terça-feira 21 2012

Fumo passivo prejudica desempenho escolar de crianças


Tabagismo

Estudantes que vivem em casas com fumantes têm índices maiores de faltas

Fumo passivo: a exposição à fumaça do cigarro pode trazer problemas de saúde às crianças
Fumo passivo: a exposição à fumaça do cigarro pode trazer problemas de saúde às crianças (Thinkstock)
Crianças que vivem em casas onde moram pessoas fumantes faltam mais às aulas do que os demais. Isso porque jovens expostos ao fumo passivo dentro de casa têm índices mais altos de doenças respiratórias. Os dados integram um levantamento nacional feito nos Estados Unidos pelo Hospital Geral de Massachusetts (MGH, sigla em inglês) e publicado do no periódico Pediatrics. O estudo concluiu que tais crianças se utilizam mais de hospitais e sos serviçoes de saúde do país - e, portanto, são mais caras à economia.
“Das crianças de seis a 11 anos que moram com fumantes, de um quarto a um terço das abstenções escolares delas se devem ao tabagismo domiciliar”, diz Douglas Levy, coordenador do estudo. “Em uma base nacional, esses ausências custam cerca de 227 milhões de dólares.”
De acordo com a pesquisa, um terço das crianças americanas vivem com ao menos um fumante, e mais da metade das que têm entre três e 11 anos têm níveis detectáveis de um marcador no sangue para a exposição ao tabaco. Já se sabia, por pesquisa anteriores, que o fumo passivo aumenta a incidência de infecções no ouvido e de diversas doenças respiratórias - a abstenção escolar é uma medida acessível de doenças sérias nas crianças.
Pesquisa – Os questionários sobre o fumo em casa e as doenças nas crianças foram respondidos por adultos que moravam com crianças entre seis e 11 anos. Entre as perguntas elencadas estavam: quantas pessoas fumam dentro de casa; quantos dias escolares a criança perdeu no ano anterior em função de doenças ou machucados; se a criança havia tratado três ou mais infecções no ouvido no ano anterior.
Das 3.087 crianças analisadas no estudo, mais de 14% moravam com ao menos uma pessoa que fumava dentro de casa – 8% moravam com um fumante e 6% com dois. Crianças que conviviam com um fumante tinham, em média, 1,06 dia a mais de abstenção na escola; aquelas que moravam com dois ou mais, 1,54 dia a mais, frente aquelas que não moram com fumantes.
Doenças associadas à exposição a fumaça do cigarro, incluindo infecção no ouvido, representam 24% das abstenções de crianças que moram com pessoas que fumam dentro de casa, e 34% das que moram com ao menos dois fumantes. O tabagismo dentro de casa não aumentou os índices de doenças gastrointestinais. Por não ter havido associação com diagnóstico de asma ou crises de asma, acredita-se que o estudo tenha envolvido um número pequeno de crianças com asma.
Custos - Os pesquisadores também calcularam os custos potenciais associados com a abstenção escolar, devido a doenças relacionadas à exposição à fumaça. Foram incluídos variáveis como os custos de perda de renda para os pais, os custos para os empregadores do trabalho perdido e a incapacidade dos cuidadores de não trabalham fora de casa para cuidar de tarefas domésticas habituais. "O impacto total nacional foi de 227 milhões de dólares para as famílias dos 2,6 milhões de crianças que vivem com fumantes e para os seus empregadores", diz Levy. "Uma vez que quase metade dos fumantes em nosso estudo tinha baixos rendimentos, o impacto pode ser mais forte sobre as famílias com menor renda."
Segundo Levy, o impacto sobre a saúde de quem convive com um fumante é provavelmente mais extenso do que mostra o estudo, uma vez que a pesquisa só avaliou três condições associadas à exposição ao fumo. “Mais pesquisas são necessárias para ajudar a entender a saúde a longo prazo, as consequências do desenvolvimento econômico e os problemas de se crescer em um lar onde as pessoas fumam.”

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