Câncer
Pesquisa feita com animais mostrou que o tiabendazol inibe crescimento de vasos sanguíneos que alimentam o crescimento das células cancerígenas
Imagem de células cancerígenas: crescimento pode ser interrompido com medicamento antifúngico (Getty Images)
Um medicamento antifúngico, já usado para combater parasitas, se mostrou capaz de retardar o crescimento de tumores e pode se tornar um promissor alvo para o desenvolvimento de novas drogas quimioterápicas. Segundo pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, o tiabendazol inibe o desenvolvimento de vasos sanguíneos que se formam para alimentar as células cancerígenas, tornando possível que elas cresçam descontroladamente. Os resultados desse estudo foram publicados nesta terça-feira no periódico PLoS Biology.
Em uma primeira fase da pesquisa, os autores fizeram com que embriões de sapos crescessem em um ambiente com água misturada à droga. Esses animais, que se desenvolvem rapidamente, possibilitam que os cientistas observem, em seres vivos, o crescimento de vasos sanguíneos. A equipe descobriu que a substância inibiu o gene que controla o crescimento de veias e artérias e observaram que esses animais não desenvolveram vasos sanguíneos. No entanto, quando eles tiraram os animais do ambiente contendo a medicamento, os embriões passaram a desenvolver vasos sanguíneos.
Depois dessa descoberta, a equipe testou os efeitos do tiabendazol em camundongos que apresentavam fibrossarcoma, um tumor maligno que tem origem nas células da pele. Esses animais apresentaram uma redução no crescimento de vasos sanguíneos nas células cancerígenas e também no tamanho dos próprios tumores. "Nossos resultados sugerem que o tiabendazol pode ser utilizado clinicamente junto a outros quimioterápicos”, diz Edward Marcotte, um dos autores do estudo. O próximo passo da equipe é realizar testes clínicos em seres humanos — o que não deve ser difícil, já que a pesquisa envolve uma droga já aprovada e utilizada.
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