quarta-feira 10 2013

Sérgio Cabral: gasto com combustível de helicópteros chega a R$ 2,6 milhões este ano

Rio de Janeiro

Valor é o total empenhado pelo governo do estado para adquirir querosene para sete aeronaves. Ministério Público investiga abuso nos gastos com helicópteros

Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
20 de junho - 13h04: Cabral e o filho Marco Antono embarcam no Agusta, aeronave comprada em 2011 por 15,7 milhões de reais, rumo ao Palácio Guanabara, que fica a uma distância de apenas sete quilômetros
20 de junho - 13h04: Cabral e o filho Marco Antono embarcam no Agusta, aeronave comprada em 2011 por 15,7 milhões de reais, rumo ao Palácio Guanabara, que fica a uma distância de apenas sete quilômetros - Oscar Cabral
Como bem sabe todo motorista ou proprietário de automóveis, comprar o veículo é só parte do gasto. Combustível, impostos e manutenção passam a ser despesas fixas de quem adquire esse tipo de bem. No caso dos helicópteros a serviço do governador Sérgio Cabral, o total empenhado apenas este ano para despesas com combustível das aeronaves do Poder Executivo é de 2.620.000 reais, de acordo com um levantamento feito pelo gabinete da deputada estadual Janira Rocha, do PSOL. Este total pode crescer, dependendo do ritmo das viagens e das necessidades ao longo do ano.
Juntas, as sete aeronaves que ficam na Coordenadoria Adjunta de Operações Aéreas (Caoa) consomem cerca de 50.000 litros de combustível por mês. O consumo médio mensal do Agusta usado pela família Cabral e seus empregados é de 8.000 litros, o que significa dizer que, apenas com combustível, são gastos cerca de 42.000 reais mensais, valor com o qual seria possível encher o tanque de 300 carros como os que são utilizados pelo governador.
O gasto com manutenção também é alto. O total destinado à conservação, reparos e manutenção periódica dos helicópteros atinge 9,5 milhões de reais, segundo informou a Secretaria Estadual de Fazenda ao jornal Folha de S. Paulo.
O uso das aeronaves para o transporte diário do governador de casa para o trabalho – num trajeto de 10 quilômetros entre os bairros do Leblon e de Laranjeiras, na Zona Sul – e nos fins de semana está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio. O procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira, instaurou o procedimento a partir das informações publicadas em VEJA desta semana.
Os gastos de manutenção ficam a cargo da Subsecretaria Militar, onde estão lotados também os pilotos e servidores encarregados das operações aéreas do Poder Executivo. A frota a serviço do governador, do vice-governador Luiz Fernando Pezão – pré-candidato do PMDB ao governo em 2014 –, dos presidentes de autarquias e empresas do estado tem sete aeronaves: um Agusta (ano 2012); um EC-135 (2009); um Dauphin (1990); dois Esquilos biturbina (1983 e 2012); e dois Esquilos monoturbina (1987 e 1988).
O governador não considera que cometa abuso ao usar diariamente os helicópteros. “Não sou o primeiro a fazer isso no Brasil. Outros fazem também, e faço de acordo com o cargo que eu ocupo. Não é nenhuma estripulia”, afirmou o governador, na segunda-feira, em Brasília.

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