Avenida São João, no Centro de São Paulo, prestes a ser atropelada, segundo Maria das Graças, dona de uma das pensões da Cracolândia. Como a cadela comia a roupa dos hóspedes, ela foi entregue aos cuidados de Lucas Pereira da Silva, um dos cadastrados no programa da prefeitura. À espera do dono, a vira-lata dorme todos os dias na porta do hotel, onde ele está abrigado, e o acompanha no trabalho de limpeza das ruas.

Sol e Lua

Incomodado com a ausência da dona Sanderli Silveira Leite, o cão Sol invade um dos hotéis conveniados pela prefeitura. Sobe a escada e se depara com Sanderli já vestida com o uniforme do programa e com um pote de água. “Ele chora por mim a noite inteira”, disse. Antes de a “favelinha” ser desmontada, ele vivia com a dona dentro do barraco. “Ele dormia comigo na cama”. Além de Sol, Sanderli tem uma cadela chamada Lua.

Mario

O cão Mario percorre as ruas da Cracolândia em um carrinho de supermercado, empurrado por Orlando Paulo Barreto. Ele disse que está com o cão há três meses e que não se alojou em nenhum quarto de hotel oferecido pela prefeitura porque não pode carregar o animal. O cão toma banho de mangueira em um dos postos montados pela prefeitura para atendimento aos usuários de crack. 

Spike

Desde que o programa entrou em atividade, um barracão montado pela prefeitura para dar assistência aos usuários ganhou um hóspede peculiar. O cão Spike virou mascote dos assistentes sociais e agentes da prefeitura. Circula entre os viciados, que o recebem com afagos.

Preta e Sansão

Preta e Sansão são como chamados de filhas por Vandeída Benedita da Silva. Pelo menos esse foi argumento apresentado por ela para conseguir uma vaga em um dos hotéis que aceitam cachorros. “Sem eles eu não ia. São como filhos”, diz Vandeída. Preta foi encontrada há um ano, e Sansão, há seis meses. 

Bolinha

Há cinco anos, a cadela Bolinha foi encontrada em uma caixa de papelão abandonada na Cracolândia por uma mulher que não quis se identificar. A vira-lata tem as unhas pintadas pintadas de esmalte.

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