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A palavra racismo é uma filha do século 20, embora aquilo que nomeia tenha raízes bem mais fundas na história. A mais antiga menção conhecida surgiu na revista francesa Revue Blanche em 1902, num artigo assinado por A. Maybon, como racisme. Em inglês, a palavra racismdesembarcou em 1936, empurrada pela necessidade de nomear as políticas que o nazismo aplicava então na Alemanha. Não há registro de uma data precisa para a estreia do termo em português.
Pouco antes disso, no século 19, quando se deu o apogeu das teorias “científicas” que buscavam mapear uma série de explicações naturais para as diferenças entre os homens, falava-se em racialismo, termo supostamente neutro, e não em racismo, que desde o início carregou conotações negativas.
Definir o racismo com precisão é tarefa controversa, mesmo porque a propria ideia de raça em que o termo se baseia tem sido contestada pela ciência. O dicionário Oxford lança mão da noção popular e não científica de raça para afirmar que racismo é “a crença de que todos os membros de cada raça possuem características, habilidades ou qualidades específicas daquela raça, especialmente de forma a distingui-la como inferior ou superior a outra raça ou raças”.
Havia fartura de ideias racistas na antiguidade e na Idade Média: o ancestral instituto da escravidão sempre foi, pelo menos em parte, sustentado pela crença na inferioridade de algumas etnias. No entanto, a maioria dos estudiosos considera o racismo como hoje o entendemos uma construção moderna, que acompanhou e justificou o imperialismo europeu em sua expansão. E foi seu uso como ideologia popular e instrumento de manipulação política a partir do fim do século 19, que teria uma culminância tenebrosa na Alemanha de Adolf Hitler, que marcou o nascimento da própria palavra.
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