Rio de Janeiro
Crivella, Francisco Dornelles, Pedro Fernandes, Aparecida Panisset e André Corrêa estão entre os sondados. Senador petista tenta consolidar candidatura antes do fim do prazo para filiação partidária, em 5 de outubro
Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Lindbergh Farias é senador pelo PT (Divulgação)
Empenhado em fazer o PT desembarcar do governo Sérgio Cabral e em consolidar seu nome na disputa ao Palácio Guanabara, o senador Lindbergh Farias trabalha, apressadamente, em busca de um vice. O senador tem até o dia 5 de outubro para mostrar que é capaz de reunir apoios e viabilizar sua candidatura ao governo em 2014. O prazo é o limite para as filiações, e passa a ser também a última oportunidade para Lindbergh trocar de partido, caso não consiga convencer a executiva nacional do PT a bancar uma candidatura própria no Rio.
Lindbergh já conversou com pelo menos cinco possíveis candidatos para a vaga de vice, na tentativa de fazer frente ao enorme arco de alianças que tem acompanhado as gestões peemedebistas no governo do estado e na prefeitura. Um deles é o ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB) – que, desde a última semana, manifestou-se interessado em disputar ele próprio o governo, diante da queda na popularidade de Sérgio Cabral. Também foi sondado o senador Francisco Dornelles, do PP, o deputado estadual André Corrêa, do PSD, a ex-prefeita de São Gonçalo, Aparecida Panisset, PDT, e Pedro Fernandes, do PMDB, que está de malas prontas para o Solidariedade.
Cada um tem, a seu modo, alguma contribuição numérica importante para uma possível candidatura ao lado de Lindbergh. O principal é Crivella, escolado em campanha para o governo e a prefeitura do Rio, com votos, sobretudo, entre os evangélicos, decisivos para a conquista da vaga no Senado em 2010. Nunca, no entanto, conseguiu chegar a um segundo turno em uma disputa majoritária. Mas Crivella não desiste: “Creio que meu partido tem muito a contribuir para o desenvolvimento do Rio, sobretudo no plano social”, afirma, reiterando a vontade de se candidatar para o governo e montar mais um palanque para a reeleição de Dilma Rousseff no estado.
O cargo de vice é um trunfo no período eleitoral. Uma das ideias iniciais do PT do Rio é procurar alguém com força na Região Metropolitana para que Lindbergh consiga fazer um contrapeso ao pré-candidato Anthony Garotinho (PR), com maior força no interior no estado. A estratégia, pensada pelo próprio PT-RJ, é a de evitar – pelo menos por enquanto - um embate entre Lindbergh e Garotinho no primeiro turno, para que os dois se enfrentem na segunda rodada. O PT aposta na rejeição do deputado federal do PR para aumentar as alianças em um provável segundo turno.
A estratégia de Lindbergh para aumentar a votação na capital passa por dois peemedebistas que, até agora, dizem que farão campanha com o candidato petista. Os deputados estaduais Pedro Fernandes, que chegou a ser cotado para o cargo de vice-governador, e Domingos Brazão devem são apoios de peso nas zonas Norte e Oeste.
Fernandes é filho da única vereadora eleita com seus próprios votos na Câmara do Rio, Rosa Fernandes (PMDB), com reduto eleitoral na Zona Norte. O filho de Rosa deve ir para o Solidariedade - partido em fase de criação, que teve a ajuda de Lindbergh para recolher assinaturas no Rio.
Brazão faz parte de um bloco independente na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e pode ajudar Lindbergh a capturar eleitores na região de Jacarepaguá. Sérgio Cabral já tratou de acomodar o Brazão na liderança do governo na Alerj, mas, por enquanto, o deputado não irá andar ao lado do vice-governador e candidato peemedebista ao Guanabara, Luiz Fernando Pezão.
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