segunda-feira 17 2013

Palco de novo protesto em São Paulo, Largo da Batata amanhece com pedras, blocos e paus


Noelle Marques
Do UOL, em São Paulo

Blocos de concreto e madeira são colocados em local de concentração de protesto em SP9 fotos

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17.jun.2013 - Materiais de construção como blocos de concreto, pisos de cerâmica, barras de ferro e pedaços de madeira foram colocados em locais de livre acesso às pessoas horas antes da manifestação do Movimento Passe Livre, que pede a revogação do aumento da tarifa dos transportes públicos em São Paulo, marcada para as 17h desta segunda-feira (17). Os materiais pertencem à execução de complementação das obras do largo da Batata e entorno, e, segundo a assessoria da Prefeitura de São Paulo, até o momento não há qualquer informação sobre a retirada dos objetos do local. No Facebook, ativistas classificam a ação como uma "armadilha" para atrapalhar a manifestação Noelle Marques/UOL
Horas antes da manifestação que pede a revogação do aumento da tarifa dos transportes públicos em São Paulo, marcada para as 17h desta segunda-feira (17) no Largo da Batata, zona oeste da capital paulista, a reportagem do UOL percorreu a região e constatou a presença de materiais de construção em locais de livre acesso à população. Os materiais, como blocos de concreto, pisos de cerâmica e pedaços de madeira, serão usados nas obras de complementação do Largo da Batata e entorno. 
Segundo a assessoria da Prefeitura de São Paulo, até o momento não há qualquer informação sobre a retirada dos objetos do local.
Mais de 240 mil pessoas confirmaram, pelo Facebook, participação no quinto ato de hoje. Alguns ativistas acreditam que a presença dos objetos no local pode ser uma armadilha para levar os manifestantes à agressão e justificar a reação da polícia, por isso, no evento criado na rede social, a orientação é para ninguém tocar no material e tomarem cuidado com a "cilada". O grupo pede que não haja violência e sugere que as pessoas levem flores para a manifestação.
Por garantia, a estação Faria Lima, que fica perto do ponto de concentração do protesto, foi cercada por tapumes. De acordo com a concessionária Via Quatro, que administra a única linha privatizada de Metrô da capital, a medida é preventiva.
O protesto da última quinta-feira (13) foi o mais violento. Em entrevista no domingo (16), a SSP afirmou que a tropa de choque não será acionada, e que pessoas não serão presas se levarem vinagre.
Já os manifestantes disseram que vão filmar e denunciar a repressão dos PMs durante a próxima passeata. As denúncias de abuso policial, principalmente de oficiais infiltrados na manifestação para "criar tumulto e quebra-quebra para culpar o movimento" serão levadas pelo grupo à corregedoria da PM.
Na manifestação de quinta-feira, a PM mobilizou grande aparato, com tanques blindados, helicópteros e até a cavalaria. Além da Tropa de Choque, policiais da Rota e da Força Tática atuaram na repressão, totalizando efetivo de 900 homens.
Segundo relato da repórter do UOL, Janaina Garcia, a polícia atirou indiscriminadamente contra manifestantes, transeuntes e jornalista a trabalho.
De acordo com a polícia, 241 pessoas foram detidas, sendo que cerca de 40, antes mesmo de o protesto começar. Manifestantes e jornalistas que carregavam vinagre --como o repórter Piero Locatelli, da revista "Carta Capital"-- para reduzir os efeitos de bombas de gás lacrimogêneo foram detidos, sob a alegação da PM de que o produto pode ser usado para fabricar 
Segundo o Movimento Passe Livre, pelo menos cem ficaram feridos. Entre os feridos, sete são jornalistas da Folha de S.Paulo. A repórter Giuliana Vallone, da TV Folha, foi atingida no olho por uma bala de borracha disparada por policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). O fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, foi atingido por uma bala de borracha no olho e ainda se recupera de uma cirurgia. Ele corre o risco de perder a visão.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que está "sempre aberto ao diálogo, mas não é possível permitir atos de vandalismo". Alckmin se negou a dizer que houve excessos da PM.
Já o prefeito Fernando Haddad (PT), disse que "não ficou bem" para a PM a repressão aplicada durante o protesto. Ele destacou que o reajuste de R$ 0,20 na tarifa de ônibus foi o menor reajuste dos últimos tempos, e se disse disposto a "explorar alternativas" para o aumento.

CONFIRA OS QUATRO DIAS DE PROTESTO EM IMAGENS

  • Policial atinge cinegrafista com spray de pimenta
  • PM agride clientes de um bar na avenida Paulista
  • Policial atira bombas contra manifestantes
  • Cartaz faz referência à música Cálice, de Chico Buarque, escrita durante a ditadura
  • Manifestantes se ajoelham para tentar se proteger de ação policial
  • Mulher anda de bicicleta em meio a confronto entre policiais e manifestantes
  • Garota segura flor enquanto usa orelhão pichado durante protesto
  • Mulher é ferida na cabeça ao passar por confronto entre polícia e manifestantes
  • Policial atira contra manifestantes em rua do centro de São Paulo
  • Vídeo mostra policial quebrando o vidro do próprio carro da polícia em SP
  • Manifestante faz sinal da paz para policiais
  • Policial Militar aponta arma para se defender de agressores
  • Manifestantes se ajoelham diante de PMs durante protesto na avenida Paulista
  • Policial tanta apagar fogo provocado por manifestantes
  • Manifestantes fazem fogueira durante protesto contra o aumento das passagens
  • Manifestantes tomam a avenida Paulista no segundo protesto
  • Multidão participa do primeiro protesto contra a aumento na tarifa de ônibus

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