quarta-feira 02 2013

Distúrbios do sono podem elevar em até cinco vezes risco de morte por câncer

Sono

Estudo é o primeiro a associar problemas respiratórios graves, como apneia obstrutiva, à morte por câncer

Falta de sono
Apneia do sono acontece quando há paradas na respiração enquanto uma pessoa dorme (Stockbyte/Thinkstock)
Pessoas que apresentam algum distúrbio respiratório grave durante o sono, como ronco ou apneia obstrutiva, podem ter até cinco vezes mais chances de morrer por câncer do que aquelas que não sofrem do problema. Essa é a conclusão de um estudo feito na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, e apresentado neste domingo na Conferência Internacional da Sociedade Americana Torácica, em San Franciso.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sleep disordered breathing and cancer mortality: results from the Wisconsin Sleep Cohort Study

Onde foi divulgada: Conferência Internacional da Sociedade Americana Torácica, San Franciso

Quem fez: Javier Nieto, Paul Peppard, Terry Young, Laurel Finn, Khin Mae Hla e Ramon Farré

Instituição: Universidade de Wisconsin, Estados Unidos

Dados de amostragem: 1.522 pessoas inscritas em um estudo sobre distúrbios do sono

Resultado: Ter algum distúrbio respiratório grave do sono, como apneia obstrutiva, aumenta em 4,8 vezes as chances de mortalidade por câncer
A forma mais comum dos distúrbios respiratórios é a apneia obstrutiva do sono, na qual a respiração é bloqueada deixando a pessoa sem ar. Isso provoca ronco e a interrupção do sono e esse problema é geralmente associado a obesidade, diabetes, pressão alta, ataques cardíacos e derrames. Pesquisas anteriores já haviam associado esse tipo de desordem também a doenças cardiovasculares e depressão, mas essa é a primeira vez em que uma pesquisa indica que distúrbios do sono podem ter relação com o câncer.
Nesse trabalho, a equipe analisou dados recolhidos ao longo de 22 anos de 1.522 pessoas inscritas em um levantamento sobre problemas respiratórios durante o sono feito no estado americano de Wisconsin. Esses indivíduos passaram por testes de sono e de respiração a cada quatro anos. Com base nessas informações, os pesquisadores verificaram que essas pessoas tinham um risco 4,8 maior de morrerem por câncer do que os indivíduos que não tinham nenhum problema respiratório relacionado ao sono.








Segundo o coordenador do estudo, Javier Neto, trabalhos adicionais devem ser feitos para que os resultados passem a ser relevantes na prática clínica. “Se a relação entre distúrbios respiratórios do sono e mortalidade por câncer for validada em pesquisas futuras, os médicos poderão indicar diagnóstico e tratamento para prolongar a vida de pacientes com câncer”, afirma o pesquisador.

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