Eleições nos EUA
Bolsas reagem de maneira positiva; especialistas ouvidos pelo site de VEJA dão preferência à continuidade representada pelo democrata e enxergam em suas propostas maior consistência
Ana Clara Costa e Naiara Infante Bertão
O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, durante o discurso da vitória no quartel general de sua campanha em Chicago, Illinois (EUA) - Chip Somodevilla/Getty Images/AFP
A reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, representa também uma vitória para os mercados. Especialistas ouvidos pelo site de VEJA preferem a continuidade representada pelo democrata em detrimento das promessas de crescimento a curto prazo aventadas pelo candidato republicano Mitt Romney. Na avaliação dos analistas, Obama possui uma visão mais consistente dos problemas estruturais do país, como a perda de competividade e, principalmente, o chamado abismo fiscal (elevado déficit público) – que, segundo fontes da Casa Branca, terá encaminhamento urgente nos próximos dias.
Apesar do risco de que as dificuldades em propiciar uma forte retomada do crescimento econômico lhe tirassem a vitória, Obama parece ter convencido os eleitores de que é uma opção menos arriscada. Nos últimos anos, ele tomou medidas importantes para melhorar a economia, que, ao menos, ajudaram a tirar o país de uma profunda recessão. O mercado não só louva essa sensação de segurança, como aponta outros méritos. Para os analistas, é preferível a proposta do democrata de tentar resolver os graves problemas estruturais do país, ainda que num ambiente de menor expansão do PIB, que as soluções apontadas por Romney de buscar o crescimento custe o que custar, relegando às reformas um papel mais secundário.
Por fim, os especialistas também elogiam uma das principais marcas da gestão Obama e que deve ganhar continuidade: o aperto na regulação financeira. A despeito das reclamações de investidores de que a Casa Branca estaria interferindo em demasia numa seara que costuma funcionar melhor sem amarras, o próprio mercado hoje compreende que um acompanhamento dos reguladores representa uma medida importante. Afinal, foram os excessos cometidos por bancos e fundos de investimento, durante a administração de George W. Bush, entre 2000 e 2008, que arrastaram os EUA para sua pior crise financeira em 80 anos.
Bolsas – Nesta quarta-feira, as bolsas da Ásia fecharam com forte valorização ante o otimismo provocado pela vitória de Barack Obama. As europeias abriram em alta, mas não resistiram ao próprio noticiário negativo da região. Nos Estados Unidos, todas as bolsas operavam no campo positivo. O índice Dow Jones futuro – que antecipa as expectativas de mercado para o principal indicador da Bolsa de Nova York – operava em baixa, no entanto, ante as preocupações dos investidores com as negociações para resolver a questão do abismo fiscal.
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