quarta-feira 15 2014

Neurociência

A pesquisa pode contribuir para o desenvolvimento de métodos de reabilitação para problemas causados por danos cerebrais

A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala
A descoberta modifica a visão até então aceita pela ciência sobre a relação entre o cérebro e a fala (Thinkstock)
Um novo estudo mostrou que os dois hemisférios do cérebro são utilizados para produzir a fala, e não apenas o esquerdo, como acreditavam os cientistas. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira, na revista Nature. Segundo os autores, a descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de melhores métodos de reabilitação para problemas na fala causados por derrames ou ferimentos cerebrais.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Sensory–motor transformations for speech occur bilaterally

Onde foi divulgada: periódico Nature

Quem fez: Gregory B. Cogan, Thomas Thesen, Chad Carlson, Werner Doyle, Orrin Devinsky e Bijan Pesaran

Instituição: Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, e outras

Resultado: Os pesquisadores descobriram que os dois lados do cérebro são utilizados para produzir a fala
A pesquisa foi realizada com dados obtidos por meio de eletrodos implantados no cérebro de pacientes. Para isso, foram selecionados participantes com epilepsia que já utilizavam esses eletrodos como parte de seu tratamento.
Durante o estudo, os voluntários deveriam ler algumas palavras sem significado (como "kig" ou "pob") enquanto tinham sua atividade cerebral analisada. A escolha desses termos foi feita para separar a fala do idioma, e analisar apenas as partes do cérebro envolvidas na produção de sons - e não na atribuição de sentido a eles. Os resultados mostraram que os dois lados do cérebro eram utilizados durante a fala, o que a caracteriza como uma atividade bilateral.
"Com mais conhecimento sobre a relação entre o cérebro e a fala, podemos desenvolver maneiras de ajudar pessoas que estão tentando recuperar danos causados por um derrame ou acidente que resulte em danos ao cérebro", afirma Bijan Pesaran, professor da Universidade de Nova York e principal autor do estudo. Segundo o pesquisador, a partir disso pode ser possível desenvolver métodos de reabilitação que não envolvam um idioma específico.

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