segunda-feira 15 2013

Policiais presos foram flagrados extorquindo traficantes pelo celular

 Por Ricardo Brandt, estadao.com.br
Entre os detidos estão dois delegados; grupo é suspeito de roubo, corrupção e extorsão mediante sequestro, segundo o MP



Policiais presos foram flagrados extorquindo traficantes pelo celular
"Traficantes eram obrigados a pagar anuidade de R$ 300 mil para os policiais civis"
CAMPINAS - Os policiais do Denarc e da Polícia Civil de Campinas presos na manhã desta segunda-feira, 15, por suposto envolvimento com o tráfico de drogas, foram flagrados pelas investigações do Ministério Público quando começaram a sequestrar e extorquir traficantes, no início deste ano, por causa de atrasos nos pagamentos de propina.

Entre outras provas levantadas pelo Ministério Público, os policiais foram flagrados quando usavam os telefones dos familiares dos traficantes, que tinham sido sequestrados, para extorquir os criminosos, exigindo o pagamento das propinas.
Os telefones dos traficantes estavam grampeados pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas, que desde outubro de 2012 investigava a ação de criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) na região.
Em gravações, foram descobertas também conversas do sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, preso desde 2002 na penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau. Segundo as apurações, ele ainda mandava no tráfico de drogas do bairro São Fernando, em Campinas, um dos principais pontos de venda de entorpecentes da cidade.
Traficantes da área, sob seu comando, eram obrigados a pagar uma anuidade de R$ 300 mil para os policiais civis para atuar e mensalidades de até R$ 30 mil. Com os atrasos de pagamento e a reação dos policiais, com os sequestros, Andinho teria ordenado que fossem feitos ataques a policiais.
As investigações do Gaeco começaram em meio a onda de enfrentamento entre membros do PCC e policiais do Estado no ano passado. Na ocasião, foram presos 29 membros do comando local do crime, nas cidades de Campinas, Monte Mor, Hortolândia e Cosmópolis.
Entre os acusados, estava um dono de uma lanchonete na avenida Norte-Sul, espécie de Avenida Paulista de Campinas, que morava em um condomínio de luxo. Ele seria o tesoureiro do grupo e conseguiu fugir.

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