Política & Cia
Ele não é mais o rebelde cara-pintada que dirigiu a UNE. Nem o militante (e depois deputado) do ultra-radical PSTU. Nem “jovem” Lindbergh Farias é mais, aos 43.
Agora é um senador da República (PT-RJ), deixou há muito o PSTU, como abandonara o PCdoB, rumo ao mais seguro establishment do PT. Sabe como é dura a vida de quem administra, porque foi por duas vezes prefeito de uma cidade muito problemática, e grande — Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com 1 milhão de habitantes.
Além disso, é candidatíssimo ao governo do Rio de Janeiro em 2014.
Mas não tem jeito, certas coisas não mudam.
O senador Lindbergh acaba de apresentar projeto proibindo o uso pelas Polícias Militares de balas de borracha e outros recursos de contenção de distúrbios de que forças de ordem pública lançam mão em todo o mundo civilizado, como também de bombas de efeito moral – que fazem um barulho infernal e se destinam a desencorajar psicologicamente manifestantes hostis.
É claro que esses recursos, quando mal empregados, podem (e costumam) causar danos. Mas proibi-los é amarrar mais ainda as mãos das polícias militares no enfrentamento de manifestações violentas, muitas vezes — como temos visto ultimamente no Brasil — munidas das piores intenções: quebrar, queimar, machucar, depredar, destruir, vandalizar, saquear.
Em vez da medida demagógica de PROIBIR (verbo que políticos adoram conjugar), o que é preciso é cobrar das polícias militares e dos governantes por elas responsáveis que, cada vez mais, as tropas de choque e similares sejam treinadas ao máximo sobre o uso correto e contido deles, com punição rigorosa para quem cometer excessos.
Daqui a pouco, proibirão o gás lacrimogênio. Quem sabe, a seguir, os escudos protetores e as roupas especiais das tropas de choque. Depois, as algemas. Por fim, o camburão também?
Ninguém de bom senso e caráter democrático pode ser favorável à violência policial.
Repito, para que depois não me venham com críticas infundadas e absurdas; NINGUÉM DE BOM SENSO E CARÁTER DEMOCRÁTICO PODE SER FAVORÁVEL À VIOLÊNCIA POLICIAL.
Retirar recursos da polícia, no entanto, em nada vai colaborar para a segurança pública — pelo contrário.
(Conheça o projeto clicando aqui.)
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