Elétricas
Em inauguração de usina no Maranhão, presidente rebateu críticas à renovação das concessões
Dilma Rousseff na inauguração da usina de Estreito, no Maranhão (Roberto Stuckert Filho/PR)
Em meio à polêmica da falta de interesse de 14 concessionárias de energia em renovar a concessão nos moldes do governo, a presidente Dilma Rousseff voltou a prometer nesta quarta-feira a redução da conta de luz dos brasileiros a partir de janeiro do ano que vem. "Pagamos toda a universalização, então uma parte do que a gente recolhia para fazer isso estamos devolvendo para o povo. É por isso que vamos reduzir a conta de luz em janeiro", afirmou Dilma, durante a inauguração da usina hidrelétrica de Estreito, na divisa do Tocantins com o Maranhão.
Dilma ocupou cadeia de rádio e televisão na véspera do feriado de 7 de setembro para anunciar que renovaria as concessões do setor elétrico que venceriam nos próximos anos, obtendo ao mesmo tempo uma redução de 16,2% na conta de luz do consumidor e de até 28% para a indústria, que consome mais. Parte da estratégia visava a aceitação dos termos pelas atuais concessionárias, mas na terça-feira a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou que 14 empresas não se interessaram pela renovação.
A presidente fez um discurso na inauguração da usina de Estreito, que pode injetar até 1.087 megawatts (MW) de energia no sistema interligado nacional. A concessão ocorreu antes da alteração do marco regulatório do setor, mas foi construída sob as novas regras. "Inaugurar essa usina de Estreito é para mim um momento especial, porque estamos comemorando anos a fio de dedicação, trabalho, empenho e teimosia", afirmou. "Porque tem muito de teimosia para fazer essa usina, considerando todos os problemas de ordem institucional, regulatório e de equacionamento econômico e financeiro."
Modelo - No discurso, marcado pela celebração do novo marco regulatório do setor elétrico, desenvolvido por ela quando ministra de Minas e Energia no governo Lula, a presidente defendeu a opção pela hidreletricidade como uma fonte renovável e o retorno à sociedade dos investimentos feitos na construção de usinas.
"Fizemos um grande esforço para estabilizar o setor elétrico no Brasil, para que não haja racionamento, para que as melhores práticas de segurança sejam implantadas", declarou. "Tinha uma coisa que me incomodava muito e me deixava até envergonhada, era o fato de que vivíamos num país muito grande e muita gente vivia sem energia elétrica."
Ao descrever ações sociais para pescadores na região, organizados em sete cooperativas que passarão a explorar a pesca na área do reservatório de Estreito, Dilma ressaltou o fato de o Brasil continuar crescendo, apesar da desaceleração observada neste ano. Também voltou a defender seu modelo econômico.
"Estamos na encruzilhada que mostra que isso é possível, é possível crescer e distribuir renda. É possível manter a austeridade e ao mesmo tempo investir, é possível manter empregos mesmo quando a crise bate forte no mundo e nos atinge de alguma forma. Vamos continuar crescendo e, para continuar crescendo, temos que ser competitivos, energia elétrica é um fator de competitividade", disse.
No último ano do governo Lula, o Produto Interno Bruto (PIB) do País avançou 7,5%, reduzindo a marcha para 2,7% no ano passado. Para 2012, o Banco Central prevê crescimento de 1,6% e o Ministério do Planejamento, de 2%.
(Com Agência Estado)
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