Astronomia
Simulações de computador mostram que a Lua poderia ter se formado a partir de pedaços da Terra, após a colisão com corpo gigantesco
Análises químicas feitas em rochas da Lua mostraram que ela tem uma composição similar à encontrada no manto terrestre (Thinkstock)
Dois novos estudos que serão publicados nesta próxima quinta-feira na revista Sciencepropõem uma nova explicação para a origem da Lua. Por meio de simulações de computador, eles mostram que o satélite poderia ter se formado a partir de pedaços da própria Terra, após o planeta ter sido atingido por um impacto gigantesco. Os novos modelos desafiam uma teoria antiga, chamada de Hipótese do Grande Impacto, que diz que a Lua teria sido produzida pelo material de um planeta pequeno – do tamanho de Marte – depois de uma colisão com a Terra há 4,5 bilhões de anos. Os restos desse planeta teriam sido incorporados pelo núcleo da Terra.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Making the Moon from a Fast-Spinning Earth: A Giant Impact Followed by Resonant Despinning
Onde foi divulgada: revista Science
Quem fez: Matija Ćuk e Sarah T. Stewart
Instituição: Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos
Resultado: Por meio de simulações de computador, os pesquisadores conseguiram mostrar que a Lua poderia ter se formado a partir de pedaços que se soltaram da própria Terra, depois de o planeta ter sido atingido por um corpo gigantesco. Nesse caso, as velocidades de rotação e translação da Lua seriam maiores que a que as atuais, e desacelerariam com o tempo.
Esta teoria surgiu nos anos 1970, e ganhou força nos 1980, quando simulações de computador mostraram que a Lua poderia ter sido criada com material de fora da Terra. Estas simulações previam que a colisão desse planeta com a Terra daria origem à Lua, e o impacto do choque daria início aos movimentos de rotação e translação do astro, que teriam se mantido intactos até hoje. A teoria se mostrou imperfeita quando, anos mais tarde, análises de amostras retiradas do satélite mostraram que ele tinha uma composição química similar à do manto terrestre, uma camada que fica abaixo da crosta de nosso planeta.
Agora, uma pesquisa liderada pela astrônoma Matija Ćuk, da Universidade de Harvard, mostrou que a Lua também poderia ter se formado a partir de pedaços da própria Terra. Eles usaram uma série de simulações de computador para mostrar que um impacto gigantesco poderia fazer com que um disco se soltasse do manto do planeta e passasse a girar em sua volta.
Agora, uma pesquisa liderada pela astrônoma Matija Ćuk, da Universidade de Harvard, mostrou que a Lua também poderia ter se formado a partir de pedaços da própria Terra. Eles usaram uma série de simulações de computador para mostrar que um impacto gigantesco poderia fazer com que um disco se soltasse do manto do planeta e passasse a girar em sua volta.
Nesse sistema, a velocidade de rotação e translação da Lua logo após o impacto seriam maiores que as atuais. No entanto, as simulações mostraram que o sistema poderia perder velocidade por conta de fatores externos, como a gravidade do Sol, até atingir o estado de hoje.
Em um estudo separado, publicado na mesma edição da Science, o astrônomo Robin Canup, do Southwest Research Institute, nos Estados Unidos, mostrou que a Lua também poderia ter sido formada após a colisão de dois planetas de massa semelhante à da Terra. O impacto iria produzir um satélite com o mesmo tamanho da Lua, e a mesma composição química da Terra.
Em um estudo separado, publicado na mesma edição da Science, o astrônomo Robin Canup, do Southwest Research Institute, nos Estados Unidos, mostrou que a Lua também poderia ter sido formada após a colisão de dois planetas de massa semelhante à da Terra. O impacto iria produzir um satélite com o mesmo tamanho da Lua, e a mesma composição química da Terra.
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