Rio de Janeiro
Secretaria de Grandes Eventos, responsável pela segurança da JMJ, avalia que a polícia está agindo corretamente e usando armas não letais de forma adequada
Cecília Ritto e Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Manifestante segura um cartaz escrtio: 'Não Copa do Mundo', durante um protesto contra o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, na frente de sua residência no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro - Tasso Marcelo/AFP
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República está analisando nesta quinta-feira como colocar em prática uma medida radical para afastar as manifestações do papa Francisco na próxima segunda-feira. O Palácio Guanabara, sede do governo do estado, onde será realizada a cerimônia de boas-vindas ao pontífice, ficará isolado. No local, estarão, além do papa, a presidente Dilma Rousseff, ministros, convidados de honra e autoridades de várias esferas. Dessa forma os manifestantes não conseguirão chegar até a frente do prédio, na Rua Pinheiro Machado, onde já houve pelo menos três grandes embates entre policiais e grupos de baderneiros.
Como o evento terá a presença de Dilma, a coordenação ficará a cargo do Exército. A segurança será feita por policiais, mas a orientação partirá das Forças Armadas, que podem optar por alocar uma pequena tropa dentro do Guanabara. Do lado de fora, durante toda a jornada, haverá 1.050 homens do Exército aquartelados. Esse contingente será acionado em caso de a presidência avaliar que é preciso atuar de forma enérgica para restabelecer a ordem. Para isso, é emitido um decreto de Garantia da Lei e da Ordem.
Todos os outros eventos, com exceção da vigília e da missa de encerramento em Guaratiba, serão planejados e coordenados pela secretaria de Grandes Eventos, do Ministério da Justiça. Caberá à secretaria dar a resposta às manifestações que forem marcadas durante a JMJ. Segundo o diretor de operações da secretaria, José Monteiro, a polícia adotará "medidas usando a força necessária”.
Segundo Monteiro, que chegou nesta quinta-feira ao Rio de Janeiro, as manifestações serão permitidas, desde que não inviabilizem as reuniões com a presença do papa marcadas anteriormente pela Igreja Católica. A postura é diferente da do Exército que, em entrevista coletiva antes da de Monteiro, também no Forte de Copacabana, disse, conforme antecipado pelo site de VEJA, que não permitirá a entrada de grupos organizados e nem de mascarados em Guaratiba.
“Enquanto não houver imposição legal, não podemos restringir o direito de ir e vir. Se não houver crime, não podemos barrar. Não é esse o objetivo”, disse Monteiro, acrescentando que a polícia irá revistar pessoas suspeitas, mas não vetar a participação de mascarados nos eventos.
O diretor de operações da Secretaria de Grandes Eventos não detalha como será a resposta da polícia em caso de manifestações com tumulto. “Os policiais estão usando de modo adequado os equipamentos de segurança”, disse Monteiro. A avaliação é de que o uso de armas não letais, como bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha, tem ocorrido de forma correta. Em Copacabana, nos atos centrais - como são chamados os eventos com presença do papa - as forças de segurança atuarão com 10.000 homens, entre polícias militar e civil, bombeiros, Força Nacional de Segurança, Defesa Civil e agentes de trânsito. Policiais descaracterizados circularão pela cidade para informar sobre tumultos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário