sexta-feira 09 2013

Manifestantes ocupam a Câmara de Vereadores do Rio

Cidades

Grupo de cerca de 30 pessoas entrou no prédio quando ainda havia sessão e se recusou a sair; na tentativa de fazer o mesmo na Alerj, houve um tumulto

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Manifestantes em Copacabana: grupo foi do Leblon a Copacabana, onde está montada a estrutura da Jornada Mundial da Juventude
(Atualizado às 20h55)
VEJA
Rio: Carta entregue pelos manifestantes na Câmara
Carta entregue pelos manifestantes na Câmara
Um grupo de manifestantes ocupou a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro no início da noite desta quinta-feira. Cerca de 30 pessoas entraram no prédio quando ainda havia sessão e se recusaram a sair quando os trabalhos haviam terminado. Eles distribuíram uma carta de reivindicações e prometem resistir até que todas sejam atendidas. Entre elas, estão a garantia de que a presidência da CPI dos Ônibus fique a cargo de Eliomar Coelho (PSOL) e que todo o processo seja transparente e aberto.
Passe livre irrestrito nos transportes públicos - desejo que motivou o movimento que toma conta do país há dois meses - também foi lembrado. O grupo é formado, basicamente, por integrantes de partidos de esquerda, como o PSOL e PSTU. O prédio foi cercado por policiais militares e alguns parlamentares tentam negociar com os jovens.
A intenção era fazer o mesmo na Assembleia Legislativa (Alerj), mas quem tentou permanecer no prédio após o fim da sessão foi expulso por seguranças do local. Houve tumulto e até os parlamentares que tentaram interceder em favor do grupo foram atingidos por gás de pimenta. Os manifestantes acompanharam a sessão desde o início da tarde. Como de costume, gritaram palavras de ordem e xingaram o governador Sérgio Cabral.
O ato - Os dois movimentos partiram de um ato maior, cuja concentração começou na Candelária, Centro da cidade, por volta das 16h. Enquanto um grupo tentava resistir na Alerj, centenas de manifestantes caminharam de forma pacífica até a Cinelândia, espalhando-se entre a Câmara de Vereadores e o Theatro Municipal. Em um dos prédios do entorno, projeções criticavam o governador e perguntavam pelo pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido há 25 dias.
Com o grupo maior, caminhavam integrantes do Black Bloc - aqueles que se vestem de preto, cobrem o rosto com camisetas ou máscaras e a quem são creditados todos os episódios de vandalismo que tomam conta da cidade sempre ao fim de um novo protesto. Também nesta sexta, eles deixaram sua marca de destruição pelo Centro da capital, depredando carros, agências bancárias e outros prédios.
Câmara - A resistência na Câmara do Rio lembra outros dois episódios semelhantes. Em Belo Horizonte, Minas Gerais, um grupo de cerca de 30 jovens ocupou o Legislativo municipal por mais de uma semana. Nesta quinta-feira, em Campinas, interior de São Paulo, manifestantes interromperam a sessão ordinária da Casa, obrigando à retirada dos parlamentares. A Polícia Militar foi acionada e alguns foram detidos.

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