Biotecnologia
Com nova técnica, espera-se que desenvolvimento de antibióticos eficazes contra as superbactérias
Técnica desenvolvida por biólogos pode acelerar processo de criação de novos medicamentos (Thinkstock)
Biólogos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram um jeito mais rápido de desenvolver antibióticos — uma arma importante no combate às bactérias resistentes. O trabalho resultou em uma tecnologia chamada BCP (Bacterial Cytological Profiling, algo como Perfil Citológico Bacteriano em português). Com o novo método, os pesquisadores conseguiram descobrir quais moléculas podem dar origem a um novo antibiótico mais eficaz do que os já existentes. Atualmente, esse processo de identificação de uma molécula pode levar meses — a nova técnica demora apenas duas horas.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Bacterial cytological profiling rapidly identifies the cellular pathways targeted by antibacterial molecules
Onde foi divulgada: periódico PNAS
Quem fez: Poochit Nonejuie, Michael Burkart, Kit Pogliano e Joe Pogliano
Instituição: Universidade da Califórnia, San Diego, EUA
Dados de amostragem: Composto conhecido como spirohexenolide A, ativo contra uma bactéria resistente à meticilina
Resultado: Foi desvendado o mecanismo de ação de compostos em um tempo muito menor do que o exigido por outros métodos existentes
Título original: Bacterial cytological profiling rapidly identifies the cellular pathways targeted by antibacterial molecules
Onde foi divulgada: periódico PNAS
Quem fez: Poochit Nonejuie, Michael Burkart, Kit Pogliano e Joe Pogliano
Instituição: Universidade da Califórnia, San Diego, EUA
Dados de amostragem: Composto conhecido como spirohexenolide A, ativo contra uma bactéria resistente à meticilina
Resultado: Foi desvendado o mecanismo de ação de compostos em um tempo muito menor do que o exigido por outros métodos existentes
O pouco tempo exigido pelo BCP deve-se a uma combinação entre ferramentas de microscopia e biologia quantitativa (ramo da biologia ligado aos cálculos e às estatísticas). Em um artigo publicado no periódico PNAS, os responsáveis pelo trabalho descrevem o método, que foi estudado com o uso de um composto conhecido como spirohexenolide A. Eles afirmam ainda que essa é a primeira vez em que um único teste é capaz de prever como um composto age — as demais técnicas implicam uma série de testes.
Além disso, o novo método pode ser aplicado em nanogramas (um bilionésimo de grama) da substância analisada. Assim, ele precisa de uma quantidade do composto bem menor do que a exigida pelas técnicas atuais. Segundo os cientistas, a necessidade de grandes quantidades das substâncias era um empecilho à produção de novos medicamentos — geralmente, há apenas uma pequena quantidade disponível de compostos recém-descobertos.
Pelas vantagens que oferece, os pesquisadores acreditam que o BCP vá mudar o cenário atual de criação de novos antibióticos. Atualmente, a indústria farmacêutica está estagnada, por causa das dificuldades encontradas pelos cientistas ao tentar entender os mecanismos de ação das moléculas.
Infecções — Se a premissa dos americanos se mostrar correta, o trabalho pode significar um avanço no combate a um sério problema: o das bactérias resistentes a antibióticos. Esse tipo de bactéria surge em hospitais, pois é fruto do uso indiscriminado de antibióticos, e causa infecções que costumam levar os pacientes à morte, já que não existem medicamentos capazes de atacar a doença. Com maior facilidade na produção de novos antibióticos, portanto, o problema pode ser resolvido
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