terça-feira 28 2014

Depoimento: é possível educar sem controlar?

Por Yubertson Miranda, www.personare.com.br




Depoimento: é possível educar sem controlar?
Sabe qual foi a notícia mais impactante que já recebi na vida? A de que minha esposa estava grávida e eu, então, seria pai. Engraçado que a nova função paterna que eu exerceria na vida só era possível graças ao nascimento de minha filha. Sem ela, eu não poderia me designar como um pai. Depois desse assombro maravilhoso e breve reflexão, veio uma enxurrada de angustiantes perguntas, tais como: "como seria o jeito de ser dela?" e "de que forma eu deveria lidar com ela?".
Dias depois, me lembrei de um livro que eu, quando ainda era um filho entrando na adolescência, me deparei no cantinho da estante de meus pais: "Dibs: em busca de si mesmo" (Ed. Agir). Na época, fui atraído pela capa, na qual se encontra um garoto andando solitário por uma trilha. Eu me identifiquei com aquele menino e com seu nome: Dibs - que é curto e simples, bem diferente do meu. Quando recebi a notícia da gravidez da minha esposa fui até as prateleiras de livros da minha casa e peguei a obra.
Filhos são como pôr-do-sol: devem ser admirados e não controlados
Logo ao começar a leitura, eu entendi porque fui movido a encontrar respostas para minhas iniciais angústias paternas neste livro. A obra é uma inspiração para sairmos do controle das severas preocupações de como devemos agir diante de uma criança. Porque o grande lema da Psicologia Humanista, aplicada sabiamente pela autora Virginia Axline, é dar a liberdade para a criança ser quem ela é. O precursor dessa abordagem psicológica, Carl Rogers, exemplifica como deixar florescer os potenciais no ritmo da natureza de cada um.
Depoimento: é possível educar sem controlar?
"As pessoas são tão belas quanto um pôr-do-sol, quando as deixamos ser. De fato, talvez possamos apreciar um pôr-do-sol justamente pelo fato de não podermos controlá-lo. Quando aprecio um pôr-do-sol não digo: diminua um pouco o tom de laranja no canto direito, ponha um pouco mais de vermelho púrpura na base e use um pouco mais de rosa naquela nuvem. Não faço isso. Não tento controlar um pôr-do-sol. Apenas olho com admiração a sua evolução", comparou Carl.
É exatamente essa a postura que Virginia Axline adota com o personagem Dibs. A autora aborda a ludoterapia não diretiva - terapia que oferece a oportunidade da criança crescer sob melhores condições, sendo o brinquedo seu meio natural de autoexpressão. E era exatamente essa a fonte do sentimento que conduziria a relação com minha filha. Quando ela nasceu, comecei a aliar essa intenção com os conhecimentos de Numerologia do Mapa Infantil. E torço para que minha filha perceba esse ideal em meu comportamento diário, assim como disse Axline: "Esperava que sobretudo minhas atitudes transbordassem esta filosofia pessoal".
Pronto! Essa clareza de como me nortearia para lidar com o desabrochar da personalidade de minha filha (vista nos números de seu Mapa Infantil) me deu serenidade e segurança. E me proporcionou também a fé de que não precisaria ter a pretensão de querer controlar tudo e todos nesta interação com aquela que, hoje, depois de um ano e meio de riquíssima e cativante convivência, me proporciona a grata experiência de ser pai. Minha querida Sophia.

Sobre o autor
Yubertson Miranda
Yubertson Miranda
Yubertson Miranda é numerólogo, astrólogo e tarólogo. Formado em Filosofia. Ama encontrar significado nos eventos do dia-a-dia. É autor das análises numerológicas do Personare.

Nenhum comentário: