PMDB caiu, mas segue como partido com mais prefeitos eleitos. Enquanto DEM minguou, PSD de Kassab se firmou como a quarta maior sigla do Brasil
José Serra, candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, faz caminhada pelo bairro da Vila Formosa - Nelson Antoine/Fotoarena
O primeiro turno das eleições municipais de 2012, no domingo, já começou a movimentar o cenário nacional dos grandes partidos. Levantamento do site de VEJA com base em números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que PSB e PT saíram maiores destas eleições, enquanto PMDB e PSDB viram o número de prefeitos eleitos cair. Já o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que estreou em eleições, ficou em quarto lugar entre os partidos que mais ganharam prefeituras no primeiro turno.
O partido que mais cresceu foi o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que enfrentou o até então aliado PT em várias cidades. A sigla elegeu cem prefeitos a mais do que em 2008. Saltou de 308 prefeituras para 433, um crescimento de 40%. Foi o maior aumento proporcional entre todos os partidos que disputaram eleições.
O PT, que usou a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff como peça de campanha em vários municípios, elegeu 626 prefeitos no primeiro turno. O número é 14% maior do quem em 2008, quando o partido elegeu 550 prefeitos.
Entre as 83 maiores cidades do Brasil, aquelas com mais de 200.000 eleitores e que, por isso, têm possibilidade de segundo turno, o PT obteve o melhor resultado. Foram oito prefeitos eleitos entre os 33 municípios que já decidiram o resultado no primeiro turno. E o partido ainda disputa o segundo turno em 22 das 50 cidades que vão escolher o prefeito em 28 de outubro.
Ainda assim, o PT continua longe das marcas registradas pelo PSDB em seus tempos áureos. Em 2000, durante a administração de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), os tucanos chegaram a eleger quase mil prefeitos.
O PSDB sai das eleições deste ano como o segundo partido com maior número de prefeitos eleitos. Foram 693 tucanos eleitos no primeiro turno. O número, no entanto, é menor do que a marca de 2008, quando 787 tucanos foram eleitos. Uma queda de 11%.
Partido novo - O PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que estreou em eleições neste ano, se firmou como a quarta força municipal do Brasil. O partido conquistou 498 prefeituras e ainda concorre no segundo turno em outras cinco cidades.
Em estados como Santa Catarina e Mato Grosso, o novo partido conseguiu até mesmo expandir a antiga área de influência da sigla do qual migrou boa parte de seus quadros, o DEM, que era influente no dois estados. Em Santa Catarina, o PSD conquistou 54 prefeituras – em 2008, o DEM havia conquistado 44.
O DEM foi reduzido, neste ano, a um partido irrelevante: só ganhou em quatro prefeituras catarinenses. Em Mato Grosso, o PSD conquistou 39 prefeituras – contra 23 do DEM em 2008. A tendência de queda do DEM aconteceu em todo o país. O partido, que chegou a ser o segundo maior do Brasil em 2000, agora está em nono lugar. Elegeu 276 prefeitos, contra 495 em 2008.
Redução - O PMDB, principal partido da base aliada do governo federal, sofreu uma queda de 17% no número de prefeitos eleitos. Foi de 1.193 eleitos para 1.019. Apesar da redução, o partido continua sendo o líder entre o número de prefeitos eleitos, posição que detém há mais de vinte anos. Nestas eleições, o partido viu sua influência ser reduzida em estados como o Paraná e o Rio de Janeiro.
No Paraná, a queda foi de 60%. De 134 prefeitos eleitos em 2008, o partido foi para 56 nestas eleições. O partido teve seu espaço ocupado pelo PSDB, que passou a administrar o estado após o fim dos governos de Roberto Requião e Orlando Pessuti.
Nestas eleições, o PSDB do governador Beto Richa passou a administrar 78 cidades, contra 40 em 2008. No Rio de Janeiro, onde o PMDB ocupa a prefeitura da capital e o governo do estado, o partido viu o número de prefeitos diminuir de 33 para 23 no primeiro turno.
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