sábado 15 2012

Evento vai discutir saídas para a metrópole paulistana


Urbanismo

Segunda edição do Arq Futuro SP vai reunir arquitetos, engenheiros e um especialista do MIT para ajudar a capital paulista a assumir a sua nova vocação: a de cidade de serviços

Vista dos prédios da região da Avenida Paulista, São Paulo
Vista dos prédios da região da Avenida Paulista, São Paulo (Antônio Milena/AE)
São Paulo e Detroit têm algo em comum: as duas cidades estão diante do desafio de repensar seus espaços urbanos, ainda atrelados a uma industrialização que já pertence ao passado. A metrópole americana, que foi o centro mundial da indústria automobilística no século XX, é repleta de áreas abandonadas, que precisam ganhar novos fins. Em uma proporção bem menor, a capital paulistana reúne terrenos enormes e ociosos, que antigamente eram usados por fábricas. Na tentativa de impedir que São Paulo vire uma Detroit, arquitetos, engenheiros e um especialista em tecnologia vão se reunir nos dias 24 e 25 no Auditório Ibirapuera para debater a nova vocação da cidade, na segunda edição do Arq Futuro SP, evento que propõe uma reflexão sobre arquitetura e urbanismo das grandes cidades. “São Paulo deixou de ser um centro industrial para se transformar numa cidade de serviços”, diz Marisa Moreira Salles, diretora da Bei Editora, organizadora do Arq. Futuro.

Os convidados do evento -- como a dupla de arquitetos renomados Tod Williams e Billie Tsien e o diretor do Centro de Estudos do Ambiente Urbano do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Carlo Ratti -- devem contribuir com ideias para algo que soa quase como uma utopia: a transformação da metrópole em um lugar onde as pessoas tenham prazer de viver. O caminho para isso, segundo Marisa, é sustentado por três pilares: a recuperação dos centros históricos, a viabilização da vocação da cidade para o terceiro setor e a aposta no adensamento urbano. “É preciso criar bairros mistos para acabar com os guetos de ricos e pobres e priorizar o transporte público em vez de construir mais garagens. Para solucionar o problema do trânsito, a tecnologia pode ajudar.”

Propositalmente, o evento foi organizado para anteceder as eleições municipais. Ele vai ser realizado dez dias antes de os moradores de São Paulo irem às urnas escolher quem governará a cidade pelos próximos quatro anos, período em que importantes decisões urbanísticas serão tomadas na capital paulista. Na noite do dia 24, uma mesa-redonda pode inclusive contar com a participação de candidatos à Prefeitura de São Paulo. Três deles foram convidados, nomes que a organização não revela, mas ainda não confirmaram presença. Mais informações sobre a programação podem ser acessadas no site do evento, que tem ingressos a 20 reais.

As próximas edições do Arq. Futuro acontecem em Belo Horizonte (6 e 7 de novembro), Rio de Janeiro (3 e 4 de abril de 2013) e Salvador, ainda sem data definida.

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