terça-feira 21 2012

Para evitar fraturas em idosos, pesquisa recomenda ingestão diária de vitamina D maior do que a recomendada


Nutrição

Pesquisa concluiu que 20 microgramas ou mais do nutriente ao dia diminui em até 30% probabilidade de fratura em idosos

Corpo humano é capaz de produzir a vitamina sozinho, desde que seja exposto a uma quantidade suficiente de luz do Sol
Corpo humano é capaz de produzir vitamina D sozinho, desde que seja exposto a uma quantidade suficiente de luz do Sol(Thinkstock)
Uma pesquisa que observou os efeitos da vitamina D sobre o risco de fraturas em idosos concluiu que, para que essas chances sejam reduzidas, é necessária uma ingestão diária maior do que a costumeiramente recomendada pelas autoridades de saúde no mundo — inclusive no Brasil. Atualmente, o Ministério da Saúde indica o consumo de 10 a 20 microgramas de vitamina D por dia para adultos. O estudo, publicado nesta quinta-feira no periódico The New England Journal of Medicine, mostrou que consumir 20 microgramas ou mais do nutriente ao dia diminui em até 30% a probabilidade de fraturas, mas que o risco não se altera com uma quantidade menor do que essa.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: A Pooled Analysis of Vitamin D Dose Requirements for Fracture Prevention

Onde foi divulgada: periódico The New England Journal of Medicine

Quem fez: Heike A. Bischoff-Ferrari, Walter Willett, Endel Orav, Paul Lips, Pierre Meunier, Ronan Lyons, Leon Flicker, John Wark, Rebecca Jackson, Jane Cauley e outros

Instituição: Universidade de Zurique, Suíça

Dados de amostragem: 31.022 pessoas (sendo 91% mulheres) com idade média de 76 anos

Resultado: Ingerir menos do que 20 microgramas ao dia não altera risco de fratura entre idosos. No entanto, a ingestão de uma quantidade maior do que essa diminui as chances do problema em até 30%
Ainda são conflitantes os resultados dos estudos que abordam os efeitos da vitamina D para a saúde óssea do indivíduo, especialmente das mulheres, que têm maior risco de apresentarem problemas como a osteoporose. Embora diversas pesquisas tenham apontado para os benefícios do nutriente, alguns trabalhos alertaram para os possíveis efeitos negativos de grandes quantidades da vitamina, como doenças cardiovasculares e renais.
Nesse trabalho, pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça, analisaram outros onze estudos sobre suplementos de vitamina D e os efeitos na saúde. Ao todo, essas pesquisas envolveram 31.022 pessoas, a maioria do sexo feminino, com idade média de 76 anos. Os resultados mostraram que os indivíduos que ingeriam menos do que 20 microgramas de vitamina C ao dia não tinham redução significativa no risco de fraturas. Por outro lado, o consumo de uma quantidade maior do que essa diminuiu essas chances em até 30%.

Saiba mais

Vitamina D
Também chamada calciferol, a vitamina D promove a absorção do cálcio pelo organismo após a exposição solar. 90% da vitamina D que precisamos vem da exposição ao sol. A deficiência da vitamina pode provocar raquitismo, alterações no crescimento e nos ossos, além de reduzir a imunidade. A vitamina D está relacionada ainda ao bom funcionamento do coração, do cérebro e da secreção de insulina pelo pâncreas. A presença significativa da substância é vista em poucos alimentos, como fígado, óleos de peixes gordurosos e gema de ovo. 100 gramas de salmão, por exemplo, tem 11,8 microgramas de vitamina D.
Fraturas em ascensão — De acordo com os pesquisadores, se as pessoas passassem a ingerir mais do que 20 microgramas de vitamina D ao dia, poderia haver um impacto enorme na saúde pública, uma vez que o número de fraturas entre idosos vem crescendo. No Brasil, por exemplo, o número de fraturas no quadril provocadas por fragilidade óssea deve aumentar em 16% até 2020 e 32% até 2050, especialmente devido à osteoporose entre idosos. Esses dados fazem parte de um levantamento da a Fundação Internacional para Osteoporose (IOF, sigla em inglês) divulgado em maio deste ano, que ainda mostrou que 121.700 fraturas ósseas ocorrem todos os anos no país.

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