terça-feira 30 2012

Esta foto explica por que o Brasil, na fórmula famosa, é um país rico composto de uma imensidão de pobres



Vejam esta foto, de Marcos Bezerra, da Futura Press.
A imagem marca o encontro entre o prefeito Gilberto Kassab (PSD), em cima de quem Fernando Haddad (PT), o eleito, venceu a disputa. A campanha petista praticamente não disse por que o tucano José Serra não poderia ser eleito. As suas virtudes ou defeitos pessoais ficaram de lado. Dizia-se que não poderia ser porque continuaria a… gestão Kassab.
Agora de volta à foto. Os idiotas da… subjetividade (!) diriam que aí está uma prova de civilidade política, não é mesmo? Mas não! O que se tem acima explica por que, na formulação conhecida, o Brasil é um país rico composto de uma esmagadora maioria de pobres — embora os bate-paus da versão neoliberal do lulismo tenham inventado uma “classe média” de gente que ganha uns R$ 300 por mês… “Neoliberal por quê, Reinaldo?” Porque são supostos liberais que hoje estão a serviço do “estado forte” petista. São apenas oportunistas rematados — alguns são meros “dinheiristas” disfarçados de defensores do livre mercado… Tenho por estes mais desprezo do que pelos, sei lá, economistas do… PSOL!
Nos EUA, adversários se abraçam e se cumprimentam depois de eleições e coisa e tal. Mas republicanos sabem que seu papel é fazer oposição a democratas, e democratas sabem que seu papel é fazer oposição a republicanos. “Fazer oposição” significa vigiar o outro, em nome dos eleitores.
O que se tem acima é mero exercício de cooptação, que já estava em curso no próprio processo eleitoral, é bom deixar claro! Se o PSD não é nem de direita, de esquerda ou de centro, seus receptores estão prontos a receber quaisquer proteínas, né? Os eleitores é que não sabiam. O prefeito vencido era, ora vejam!, na verdade, o vencedor. A derrota, a julgar pela expressão de Kassab, era só de Serra. A má gestão de Kassab, a julgar pela expressão de Haddad, era só um truque para pegar os trouxas.
Haddad, claro!, tem mais sorte do que teve José Serra, quando assumiu a Prefeitura em 2005. Encontrou o caixa vazio e filas de credores. A partir de hoje, a reputação de Kassab no jornalismo que o destroçou muda. Ele agora pertence ao “campo progressista”. Também em boa parte da imprensa brasileira, pecado mesmo é fazer oposição. Como poderia dizer o tal “cientista político” Humberto Dantas, isso é coisa de gente que tem ódio no coração. Quem ama faz como Kassab: adere.  
Abaixo, reportagem de Carolina de Freitas na VEJA.com:
Agora, Kassab elogia Haddad: ‘É capacitado, inteligente e tem formação moral’
Em mais um passo rumo à franca aproximação com o PT, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), fez rasgados elogios nesta terça-feira ao seu futuro sucessor: “Fernando Haddad é uma pessoa capacitada, inteligente, com boa formação moral, boa formação técnica e experiência na vida pública”, afirmou. “São Paulo estará em ótimas mãos. Tenho certeza que, daqui a quatro anos, ele vai entregar uma cidade melhor.”
Até o domingo, Kassab apoiava a candidatura de José Serra (PSDB) à prefeitura. O tucano usava como mote de sua campanha as frases: “Haddad é ruim de serviço” e “Ele não está preparado”. Já o petista passou a campanha inteira atacando a gestão de Kassab.
Kassab e Haddad estiveram reunidos por uma hora e meia no gabinete do prefeito, no Viaduto do Chá, centro de São Paulo, para dar início aos trabalhos de transição. Os dois vestiam terno cinza e gravata vermelha. Durante o pronunciamento de Kassab aos jornalistas, Haddad o olhava, com um discreto sorriso no rosto. Enquanto Haddad falava, Kassab fitava ora os jornalistas ora o chão.
O prefeito apresentou à equipe de Haddad os secretários de Governo, Nelson Hervey, e de Planejamento, Rubens Chammas, que farão a interlocução com os representantes do novo governo. O grupo de Haddad é comandado pelo vereador Antônio Donato e pelos acadêmicos da Universidade de São Paulo (USP) Luís Fernando Massonetto, de Direito, e Ursula Peres, de Finanças Públicas.
A primeira reunião formal do comitê de transição será nesta quinta-feira. O time de Haddad tem especial preocupação com os acontecimentos do início do ano, como as enchentes de janeiro e a organização do carnaval. Os petistas pediram acesso a informações sobre a situação financeira da prefeitura e sobre os contratos e licitações em andamento. O QG de Haddad, até o dia da posse, será um escritório cedido pela Caixa, na Praça da Sé. Além disso, Kassab ofereceu a Haddad uma sala dentro da prefeitura.
“O que está em curso não será descontinuado de nenhuma maneira. Queremos promover uma passagem de governo com toda tranquilidade, sem nenhum solavanco e com os serviços públicos sendo prestados normalmente”, disse Haddad. “Pretendo manter os programas da prefeitura que vêm correspondendo aos anseios da população.”
AliançaO encontro entre Kassab e Haddad acontece em um cenário de aproximação do prefeito com o PT. Em São Paulo, os dois políticos já deixaram clara a disposição de ter na base da administração Haddad o PSD, partido fundado e presidido por Kassab. Em Brasília, há articulações em curso para dar um ministério a Kassab quando ele deixar a prefeitura. Em entrevista ao site de VEJA publicada neste sábado, o atual prefeito afirmou que uma de suas primeiras tarefas no próximo ano será decidir junto a seu partido sobre o apoio à presidente Dilma Rousseff. Por enquanto, oficialmente, o PSD é independente.
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/esta-foto-explica-por-que-o-brasil-na-formula-famosa-e-um-pais-rico-composto-de-uma-imensidao-de-pobres/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

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