Congresso
Reunião da bancada do partido na residência oficial do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves, custou 28 000 reais
Gabriel Castro e Silvio Navarro, de Brasília
Nota do jantar oferecido para a bancada do PMDB e pago com verba pública (Reprodução)
Apesar de a presidência da Câmara informar que houve consulta de preço antes da contratação do buffet que serviu um jantar para a bancada do PMDB na noite desta terça-feira (pago com dinheiro público), o mecanismo utilizado não foi uma cotação oficial. Conforme revelou o site de VEJA, o jantar, servido para oitenta pessoas, custou 28.400 reais – o que corresponde a 355 reais por cabeça. No cardápio constavam iguarias como camarão e queijo brie ao molho de caramelo, além de champanhe.
A nota de empenho emitida pela Casa menciona a modalidade “suprimento de fundos”, que é usada quando há necessidade de pequenas despesas emergenciais e sem tempo hábil de efetuar uma licitação. O dinheiro da Câmara foi repassado a Bernadette Amaral, administradora da residência oficial. Ela é quem fez o pagamento após escolher a empresa que faria o jantar. A assessoria de Henrique Alves (PMDB-RN) afirma que Bernadette consultou o preço cobrado por três buffets antes de fechar o negócio, uma simples checagem informal.
A assessoria de Alves diz que não houve irregularidades nos gastos, embora seja o PMDB quem deveria ter arcado com os custos de um evento partidário. O mecanismo que permitiu à Câmara dos Deputados usar dinheiro público para pagar um jantar da bancada do PMDB se vale de uma dupla interpretação: o presidente da Câmara tem direito a organizar jantares em sua residência oficial, como é comum para uma autoridade de seu nível – mas desde que o encontro seja tratado como uma reunião de trabalho. Segundo os parlamentares do PMDB que estiveram no local, não era o caso.
“Foi uma confraternização”, disse Mauro Benevides (PMDB-CE). “Foi um jantar social de fim de semestre”, afirmou o líder Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A assessoria de Henrique Alves, por sua vez, afirma que o evento não foi uma simples confraternização, e sim uma reunião de avaliação dos trabalhos da bancada da Câmara.
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